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Cadernos PDE
II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDATICO- PEDAGÓGICA
CULTURAS E RELIGIÕES:
O ENSINO DE HISTÓRIA POR MEIO DOS MITOS.
MARINGÁ
2014
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CULTURAS E RELIGIÕES:
O ENSINO DE HISTÓRIA POR MEIO DOS MITOS.
MARINGÁ
2014
1. APRESENTAÇÃO
Podemos perceber que os mitos não são apenas narrativas miraculosas que
aguçam a imaginação humana, eles possuem alguns requisitos necessários para
serem mitos e não apenas fruto imaginário de um ser humano em determinado
momento e um desses requisitos é sua durabilidade. Como podemos perceber nos
mitos de criação que existem a milhares de anos e ainda hoje alguns deles são
vistos como verdades absolutas. É interessante observarmos que para Eliade (2001)
os mitos são exemplos dos quais os homens religiosos seguem e quanto mais
religiosos mais conhecem e utilizam os mitos no seu cotidiano.
Campbell (1988) relata que os mitos devem ser interpretados como
metáforas, pois se os mesmos forem interpretados literalmente podem destruir vidas
e até mesmo causar mortes. Mas, ao mesmo tempo Campbell defende a
necessidade de se fazer rituais míticos que a falta da utilização de determinados
mitos também são responsáveis por algumas sequelas existentes na sociedade
podendo citar como exemplo a imaturidade masculina, pois devido a falta de um rito
de passagem de uma fase para a outra o mesmo passa a ter a idade cronológica
porém com a mesma imaturidade anterior.
Partindo dos aspectos acima descritos podemos perceber que é importante
estudar os mitos não porque os mesmos são narrativas sedutoras ou hagiologias
incontestáveis, mas, são narrativas complexas que tem como objetivo explicar a
origem das coisas e até mesmo o inexplicável (a origem do universo, do ser
humano, das doenças, classes sociais, morte). Fazer o indivíduo sentir-se integrante
de determinada sociedade e organizar as mesmas de modo que os pontos de vistas
sejam semelhantes para controlá-la. Podemos observar que em todos os
continentes e em todas as culturas existem mitos, porém o homem arcaico tornava-
se mais vinculados ao mito do que o homem da atualidade, isso ocorre devido aos
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ATIVIDADES
ATIVIDADES
1- Aula expositiva sobre teoria criacionista e evolucionista;
2- Aula expositiva sobre os diversos tipos de famílias existentes na atualidade dando
ênfase a família patriarcal do passado e os casamentos arranjados e a liberdade de
escolher que a mulher possui na atualidade.
3-Assistir o vídeo Roberto Carlos: Esse cara sou eu charge. Com
https://www.youtube.com/watch?v=uZjmI4zVJeA
4-Assistir o vídeo História das mulheres
https://www.youtube.com/watch?v=_PJ0zyTF414
5- Assistir o desenho animado: Peter Pan e os Piratas O espirito Smee
https://www.youtube.com/watch?v=J87TXNe-3xo
Acesso: dia 07/11/2014 às 21 hs e 18 min
5- Assistir o filme: Alice no País das Maravilhas (2010) Completo HD
https://www.youtube.com/watch?v=JQb38iR_8jM
6-Em pequenos grupos os alunos deverão discutir sobre o que ouviram e assistiram
e produzir um texto coletivo;
7- Sugestão de livro: Alice no País das Maravilhas e Peter Pan
8- Sugestão de livro para o professor: A psicanálise na Terra do Nunca
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Não é possível discutirmos a relação entre mito, história e religião sem antes
fazermos algumas considerações sobre a forma como o mito foi pensado
historicamente. Desde o período paleolítico o homem já possuía suas crenças, mito
e história, pois sabemos que a pintura rupestre que realizavam não era considerada
uma obra de arte, pois os mesmos nem tinha tal conceito, mas sim a crença no mito
que se eles fizessem a representação de um animal sendo capturado, na parede da
caverna, a caça se tornaria mais fácil no dia seguinte. No entanto, quando ele
deixava de ser nômade e torna-se sedentário, no período neolítico, ocorrendo,
portanto a transformação histórica, os mitos continuaram existindo e sempre
relacionados a crença e história humana, mas no neolítico, não são as pinturas nas
cavernas ou o mito dos senhor da feras. Segundo Eliade, no período paleolítico:
Como podemos perceber nos exemplos acima durante muito tempo história,
mito e religião estavam juntos. Na atualidade procura-se fazer a separação entre
ambos, mas isto não é tarefa fácil, vamos utilizar o tempo para compreendermos tal
separação. Os mitos são atemporais, ou seja, aconteceram em determinado período
em que ninguém sabe definir quando e onde foi, porém em um determinado tempo e
local o mesmos aconteceram. O tempo histórico possui data e local onde os fatos
aconteceram. Já em questões religiosas o tempo ocorre de acordo com as
hierofanias, o tempo pode por fim ou inicio a um ciclo sagrado por meio de um ritual
mítico. Segundo Eliade:
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separando da outra. A história é vista de modo geral por todos, pois cada período é
igual nas diversas localidades. Já as religiões e os mitos cada ortodoxia religiosa
possui os seus ficando explicito que as religiões arcaicas e paleorientais, ou seja, as
mais antigas acreditam num retorno cíclico do tempo, enquanto as religiões
monoteístas como o judaísmo, o islamismo e o cristianismo não considera a ideia de
um tempo cíclico, sendo essa ideia já ultrapassada pela História.
Atividades
Site: www.youtube.com/watch?v=7-imvjF3IjI
site: www.suapesquisa.com.religioesociais/religioes_brasil.htm
Na filosofia médica do povo iorubá da Nigéria, que foi trazido a terra pelo
deus Ifá, todas as pessoas têm em seu corpo os agentes causadores de
doenças. Esses agentes são diversos tipos de “vermes”, e um certo
numero de cada tipo fica normalmente alojados em “bolsas” localizadas em
diferentes partes do corpo. Dizem que sua presença é necessária para a
manutenção da saúde: a doença ocorre somente quando os “vermes” se
multiplicam excessivamente e explodem suas “bolsas”. Para evitar que isso
aconteça, é preciso manter moderação ao comer, beber e fazer sexo. No
outro lado da África, o povo mandari do sul do Sudão atribui as principais
causas das doenças à invasão do corpo da pessoa afetada por espíritos, ou
alguma bruxaria feita por um inimigo. A enfermidade causada por um
espírito do céu manifesta-se como dor na cabeça ou na parte superior do
corpo. A cura é um sacrifício ritual para se convencer os espíritos a se
retirarem. Idéias similares de enfermidades por invasão ou possessão por
espíritos ocorrem no xamanismo nas regiões árticas, na América do Norte e
em outros lugares. ( WILLIS, 2007, p. 23).
Outra versão desse mito é contada pelo povo hopi diz que o primeiro mundo
foi destruído pelas más ações humanas, por um incêndio voraz que veio do
alto e de baixo. O segundo mundo terminou quando o globo terrestre
tombou de seu eixo e tudo foi coberto por gelo. O terceiro mundo findou
num dilúvio universal. O mundo atual é o quarto; seu destino dependerá de
seus habitantes se comportarem ou não de acordo com os planos do
Criador. (Willis, 2007, p.26)
ATIVIDADES
1-Leia os mitos de origem e descreva quais são os elementos comuns entre eles.
2- Segundo o mito de origem dos incas, qual é o local sagrado citado no texto?
3-Como no mito inca é explicita a separação das classes sociais?
4-Cite uma localidade considerada sagrada em nosso Estado? Existe algum mito
sobre esse lugar? Qual? Você já foi a esse local? Se já foi como você descreve ele?
ATIVIDADES INVERSAS
5- Com as palavras abaixo elabore um caça-palavras, depois troque com um colega
para ele resolver seu caça-palavras e você resolver o dele:
nascido das partes do corpo de um ser humano que após um assassínio brotavam
algum tipo de planta. (ELIADE, 2010).
E os seres humanos como e em quais situações eram consideradas
sagrados? Existem várias situações nas quais os seres humanos são considerados
sagrados ou manipuladores do sagrado.
[...] Entre estes indianos, todos os que são olhados como feiticeiros têm
geralmente aparência exterior miserável e aspecto repugnante. Readle
afirma que no Congo todos os anões e todos os albinos se tornam
sacerdotes. Não podemos pôr em duvida que o respeito geralmente
inspirado por este gênero de homens tenha sua origem na ideia de que são
dotados de um poder misterioso. O ato de os xamãs, os feiticeiros e os
curandeiros serem frequentemente recrutados entre os
neuropatas...denotam uma escolha, aqueles que possuem não têm outro
caminho senão de se submeterem à divindade ou aos espíritos que assim
os distinguiram, tornando-se sacerdotes, xamãs ou feiticeiros...a vocação
religiosa aparece frequentemente por ocasião dos exercícios rituais a que,
de boa ou má vontade, se submete o candidato, ou de uma seleção
efetuada pelo feiticeiro. Mas trata-se sempre de uma escolha. (ELIADE,
2010, p.24).
Porém o mais comum, em geral, era os reis serem considerados com uma
manifestação do sagrado devido sua posição hierárquica conforme podemos
observar no relato de Eliade:
Por isso que geralmente, no livro bíblico é comum descreverem que quando
uma pessoa dirigia a palavra a um rei sem ser autorizada a mesma poderia até
mesmo ser morta. E essa crença não era de uma única localidade, mas de todos os
lugares onde existia o reinado. Além de todos os elementos citados como hierofania,
também existem os alimentos:
“Alguns alimentos a tal ponto são santos que mais vale nunca os comer, ou
comê-los apenas em pequenas quantidades”. É por isso que, em Marrocos
os visitantes dos santuários ou os participantes de uma festa comem
pouquíssimo dos frutos ou pratos que se lhe oferecem . (ELIADE, 2010, p
23).
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ATIVIDADES
1-Pesquisar o significado de “hierofania” e “profano”.
2-Fazer um quadro comparativo de alimentos considerados sagrados, profanos e
tanto sagrados quanto profanos.
3 - Desenhar objetos considerados sagrados de acordo com as religiões
4- Assistir: A história de Ester - Desenhos da Bíblia - Uma mensagem de fé,
esperança e amor.
http://www.youtube.com/watch?v=Imj1_KUBOIM
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ATIVIDADES
1
Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/aquecimento-global.htm. Acesso: 11/11/2014.
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Referências:
.
BARRIE. James Mattheus, 1860-1937. Peter Pan. Ilustração Tradução: Hildegard
Feist. 1988 Ilustração by Michael Foreman. Preparação: Denise Pegorim. 1937 by
Fundação Hospital Infantil de Great Ormond Street, Londres.
CAMBELL, Joseph. O poder do mito. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Pallas
Atenas, 1990.
ELIADE, M. História das crenças e das ideias religiosas, vol. I: da Idade da Pedra
aos mistérios de Elêusis. Trad. Roberto Cortes de Lacerda. Rio de Janeiro: Zahar,
2010.
WILLIS, Roy. Mitologias. Deuses, heróis e xamãs nas tradições e lendas de todo o
mundo. São Paulo: Publifolha, 2007.