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Hoje, certamente se não tudo, quase tudo mudou para melhor, mas
parece inevitável a constatação de que as práticas das atividades pastorais,
especialmente de caráter paroquial, têm prioridade e se impõem sobre as
práticas da vida fraterna, tanto no plano organizacional como no plano pessoal,
mesmo sem fazer generalizações. Embora a maioria dos frades da Província
respeite as escolhas pessoais dos jovens em formação, há referências das
investidas de frades que lhes dizem claramente: vocês têm que ser padres,
pois a Igreja precisa de padres! E há quem ainda acrescenta: os irmãos não
fazem nada! Já Salimbene de Parma no século XIII, em sua Crônica defendia a
“curialitas”, modelo aristocrático, para a vivência diária da vida franciscana e
também dizia que os irmãos leigos eram “inúteis”, além de indignos de exercer
os “ofícios da Ordem”. Aqui não é o lugar adequado para aprofundar o
significado do ministério presbiteral na Igreja, mas há perguntas que brotam
espontaneamente: têm que ser padres por quê? Aqui não se pretende discutir o
lugar e a importância do presbítero, mas de perguntar que modelo de
presbítero a Igreja precisa? O presbítero com cabeça clerical, de casta superior,
cujos serviços são os únicos valorizados na Igreja, absorvendo e centralizando
tudo? A Igreja não estaria precisando antes de pessoas felizes em suas
escolhas vocacionais, dispostas a servir o Povo de Deus, como leigos, religiosas
e religiosos consagrados, presbíteros, missionários em qualquer estado de
vida?
Bibliografia
- MERLO, Grado Giovanni, Em nome de São Francisco. Petrópolis, Vozes. 2005.