Você está na página 1de 5

A sétima Escola do Pensamento Estratégico - a

Escola do Poder pertence ao grupo das Escolas

Configuracionais, definida como escolas

alicerçadas em processos de caráter conjuntural

decorrentes de interesses, coalizões e

negociações de forças ambientais internas e/ou

externas da organização.

Nesta escola, o poder é tido como decorrente da

hierarquia - o poder legitimado e do poder

derivado da credibilidade - o poder conquistado,

baseado em políticas que constituem o centro de

interesses na formação de estratégias como um

processo aberto de influência para a negociação

das estratégias favoráveis a esses interesses.

Conceitua-se política aqui, como sinônimo de

exploração do poder de maneira que não seja

puramente econômica, sendo entendida com a

manipulação hábil e consciente de forças

internas e externas à organização buscando os

interesses e os limites para a ação, como

também, o resultado natural e espontâneo de

demandas concorrentes, de dentro e de fora das

organizações, sobra a alocação de seus

recursos...

Poder e política são inerentes à condição


humana, à sociedade, às organizações, estando

sempre presentes no processo de formulação de

estratégias, o que é corroborado pelos trabalhos

MacMillan, Strategy Formulations: Political

Concepts (1978); Sarrazin, sobre o lado político

do planejamento; Pettigrew (1977) e Bower e

Davis (1979), sobre formulação de estratégias

como processo político.

Mintzberg vê, nas organizações, duas formas de

poder: a) o poder micro – decorrente de

interesses de forças internas nos processos de

negociação e concessões entre indivíduos,

grupos e coalizões enfim - o jogo político. b) O

poder macro - caracterizado pela

interdependência da organização com os atores

do ambiente externo.

A formulação de estratégias como um processo

político é resultante do papel de indivíduos

organizados e refletirão os interesses dos grupos

mais poderosos da organização, pois novas

estratégias pretendidas podem também sinalizar

mudança em relação ao poder, porém se elas

surgem fora do poder central tendem a ser mais

emergentes que deliberadas.

Instrumentos políticos clássicos


▪ Objetividade: atingir os resultados com

sucesso é mais importante que o método para

atingi-lo.

▪ Satisfação: atingir resultados satisfatórios é

melhor que fracassar na tentativa de atingir

resultados ótimos por uma estratégia impopular.

▪ Generalização: mudança de foco de questões

específicas para outra mais gerais (ex. aumento

de produtividade ao invés de redução de custos).

▪ Relevância: interesses de curto prazo

trocados pelos de longo prazo mais importantes.

▪ Análise de comportamento: atentar para o

fato que estratégias impopulares geram

resistências e induzem a formação de grupos

oponentes.

▪ Administração das realidades políticas: a

formação de grupos (processos de coalizão)

executam uma função necessária e influenciam

os resultados, cabe à diretoria reconhecer,

compreender e aprender a gerenciá-los.

Premissas

As orientações básicas desta escola baseiam-se

que:

1. A formação de estratégias é um processo de

negociação.
2. A formação de estratégias é moldada por

poder e política nos processos de coalizões

internas e negociações frente ao ambiente

externo.

3. As estratégias resultantes desse processo

tendem a ser emergentes refletindo mais as

posições que as perspectivas.

4. O poder micro vê a formação de estratégias

como interações por meio de persuasão e

barganhas resultante de interesses e coalizões.

5. O poder macro vê a organização como

promotora de seus interesses no controle ou

cooperação com outras organizações.

Considerações

O foco desta Escola está menos nas formações

de estratégias do que nos processos que as

originam, no jogo de interesses, na disputa de

poder, no papel das forças integradoras, enfim no

processo que antecede à formação da estratégia

– a definição dos objetivos ensejados e os

resultados que beneficiam os grupos de interesse

que atuam no processo político de condução da

organização.

A grande contribuição desta Escola deu-se pela

introdução de novos conceitos na administração


estratégica como ‘coalizão’, ‘jogos políticos’,

‘estratégia coletiva’, ‘redes de relacionamentos’,

‘alianças’, ‘terceirização estratégica’, ‘análise de

interessados’, enfatizando prioritariamente a

análise de conflitos e forças decorrentes da luta

pelo poder interno e externo nas organizações.

Wagner Herrera é Graduado em Ciência da

Computação e Engenharia de Producao na

Universidade Mackenzie (SP) e pós-graduação

em Administração Estratégica no IESC- Instituto

de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)

Você também pode gostar