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FACULDADE REGIONAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE

CANDEIAS
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

MEMORIAL
OS COMPASSOS DE MINHA VIDA E A EDUCAÇÃO

ELISIO CUSTÓDIO

IRARÁ/BAHIA
2020
SUMÁRIO

Meus genitores e a infância

O Ensino Fundamental e Médio

Atuação profissional na Polícia Militar

Minha entrada na Universidade

MEMORIAL
Meus genitores e a infância

Este Memorial objetiva narrar minha trajetória acadêmica e científica,


retomando as lembranças e marcas que a escola e a educação deixaram na
minha vida e na minha formação.
Sou filho de uma família formada por um pai e duas maravilhosas
mães, uma adotiva e a outra biológica, Joana Evangelista de Jesus e Maria do
Carmo Santos, a adotiva.
Maria do Carmo era esposa do senhor Milton Custódio Silva, meu pai.
Ele nasceu na cidade de Santo Amaro, localizado no Recôncavo Baiano, que tem
grande tradição cultural. Meu pai foi músico da Filarmônica e titulado como
cidadão Iraraense pela Câmara Municipal desta cidade.
Sua chegada a esta cidade se deu através da Companhia do São Francisco,
a qual foi responsável por toda a rede de abastecimento de água da região,
tornando-se conhecido da população, foi considerado o faz tudo pelo o povo.
Minha mãe adotiva, mulher respeitada por todos, veio de uma família
trabalhadora na atividade artesanal, e dona Joana, minha mãe biológica, tinha
as “mãos de fada”, engomadeira e cozinheira de mãos cheias.
Sou o segundo filho, de vinte e quatros irmãos, tenho 61 anos de idade
e continuo me atualizando. Me baseio sempre nas palavras do meu pai, que nos
dizia constantemente sobre a importância do estudo.

O Ensino Fundamental e Médio


Nasci em 1959 nesta cidade, meus primeiros passos na escola foram em
uma casa chamada Monte Pio, que era bem pequena. Eu e meus irmãos íamos
todos os dias à aula, quando chegávamos em casa, minha mãe nos olhava e
ensinava a fazer o dever de casa, como era chamado naquela época.
Passando para o primeiro ano, estudei na Escola Alan Kardec, Escola
Edson Arante do Nascimento Pelé, e a Escola Juliano Moreira. Essas unidades me
deram a base de minha infância. Nestas escolas, o meu legado começou: tive
ótimos professores e colegas, um conjunto de aprendizado e conhecimento
enorme, com a participação do professor ao zelador.
Lembro-me das sextas feiras, em que ocorriam as sabatinas de tabuadas e
a cartografia. Havia imensa dedicação do professor e participação ativa dos
colegas.
Terminei o fundamental na grande cidade de Salvador, estudei parte
dele aqui em Irará no Colégio São Judas Tadeus, indo para a jornada de 14 anos de
idade, me matriculei no Colégio Lomanto Junior no bairro São Cristóvão e
terminei no Instituto Central de Educação Isaías Alves I.C.E.I.A., formado em
Magistério, em 1988.

Atuação profissional na Polícia Militar

Por sua vez, em 1977 participei do Concurso Público Estadual da Polícia


Militar sendo aprovado e ingressando em 10 de outubro de 1978. Fui soldado,
cabo, sargento e hoje estou na reserva como primeiro tenente.
Conheci uma jovem camponesa e hoje em dia a tenho a meu lado como
esposa e companheira, em busca de sua independência financeira, ela tentou me
seguir no ingresso do Concurso Público da Polícia Militar, não dando certo.

Minha entrada na Universidade


Soubemos, então, por intermédio da população, que estava tendo um
Polo Universitário da Faculdade de Candeias, FAC, em Irará, que era voltado
para o ensino pedagógico, que causou grande interesse nela.
Acabei indo pelo mesmo caminho, me matriculei na graduação e lá tive
a grata surpresa de encontrar velhos colegas de infância, da época estudantil,
que hoje são professores e mestres do conhecimento. Isso foi um incentivo a
mais para fazermos parte daquela academia.
Assim, na graduação estou ao lado de Ilda Dias, coordenadora do Polo,
e amigas como as Professoras Marilda Aquino e Marize Damiana, pessoas que
fizeram parte da minha infância.
Mesmo aposentado das atividades da Policial Militar, mais como
incentivo para a minha companheira, seguimos juntos nesta jornada acadêmica,
dentro da sala de aula e fora dela com o intuito de aprender e passar o
aprendizado como futuro professor para crianças, jovens e adultos.
Na jornada acadêmica em sala de aula enfrentamos algumas barreiras
de desigualdades sociais, no que se refere a grupos, mas superamos com força
interior e profissionalismo dos profissionais de ensino ali presentes, que
mostraram que não deve haver desigualdades em sala de aula.
Eles passaram para nós, futuros professores, como devemos atuar.
Mostraram que a desigualdade social não tem a ver com uma visão educacional
igualitária de direito e de fato, na perspectiva de um bom planejamento
didático, visando acolhimento e orientação pedagógica.
Já nos primeiros passos do estágio supervisionado na Escola Balbino
Félix, na localidade denominada Caroba, com a professora do EJA Cristina,
observei como ela dedicava se aos alunos na sala de aula ao expressar as
palavras de uma forma simplificada e alegre.
Uma senhorinha de 75 anos de idade, quando perguntada por que que
estava estudando, respondeu, sorridente, que tinha comprado um carro, e
estudava para poder tirar a carteira de motorista. A CNH, Carteira Nacional de
Habilitação, para que ela mesma pudesse dirigir seu veículo.
Achei muito lindo o pensamento honrado e corajoso dela, que queria
adquirir o conhecimento de sala de aula para dirigir com segurança no trânsito.
Já na Escola Amaro Bispo de Medeiros fui desde o professor à babá, as
crianças eram muito fofas, e contavam com uma excelente profissional de
amplo histórico familiar. Tive todo o suporte e segurança para lidar em sala de
aula na Educação Infantil.
Aprendi como elaborar um plano de aula baseado na BNCC, mais
voltado para um planejamento histórico cultural, do passado ao presente, as
brincadeiras, as cantigas de roda, historinhas de cordel, etc. Tudo isso com a
participação direta do professor, como personagens vestidas de chapeuzinho
vermelho, lobo, enfim, trabalhando o lúdico.
Com a pedagogia, aprendi que o segredo está no olhar, assim, o
professor junto com seus alunos tem que aprender a aprender. Valoriza o aluno
não é dar boas notas, mas reconhecer sua bagagem, sua história e fazer com que
a aprendizagem seja significativa e não somente a aplicação de conteúdos,
desligados da realidade.

Conclusão

Em toda a minha vida, tive oportunidade de fazer o que eu gosto, sou


extremamente grato a Deus por ter momentos maravilhosos e especiais, e
espero que outros mais venham ainda. São lembranças que carregarei comigo
sempre!
Penso que consegui mostrar um pouco da minha trajetória escolar aqui
e sei que sou o que sou, por conseguir interagir com o meio em que estou
inserido. Assim, tento mostrar meus conhecimentos para diversos indivíduos e
em diversos momentos.

Referencias Bibliográficas:
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade, Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1967.

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