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PELA CIÊNCIA E PELO RACIONAL

O escândalo das “fake news”, ou notícias falsas, no bom Português,


revela um dos lados traiçoeiros da extrema direita e dos neofascistas
para conquistarem o poder, teoricamente de forma democrática,
enquanto que na prática não passa por nada mais nem por nada
menos do que: fraude. Tudo isto com o apoio de um Judiciário
ultraconservador, para deixar-se constar o episódio da prisão de
Lula, impedindo-o de concorrer nas eleições de 2018, nas quais tinha
maior intenção de votos nas pesquisas que qualquer outro candidato.
O que ocorreu? Parece ficção, mas são fatos: os filhos do Bolsonaro
contrataram Bots e Robôs de diversos países, para não serem
rastreados (já que eles tinham, ao menos, ciência de que estavam
cometendo um grave atentado ao regime democrático brasileiro), que
passaram a espalhar desde a queda de Dilma uma série de mentiras e
distorções sobre os fatos das duas últimas décadas, escândalos
inventados, corrupção que não ocorreu, propina que não existiu,
pedaladas fiscais que não eram crime, prisão arbitrária de Lula,
condenada pela Corte Internacional de Justiça, uma série de
barbaridades que provocaram um efeito psicológico gigantesco nas
massas e nas elites. As elites, obviamente, já estavam fartas do PT, só
jogaram com eles no governo Lula, deixaram de fingir ser quem não
eram e revelaram sua velha face da “Marcha da Família com Deus
pela Liberdade” da vergonhosa primeira metade da década de 1960,
resultando na certeza nos militares ultradireitistas que o povo estava
pedindo por uma ditadura que restabelecesse a ordem social e
preservasse a moral e os bons costumes: exatamente a repetição do
discurso bolsonarista, envolvendo pátria, Deus, família e um misto de
dogmas religiosos de que vem quase todas as religiões, exceto as de
matriz africana (por que será, né?). Esta é a face da pequena-
burguesia. Adolf Hitler era um pequeno burguês, aliado ao médio
capital. Bolsonaro conseguiu construir um amálgama das posições
mais bizarras de toda a escola conservadora politicamente: dos
liberais (ou neoliberais, mas sempre serão liberais, aqui rende-se
homenagem a Adam Smith), passando pelos conservadores em
ideologia e chegando aos ultraconservadores, os extremistas, que,
mesmo que você não queira (ou não os considere) chamá-los de
fascistas, eles continuarão assim, revelando este caráter desumano e
retrógrado com plena liberdade, mas também com pleno desrespeito:
homenagear torturador em votação de impeachment de Presidente da
República? Prisão! Cadeia! Perda de mandato! Era o mínimo que
deveria ter acontecido, se toda a direita já não estivesse previamente,
desde 2013, se unificando em torno da figura espalhafatosa de Jair
Messias Bolsonaro. O que criou um exército de pessoas...de
pessoas...(bem difícil definir os “bolsominions”) bastante deslocadas
da realidade concreta e atual do século XXI e também apregoadas a
um declínio absurdo de valores morais no que concerne a direitos
humanos, caridade e empatia: acho que ninguém criaria frase melhor
para definir os bolsonaristas, de intenção ou de ignorância, tanto faz
nesse caso, pois resulta no mesmo: são bolsonaristas e o conceito por
mim utilizado apresenta-se mais do que apropriado como definição
deste setor da sociedade bastante fanático pelo atual Presidente. É só
esperar o Apocalipse Zumbi. Ou nos darmos conta que estamos no
livro 1984 ou até Bacurau, qualquer distopia, e sempre vou insistir
nisto; eu fui crescendo ao longo de governos progressistas, social
democracia, não sou acostumado com os reacionários mais do que
extremados. Há uma coisa que todos precisam entender
definitivamente: não tenho nada contra FHC, mesmo tendo sido
neoliberal, ele fez coisas importantes e, desde os anos 1960, foi um
importante teórico de nosso país, nem contra Alckmin, Leite, Ciro,
Marina, etc, (tenho críticas, mas não desejo a morte a eles), isto
significa tolerância política, que muitos confundem com “respeitar a
maioria”, que não é o mesmo. O caso citado é apenas de diferenças de
ideologia, partido, pensamento, conjunto de princípios morais,
atitudes, etc, já entre eu e Osmar Terra, um negacionista da Ciência,
um cara que tentou censurar filmes LGBTQ+ na Ancine, vender-se a
ele por alguns mil reais que mandou, não fazendo mais do que sua
obrigação, para minha terra natal? A divergência entre eu e os
Osmares Terra não é política, e nem pessoal: é moral, o problema dele
é ser fascista, e eu sou antifa. É todo um açambarcar de distinções de
pensamento, ideias, filosofias e modos de ver a vida e a sociedade
insuportavelmente antagônicas. Por este motivo, levanto-me, como
artista, contra governantes ou políticos dessa estirpe. Pessoas que
acreditam num mundo melhor, com maior justiça social e equidade,
uni-vos! Como diria Sartre: “Eis tudo”.

G R TISSOT
23, Novembro 2020
00:46 am

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