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Índice

CAPĺTULO I – INTRODUÇÃO.......................................................................................1
INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
CAPĺTULO II - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE............................2
2.1 ALGUNS FATOS QUE MARCARAM A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE
.......................................................................................................................................5
2.1.1 O SURGIMENTO DA MOEDA......................................................................6
2.1.2 A ASCENSÃO DO ISLAMISMO...................................................................6
2.1.3 SURGIMENTO DA ESCRITA.......................................................................6
2.1.4 EXPANSÃO DO COMÉRCIO........................................................................6
2.1.5 SISTEMATIZAÇÃO DAS PARTIDAS DOBRADAS...................................7
2.1.6 A REVOLUÇÃO INDUSTRIA.......................................................................7
CAPĺTULO III - DIVISÃO DA HISTÓRIA CONTÁBIL...............................................8
3.1 CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO.........................................................8
3.2 CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL....................................................8
3.3 CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO....................................................8
3.4 CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍfiCO....................................................8
A CONTABILIDADE NO PERÍODO ANTIGO.............................................................9
A CONTABILIDADE NO PERÍODO MEDIEVAL......................................................11
A CONTABILIDADE NO PERÍODO MODERNO......................................................12
A CONTABILIDADE NO PERÍODO CIENTÍFICO....................................................14
CONCLUSÃO.................................................................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................17

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CAPĺTULO I – INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

O estudo da nossa História é fundamental para que possamos compreender quem somos
e para onde estamos caminhando com o nosso futuro. Assim, acreditamos que o
conhecimento dos principais acontecimentos históricos da contabilidade é fundamental
para qualquer pessoa que trabalhe na área financeira, especialmente os contabilistas e
estudantes de ciências contábeis.
Apesar de ter se estruturado como Ciência moderna apenas em meados do século XIX,
como veremos mais adiante no decorrer do trabalho, sabe-se hoje que os primeiros
registros contábeis primitivos foram realizados há cerca de 200 séculos e, portanto,
ainda na Pré-história.
Nesse trabalho, apresentaremos em detalhes os principais fatos históricos que marcaram
esses séculos de contabilidade.

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CAPĺTULO II - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE

A Contabilidade tem vivido nos últimos anos uma revolução em termos de sua história,
visto que recentes trabalhos arqueológicos encontraram vestígios da utilização de
sistemas contábeis na pré-história, durante o período Mesolítico.

O período pré-histórico Mesolítico foi compreendido entre 10.000 e 5.000 a.c. e foi
marcado pelo aquecimento do clima da Terra, que pôs fim ao período glacial. Sua
caracterização como período pré-histórico deve-se ao fato de situar-se antes do
aparecimento da escrita, fato que marcou o fim da pré-história.

Essa mudança no clima da Terra favoreceu o aparecimento das primeiras grandes


comunidades junto às terras baixas do Oriente Próximo, especialmente onde abundantes
nascentes tomavam essas áreas privilegiadas para o cultivo agrícola e para a criação de
animais.

No início dos tempos da humanidade, o homem não tinha moradia fixa e andava de terra
em terra, tirando o seu sustento da natureza, apenas para garantir a sobrevivência, sem a
preocupação de acumular riquezas. O tempo foi passando e o homem sentiu a
necessidade de ter um lugar fixo para viver, passando assim a ser sedentário, e
conseqüentemente a cultivar os seus alimentos (praticar a agricultura) e a domesticar os
animais (atividades de pastoreio, ou seja, a pecuária).

A partir daí, o homem sentiu a necessidade de controlar o seu rebanho, que representava
o patrimônio à sua disposição. E como ele iria fazer isso em uma época na qual não
existia moeda, escrita e números? Mas, como o homem é um ser racional, ele sempre
chegava a uma solução.

Ou então ele poderia fazer o inventário dos seus bens associando cada ovelha a objetos
que ele tinha a sua disposição na natureza, como: pedras, galhos, sementes de frutas,
entre outros.
Vamos supor que o patrimônio de uma pessoa era constituído de 4 ovelhas e passado
um determinado tempo esse rebanho cresceu, com o nascimento de duas ovelhinhas.

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Vejamos na figura a seguir como esse homem iria contabilizar o aumento do seu
patrimônio.

Figura 1

Procedimento idêntico seria adotado se, ao invés de terem nascido duas ovelhas, tivesse
sido sacrificada uma. Só que em razão inversa, isto é, ao invés de ter acrescentado duas
pedrinhas, teríamos tirado uma pedrinha. Vamos ver como fi caria então o nosso
inventário?
Essa forma rudimentar de praticar a contabilidade tem embasamento em trabalhos de
vários pesquisadores, e Santos et al (2007) vão mais além, quando afirmam que a
contabilidade tem vivido nos últimos anos uma revolução em termos de sua história,
visto que recentes trabalhos arqueológicos encontraram vestígios da utilização de
sistemas contábeis na pré-história, em forma de fichas de barro.

Os estudos arqueológicos da contabilidade, citados por Santos et al (2007) e Schmidt e


Santos (2008), entre outros fatores, revelaram que:
 As primeiras fichas de barro foram encontradas em 8000 a.C., em Uruk, antiga
cidade da mesopotâmia e centro importante da civilização sumeriana;
 Em sítios arqueológicos do Oriente próximo foram encontrados materiais que
caracterizaram um sistema contábil utilizado entre 8000 e 3000 a. C., constituído
de pequenas fichas de barro;
 Em sítios arqueológicos sem Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã foram
encontradas fichas de barro datadas de 8000 a 3000 a.C.;

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Escavações também revelaram a existência de outros artefatos de barro assemelhados a
caixas que continham fichas no seu interior e impressões externas, que datavam os mais
antigos, de aproximadamente 3250 a.C., denominados envelopes.

Essas fichas de barro poderiam ser comparadas ao que temos hoje como o sistema de
partidas dobradas; e os envelopes, descobertos posteriormente, serviam para acomodar
no seu interior essas fichas, trazendo como detalhamento na sua parte externa a
identificação dos devedores ou credores de cada ficha, podendo estar aí a origem de
cada conta.

Fica claro que desde o início da civilização conseguimos ver vestígios da função da
contabilidade: avaliar a riqueza do homem, assim como verificar e analisar os
acréscimos e decréscimos no seu patrimônio. A partir daí a contabilidade foi só
evoluindo até chegar à estrutura que temos hoje, que é um pontapé para a contabilidade
do futuro.
As fichas de barro representavam as mercadorias e as entradas e saídas de ativos nas
transações comerciais eram representadas pela transferência de uma ficha de barro de
um envelope para o outro.

Exemplo: O Sr. Eutrópio transfere um carneiro para o Sr. Herodes. Como fi caria esse
lançamento em fichas de barro?
Sabemos que o envelope representa o devedor ou o credor e as fichas, a mercadoria
(carneiro). Portanto, é retirada uma ficha do envelope do Sr. Eutrópio e colocada no
envelope do Sr. Herodes.

Nota-se a dupla utilidade das fichas e do envelope?


 A realidade social – o direito do proprietário em relação ao ativo transacionado.
 A realidade física – o registro da movimentação da mercadoria.

De acordo com Schmidt e Santos (2008), a criação dos numerais e a revolução na


contagem e na manipulação de dados podem ser creditadas aos contadores de Uruk, que
inventaram dois sinais: os numerais e os pictogramas.

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2.1 ALGUNS FATOS QUE MARCARAM A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

A contabilidade, assim como qualquer ramo do conhecimento, evolui junto com a


evolução da humanidade. A seguir iremos listar alguns eventos históricos que
contribuíram significativamente para o desenvolvimento da ciência contábil.

2.1.1 O SURGIMENTO DA MOEDA

Comprovado historicamente as primeiras moedas foram criadas em 650 a.C. em Lídia,


na Ásia Menor e em 600 a.C., na Grécia tendo o seu surgimento contribuído para que o
sistema de contas da contabilidade fi casse completo, pois se tornou possível determinar
as contas contábeis que representavam o patrimônio, bem como os seus respectivos
valores.

2.1.2 A ASCENSÃO DO ISLAMISMO

A contabilidade está sempre presente quando há atividades de comércio, e a ascensão do


Islamismo contribui para o desenvolvimento do comércio. Aí você pode estar se
perguntando: de que maneira?

Voltando às aulas de História, você lembra que os cristãos do Ocidente organizaram as


cruzadas visando expulsar os mulçumanos da Terra Santa? Só que para isso eles teriam
que sair do Ocidente para o Oriente, contribuindo para o renascimento do Mar
Mediterrâneo como via marítima para o desenvolvimento comercial das cidades
italianas de Veneza, Florença, Pisa e Gênova. Enfim, as Cruzadas contribuíram para a
fundação e o crescimento de cidades, mercados e feiras, ambientes propícios para o
desenvolvimento da contabilidade.

2.1.3 SURGIMENTO DA ESCRITA

A escrita alfabética inventada pelos fenícios, em 1100 a.C., contribuiu bastante para o
desenvolvimento da contabilidade, pois, a partir de então, já era possível documentar de
forma escrita as transações ocorridas no patrimônio das entidades.

2.1.4 EXPANSÃO DO COMÉRCIO

A expansão do comércio gera, sem sombra de dúvidas, uma demanda mais acentuada
para o desenvolvimento e solidificação de sistemas contábeis, cada vez mais eficazes
para o controle do patrimônio.

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A partir do crescimento dos mercados consumidores, iniciado com a ascensão do
islamismo, o comércio começa a expandir e a contabilidade já começa a sentir a
necessidade de aprimorar os seus sistemas. Foi então que começaram a surgir as grandes
obras da contabilidade.

2.1.5 SISTEMATIZAÇÃO DAS PARTIDAS DOBRADAS

Como você já deve ter notado, os sistemas contábeis de dupla entrada já existiam desde
os tempos primitivos. Fato esse comprovado pelos estudos da arqueologia da
contabilidade, certo? Apesar de esse método estar sendo utilizado no controle do
patrimônio, faltava ainda a sua sistematização, sendo escrito pela primeira vez pelo Frei
Luca Pacioli no livro “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornaliti”,
em 1494. Essa obra serviu para difundir o método das partidas dobradas.

“Existem indícios que apontam que o sistema das Partidas Dobradas data desde 1330,
sem esquecer que no período pré-histórico a utilização das fichas de pedras mesmo de
forma rudimentar já esboçavam esse sistema, entretanto a divulgação para o mundo
deu-se através do frei franciscano Lucca Bartholomeo Paccioli, matemático, que expôs
o sistema de forma completa, evidenciando seu mecanismo algébrico, quando da
publicação do Tractatus de Computis et Scripturis em 1494, sendo este fato considerado
um marco para a contabilidade, tendo atraído a atenção dos homens de negócios da
época, ávidos em mensurar e controlar suas riquezas a utilizarem este sistema”.
(MARTINS, 2001)

Os mais variados povos antigos contribuíram para o progresso histórico da


contabilidade, tais como: China, Egito, Grécia, Ilha de Creta, Índia, Israel, Pérsia e
Síria. O quadro a seguir apresenta algumas contribuições desses povos, relacionadas à
contabilidade.

2.1.6 A REVOLUÇÃO INDUSTRIA

A Revolução Industrial, ocorrida no século XIX, na Inglaterra, foi a grande responsável


pela transformação do modo de produção naquela época, isto é, a evolução da
manufatura para a maquinofatura, foi um ambiente propício para o nascimento da
contabilidade de custos. Nesse ambiente também começou a se desenvolver a auditoria.

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CAPĺTULO III - DIVISÃO DA HISTÓRIA CONTÁBIL

Já vimos que a história contábil é marcada pela sua evolução milenar. Portanto, vários
são os estudiosos que fazem essa divisão cronológica, e nós vamos utilizamos aquela
estabelecida por Zanluca (2007):

3.1 CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO

A contabilidade do mundo antigo compreende o período que se inicia com as primeiras


civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, da autoria
Leonardo Fibonaci, o Pisano.

3.2 CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL

Já a contabilidade do mundo medieval abrange o período que vai de 1202 da Era Cristã
até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por
Partidas Dobradas), de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria
contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos,
obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento
humano.

3.3 CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO

No que se refere à Contabilidade do mundo moderno, pode-se entender do período que


vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da obra “La Contabilità Applicatta alle
Amministrazioni Private e Pubbliche” , de autoria de Franscesco Villa, premiada pelo
governo da Áustria. Obra marcante na história da contabilidade.

3.4 CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍfiCO

Por fim, tem-se a contabilidade do mundo científico, que é o período que se inicia em
1840 e continua até os dias de hoje.
Já vimos como Zanluca divide a história da contabilidade, no entanto esse não é o único
autor que fala sobre essa divisão histórica ao longo dos tempos. Outros pesquisadores
contábeis também se dedicaram a esse estudo e usaram algumas nomenclaturas
diferentes para denominar cada época, portanto todas retratando a mesma realidade da
contabilidade.

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A CONTABILIDADE NO PERÍODO ANTIGO

A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o


Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.
Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem.
Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de
processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos.

O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o
controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais,
escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie. 
As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o
homem registrava os seus primeiros desenhos e gravações.
Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários
séculos.

Os suméricos e babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças


de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que
mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. Os
registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja
existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes.

Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa.


O nome da conta, "Matrizes" , por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o
aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao
quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à "Aplicação",   se pudesse
demonstrar, também, a sua "Origem" .
Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro
Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de
escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais,
ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já
considerava fundamental apurar os seus custos.

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O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e "Selos de
Sigilo". Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em
papiros ou tábuas, no final de determinados períodos. Sofreram nova sintetização,
agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço
anual.
Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se,
empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita, a qual era
confrontada com a despesa.
Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus
registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo.

A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos
e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem
do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado.
Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva,
controles administrativos e financeiros.

As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se


com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se
ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.  
Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de
Vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc.
Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em
seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada
"Shat". Era a adoção, de maneira prática, do Princípio do Denominador Comum
Monetário. 
Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já
escrituravam Contas de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação
entre elas, para apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio,
estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública,
privada e bancária.

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Na Bíblia

Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus
relatou em Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor,
alterando os registros de valores a receber dos devedores.
No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que
se tinha! (Gênesis 41.49).
Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente
inventariado no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os
bens, e um novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12.

Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e


10.14-17. Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para
verificar se o que dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30).
Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada
(Mateus 18.23-27). Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de
ativos era prática comum.

A CONTABILIDADE NO PERÍODO MEDIEVAL

Em Itália, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci", de Leonardo Pisano.


Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando
o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. Se os sumérios-
babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os
italianos que fizeram o cultivo e a colheita.

Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da


Contabilidade, denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como
moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos
navegadores, como Marco Pólo e outros.
A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de
mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos
venezianos, surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o livro caixa, que
recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma

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rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e
referindo-se, inicialmente, a pessoas.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das


necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo
de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as
relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando
os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na
Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa.

No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o
valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária. O método das
Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que
região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais
analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos. No
início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e
industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos
tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o
transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento;
tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para época. A
escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-
primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos
eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício
industrial.

A CONTABILIDADE NO PERÍODO MODERNO

O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos
importantes que ocorreram neste período: Em 1453, os turcos tomam Constantinopla, o
que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália;
Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme
potencial de riquezas para alguns países europeus; Em 1517, ocorreu a reforma
religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se

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radicaram e iniciaram nova vida. A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se
estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.

A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de


comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os
investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que
refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis
aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados. O
aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que
viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

FREI LUCA BARTHOLOMEO PACIOLI

Escreveu Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas),


publicado em 1494, enfatizando que à teoria contá bil do débito e do crédito
corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Pacioli foi matemático, teólogo,
contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a Summa de
Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá , impressa em Veneza, na qual
está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.

Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas
Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o
Século XIV. O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A
seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis:
memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações:
aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como
encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e
"Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc.

obre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:
 "Per ", mediante o qual se reconhece o devedor;
 "A ", pelo qual se reconhece o credor.

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Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até
hoje. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu
precedente para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto.

A CONTABILIDADE NO PERÍODO CIENTÍFICO

O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados:
Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La
Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e
Fábio Bésta, escritor veneziano.

Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento


contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a
Escola Toscana ou Personalista, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola
Veneziana, por Fábio Bésta.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse
inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da
Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados
jurídicos.

Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade


começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. A obra de
Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade,
promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor.
Além do prêmio, Villa teve o cargo de Professor Universitário.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais


escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para
ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as
práticas que regem a matéria administradas, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento
patrimonialista.

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Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos.
Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir
patrimônio como objeto da Contabilidade.

Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu
patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como
elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável
de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero
registro; é um instrumento básico de gestão.

Entretanto a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas,
sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das
partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária,
principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que
a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo e de
grupo. A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-
americana dentro da Contabilidade.

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CONCLUSÃO

Durante os vários milênios que se passaram desde a sua invenção (ainda que de forma
empírica e primitiva) até atualidade, a Contabilidade acompanhou o desenvolvimento
das próprias civilizações humanas, transformando-se em uma Ciência Moderna e
estruturada pelo trabalho dos seus ilustres doutrinadores e estudiosos.

Entretanto, a Ciência Contábil ainda tem muito a evoluir, o que acontecerá através de
nossos esforços, afinal, a cada dia que se passa estamos escrevendo mais um capítulo na
História da Contabilidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SCHMIDT, Paulo. História da contabilidade: foco na evolução das escolas do


pensamento contábil. São Paulo: Atlas. 2008.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teorias da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.

HENDRIKSEN, Eldon S. e BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. São


Paulo: Atlas, 1999.

MARTIBS, Eliseu & LOPES, Alexsandro Broedel. Teoria da Contabilidade: uma nova
abordagem. São Paulo: Atlas, 2005.

SITES:http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm.Acessadoem20d
emaiode2011.

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