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CONTABILIDADE PÚBLICA

TEMA - ORÇAMENTO PÚBLICO


✔Conceito e princípios
✔Poderes intervenientes
✔Etapas do ciclo orçamental
✔Sistemas de escrituração das contas
✔ Exercícios de consolidação
ORÇAMENTO PÚBLICO
HISTORIA DO ORÇAMENTO
✔Moisés, 1300 antes de Cristo;
✔Inglaterra -1689;
✔França - 1789, 1817;
✔EUA, 1921, 1950

INSTRUMENTOS DE ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO


✔I - Plano plurianual (PPA);
✔II - Lei de directrizes orcamentais (Decretos/Diplomas Orçamentais);
✔III -LOA (orçamentos anuais).
ORÇAMENTO PÚBLICO
Plano Plurianual (PPA) – é um plano de médio prazo, através do
qual procura-se ordenar as ações do governo que levem ao
atingimento dos objetivos e metas fixados.

Lei de directrizes orçamentais – tem a finalidade de nortear a


elaboração dos orçamentos anuais, de forme a adequa-los as
directrizes, objectivos e metas da administração publica estabelecidos
no plano plurianual.

Lei de orçamentos anuais (LOA) – para viabilizar a concretização


das situacoes planeadas no PPA e, obviamente, transforma-las em
realidade, obedecida a lei de diretrizes orcamentais , elabora-se o
Orçamento Anual, onde são programadas as accoes a serem
executadas, visando alcançar os objectivos determinados.
CONCEITO ORÇAMENTO PÚBLICO

“O orçamento é um plano que expressa em termos de dinheiro, para determinado


período de tempo definido, o programa de operações do estado e as fontes de
financiamento desse programa”
Allan D. Manvel, 1944

“Constitui a faculdade adquirida pelo povo de aprovar a priori, por seus representantes
legitimamente eleitos, os gastos que o Estado realizará durante o exercício”.
Prof. Lino Martins da Silva, 2000
 
“O orçamento é o processo pelo qual se elabora, expressa, executa e avalia o nível de
cumprimento da quase totalidade do programa de governo, para cada período
orçamental. É um instrumento de governo, de administração e de realização e
execução dos planos gerais de desenvolvimento sócio-económico”

ILPES (apud Kohama, 2009, p. 40)


PRINCÍPIOS ORÇAMENTAIS

Para que o orçamento seja expressão fiel do programa de um governo,


como também um elemento para a solução dos problemas da comunidade;
para que contribua eficazmente na ação estatal que busca o
desenvolvimento económico e social; para que seja um instrumento de
administração do governo e ainda reflita as aspirações da sociedade, na
medida em que o permitam as condições imperantes, principalmente a
disponibilidade de recursos, é indispensável que obedeça a determinados
princípios, são eles os que se seguem: programação, unidade,
universalidade, anualidade, exclusividade, clareza e equilíbrio.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTAIS
1. Programação: o orçamento deve ter conteúdo e forma de programação.
Planejar objetivos, selecionar executar ações, a fim de atingir os resultados.
Isto decorre da própria natureza do orçamento, que e a expressão dos
programas de cada um dos órgãos do sector publico.

2. Unidade: O orçamento deve ser uno, ou seja, cada unidade governamental


deve possuir apenas um orçamento.

3. Universalidade: A Lei orçamental deve incorporar todas as receitas e


despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento.

4. Anualidade: o orçamento deve compreender o período de um exercício,


que corresponde ao ano fiscal.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTAIS

5. Exclusividade: o orçamento deve conter matérias de natureza


orçamental.
Isto e, deve-se evitar que se incluam na lei do orçamento normas relativas
a outros campos jurídicos e, portanto, estranhas a previsão da receita e a
fixação da despesa.

6. Clareza: Leitura e interpretação do orçamento deve ter linguagem clara


e compreensível, para todos aqueles que tenham algum interesse.

7. Equilíbrio: Manutenção do equilíbrio, em termos financeiros, entre


receita e despesa
PROCESSO (CICLO) ORÇAMENTAL/ PODERES
INTERVENIENTES

O ciclo orçamental é a sequência das etapas


desenvolvidas pelo processo orçamental e
consubstancia-se no seguinte:
a) Elaboração
b) Estudo e aprovação
c) Execução e
d) Avaliação.
PROCESSO (CICLO) ORÇAMENTAL/ PODERES
INTERVENIENTES
a) Elaboração – a elaboração do orçamento, de conformidade com
o disposto na lei de directrizes orçamentais, compreende a fixação
de objectivos concretos para o período considerado, bem como o
cálculo dos recursos humanos, materiais e financeiros a sua
materialização.
O poder executivo devera enviar o projecto de lei orçamental, ao
poder legislativo, dentro dos prazos estabelecidos.

b) Estudo e Aprovação – esta fase é da competência do poder


legislativo, e o seu significado esta configurado na necessidade de
que o povo, através de seus representantes, intervenha na decisão de
suas próprias aspirações, bem como na maneira de alcançá-las.
PROCESSO (CICLO) ORÇAMENTAL/ PODERES
INTERVENIENTES
c) Execução do orçamento – constitui a concretização anual
dos objectivos e metas determinados para o sector publico,
no processo de planeamento integrado, e implica a
mobilização de recursos humanos, materiais e financeiros.

d) Avaliação – a avaliação refere-se a organização, aos


critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos
objectivos fixados no orçamento e as modificações nele
ocorridas durante a execução; a eficiência com que se
realizam as ações empregues para tais fins e o grau de
racionalidade na utilização dos recursos correspondentes.
PROCESSO ORÇAMENTAL/ PODERES INTERVENIENTES

- Governo

- Assembleia
da Republica
-Governo
- AR
-TA
-Instituicoes
- Orgaos
- Equiparados
-Autarquias
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NO CICLO
ORÇAMENTAL
A contabilidade é um instrumento que proporciona a administração
as informações e controles necessários a melhor condução dos
negócios públicos.

Isto quer dizer que a contabilidade publica deve abastecer de


informações todo o processo de planeamento e orçamentação e, em
especial as etapas que compõem o ciclo orçamental assim como o
controle e divulgação da gestão realizada.

A contabilidade é pois um instrumento de registo, controlo, analise


e interpretação de todos actos e factos da administração publica,
através da escrituração sintética das operações financeiras e
patrimoniais.
RECEITAS E DESPESAS PUBLICAS

✔Conceitos
✔Classificacao
✔Fases
RECEITA PÚBLICA

CONCEITOS DE RECEITA PÚBLICA

Toda e qualquer recolha feita aos cofres públicos, quer seja


efectivado através de numerário ou outros bens representativos de
valores – que o Governo tem o direito de arrecadar em virtude de leis,
contratos ou quaisquer outros títulos de que derivem direitos a favor
do Estado.
(Kohama, 2009, p. 60)
CLASSIFICAÇÃO:
Classificacao Economica

Receitas Correntes: receitas tributárias, de contribuições, patrimonial,


agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes
de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em
Despesas Correntes.

Receitas de Capital: provenientes da realização de recursos


financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em
espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis
em Despesas de Capital e, ainda, o superávite do Orçamento Corrente.
Receita Corrente Receita de Capital
Receita tributária Operações de Crédito
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
Alienação de Bens Móveis e Imóveis
Receita Patrimonial
Receitas imobiliárias Amortização de Empréstimos Concedidos
Receitas de valores Mobiliários
Participações e Dividendos Transferências de Capital
Outras Receitas Patrimoniais
Receita Industrial
Receita de Serviços Industriais Outras Receitas de Capital
Outras Receitas Industriais
Transferências Correntes
Receitas Diversas
Multas
Contribuições
Cobrança da Dívida Activa
Outras Receitas Diversas

Receita Extra-orçamental
Compreende as recolhas feitas que constituirão compromissos exigíveis, cujo pagamento não
depende de autorização orçamental e, portanto, não depende de autorização legislativa. O
Estado figura apenas como depositário dos valores que entram a esse título. Exemplo: as
cauções, as fianças, as consignações e outras.
(Kohama, 2009, p. 70)
ESTÁGIOS (FASES) DA RECEITA

A execução das receitas compreende as três fases seguintes:

•Lançamento, procedimento administrativo de verificação da

ocorrência de facto gerador da obrigação correspondente;

•Liquidação, cálculo do montante da receita devida e

identificação do respectivo sujeito passivo;

•Cobrança, acção de cobrar, receber ou tomar posse da

receita e subsequente entrega ao Tesouro Público.


3. ARRECADAÇÃO

❑ é o acto em que são pagos os tributos ou as diversas receitas


ao agente arrecadador (delegações fiscais, alfândegas,
tesourarias...).

4. RECOLHA
❑ é o acto que se relaciona com a entrega dos valores
arrecadados pelos agentes arrecadadores ao Tesouro
Público.
DESPESA PÚBLICA
Conceito: Constituem-se como os gastos fixados na lei orçamental ou em leis especiais e
destinados à execução dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais; à satisfação dos
compromissos da dívida Pública; ou ainda à restituição ou pagamento de importâncias
recebidas a titulo de cauções, depósitos, consignações etc.
Classificação

Classificação segundo Natureza/Categoria Económica


Categoria Economica Grupos
Despesa Corrente 1. Pessoal e Encargos Sociais;
Gastos de natureza operacional, realizados pela 2. Juros e Encargos da Dívida;
administração pública, para a manutenção e o
funcionamento dos seus órgãos. 3. Outras Despesas Correntes;

Despesa de Capital 4. Investimentos;


Gastos realizados pela administração pública, cujo 5. Investimentos Financeiros;
propósito é o de criar novos bens de capital ou
mesmo de adquirir bens de capital já em uso. 6. Amortização da Dívida
ELEMENTOS DE DESPESA
DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
Gastos Investimentos
Pessoa Civil Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial
Pessoal Militar
Equipamentos e Instalações
Material de Consumo Material Permanente
Serviços de Terceiros Participação em Constituição ou Aumento de Capital
Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas
Encargos Diversos
Transferências Correntes Investimentos Financeiros
Subvenções Sociais Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de
Subvenções Económicas Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em
Inativos Funcionamento
Concessão de Empréstimos
Pensionistas Diversos Investimentos Financeiros
Transferências de Capital
Juros da Dívida Pública
Amortização da Dívida Pública
Auxílios para Obras Públicas
Contribuições de Previdência Social
Auxílios para Equipamentos e Instalações
Diversas Transferências Correntes. Auxílios para Inversões Financeiras
Outras Contribuições.
ETAPAS DA DESPESA
1. REQUISIÇÃO
❑ o acto emanado de autoridade competente, que cria
para o Estado obrigação de pagamento, pendente ou
não. Para cada requisição será extraído um documento
denominado requisição interna/externa, que indicará o
nome do credor, a especificação e a importância da
DESPESA, bem como a dedução desta do saldo da
dotação da rubrica.
.
2. LIQUIDAÇÃO

❑ A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo


por base os títulos e documentos comprovativos do respectivo crédito.

3. PAGAMENTO
O pagamento da despesa só será efectuado quando ordenado após sua regular
liquidação.
.
ETAPAS DA EXECUÇÃO DA DESPESA

1. REQUISIÇÃO: COMPROMETIMENTO DA DOTAÇÃO


ORÇAMENTAL

2. LIQUIDAÇÃO: VERIFICAÇÃO DO DIREITO ADQUIRIDO


PELO CREDOR

3. PAGAMENTO: ENTREGA DO NUMERÁRIO AO CREDOR


(ORDEM DE PAGAMENTO)
ESCRITURAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da


execução orçamental, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos
dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos
resultados econômicos e financeiros”.

A escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais efectuar-se-á pelo método


das partidas dobradas.

A contabilidade evidenciará os factos ligados à administração orçamentária, financeira


patrimonial e industrial.

As contas são escrituradas nos seguintes sistemas:

✔Sistema Orçamental - Evidencia o registo da receita e da despesa, de acordo com as


especificações da Lei de Orçamento e dos Créditos Adicionais
✔Sistema Financeiro - Engloba todas as operações que resultem débitos e créditos de
natureza financeira
✔Sistema Patrimonial - Regista analiticamente todos os bens de caráter permanente, com
indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos
agentes responsáveis pela sua guarda e administração;
✔Sistema de Compensação - Regista e movimenta as contas representativas de direitos e
obrigações, geralmente decorrentes de contratos, convênios ou ajustes.
SISTEMAS DE CONTROLES INTERNOS E EXTERNOS

A LOA estabelece a necessidade de fiscalização contabilistica,


financeira, orçamental, operacional e patrimonial das entidades da
administração directa e indirecta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, mediante controlo externo, e pelo sistema de controlo
interno de cada Poder.

❑O controlo da execução orçamental, pelo Poder Legislativo, terá por


objectivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal utilização
dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

❑O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no


prazo estabelecido na lei.

❑As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com


Parecer prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

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