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Paulo deixa claro quando escreve a Filemon, falando do empregado deste, que
o apóstolo ganhara para Jesus na prisão. Paulo estava enviando Onésimo de
volta a Filemon e lhe fez um uma declaração: “Pois acredito que ele veio a ser
afastado de ti temporariamente, a fim de que o recebas para sempre, não
como escravo; antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo” (Fm
15,16).
Crentes que não cumprem seu dever, que não se importam com horários, que
“dão um jeitinho” para não cumprirem fielmente suas tarefas, que falam mal de
seus patrões, ou patrões que escravizam seus empregados, não honram a
Deus.
Mas para que o ambiente não se deteriore ainda mais e você não sofra por
causa das injustiças, observe o que o texto de 1 Pedro 2: 18-21, o qual retrata
como devemos nos comportar nessas situações. As Escrituras orientam sobre
o relacionamento entre pessoas que têm autoridade sobre nós, como os
patrões, para que sejamos submissos.
O texto diz que devemos nos submeter à autoridade do outro, respeitando-o, e
que o servo (empregado) deve realizar com excelência as tarefas sob seus
cuidados, mesmo recebendo tratamento injusto. Em sua epístola, Pedro
recomenda para sermos tolerantes quanto ao tratamento injusto, pois esse tipo
de sofrimento conta com o favor de Deus (v. 20).
O sofrimento injusto é muito precioso para Deus, porque Cristo sofreu desse
mesmo modo. Quando os crentes suportam tratamento injusto com paciência e
tolerância, eles compartilham o sofrimento de Cristo. Ninguém quer sofrer
injustamente, mas, quando os crentes seguem os passos de Jesus e
encontram favor perante Deus, eles podem ter um relacionamento mais
próximo com o Salvador.
Deus disse que o seu jugo é suave e o seu fardo é leve. Aceitar isso das mãos
de Deus e permitir que Ele guie as nossas reações – mesmo se sofremos
injustamente – são atitudes mais fáceis do que agir conforme as reações
humanas, como a ira, amargura, tristeza e vingança.
Ele deve agir com sabedoria e temor de Deus e deve trabalhar de forma que
honre o nome do Senhor.
Certa vez o Senhor Jesus ensinou que o que quiser ser o maior deve ser o que
mais serve. O empregador cristão deve desenvolver uma liderança bíblica no
trato diário com seus comandados. Muitas vezes acontece do empregador
concentrar-se em aumentar o seu lucro às custas dos empregados. Estes
costumam reunir o seu pessoal e falar a eles a respeito de “vestir a camisa”.
Nessa hora são lembradas coisas do tipo: “Somos uma família” e “precisamos
produzir mais para o bem da nossa empresa”. No entanto, a sua preocupação
é que os empregados produzam mais, aumentando o seu lucro a fim de fazer
“aquela viagem” com a família ou comprar “aquela casa” com a qual sonha sua
esposa ou aquele modelo novo de carro. Não passa pela sua cabeça nenhum
aumento do salário dos seus empregados, afinal, eles já ganham o salário da
categoria. Não podem reclamar. Na mente desses empresários, o salário é um
favor prestado ao trabalhador. Mas a Palavra de Deus diz que os empregados
devem ser tratados com dignidade e justiça, e que digno é o trabalhador do seu
salário.
Graças a Deus que estes são minoria. Hoje, Muitos empregadores investem
tempo e dinheiro em treinamento e capacitação profissional dos seus
funcionários, estimulando-os a crescer, produzir e ganhar mais. Esses são
empresários de visão. O empregado tratado com dignidade “veste”
naturalmente a camisa da empresa. Existem as exceções, é verdade, mas
estamos falando da regra. “Se desprezei o direito do meu servo ou da minha
serva, quando eles pleitearam comigo, então que faria eu quando Deus se
levantasse? E quando ele me viesse inquirir, que lhe responderia? Aquele que
me formou no ventre não o fez também a meu servo? E não foi um que nos
plasmou na madre?” (Jó 31:13-15).
O empregador deve estimar o empregado crente, pois ele poderá ser um aliado
na oração pelos outros e pela empresa (Fm 16). Deve prestar atenção às
reivindicações dos empregados, mostrando que se preocupa com as pessoas.
Toda reclamação legítima deve ser resolvida com carinho. O patrão deve,
também, fazer um plano de saúde para seus funcionários. É sua função cuidar
da saúde deles (Lc 7:3).
O Senhor não faz acepção de pessoas e todos somos iguais perante Ele, por
isso devem os empregadores deixar de ameaçar os empregados (Ef 6:9).
Alguns usam até mesmo a Palavra de Deus, aproveitando a falta de
conhecimento bíblico do funcionário com o fim de oprimi-lo. “Mas vosso pai me
tem enganado, e dez vezes mudou o meu salário; Deus, porém, não lhe
permitiu que me fizesse mal” (Gn 31:7).
Por fim, o empregador deve, também, orar para que tenha funcionários que
levem Deus a sério.
No livro de Mateus 7:12 está escrito: “Façam aos outros o que querem que
eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os
ensinamentos dos Profetas”.
O empregado tem que trabalhar, sem fingir ser amigo do patrão quando está
diante dele, enquanto fala mal dele quando ele não está presente.
Aqueles que diminuem o seu volume de trabalho quando não estão sob a
supervisão de um chefe, mas trabalham bem quando estão sendo vigiados,
cometem o erro de buscar um louvor que não fazem por merecer.
Esse tipo de atitude, não apenas retira do trabalho toda a sua dignidade, como
também se acha muito aquém do que Cristo espera de um empregado cristão.
Como empregado o importante não é apenas o que ele faz, mas a atitude com
que faz.
O seu serviço deve ser caracterizado por um constante esforço para alcançar o
máximo em tudo que fizer, isso será muito bom para o seu empregador, mas,
acima de tudo, servirá para revelar o seu verdadeiro relacionamento com
Cristo.
Quanto mais alto a posição de uma pessoa, mais terá que prestar contas a
Deus. Existem pessoas que estão começando a crescer agora e já pensam
que podem gritar com os outros.
Se você for um patrão rude, não irá muito longe. Um patrão não pode humilhar,
nem gritar com ninguém. As pessoas esquecem que o mundo dá voltas e
amanhã o patrão pode ser empregado de quem ele humilha hoje.
O ser humano não é uma máquina, entretanto não devemos descarregar nas
pessoas os nossos problemas.
Não fique ameaçando os subordinados. Você está no lugar que está, porque
alguém trabalhou por você. Houve alguém que o precedeu e fez coisas
importantes, que hoje você desfruta.
Os empregados não são como burros de carga que trabalham a vida toda e
depois são descartados.
Nelson Mandela ficou preso 29 anos, 27 de forma oculta e dois anos revelado.
Tornou-se o presidente da África e todos que se aproximavam dele se
comoviam com a sua educação e a forma carinhosa com que tratava as
pessoas.
Somos seres humanos, o que corre nas nossas veias não é gasolina não. Hoje
você tem um empregado e amanhã você pode não vê-lo mais, ele pode estar
morto e vice-versa.
Todos são iguais perante o Senhor. Jesus nunca foi chamado de patrão, mas
de servo sofredor.
Patrão valorize quem te serve. Isso fará muito bem a você e seus filhos.
Empregado, seja honesto nas mínimas coisas. Não dê motivo para que as
pessoas pensem que você é desonesto e preguiçoso. Não abuse da confiança
do seu patrão, tenha uma conduta abençoada.
Ainda hoje encontramos vez por outra nos meios de comunicação denúncias
de “trabalho escravo” acontecendo no nosso país, não obstante estarmos em
pleno século XXI. O texto bíblico trata de “escravos” e “senhores” – hoje em
dia temos os assalariados, os autônomos e os patrões. A escravidão fez parte
da rotina da humanidade durante milênios, sendo que em nosso país ela foi
oficialmente abolida em 1889.
Conclua este estudo com uma oração pela vida profissional de cada um dos
discípulos. Leve-os a se comprometerem com o Senhor de darem bom
testemunho dEle, especialmente no trabalho. Louve a Deus porque Ele
trabalha em nosso favor. Este é um excelente momento para uma ministração
na área financeira e profissional dos discípulos. Vale orar pelos patrões, pelos
profissionais liberais, pelos que ainda não ingressaram no mercado de
trabalho, pelos desempregados.
Em Mt 18:25, na Parábola do Credor Incompassivo, temos um exemplo de
como isto poderia funcionar na sociedade judaica do Novo Testamento. Um
israelita somente poderia ser escravo de outro israelita por conta de dívida.
Porém, o Senhor instituiu que a cada sete anos haveria um cancelamento das
dívidas e a libertação dos escravos (vide Dt 15:1-18).