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Descobertas recentes feitas onde era o antigo Oriente Próximo fizeram ressurgir o
interesse nos estudos do Antigo Testamento. Tanto eruditos profissionais quanto
leigos interessados têm ficado intrigados com descobrimentos como os Manuscritos
do Mar Morto em cavernas emboloradas, perto da comunidade Qumran. Esta é
apenas uma, dentre as muitas novas descobertas, que têm ajudado a desvendar o
registro bíblico. Você irá notar, nos atuais trabalhos escritos sobre o Antigo
Testamento, que eles podem ser radicalmente diferentes, dependendo do método
que o autor adota.
Há uma razão para esta diferença. A forma como nos aproximamos do Antigo
Testamento será determinada pelas pressuposições teológicas que trazemos para a
Palavra de Deus. Se eu aceitar a tese de que o Antigo Testamento é uma mera e
falível testemunha da revelação, isso irá alterar meu modo de considerar o conteúdo
dos livros individuais. Mas se eu abordar o Antigo Testamento como registro infalível
em que Deus revela-Se a Si mesmo ao homem, meu desenvolvimento será
diferente.
Obviamente, a abordagem que buscaremos aplicar neste curso será a última. Não
precisamos nos justificar, porque esta foi a atitude que Cristo e os apóstolos tiveram
em relação ao Antigo Testamento. Eles criam que o Antigo Testamento era um
registro inerrante da verdade divina, como mostram claramente as passagens de
Mateus 1:22.23; 5:17-18; Marcos 12:36 e Atos 1:16.
Todo nós já vimos um cristão novo ansioso para estudar a Palavra sozinho. Mesmo
não conhecendo os livros da Bíblia, lança-se com entusiasmo ao estudo e espera
que grandes verdades espirituais sejam automaticamente reveladas a ele. Se por
acaso escolher o Antigo Testamento como ponto de partida, é provável que ele logo
desista. Sua infrutífera tentativa se agrava quando tenta pôr em ordem os
numerosos detalhes que o confrontam. Ele lê sobre eventos que não consegue
entender, sobre reis que não pode conceber e sobre poderes estranhos que
aumentam ainda mais a sua confusão. O problema é bastante comum. Ele mergulha
em um mar de pormenores e não consegue ver o plano geral, nem do Antigo
Testamento como um todo, nem dos livros, individualmente.
Talvez pareça estranho falar sobre a mensagem da Bíblia, isto é, sobre uma ideia
singular abrangente ou conjunto de ideias que conectem os variados livros contidos
em suas páginas. Como juntar o vasto número de verdades contidas nesta coleção
de 66 livros escritos num período de aproximadamente 1500 anos, por mais de 40
autores, em três idiomas diferentes?
A criação
Vemos, iniciando em Gênesis 1:1, que Deus criou os céus e a terra, e que tal ato
criativo foi bom. Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, sem pecado, e
tinham um relacionamento perfeito com o Criador e a criação, buscando apenas
agradar a Deus. Em toda a Bíblia, somos lembrados sobre as boas intenções de
Deus para a Sua criação e sobre como os Seus propósitos deveriam influenciar a
forma como nos vemos, pensamos e vivemos. Infelizmente, conhecemos um mundo
muito diferente hoje, repleto de dor, angústia, sofrimento e pecado. Às vezes, então,
fica difícil entendermos que as coisas nem sempre foram assim e nem sempre
permanecerão assim. Ao estudarmos o Antigo Testamento, devemos lembrar que a
obra de Deus na criação não está limitada simplesmente às primeiras páginas de
Gênesis, mas é citada em toda a Bíblia. No Antigo Testamento todo, somos
lembrados sobre o propósito criativo de Deus, sobre o que a criação revela a
respeito do caráter e do plano de Deus e sobre o que significa ser criado à Sua
imagem. Este início prepara o cenário para todas as outras coisas que Ele revelou a
nós em Sua Palavra.
A queda
Redenção
Começando com Gênesis 3:15, descobrimos a obra redentora de Deus por meio da
qual Ele provê o modo de restaurar um relacionamento adequado consigo mesmo.
Ao prosseguirmos por todos os livros do Antigo Testamento, encontramos um único
Deus verdadeiro que nos ama e que está ativo na história, atraindo-nos de volta a Si
mesmo. Como veremos, somente Deus é capaz de redimir a humanidade de seu
pecado. Todo o Antigo Testamento aponta para um tempo futuro na história
humana, em que Deus mesmo faz expiação por nossos pecados e desfaz os efeitos
difusos do pecado sobre o nosso mundo.
Nestes quatro temas grandes da obra redentora de Deus (criação, queda, redenção,
consumação), reconhecemos a história da humanidade, bem como as nossas
próprias histórias. Ao estudar o livro de Gênesis e cada uma das quatro partes deste
curso, encorajamos você a pensar sobre como esses importantes temas são
retratados no que você lê. Considere perguntas como:
Estes quatro temas fornecem um conjunto de lentes através das quais podemos
entender melhor a mensagem de Deus contida na Bíblia.
Livros históricos
Os livros históricos podem ser ainda mais decompostos. Os cinco primeiros livros do
Antigo Testamento são chamados Pentateuco ou Lei. O mesmo autor humano,
Moisés, escreveu todos eles. Os doze livros restantes não têm título específico, mas
podem ser divididos entre aqueles que descrevem eventos antes do cativeiro
babilônico (pré-exílio) e aqueles que traçam a história após o cativeiro (pós-exílio).
Livros poéticos
Livros proféticos
Por volta de 2000 a.C., Deus falou a Abraão, e ele deixou o seu lar em Ur e entrou
em Canaã. O livro de Gênesis registra a vida dos patriarcas nessa terra. No final de
Gênesis, a potência mundial do Egito emerge ao mesmo tempo em que a mão
providencial de Deus conduz a família de Jacó para lá, onde são preservados e
protegidos por quatrocentos anos. Deus usou esse período para consolidar e
aumentar essa pequena família até se tornar uma nação e para prepará-la para o
Êxodo.
O Cativeiro terminou em 536 a.C., quando Ciro, rei da Pérsia, permitiu que os judeus
voltassem à sua própria terra. Neste período, frequentemente chamado de
Restauração, os judeus (sob liderança de homens como Esdras) reconstruíram o
templo e os muros da cidade. Esta fase encerrou o Antigo Testamento, em
aproximadamente 400 a.C.
Nosso desejo é que, após estudarmos as lições deste curso, tenhamos total
conhecimento do conteúdo de cada livro, individualmente. Deveremos também
ser capazes de localizá-los corretamente na estrutura histórica. Contudo, temos
de ter mais do que isso como foco. Nossa oração deve ser que, por meio do
estudo das verdades da Bíblia, sejamos transformados. Primeira aos Coríntios
10:11 e Romanos 15:4 nos fazem recordar que o Antigo Testamento foi escrito
para nossa advertência e aprendizado. Sua finalidade é nos conceder paciência,
consolo e esperança. Precisamos lembrar que este é mais do que um livro de
história antiga. Trata-se de verdade que transforma vidas.
Capítulo 2: Gênesis
A criação
A queda
A redenção
A consumação da redenção
O Pentateuco representa o conjunto básico de livros com base nos quais o restante
das Escrituras é escrito. Como podemos esperar, estes livros de Moisés nos
ensinam muitas coisas sobre Deus, sobre o plano de Deus e sobre o mundo em que
vivemos. Somos confrontados pelo maravilhoso poder e grandeza de nosso Criador,
juntamente com Seu íntimo envolvimento na história humana. Embora pudéssemos
ter escolhido estudar vários desses importantes temas ao lermos o Pentateuco,
escolhemos limitar nosso foco a um tema abrangente, a saber, o tema
das alianças feitas por Deus com o Seu povo.
Além disso, descobrimos na aliança mosaica, isto é, a aliança feita no Monte Sinai
entre Deus e a nação de Israel, que as promessas de bênçãos e maldições de Deus
dependiam da decisão da nação de obedecer ou de desobedecer aos mandamentos
de Deus. Mantenha estes pensamentos em mente ao ler cada livro do Pentateuco.
Use as seguintes perguntas como guia enquanto faz as leituras da lição sobre
Gênesis. Não precisa entregar como tarefa.
Os versículos seguintes mostram como Deus tomou a terra, assim como estava, em
seu estado informe, e a transformou em um planeta habitável. Os primeiros três dias
são, sob muitos aspectos, paralelos aos três dias seguintes. Os primeiros três são
dias de formação e separação. Os três dias seguintes mostram como a terra foi
habitada.
O homem é posto no Jardim com uma proibição: ele não deveria comer da árvore do
conhecimento do bem e do mal. Deus cria, então, uma auxiliadora idônea para ele
(2:18). A palavra idônea embute a ideia de comparável, complemento,
preenchimento daquilo que está faltando no outro cônjuge. Os versículos finais do
capítulo 2 revelam vários conceitos a respeito do relacionamento de casamento.
1. O homem é incompleto sem a mulher; ela supre o que falta nele. Ela
é o seu complemento, assim como o encaixe de duas peças de um
quebra cabeça.
A teoria do intervalo
O significado da palavra espécie
A queda
Os capítulos 3 e 4 de Gênesis exercem uma relação de causa e efeito um para
com o outro. O capítulo 3 mostra o processo pelo qual o pecado surgiu na raça
humana. O capítulo 4 mostra as terríveis implicações do ato.
Noé e sua família são convidados a entrar na arca e a porta se fecha. Daí
vem a chuva, brotando tanto da atmosfera acima, quanto das "fontes do
grande abismo" (7:11). As "fontes" se referem aos bolsões subterrâneos de
água que subiram à superfície.
No capítulo 8, as águas começam a baixar. Deus usa um vento para secar
uma boa parte da água e fazê-la retornar à atmosfera (8:2). Sem dúvida,
também ocorreram grandes mudanças topográficas na superfície da terra.
Uma enorme quantidade daquela água foi represada, formando o que hoje
seriam os oceanos do planeta. Mais de um ano ainda passaria até que Noé
pudesse se arriscar a sair da arca e construir um altar (8:20-22).
Gênesis 6:2-5 diz que um dos principais fatores que levaram à maldade
antes do dilúvio foi o casamento entre os "filhos de Deus" e as "filhas dos
homens". A identidade dos "filhos de Deus" tem sido motivo de controvérsia.
Muitos acham que eles eram criaturas angelicais que coabitaram com
humanos para produzir uma raça híbrida de "gigantes" (6:4). Há apoio para
tal hipótese na frase "filhos de Deus", que é usada com referência a anjos
em passagens como Jó 2:1 e 38:7. As passagens do Novo Testamento
como 1 Pedro:18-22 e Judas 6-7 também parecem indicar que anjos
decaídos tiveram sua participação na maldade dos dias de Noé. [5] A
palavra gigantes (ERA), ou, literalmente, "decaídos" em 6:4 também é
usada em apoio à visão de uma raça super-humana.
A extensão do dilúvio
Vários fatores indicariam que o dilúvio foi universal e cobriu a terra toda.
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2. Gráfico do dilúvio
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4. A torre de Babel
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6. A história da Torre de Babel tem seu prefácio no capítulo 10, com a origem
das nações, que é um registro dos descendentes dos três filhos de Noé: Sem,
Cam e Jafé. Estas três ramificações formam as três divisões básicas das
quais o restante da humanidade descenderia.
8. Conclusão (1-11)
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A maior crise da vida de Abraão acontece quando Deus manda que ele
ofereça seu único filho em sacrifício. É importante notar que Deus o
prepara para este enorme desafio à fé por meio de provações menores
que o precedem. A fé de Abraão amadurece enquanto Deus lida com
ele progressivamente.
Abraão creu que Deus levantaria seu filho dos mortos se fosse
necessário, a fim de não comprometer as promessas (Hebreus 11:17-
19). Isso constitui o desafio culminante para a fé de Abraão. O fato de
ele estar disposto a abrir mão do que mais prezava demonstra que sua
fé havia atingido a maturidade. Entretanto, Deus intervém e provê um
animal para o sacrifício.
Isaque
Isaque (25-26)
Isaque e Cristo
Isaque foi arrebatado das garras da morte. Ele foi recobrado dos
mortos "figuradamente" (Hebreus 11:19). O paralelo com a
Ressurreição é óbvio.
Jacó
Jacó (27-36)
A vida de Jacó se passa em torno de sua fuga de Esaú, de suas
experiências subsequentes no lar de Labão e de seu retorno final à Terra da
Promessa.
Em casa (27)
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É neste cenário que o anjo de Deus luta com Jacó. Tal confronto físico
é uma figura das batalhas espirituais pelas quais Jacó estava passando.
O anjo o abençoa somente depois que Jacó admite ser quem é. Ele
reconhece que é Jacó, o enganador, e daí seu nome é mudado para
"Israel". O anjo também desloca a coxa de Jacó antes de abençoá-lo. O
incidente revela dois pré-requisitos espirituais para recebermos o poder
e a bênção de Deus em nossas vidas. Primeiro, devemos reconhecer
qual é o nosso verdadeiro caráter. Segundo, temos que estar dispostos
a ser quebrantados espiritualmente como Jacó foi fisicamente.
De volta à casa (33-36)
José
José (37-50)
A narrativa da vida de José é inserida neste ponto, embora a linhagem do
Messias não o inclua. A vida de José é especialmente enfatizada porque
explica como Deus usou a maldade dos homens para preservar toda a
nação de Israel. Se José não tivesse descido ao Egito, a nação inteira teria
corrido sério perigo. A influência canaanita sobre os israelitas estava se
tornando mais forte com o tempo e Deus precisava colocá-los numa
situação onde eles pudessem preservar sua identidade nacional. O Egito
era o local adequado. A vida de José pode, assim como a de Jacó, ser
resumida em três períodos.
O favoritismo de Jacó por seu filho José fica óbvio quando lemos o
capítulo 37. A "túnica talar de mangas compridas" (37:3) era a
vestimenta que o distinguia como líder entre seus irmãos. [10] Isto,
juntamente com os sonhos proféticos de José, o fez ser desprezado aos
olhos de seus irmãos. Sua venda como escravo é um incidente bem
conhecido.
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