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Proposta de Resolução do caso 1 sobre a Ética e Deontologia Profissional

Questão 1
Admitindo que colabora com a sociedade de ROC "Silva, Coelho & Associados", que se
encontra a realizar um trabalho de auditoria na "Madeiras & Pedras, S.A." considere que foi
confrontado com a seguinte situação.
O Director financeiro da "Madeiras & Pedras, S.A." solicitou a sua colaboração para, em
regime pós-laboral, participar no processo de encerramento das contas daquela empresa,
Disponibilizando-se a pagar-lhe directamente, através de recibo verde, o valor equivalente às
horas despendidas, com base numa taxa horária pré-definida. Aquele director referiu ainda
que, face aos seus conhecimentos profissionais, tal colaboração seria muito importante e
facilitaria o trabalho a desenvolver no âmbito da auditoria cometida à SROC em que se
integra. Refira, de modo fundamentado, a resposta a apresentar ao director financeiro da
"Madeiras & Pedras, S.A.".
Análise e Fundamentação
R: Segundo o código de Ética, um auditor não se deve comprometer conscientemente em
qualquer relacionamento comercial, ocupação ou actividade que diminua ou possa diminuir a
integridade, a objectividade ou a boa reputação da profissão o que, naturalmente, seria
incompatível com os princípios fundamentais.
Neste caso em concreto está patente as ameaças de interesse pessoal e auto-revisão
comprometendo os princípios de integridade e objectividade, uma vez que existe uma
probabilidade do auditor não ser correcto e comprometer o seu julgamento profissional
devido à influência indevida de outrem, respectivamente.
A ameaça de interesse pessoal surge devido a solicitação pessoal para participar no processo
de encerramento das contas uma vez que o director financeiro da “Madeiras & Pedras, S.A”
disponibiliza-se a pagar por este serviço directamente ao técnico. Por seu lado, a ameaça de
auto-revisão surge em virtude da prestação de serviços de contabilidade, quando a firma
audita subsequentemente as demonstrações financeiras.
Salvaguardas
Podíamos aplicar a salvaguarda de manter o técnico que irá participar no processo de
encerramento das contas fora da equipa de auditoria, resolvendo o problema da
independência da mente mas persistirá a independência na aparência.
Conclusão
Contudo, segundo o parágrafo 290.165 do Código ética da Ordem dos Contabilistas e
Auditores de Moçambique (OCAM) é expressamente proibida a prestação simultânea ao
mesmo cliente de serviços de auditoria e de quaisquer serviços de contabilidade sobre as
quais o auditor vai expressar uma opinião, deste modo não é de aceitar o trabalho extra
proposto pelo Director financeiro da empresa “Madeiras & Pedras, S.A” e para o trabalho da
firma de auditoria aplicar as salvaguardas acima mencionadas.
Questão 2
A gerência da sociedade YYY, SA, contactou-o, na sua qualidade de AC no pleno gozo das
suas capacidades profissionais, para assegurar as funções de Fiscal Único desta sociedade,
com a seguinte condição: “Dada a nossa dependência da obtenção de crédito terá de ter o
maior cuidado para que as CLC não incluam incertezas de continuidade e/ou reservas muito
relevantes. Obviamente do nosso lado também faremos o que pudermos.”
Aceiraria a proposta?
Análise e Fundamentação
O Código de ética estabelece princípios que norteiam a profissão do auditor de entre elas:
O princípio da integridade impõe a obrigação sobre todos os contabilistas e Auditores
profissionais serem rectos e honestos nos relacionamentos profissionais e empresariais. A
integridade também implica negociação justa e com verdade, um auditor não deve estar
associado com relatórios, declarações, comunicações ou outra informação quando creia que a
informação, Omite ou torna obscura informação necessária de ser incluída quando tal
omissão ou obscuridade forem susceptíveis de induzir em erro.
O princípio da objectividade impõe a obrigação a todos os contabilistas e auditores
profissionais de não comprometerem o seu julgamento profissional ou de empresa devido a
preconceitos, conflitos de interesse ou à influência indevida de outros.
Nestes termos estariam em causa os princípios de integridade, objectividade, originados pelas
ameaças de advocacia ou representação.
Salvaguardas
Uma vez que o Código de Ética da Ordem do Contabilistas e Auditores (OCAM), não prevê
nenhuma salvaguarda para este tipo de situações, o auditor deverá eliminar a
circunstância ou o relacionamento que cria as ameaças ou recusar o trabalho ou renunciar ao
mandato.
Conclusão
Analisando todos os factos e circunstâncias específicas conhecidas pelo Auditor certificado
nesse momento conclui-se que poderia comprometer o cumprimento dos princípios
fundamentais, seria de não aceitar o trabalho proposto.

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