Segundo Oliveira (1987), o diagnóstico organizacional corresponde à primeira fase do
planejamento estratégico e procura identificar qual a real situação da empresa em determinado
momento, considerando seus aspectos internos e externos, verificando os seus pontos positivos e negativos em relação ao processo administrativo; o diagnóstico é composto por : pontos fortes da empresa, pontos fracos, oportunidades e ameaças, os dois primeiros correspondem à análise interna e os últimos à análise externa. (fragmento retirado da introdução)
Diagnóstico Organizacional
Primeiramente é importante definir diagnóstico organizacional, assim como conhecer
quais as diferentes denominações para o termo, o que depende do autor estudado e do foco de estudo desse autor. Coopers & Lybrand (1996) usam o termo diagnóstico empresarial para designar diagnóstico organizacional em seus estudos e o definem como uma atividade na qual utiliza-se a experiência de um analista e uma metodologia adequada para aperfeiçoar o conhecimento sobre a empresa, o que permite então indicar soluções adequadas para as questões levantadas. Pina et al. (1980, p.14), utilizando o termo diagnóstico de administração de empresas, afirmam que o mesmo se constitui “num método de levantamento e análise, através de questionários e dados quantitativos [...] das causas da baixa produtividade, do desempenho da administração e da potencialidade da empresa”; acrescente-se que o autor ainda considera o diagnóstico de administração como uma forma de identificar as deficiências e desequilíbrios da empresa para permitir a elaboração de um programa de reorganização e propiciar a tomada de decisão. Por sua vez, e seguindo a mesma linha de pensamento, a de que o diagnóstico tem a finalidade de fazer com que a realidade da empresa se torne clara para a própria empresa, apenas com a diferença de que o seguinte autor trata também dos aspectos externos a organização, Oliveira (1987, p.64) fala de diagnóstico estratégico que “corresponde à primeira fase do processo de planejamento estratégico e procura responder a uma pergunta básica:” qual a real situação da empresa quanto aos seus aspectos internos e externos?”, verificando o que a empresa tem de bom, regular ou de ruim no seu processo administrativo”. Na definição de Oliveira (1987) são exemplificados alguns componentes do diagnóstico estratégico, que são as oportunidades e ameaças que são variáveis externas e não controláveis pela empresa e que influenciam no seu desempenho interno, onde estão compreendidos outros dois componentes, os pontos fortes e fracos da organização, variáveis que são controláveis pela mesma. Ainda segundo Oliveira (1987), o ambiente externo e suas variáveis são premissas básicas ao diagnóstico correspondente a uma análise estratégica. Além de simplesmente defini-lo é importante entender por que o diagnóstico organizacional deve ser feito, ou até mesmo quando deve ser feito. A respeito da finalidade de um diagnóstico organizacional, Coopers & Lybrand (1996) consideram brevemente a questão e acreditam que a realização de um diagnóstico é importante porque, dentro de uma organização, qualquer visão é limitada e é preciso, por isso, utilizar-se de uma metodologia estruturada e de diferentes visões para retratar de maneira adequada à organização como um todo. Pina et al (1980, p.14) abordam de maneira mais abrangente os objetivos do diagnóstico organizacional, sendo estes que estes objetivos são “tomar medidas corretivas se a empresa estiver numa situação crítica”, ou seja, identificar o problema pra encontrar uma solução adequada; “facilitar o crescimento da empresa se ela está em expansão”, analisando se esse crescimento está ocorrendo de forma desordenada ou não; “controlar periodicamente o funcionamento da empresa”, para se ter um controle efetivo da mesma; “tornar clara a situação da empresa para todos os seus responsáveis”, possibilitando uma visão global da empresa; e “comparar a empresa com empresas similares”, o que aumenta a competitividade da mesma. Oliveira (1987) enfatiza que a alta administração deve estar estrategicamente preparada para perceber os estímulos internos ou externos a organização, daí a necessidade de se fazer um diagnóstico do ambiente interno e externo, pois ele prepara a empresa para o desafio estratégico. Referente a realização de um diagnóstico organizacional, Pina et al (1980) abordam as etapas do trabalho do analista para realizar o diagnóstico da organização, as etapas compreendem: a) preparação, na qual o analista deve ter claro o seu objetivo dentro do que pretende realizar durante o diagnóstico bem como colher as informações básicas sobre a empresa a diagnosticar e dominar os questionários que irá utilizar; b) levantamento, durante o qual o analista utiliza a técnica da entrevista por meio dos questionários e a observação, essa etapa merece total cuidado pois o analista deve escolher bem o entrevistado; c) análise, etapa na qual a mesma pessoa que colheu os dados analisa-os, não há uma regra estabelecida para o método de análise mais adequado portanto cabe ao analista utilizar o mais racional possível adequado ao seu diagnóstico; d) quadro geral da empresa, que se trata de uma tabela com todas as áreas e subáreas da empresa citadas e que deve ser preenchida pelo analista de acordo com os resultados da pesquisa, servindo para que os gestores tenham uma visão global da empresa e auxiliando-os a identificar áreas que precisem ser reformuladas ou reorganizadas; e, e) por último, deve ser feito um relatório final, contendo as conclusões do diagnóstico, bem como recomendações para a empresa. Em relação ao mesmo assunto, Coopers & Lybrand (1996) consideram quatro formas de se fazer diagnóstico, que são as entrevistas, os questionários, a observação e a análise de documentos, afirmando que “cabe ao consultor balancear essas formas e outras para atingir seu objetivo de construir o retrato mais apurado possível da organização”. Oliveira (1987) apresenta alguns roteiros para que o analista consiga extrair o máximo de informações necessárias a uma análise efetiva do ambiente interno e externo, dentro das necessidades da empresa; considerando todas as suas funções e as influências externas; para identificar os pontos fortes e fracos da empresa e as oportunidades e ameaças que estão no ambiente externo. Retomando-se as finalidades do diagnóstico organizacional, a complexidade aparente dos métodos de análise é justificada. Acrescentem-se ainda as vantagens que o diagnóstico oferece para a empresa, como a possibilidade de identificar os problemas mais importantes e determinar a prioridade de resolução deles; o fato de que a empresa fixa obstáculos a superar e os considera para estabelecer as etapas de implantação das medidas e de controle; ele causa um mínimo de transtornos às organizações; permite uma preparação psicológica às modificações necessárias; estimula a criatividade das pessoas na organização; propicia a aplicação de métodos novos de trabalho; desenvolve uma ação paralela entre a alta administração e a base operacional da empresa; analisa as causas que afastem a empresa de seus objetivos corretos; permite a comparação de diagnósticos realizados ao longo do tempo e aumenta a visão empresarial (PINA et al, 1980).
REFERÊNCIAS
COOPERS & LYBRAND.Remuneração estratégica: a nova vantagem competitiva. São
Paulo: Atlas, 1996, p.117-142. OLIVEIRA, Djalma Rebouças de. Planejamento Estratégico: conceito metodologia e práticas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987.
PINA et al. Manual para diagnóstico de administração de empresas. São Paulo: Atlas, 1980.