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Material para o Curso Módulo Básico dos Tribu- de culpa do devedor, responderá este pelo equiva-
nais. lente e mais perdas e danos.
Elaboração: Luciano L. Figueiredo. - Deterioração (Perda parcial) – Arts. 235 e 236
Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo
Advocacia e Consultoria. Graduado em Direito Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor
pela Universidade Salvador (UNIFACS). Especia- culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou
lista (Pós-Graduado) em Direito do Estado pela aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que
Universidade Federal da Bahia (UFBA). perdeu.
Mestre em Direito Privado pela Universidade Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor
Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito exigir o equivalente,
Civil. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com
Livros Jurídicos. Periscope: @lucianofigueiredo. direito a reclamar, em um ou em outro caso, indeni-
Instagram: @lucianolimafigueiredo. Periscope: zação das perdas e danos.
@lucianofigueiredo. Fan Page: Luciano Lima Fiquem atentos:
Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coi-
Direito Obrigacional sa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos
Tema IX quais poderá exigir aumento no preço; se o credor
não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
1. Conceito Parágrafo único. Os frutos percebidos são do deve-
Consiste em uma relação jurídica de crédito transi- dor, cabendo ao credor os pendentes.
tória entre o credor (sujeito ativo) e o devedor (sujei-
to passivo), tendo por objeto uma prestação (dar, Na hora da prova?
fazer ou não fazer),
devida pelo segundo ao primeiro e a qual é garanti- 1 – (Prova: FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) -
da pelo patrimônio. Analista Judiciário - Área Judiciária); Disciplina:
Direito Civil | Assuntos: Direito das Obrigações;
Débito x Responsabilidade?
Nas obrigações de dar coisa certa, deteriorada a
2. Classificação Básica das Obrigações. coisa sem culpa do devedor, o credor poderá:
O objeto das obrigações é a prestação, a qual pode a) exigir duas similares à que se deteriorou.
ser: b) exigir o equivalente, mais perdas e danos.
c) resolver a obrigação e exigir perdas e danos.
a) Positiva d) aceitar a coisa, abatendo de seu preço o valor
a. Dar que perdeu.
i.Coisa Certa e) aceitar a coisa e exigir perdas e danos
ii.Coisa Incerta
2.2 Obrigação de Dar Coisa Incerta.
b. Fazer
a) Negativa Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos,
a. Não-Fazer pelo gênero e pela quantidade.
2.1 Obrigação de Dar Coisa Certa.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se
acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário não resultar do título da obrigação; mas
o contrário resultar do Título ou das circunstâncias não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a
do caso. prestar a melhor.
O que acontece se houver a perda da coisa na obri-
gação de dar coisa certa? Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o
disposto na secção antecedente.
- Perecimento (Perda Total) – Art. 234 O que acontece na hipótese de perda do objeto?
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor
se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que
ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a por força maior ou caso fortuito.
obrigação para ambas as partes; se a perda resultar
3.3 Obrigação de Fazer.
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ANALISTA DE TRIBUNAIS DO TRABALHO - 2016
Direito Civil – Aulas 05 e 06
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Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obriga- Art. 388. A remissão concedida a um dos co-
ção que se resolver em perdas e danos. devedores extingue a dívida na parte a ele corres-
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver pondente; de modo que,
culpa de todos os devedores, responderão todos ainda reservando o credor a solidariedade contra os
por partes iguais. outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedu-
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os ção da parte remitida.
outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e
danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidarie-
2 – (FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista dade.
Judiciário - Área Judiciária) - Execução de Man- 5. Teoria Geral do Pagamento.
dados / Direito Civil / Direito das Obrigações.
O que é pagamento?
Uma obrigação indivisível resolveu-se em per- 5.1. Requisitos ou Condições do Pagamento.
das e danos por culpa de um dos três devedo-
res. Nesse caso, a) Subjetivos:
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Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva Art. 356: O credor pode consentir a receber presta-
dos juros, estes presumem-se pagos. ção diversa da que lhe é devida.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a pre- Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em
sunção do pagamento. pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os
operada se o credor provar, em sessenta dias, a direitos de terceiros.
falta do pagamento. 6.3 Novação.
d) Lugar do pagamento. Art. 360. Dá-se a novação:
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do I - quando o devedor contrai com o credor nova
devedor, salvo se as partes convencionarem diver- dívida para extinguir e substituir a anterior;
samente, ou se o contrário resultar da lei, da natu- II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando
reza da obrigação ou das circunstâncias. este quite com o credor;
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, III - quando, em virtude de obrigação nova, outro
cabe ao credor escolher entre eles. credor é substituído ao antigo, ficando o devedor
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de quite com este.
um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far- Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou
se-á no lugar onde situado o bem. tácito, mas inequívoco, a segunda obrigação con-
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não firma simplesmente a primeira.
efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem
devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o cre- o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o
dor. primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substitui-
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em ou- ção.
tro local faz presumir renúncia do credor relativa- Art. 364. A novação extingue os acessórios e garan-
mente ao previsto no contrato. tias da dívida, sempre que não houver estipulação
6. Formas Especiais de Pagamento. em contrário. Não aproveitará, contudo,
ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anti-
6.1 Pagamento por sub-rogação. crese, se os bens dados em garantia pertencerem a
terceiro que não foi parte na novação.
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito,
em favor:
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ainda que não registrado, aplica-se a necessidade Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláu-
interpelação prévia. sula penal, desde que, culposamente, deixe de
Na forma do art. 398 do CC e da súmula 54 do SU- cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
PERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, nas obrigações prove- Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é
nientes de ato ilícito, considera-se o devedor em necessário que o credor alegue prejuízo.
mora desde a data do ato ilícito. Eis o conteúdo da Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao
Súmula: “os juros moratórios fluem a partir do even- previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
to danoso, em caso de responsabilidade extracon- indenização suplementar se assim não foi conven-
tratual”. É da denominada mora presumida ou irre- cionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo
gular. da indenização, competindo ao credor provar o pre-
d) Purgação da Mora juízo excedente.
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para
Art. 401. Purga-se a mora: o caso de total inadimplemento da obrigação, esta
I - por parte do devedor, oferecendo este a presta- converter-se-á em alternativa a benefício do credor.
ção mais a importância dos prejuízos decorrentes Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula
do dia da oferta; penal não pode exceder o da obrigação principal.
II - por parte do credor, oferecendo-se este a rece- Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitati-
ber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da vamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido
mora até a mesma data. cumprida em parte, ou se o montante da penalidade
8. Arras. for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio.
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, Enunciado 355 do CJF vaticina que: “Não podem as
uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou partes renunciar à possibilidade de redução da
outro bem móvel, deverão as arras, em caso de cláusula penal se ocorrer qualquer das hipóteses
execução, ser restituídas ou computadas na presta- previstas no art. 413 do Código Civil, por se tratar
ção devida, se do mesmo gênero da principal. de preceito de ordem pública”.
E é na linha desta perspectiva cogente, que o
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o Enunciado 356 do mesmo CJF conclui que: “Nas
contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo- hipóteses previstas no artigo 413 do Código Civil, o
as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, juiz deverá reduzir a cláusula penal de ofício” por se
poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e tratar de ius cogente.
exigir sua devolução mais o equivalente, com atuali- 10. Transmissão das Obrigações.
zação monetária segundo índices oficiais regular-
mente estabelecidos, juros e honorários de advoga- 10.1 Cessão de Débito ou Assunção de Dívida.
do.
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação
suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as do devedor, com o consentimento expresso do cre-
arras como taxa mínima. Pode, também, a parte dor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se
inocente exigir a execução do contrato, com as per- aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o
das e danos, valendo as arras como o mínimo da credor o ignorava.
indenização.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de prazo ao credor para que consinta na assunção da
arrependimento para qualquer das partes, as arras dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
ou sinal terão função unicamente indenizatória. Nes- Requisitos da cessão de débito ou assunção de
te caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da dívida:
outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais
o equivalente. Em ambos os casos não haverá direi- I. Existência de uma obrigação válida
to a indenização suplementar. II. Anuência expressa do credor (pois muda a garan-
Súmula 412: No compromisso de compra e venda tia patrimonial da dívida)
com cláusula de arrependimento, a devolução do III. A substituição do devedor, mantendo-se a mes-
sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em do- ma a obrigação.
bro, por quem o recebeu, exclui indenização maior,
a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios Confunde-se com novação subjetiva passiva?
e os encargos do processo. Observações:
9. Cláusula Penal a) As garantias dadas pelo devedor primitivo só
permanecem se ele consentir (art. 300).
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Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor Como fica a responsabilidade civil do credor originá-
primitivo, consideram-se extintas, a partir da assun- rio?
ção da dívida, as garantias especiais por ele origina- Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente,
riamente dadas ao credor. ainda que não se responsabilize, fica responsável
b) O novo devedor pode opor as antigas defesas ao cessionário pela existência do crédito ao tempo
pessoais do devedor primitivo? Não! Pode apenas em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe
opor as exceções comuns (Art. 302 CC). cabe na cessão por título gratuito, se tiver procedido
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor de má-fé.
as exceções pessoais que competiam ao devedor Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente
primitivo. não responde pela solvência do devedor.
10.2 Cessão de crédito. Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário
pela solvência do devedor, não responde por mais
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a do que daquele respondeu, com os respectivos
isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, juros; mas tem de ressarci-lhe as despesas da ces-
ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva são e as que o cessionário houver feito com co-
da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de brança.
boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. Crédito penhorado pode ser cedido?
Onerosa ou Gratuita?
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode
A regra geral é que o crédito pode ser cedido. Po- mais ser transferido pelo credor que tiver conheci-
rém, há exceções: mento da penhora; mas o devedor que pagar, não
tendo notificação daquela, fica exonerado, subsis-
I. Natureza do crédito não permite – Ex: direito aos tindo somente em face do credor os direitos de ter-
alimentos ceiros
10.3 Cessão de Contrato ou Cessão de Posição
II. A lei proíbe – Ex: Art. 1749, III (aqui a lei proíbe a Contratual.
cessão do crédito). Existe no Brasil? Necessária?
Há divergência sobre a relevância de seu regramen-
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não to:
pode o tutor, sob pena de nulidade: a) Doutrina Unitária
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, b) Doutrina atomista
contra o menor. Requisitos da cessão e contrato:
III. Se o contrato vedar por cláusula expressa (pacto
non cedendo). I. Anuência da parte contrária.
II. A celebração de um negócio jurídico entre ceden-
Confunde-se com a novação subjetiva ativa? te e cessionário.
III. Integralidade da cessão (deve ser global).
O devedor tem que consentir?
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GABARITO
1. D
2. A
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