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CAPÍTULO

X ELETROMAGNETISMO

As usinas hidrelétricas aproveitam o desnível existente em um rio para que a água faça girar enormes
turbinas e, assim, “gerar” a energia elétrica - essencial ao nosso cotidiano. Essas usinas transformam a
energia mecânica do curso d’água em energia elétrica, conforme discutiremos neste capítulo.

AUTORES
Clóvis Souza Nascimento

Danilo Leal Raul

Emanuel Gabriel dos Santos

Fábio Silva Lopes


Sumário

Capa..........................................................................................................................................1

Sumário.....................................................................................................................................2

Um pouco de história. ..............................................................................................................3

Indução eletromagnética I. ......................................................................................................5

Fluxo magnético. .....................................................................................................................8

Indução eletromagnética.II ......................................................................................................9

Atividade experimental. .........................................................................................................10

Relatório. ................................................................................................................................11

Sentido da corrente. ...............................................................................................................12

Lei de Faraday-Neumann. ......................................................................................................12

Corrente de Foucault. .............................................................................................................13

Aplicações da indução eletromagnética. ................................................................................14

Exercícios. ...............................................................................................................................16

Referência bibliográfica ..........................................................................................................19

Paginas na internet.................................................................................................................19

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Um Pouco de História
livraria, Faraday assistiu a uma série de
quatro conferências do químico Humphry
Davy, na Royal Institution. Fez anotações
detalhadas dessas conferências e as enviou
para Davy pedindo um emprego em
qualquer função relacionada à Ciência. No
ano seguinte, aos 22 anos, Faraday tornou-
se auxiliar de laboratório de Humphry Davy.
Nos anos que se sucedem, Faraday
esteve voltado para os trabalhos que Davy
desenvolvia em seu laboratório, um dos
mais bem equipados da Inglaterra,
direcionados à área de Química. Nesse
período, através das viagens que fazia com
Davy, Faraday manteve contatos com
cientistas de diferentes áreas e pode, então,
A história da indução eletro- aprender a ver os problemas e questões do
magnética, descoberta por Michael Faraday momento por uma perspectiva científica. Foi
no século XIX, é um exemplo de trabalho trabalhando com Davy que Faraday adquiriu
que oferece aos estudantes uma concepção um enorme traquejo experimental.
realista do processo de desenvolvimento da Só a partir da divulgação dos
Ciência. A aplicação dessa ciência trabalhos de Christian Orsted sobre o
exemplifica uma ferramenta útil para o eletromagnetismo, em 1820, foi que
diálogo com o mundo e com a sua possível Faraday, paralelamente as suas funções no
transformação. Essa lei não foi descoberta laboratório já como substituto de Davy na
por acaso ou por um lampejo de idéias superintendência do órgão, começou a
surgidas da mente de um cientista brilhante, executar trabalhos independentes. Até 1830
mas, sim, fruto de muitos esforços, leituras e os principais trabalhos divulgados por
estudos aplicados. Faraday foram sobre Química e foi só em
Quando Faraday nasceu em 22 de 1831, já com a descoberta da indução
Setembro de 1791 em Newington Butts, eletromagnética, que ele iniciou um período,
Surrey, seus pais, James Faraday, que no qual, se envolveu cada vez mais com
trabalhava como ferreiro, e Margaret pesquisas físicas sem nunca abandonar, no
Hastwell já tinham dois filhos: Elizabeth e entanto, a Química.
Robert. Aos cinco anos, numa época em que Na primeira fase dos seus trabalhos
a Inglaterra sofria conseqüências da voltados para a física, Faraday se dedicou a
Revolução Francesa, a família mudou-se analisar os trabalhos científicos já
para Londres. produzidos nessa área e a reproduzir os
Foram tempos difíceis e Faraday não diversos experimentos já elaborados por
teve acesso a uma formação básica de outros cientistas, onde pode observar
qualidade. Somente aos 13 anos, traba- resultados estranhos que o levou a fazer
lhando como ajudante de encadernação em novas investigações. Na primeira expe-
uma livraria, Faraday teve contato com os riência, Faraday trabalhou a ideia, que hoje
livros. Foi dessa forma que ele melhorou a sabemos ser equivocada, de que um fio
sua formação, lendo com afinco e grande conduzindo corrente elétrica deveria atrair
interesse todos os livros que podia. Em ou repelir os pólos magnéticos de uma
1812, por intermédio de um cliente da

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agulha imantada. O ponto mais importante dois enrolamentos do lado B e ligou as suas
dessas investigações foi que, ao repetir os extremidades por um fio de cobre
experimentos, Faraday se convenceu de que, posicionando-o sobre uma agulha mag-
ao invés de sofrer atração ou repulsão, o nética Dessa forma, ao conectar o
pólo magnético da agulha tende a girar em enrolamento do lado A em uma bateria,
torno do fio condutor. A partir de então, esperava um o movimento da agulha sob o
Faraday realizou vários experimentos para fio do lado B indicando que a corrente
aprofundar o entendimento do fenômeno circulante no enrolamento A induziria uma
apresentado. No primeiro experimento ele corrente no lado B. O efeito foi observado,
produziu a rotação de um fio condutor ao porém, a agulha só indicava a passagem da
redor de um imã e no segundo, ele corrente no lado B no momento imediato
conseguiu fazer o pólo girar ao redor do fio. em que o lado A era conectado ou
Nos dois primeiros experimentos ele desconectado da bateria. Quando a
verificou que invertendo o sentido da corrente estava fluindo continuamente no
corrente elétrica o sentido de rotação era lado A nada ocorria no lado B. Faraday fez
invertido. novos experimentos com arranjos diferentes
Após um período se defendendo de sempre observando o mesmo resultado. Em
apropriação indevida das idéias de um desses momentos, Faraday percebeu
Wollaston sobre a rotação eletromagnética, que metais em movimento eram magnéticos
Faraday trabalhou em mais vinte e quatro embora não o fossem quando em repouso.
experimentos sobre rotação de fios ou imãs Essa percepção o motivou em suas
sobre seus próprios eixos. atividades e se refletiu nos próximos
Nas suas primeiras tentativas de experimentos. Em um deles, sem uso de
influenciar a intensidade de correntes nenhuma bateria, Faraday obteve corrente
elétricas através de imãs Faraday não elétrica induzida pela ação de um imã
obteve sucesso. Com esses resultados permanente que produzia uma rápida
negativos ele se sentiu desmotivado em variação magnética sobre o anel com as
prosseguir nas pesquisas naquele momento. bobinas de fio. Agora já sabedor que uma
Foi quando, em 1831, com o início de uma corrente elétrica poderia ser produzida sob a
nova fase de pesquisas sobre eletro- influência do efeito produzido por outra
magnetismo, Faraday encontrou o que corrente ou sob a variação brusca da ação
parecia ter buscado desde o final de 1825, a magnética, Faraday realizou em 17 de
indução eletromagnética. Outubro de 1831 o seu experimento mais
Nesse experimento, que o levou a conhecido: a indução de uma corrente pela
descoberta da indução eletromagnética, movimentação de uma barra magnética
Faraday construiu um anel de ferro, no qual, dentro de uma bobina. Com esse
várias espiras de fios foram enroladas ao experimento, o princípio que o movimento
redor de uma das metades do anel. Faraday de um imã gera uma corrente elétrica em
denominou esse lado de A. No outro lado do um condutor foi comprovado. O trabalho
anel, separados por um intervalo, os fios realizado por Faraday complementou a
foram enrolados em dois pedaços, descoberta do eletromagnetismo por Orsted
mantendo a direção das primeiras espiras. e ofereceu a base necessária para o
Este lado foi chamado de B. Faraday uniu os desenvolvimento de novas pesquisas.

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INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA I

É inegável a contribuição da corrente da passagem de uma corrente elétrica por


elétrica para o desenvolvimento tecnológico uma bobina submetida a um campo
que tanto contribui para o conforto do magnético, a indução eletromagnética
homem, seja nos momentos de corresponde ao surgimento de uma
entretenimento, ou no desempenho das corrente elétrica em um material condutor
suas atividades do dia a dia. Sabemos que quando este está submetido à ação de um
qualquer aparelho que apresenta um cabo fluxo magnético, cuja intensidade varia no
com um plug na sua extremidade, necessita tempo. É exatamente o entendimento desse
ser ligado a uma rede elétrica para seu conceito que deu origem ao
funcionamento. Mas, qual é o processo de desenvolvimento dos recursos tecnológicos
produção da energia elétrica que a torna que temos disponíveis nos dias de hoje
disponível em uma tomada e que permite o facilitando as nossas tarefas diárias.
funcionamento de um aparelho ao ser
Tudo começou no início do século
plugado a uma tomada elétrica?
XIX, quando o físico inglês Michael Faraday
Para entendermos esse processo percebeu que, em uma região do espaço, na
vamos abordar um tema do qual há um campo magnético variando no
eletromagnetismo que foi denominado por tempo, um campo elétrico é gerado. Se
indução eletromagnética. Opostamente ao nessa região for colocado um circuito
fenômeno que ocorre no motor, presente elétrico, uma corrente elétrica é nele
na maioria dos aparelhos que apresentam induzida devido a tensão elétrica induzida 
movimento de rotação de um eixo a partir (força eletromotriz).

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Mesmo não havendo circuito observada ao aproximarmos um imã de
elétrico, a lei de Faraday prevê a indução de uma bobina variando a velocidade de
um campo elétrico nessa região. A aproximação e verificando a variação da
expressão matemática, comprovada intensidade da corrente elétrica detectada
experimentalmente, que representa o por um galvanômetro ligado em série com a
conteúdo exposto anteriormente, é dada bobina.

B Para entendermos melhor o
por:    . O sinal negativo dessa
t fenômeno da indução eletromagnética,
expressão corresponde ao fato de que o observamos na figura abaixo que,
fluxo da variação temporal do campo dependendo da posição da bobina em
magnético criado pela corrente induzida se relação à direção das linhas do campo
opõe ao fluxo da variação temporal do magnético, o fluxo magnético varia através
campo magnético que a originou (Lei de da superfície.
Lenz). A comprovação experimental é

O fluxo magnético de um campo Temos a seguir o esquema de um


magnético através de uma espira de área A alternador, no qual, a bobina que está
é dado por   B.A. cos , onde α é o imersa em um campo magnético está
  acoplada a um eixo que gira ao ser acionado
ângulo entre o campo B e o vetor n ,
pelo motor. Nessa aplicação, devido a
normal à superfície da espira. Na figura A,
variação do fluxo que flui pela área da
como o ângulo α=0°, temos um fluxo
bobina como mostrado acima, temos o
magnético máximo. Na figura C, temos o surgimento de uma tensão cujo sentido se
ângulo α=90° e, portanto, um fluxo alterna a cada ciclo de rotação da bobina.
magnético nulo. A unidade de fluxo As escovas e os anéis onde a tensão
alternada é disponibilizada é denominado
magnético no SI é T .m 2 , que recebe o nome
por coletor.
de weber (Wb) em homenagem ao físico
alemão Wilhelm Weber (1804-1891).
Se, na figura acima, substituirmos o par de anéis por um anel dividido em dois
setores, podemos obter uma corrente contínua de intensidade variável - que é chamada
corrente pulsante. A figura abaixo ilustra o comutador e a respectiva forma de onda da
corrente obtida.

Em uma usina hidrelétrica, onde a consumidores residenciais a subestação


energia potencial de um grande volume de reduz a tensão para 127V e 220V.
água represada em uma enorme área é
Outro gerador de corrente elétrica
transformada em energia elétrica através de
que apresenta o mesmo princípio de
um processo que tem como princípio básico
funcionamento e, para nós, é muito mais
a aplicação da Lei de Faraday, quem se
palpável que o sistema gerador de uma
movimenta são os eletroímãs acoplados ao
usina hidrelétrica, é o dínamo de bicicleta.
eixo (rotor) da turbina que, posicionada
Assim como nas usinas hidrelétricas, o
bem abaixo do nível da água gira ao sofrer a
dínamo apresenta uma parte fixa,
ação da água direcionada para as suas pás.
constituída por enrolamentos, onde a
O movimento desse eletroímã faz com que
corrente vai ser gerada. Na parte móvel que
os enrolamentos presentes na parte fixa
é acoplada ao eixo da roda da bicicleta
(estator) fiquem imersos em um fluxo
encontra-se o elemento que cria o campo
magnético variável fazendo surgir uma
magnético. Esse elemento, que corresponde
tensão eficaz da ordem de 15000V que,
a um imã permanente, ao ser girado faz
para sua transmissão é elevada por uma
com que o fluxo magnético que passa pelas
subestação elevadora para tensões com
bobinas do estator varie induzindo uma
cerca de 300000 V eficazes. Ao longo da
tensão elétrica que, ligada ao circuito da
linha transmissora a tensão vai sendo
lâmpada da bicicleta, produz uma corrente
derivada para subestações abaixadoras que
mantendo a lâmpada acesa enquanto o
disponibiliza a tensão conforme as
ciclista tiver forças para acionar o pedal da
necessidades dos consumidores. Para
sua “magrela”.
FLUXO MAGNÉTICO

Fluxo magnético através de uma espira de área A imersa num campo magnético
uniforme de indução B é, por definição:

onde θ é o ângulo entre o vetor B e a normal n à espira. A unidade de fluxo no SI é o weber


(símbolo Wb). Se a espira estiver inclinada em relação ao vetor B (caso a), ela será
atravessada por um número de linhas de indução menor do que aquele que a atravessa
quando ela é perpendicular a B (caso b), sendo o fluxo conseqüentemente menor. Quando a
espira for paralela ao campo, não será atravessada por linhas de indução e o fluxo será nulo
(caso c).

Por isso, podemos interpretar o fluxo magnético Φ como sendo a grandeza que
mede o número de linhas de indução que atravessam a superfície da espira.
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA II

Toda vez que o fluxo magnético através de um circuito varia com o tempo, surge, no
circuito, uma f.e.m. induzida.

MANEIRAS DE SE VARIAR O FLUXO MAGNÉTICO

• Variando B: basta aproximar ou afastar um ímã ou um solenóide de uma espira (I) ou


mantendo-se o solenóide fixo, varia-se a resistência do reostato e consequentemente varia
o campo magnético que ele gera (II).

• Variando o ângulo θ: basta girar a espira (III)

• Variando a área A: (IV) e (V)

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL

Geração de Energia Elétrica

Observe o material que está sobre a bancada: tubo de PVC, bobina, LED's, parafuso e imãs

Coloque o tubo na posição vertical. Pegue o prego com os imãs e solte-o no início do tubo, para que
caia por dentro dele, da maneira descrita no esquema abaixo:

Descreva o que acontece. Vire o tubo de cabeça para baixo e repita o procedimento. Descreva o que
acontece.

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RELATÓRIO

Geração de Energia Elétrica

1. O que acontece quando você solta o imã dentro do tubo?

2. Com base nos fenômenos eletromagnéticos estudados, explique por quê as lâmpadas
acendem.

3. As “lâmpadas” utilizadas são LED’s, dispositivos que permitem a passagem da corrente


elétrica apenas em um sentido, que pode ser identificado por um chanfro (peça ajuda ao
professor para a localização). Verifique como os LED’s estão ligados à bobina e explique
porque o LED que acende muda quando o tubo é invertido.

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SENTIDO DA CORRENTE INDUZIDA - LEI DE LENZ

A lei de Lenz permite determinar o ímã, um pólo norte. Esse pólo opõe-se à
sentido da corrente elétrica induzida: o aproximação do ímã e, portanto, à variação
sentido da corrente elétrica induzida é tal do fluxo magnético, que é a causa da fem
que, por seus efeitos, opõe-se à causa que induzida. Ao se afastar o ímã, a corrente
lhe deu origem. Na figura a, consideramos induzida origina, na face da espira voltada
como circuito induzido uma espira ligada a para o ímã, um pólo sul, que se opõe ao
um amperímetro de zero central. Enquanto afastamento do ímã (figura b). Na figura a,
o pólo norte do ímã se aproxima da espira, a em relação ao observador O, a corrente
corrente induzida tem um sentido tal que induzida tem sentido anti-horário e, na
origina, na face da espira voltada para o figura b, horário.

LEI DE FARADAY-NEUMANN

A lei de Faraday-Neumann permite num campo magnético uniforme de indução


determinar a fem induzida: a fem induzida B, a fem induzida é dada por:
média em uma espira é igual ao quociente
da variação do fluxo magnético pelo
intervalo de tempo em que ocorre, com
sinal trocado:

Para um condutor retilíneo


deslizando com velocidade v sobre um
condutor dobrado em forma de U e imerso

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CORRENTES DE FOUCAULT

Estudamos a indução variável. Sendo S a área dessa face, ela é


eletromagnética que se processa num
atravessada por um fluxo . Se o
condutor em forma de fio, colocado num
campo for variável, então o fluxo será
campo magnético, mas também existe
variável. Neste caso, o bloco de ferro
indução eletromagnética num bloco
sofrerá indução eletromagnética e
metálico sujeito a fluxo magnético variável.
aparecerão nele correntes elétricas
Suponhamos, por exemplo, que um bloco
induzidas circulares, situadas em planos
de ferro seja colocado com a face plana
ABCD perpendicular a um campo magnético perpendiculares à indução magnética ,
isto é, planos paralelos a ABCD.

Chamam-se corrente de Foucault a posição horizontal. Essa bobina produz um


essas correntes que aparecem por indução campo magnético perpendicular ao disco
em blocos metálicos. Pode-se demonstrar metálico. Os dois fios que saem pela direita
que a energia perdida num bloco metálico estão ligados ao disco e vão ter a um
por causa das correntes de Foucault é galvanômetro. Girando-se o disco, há
proporcional ao quadrado da espessura BC variação do fluxo magnético que o
do bloco. Para diminuir essa perda nós atravessa, pois suas partes entram e saem
laminamos o bloco, isto é, em vez de do campo à medida que ele gira. Então o
fazermos um bloco metálico maciço, galvanômetro acusa a passagem de uma
juntamos um grande número de lâminas corrente pelo disco.
finas, como indica a figura 1-b.

Para diminuir as perdas de energia


por correntes de Foucault, as partes de
ferro das máquinas elétricas são sempre
laminadas, e nunca são blocos maciços.
Assim são os núcleos de ferro dos
transformadores. A figura 2 é fotografia de
um aparelho simples para demonstrar a
existência das correntes de Foucault. Os
dois fios que entram pela esquerda
transportam corrente elétrica de um
acumulador para a bobina que se vê em

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APLICAÇÕES DA INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA

Microfone
O microfone de indução é constituído por
um imã permanente fixo, uma bobina
móvel envolvendo o imã e uma membrana
protegida por uma tela. A bobina que é
solidária a membrana vibra quando as
ondas sonoras que chegam ao microfone
faz a membrana vibrar. Assim, ao
movimentar-se no interior do campo
magnético gerado pelo imã fixo, tensão
elétrica é induzida na bobina móvel. Dessa
forma, temos a transformação dos sons
pelo microfone em variações de tensão
elétrica na bobina móvel.
Normalmente, essa tensão induzida é muito pequena e deve ser amplificada para
posterior uso.

Alto-Falante

O alto-falante ligado ao microfone converte


as variações de tensão elétrica em sons. Ele
é também constituído de um imã
permanente fixo e de uma bobina móvel
que envolve o imã. A bobina está ligada a
um cone de papelão. Quando a corrente
elétrica proveniente do microfone
atravessa a bobina ela fica sob a ação do
campo magnético originado pelo imã fixo.
Assim, forças magnéticas agem sobre a
bobina movimentando-a. O movimento da
bobina implica na vibração do cone. O ar
junto ao cone também vibra reproduzindo o
som captado pelo microfone.

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Cartões Magnéticos

Os cartões magnéticos possuem uma tarja


magnética em um dos seus lados constituída
por minúsculas partículas magnetizáveis
distribuídas numa sequência de regiões
magnetizadas e não magnetizadas. Essa
sequência constitui um código binário que
fornece todas as informações pessoais do
portador do cartão. O leitor desse cartão é
constituído de uma bobina enrolada num
núcleo de ferro. Quando o cartão é inserido
pelo usuário em um terminal de um caixa
eletrônico, uma corrente elétrica variável é
induzida na bobina. Esses sinais elétricos são
recebidos por um computador que
decodifica as informações existentes no
cartão.

Detectores de Metais

O detector de metais é um aparelho que verifica se uma pessoa transporta objetos


de metal, junto ao corpo ou na bagagem. Costuma ser utilizado em aeroportos, bancos e
outras instituições, como medida de segurança, para evitar a entrada de armas. Para
encontrar objetos metálicos submersos ou enterrados também se empregam detetores de
metais. Em indústrias de processamento de alimentos, em moinhos na produção de carvão,
nas fábricas de celulose, esses detetores são utilizados para remover fragmentos metálicos.
O princípio de funcionamento de um detetor, qualquer que seja o seu tipo, baseia-se na
indução eletromagnética. O aparelho consta de uma bobina que, ao ser percorrida por
corrente elétrica, gera um campo magnético no seu núcleo de ferro. Quando um objeto
metálico se aproxima, a variação do fluxo magnético induz correntes de Foucault nesse
objeto. Sendo variáveis, essas correntes produzem campos magnéticos variáveis que
induzem novas correntes na bobina, modificando a intensidade da corrente original. A
variação da intensidade de corrente é detectada por um amperímetro que aciona um
alarme sonoro e um sinal luminoso, indicando a presença do objeto.

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EXERCÍCIOS

1. (GREF) Se deslocarmos um ímã permanente por Faraday em 1831 e resultou na


na direção de um solenóide, como indica a formulação da lei da indução
figura (a), o ponteiro de um galvanômetro eletromagnética. Em seus trabalhos
ligado ao circuito se moverá no sentido experimentais, Faraday utilizou ímãs,
indicado. pedaços de fio e bobinas. A demonstração e
o entendimento desse fenômeno possibi-
litou a construção dos primeiros dínamos e
também o desenvolvimento de inúmeros
aparelhos elétricos e eletrônicos até os dias
de hoje. A figura abaixo ilustra uma
montagem que permite estudar o
fenômeno da indução eletromagnética.
a) Como se explica o movimento do ponteiro do Nela, uma haste metálica h de 40 cm de
galvanômetro associado ao solenóide? comprimento desliza sem atrito, com
velocidade constante de 2,5 m/s, sobre dois
b) Indique, nas situações das figuras (b), (c) e trilhos condutores. A extremidade esquerda
(d), o que acontece com o ponteiro do de cada um desses trilhos está ligada a um
galvanômetro e o sentido da corrente no fio do resistor R com resistência 4 mΩ. Considere
solenóide. que a haste e os trilhos têm resistência
elétrica desprezível, e que o campo
2. (GREF) Quando empurramos um ímã na magnético B tem módulo 1,5 mT. Calcule o
direção de uma espira (figura a), o agente que módulo da diferença de potencial aplicada
causa o movimento do ímã sofrerá sempre a aos terminais do resistor R devido à indução
ação de uma força resistente, o que o obrigará à de força eletromotriz no circuito.
realização de um trabalho a fim de conseguir
efetuar o movimento desejado.

a) Explique o aparecimento dessa força


resistente. 4. Um condutor AB de resistência elétrica
0,50 Ω pode deslizar livremente sobre um
b) Se cortarmos a espira como mostra a figura
fio condutor ideal dobrado em U e imerso
(b), será necessário realizar trabalho para
num campo magnético uniforme de indução
movimentar o ímã?
B, perpendicular ao plano do circuito,
3. (UFPR) Desde que Orsted descobriu que conforme a figura. B tem intensidade 0,20 T.
uma corrente elétrica era capaz de produzir Um agente externo puxa AB com velocidade
um campo magnético, surgiu entre os constante v, induzindo uma corrente
cientistas o interesse em demonstrar se elétrica de 2,0 A. Determine:
poderia ocorrer o efeito inverso, ou seja, se
um campo magnético seria capaz de
produzir corrente elétrica. Um estudo
sistemático desse problema foi realizado

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a) o sentido da corrente elétrica induzida; 7. (UFV-MG) Com uma bobina, fios
b) o módulo da velocidade v. condutores, uma lâmpada e um ímã, é
possível elaborar uma montagem para
acender a lâmpada. Pede-se:

a) traçar o esquema da montagem;


b) explicar seu princípio de funcionamento.

5. (Inatel-MG) Quando o fio móvel da figura


abaixo é deslocado para a direita, aparece
no circuito uma corrente induzida i no
sentido mostrado. O campo magnético
existente na região A:
a) aponta para dentro do papel.
b) aponta para fora do papel.
8. (UFG-GO) Um ímã permanente realiza um
c) aponta para a esquerda.
movimento periódico para frente e para
d) aponta para a direita.
trás, ao longo do eixo de um solenóide,
e) é nulo.
como mostra a figura abaixo.

Esse movimento produz:


a) uma corrente induzida no fio que tem
sentido anti-horário para um observador no
ímã.
b) um fluxo estacionário de campo
magnético através das espiras.
c) uma corrente contínua no fio que causa
6. (UFV-MG) A figura abaixo ilustra uma dissipação de energia por efeito Joule.
espira retangular, de lados a e b, área A e d) uma repulsão entre o solenóide e o ímã,
resistência elétrica R, movendo-se no plano quando eles se aproximam, e atração,
desta página. Após atingir a interface com a quando eles se afastam.
região II, a espira passará a mover-se nessa e) uma força eletromotriz que independe da
nova região, agora sujeita a um campo freqüência de oscilação do ímã.
magnético B, uniforme e perpendicular ao
plano da página. A velocidade V da espira é 9. (Unifesp) O biomagnetismo é um campo
mantida constante ao longo de toda a sua de pesquisa que trata da medição dos
trajetória. campos magnéticos gerados por seres vivos,
com o objetivo de obter informações que
ajudem a entender sistemas biofísicos, a
realizar diagnósticos clínicos e a criar novas
terapias, com grandes possibilidades de
aplicação em Medicina. Os campos
magnéticos gerados pelos órgãos do corpo
humano são muito tênues — da ordem de
10-15 a 10-9 tesla — e, para a sua medição,

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necessitam-se de equipamentos capazes de e) anulam-se, não interferindo na medição
detectá-los de forma seletiva, devido à de outros campos.
interferência de outros campos magnéticos,
inclusive o terrestre, milhares de vezes mais
intenso. A figura mostra duas espiras 10. (UFRGS-RS) A figura abaixo representa
paralelas e de mesmo raio, que compõem uma espira condutora quadrada,
um gradiômetro magnético, dispositivo inicialmente em repouso no plano da
capaz de detectar seletivamente campos página. Na mesma região, existe um campo
magnéticos, e um ímã em forma de barra, magnético uniforme, de intensidade B,
que se move perpendicularmente aos perpendicular ao plano da página.
planos das espiras, afastando-se delas,
numa direção que passa pelo centro das
espiras.

Considere as seguintes situações.


I. A espira se mantém em repouso e a
intensidade do campo magnético varia no
tempo.
II. A espira se mantém em repouso e a
intensidade do campo magnético
Segundo a lei de Lenz, pode-se afirmar que permanece constante no tempo.
as correntes elétricas induzidas em cada III. A espira passa a girar em torno do eixo
espira, no instante mostrado na figura: OO’ e a intensidade do campo magnético
permanece constante no tempo.
a) somam-se, resultando em corrente Em quais dessas situações ocorre indução
elétrica de 1 para 2. de corrente elétrica na espira?
b) somam-se, resultando em corrente
elétrica de 2 para 1. a) apenas em I
c) subtraem-se, resultando em corrente b) apenas em II
elétrica de 1 para 2. c) apenas em III
d) subtraem-se, resultando em corrente d) apenas em I e III
elétrica de 2 para 1. e) em I, II e III

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Ramalho, Nicolau, Toledo; Fundamentos da Física, Volume 3, Nona Edição, Editora


Moderna; Eletricidade, Introdução à Física Moderna e Análise Dimensional.
2. Halliday, D,; Resnick, R. Física 3. Ed. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos.
3. GREF, EDUSP Física 3 eletromagnetismo GREF, EDUSP
4. SAAD, F. D. Explorando fenômenos da eletricidade e do eletromagnetismo. Curso de
capacitação de professores 2011.

PÁGINAS NA INTERNET

http://www.stevespanglerscience.com/

http://www.arvindguptatoys.com/toys.html

http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/

http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/inducao/

http://fap.if.usp.br/~lumini/f_bativ/f1exper/magnet/induc_re.htm

http://ifuspescola.blogspot.com/search?updated-min=2011-01-01T00%3A00%3A00-
08%3A00&updated-max=2012-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=5

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