Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Alice Teles*
(Graduanda em filosofia-UEPA-)
RESUMO
Este trabalho pretende trazer uma pequena reflexão sobre a crítica que Nietsche faz à moral cristã e para tanto
interessa-se analisar de ante mão alguns conceitos como bem e mal, juízos que fundamenta todos os processos
avaliativos dos valores morais, e que em determinando momento sofreu uma inversão de sentidos de valorativos,
busca entender o que é o ressentimento e como caracteriza na má consciência e, e tentar compreender o termo
transvaloração dos valores, no qual quer inferir numa nova forma de conceber novos . Pois para Nietzsche a moral
Cristã a partir do contexto histórico de seus ancestrais os judeus inverteram os valores que era exaltados pela moral
aristocrática, e que essa nova forma de conceber valor trouxe uma grande degeneração na consciência humana,
desfazendo de sua natureza e de seus instintos, como meio de superação desse caráter reativo, princípio do
ressentimento. Transvaloração os valores seria um modo de trazer novos estímulos a vida, juízos que os afirmes, tal
qual a moral dos senhores que avalia o mundo conforme o seu julgamento, diferentemente da moral escrava que se
abnega desse mundo e busca ser mais fora deste. Esse trabalho busca entender como o cristianismo se proliferou e
ABSTRAT
This work aims to bring a small reflection on the criticism that Nietsche makes to Christian morals and for this it is interested to analyze beforehand some
concepts as good and evil, judgments that underlies all the evaluative processes of moral values, and which in determining moment suffered an inversion of
meanings of valortives, seeks to understand what resentment is and how it characterizes in bad consciousness and , and try to understand the term
transstocking of values, which you want to infer in a new way of conceiving new ones. For Nietzsche christian morality from the historical context of his
ancestors the Jews reversed the values that were exalted by aristocratic morality, and that this new way of conceiving value brought a great degeneration in
the human consciousness, undoing its nature and instincts, as a means of overcoming this reactive character, principle of resentment. Transvalorization of
values would be a way to bring new stimuli to life, judgments that afirmize them, such as the moral of the lords who evaluate the world according to their
judgment, unlike the moral slave who selfless of this world and seeks to be more out of it. This work seeks to understand how Christianity has progressed
O filosofo da suspeita
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em um vilarejo de Rocken, na Prússia, no dia
15 de outubro de 1844.O pai, Karl Ludwig, era pastor protestante sua mãe, Franziska
Oehler, também vem de uma família de pastores. Ele tem dois irmãos: Elizabeth e Josep,
porém o segundo morreu ainda quando pequeno. Seu pai em 1849 sofreu um acidente,
decorrente uma queda ficou paralitico e sego. Sua mãe, viúva, teve que mudar com os
filhos para Naumburgo, neste lugar Nietzsche começa seus estudos não se adaptando a
convivência social, passa, aos quatorze anos, a ingressar no Colégio Real de Pfort onde
dedica-se à leitura, dedica grande parte de seu tempo ao estudo de teologia, pois
pretendia tornar-se pastor. Funda uma associação literária chamada "Germânia" junto
com os amigos Carl Von Gersdoff (1844-1904) e Paul Deussen (1845-1919) em 1863.
Em 1879 é um dos piores anos de sua vida, com fortes dores de cabeça e na vista
impedindo com frequência de ler e escrever, impossibilidade que lhe sobrevinha já fazia
seis anos. Com a saúde debilitada as obrigações profissionais começam a ter um grande
peso, interrompida em 1889 por uma crise de loucura que durou até sua morte em 25 de
agosto de 1900. Em maio entrega a carta de demissão a Universidade de Basiléia, e com
a ajuda de Overbeck, passa a receber uma pensão de quatro mil francos por ano,
servindo de ajuda até seus últimos dias. Nietzsche abraça uma vida errante: percorre
vilarejos da suíça, passa alguns tempos em Naumburgo. Publica dois apêndices- humano
demasiado humano, Miscelânea de opiniões e sentenças, O andarilho e sua Sombra- Até
setembro de 1888, Nietzsche era parcialmente desconhecido, suas obras eram quase
despercebidas, mas com o livro " Assim Falava Zaratustra" começou a sair um pouco do
Anonimato. É, portanto, na obra genealogia da moral (1886), que Nietzsche vem tratar
com mais precisão sobre a origem da moralidade, além disso, como essa moral se aplica
em todos os atos do ser humano, e é neste contexto que surge o binômio bem e mal- bom
e mau, que se ergue de alguma maneira como forma de manipulação e interesse.
É na inversão dos valores que o povo sacerdotal começa a ter sua sede de
vingança a ser realizada, para Nietzsche, os judeus que souberam inverter os valores
com uma coerência terrificante, o bom= nobre=poderoso=belo=feliz, torna-se os maus,
enquanto os miseráveis são bons, os pobres, os impotentes, os pequenos, aqueles que
sofrem, os necessitados, enfermos, feios, esses sim são os seres piedosos, os únicos
abençoados por Deus, somente neles existe a boa aventurança- os outros, os poderosos,
guerreiros são por todo a eternidade os maus, os cruéis, os concupiscentes, os
insaciáveis, ímpios, por toda eternidade os malditos e condenado. Ocorre que os judeus
foram a árvore que gerou frutos, e o fruto dessa herança, adivinha, foi o cristianismo, diz
Nietzsche:
Isso não quer dizer e as ovelhas são boas, pelos contrários, são acumuladores de
medo, inveja e sentimentos que não podem serem capazes de ser lançados para fora,
ocorre é que as ovelhas sabem sua fraqueza, e quer se salvar, logo o único método
possível de poder garantir isso, é persuadir. Então o bom é todo aquele que não brutaliza
e que espera sua vingança em Deus, que se resguarda, que exige pouco da vida, os
pacientes, humildes, os justos, esse é o modo dos cordeirinhos viver, e esse é o modo
também que os valores estão sendo pregado, a partir dessa nova moral que venceu. A
moral que prega a bondade está escondida numa impotência da represália, no a qual
eles chamam de humildade; ficam submisso a alguém que dizem que ordena essa
submissão (Que chamam de Deus).
Os juízos aristocráticos de avaliar eram ditos como “bom e ruim “, enquanto que os
escravos e sacerdotes concebiam como “bom e mau” que travou durante anos milhares
de combate terríveis e que por mais que o segundo valor seja o mais preponderante, não
faltam até os dias atuais áreas de combate. Nietzsche põe até em questão os romanos e
os judeus, os romanos fortes e nobres viveram intensamente seus valores, e os judeus?
Estes Nietzsche os chamam de ressentidos que dotam de uma genialidade ímpar em
matéria de moralidade e que lutou com bastante astucia e silêncio até conceber seu,
enfim, canto de vitória, invertendo os valores do valor “bom e mau”.
FUNDAMENTOS DO RESSENTIMENTO
Nietzsche considera que a relação do homem com o mundo é assinalada por uma
competição. Essa competição é marcada por uma vontade de poder, ou seja, o homem
quer sempre impor mais dele no mundo. Ele concebe o corpo como um campo de forças,
no qual há um combate de poderes e estímulos que se confrontam e se dilatam a todo
momento, e esses impactos produzem, eventualmente, ilustrações na nossa consciência,
decorrente dos nossos aparelhos sensoriais. O processo saudável de uma boa apreensão
psíquica, segundo Nietzsche, é quando a consciência recebe as ilustrações, estes dados
emitidos por essas forças e que depois passa por um estado de digestão no inconsciente.
O responsável por essa digestão é o esquecimento, uma força ativa, que trabalha em prol
de manter a consciência sempre limpa não permitindo que os afetos fiquem alojados nela.
Cabe evidenciar que para o filosofo o esquecimento não apaga uma
memória, mas converte em uma condição de fonte alimentícia, no qual, o sujeito possa
está apto para receber novos estímulos. Pois essa força ativa, funciona como protetora da
nossa ordem psíquica, sem ela não haveria felicidade, jovialidade, esperança, orgulho e
“presente”. Todavia, aquele no qual prevalece as forças reativas, nos ressentidos, este
tem o mal funcionamento do esquecimento e é caracterizado como aquele que não
consegue dá conta de nada, simplesmente, pois não conseguir fazer a digestão dos
afetos, bem como aquilo que sentiu, ou que lhe foi causado em sua máxima potência,
Nietzsche diz:
Má consciência
Todo um mundo interior, originalmente pequeno, como que encerrado entre duas peles, cresceu e
eclodiu, ganhou em profundidade, em largura, em altura, na medida em que a exteriorização do
homem foi inibida. As formidáveis barreiras que a organização social construía para defender
contra os antigos instintos de liberdade- os castigos fazem parte da primeira linha dessas
barreiras- conseguiam que todos os instintos do homem selvagem, livre e vagabundo, se
voltassem contra o próprio homem. A hostilidade, a crueldade, o prazer em perseguir, na
agressão, na mudança, na destruição, tudo isso se dirigia contra o detentor desses instintos, essa
é a origem da “má consciência” (NIETZSCHE, 2020, p.75)
Isso foi um grande envenenamento do homem para o próprio homem,
demonstração bem evidente da privação dos instintos, e isso toma mais potencialização a
partir dos ressentidos, os escravos, essa espécie de animal do rebanho, as ovelhas
vingativas que configura a má consciência, para conseguir ser como o homem
responsável, um que promete, ou melhor dizer, o bom, castra os instintos, reduzindo suas
vontades na esfera da racionalidade e assim participar das formações civilizatórias. Esse
homem da moral escrava é impossibilitado de realizar sua força, de ser mais neste
mundo, realiza um papel de fazer com que o homem se sinta culpado e mesquinho,
acredita no castigo, onde esse castigo não possa gerar a culpa, para tanto cria-se ideais
como (Divino Deus), consequente, fazer-se santo a partir disso. “Com o advento do deus
cristão, que é a expressão mais alta do divino até hoje tem essa razão suscitado também
a aparição do máximo sentimento de culpabilidade no mundo [...]” (NIETZSCHE, 2020, p
81). A má consciência é a consciência que multiplica a dor, segundo Correia:
BITTAR, EDUARDO. nietzsche: niilismo e genealogia moral. São Paulo: USP.2013. p.25
consciência.org. 2013.Site:
www.revistas.usp.br/rfdusp/article/download/67598/70208/0PDF 28 de outubro 2020.