reino dos céus é semelhante... É necessário termos em mente que a semelhança do reino não é a sua manifestação. A semelhança nos fala de algo misturado ou ainda em processo de formação. A semelhança é a aparência do reino e não a realidade. A parábola do joio 1. O campo é o mundo Muitos dizem que é inevitável que haja joio na igreja e que por isso não devemos excluir a ninguém. Isto é um equívoco, Jesus disse claramente no verso 38 que o campo é o mundo e não a igreja. Paulo diz que devemos expulsar de nosso meio o malfeitor uma vez que seus frutos apareçam (I Cor. 5:9-13). Apesar do inimigo ter oferecido os reinos desse mundo ao Senhor Jesus como se fosse o dono, sabemos que o mundo pertence ao Senhor. Esse mundo é a sua seara (Sl. 24:1). O mundo pertence ao Senhor por direito de criação e por direito de redenção. A parábola do joio 2. A boa semente são os filhos do reino Na parábola do semeador a semente é a Palavra, mas aqui a semente são aqueles que receberam a semente da palavra e que foram semeados no mundo para frutificarem. Edificar a igreja significa semear a semente da Palavra de Deus. A semente é a vida de Deus. Uma vez que somos semeados nós mesmos nos tornamos sementes. A parábola do joio 3. O inimigo semeou o joio Como o Senhor mesmo disse o joio são os filhos do maligno (13:38). Quantas milhares de pessoas se dizem cristãs hoje em dia. Entretanto elas apenas entraram debaixo da influência do reino, mas não chegaram a conhecer o Rei. Uma maneira do joio ser confrontado é pelo amadurecimento do trigo. O trigo curva a cabeça quando está maduro e o joio permanece ereto. O trigo está carregado de vida e de fruto, por isso se curva, mas o joio está vazio por permanece ereto no meio do trigo. Assim temos uma lição para nós. O crente maduro é cheio de vida e de fruto e se curva diante do Senhor pelo amor. O trigo seca em direção a terra, mas amadurece em direção ao céu (D. M. Panton). A parábola do joio 4. O joio não pode ser tirado Retirar o joio do mundo não é o mesmo que tirar o joio da igreja. Na igreja não podemos tolerar o joio, mas o joio que está no mundo somente os anjos de Deus separarão no último dia. Na idade média a Igreja Católica tentou tirar o joio do mundo e ao fazer isso arrancou muito trigo, talvez os melhores. A igreja é composta apenas de trigo. Podemos dizer que há joio nas reuniões ou nas celebrações, mas na igreja nunca. Assim que o joio manifeste o seu fruto devemos evitá-lo na igreja, mas não podemos arrancá- lo do mundo. A parábola do joio Muitos dizem que não devemos julgar, mas não foi isso que Jesus disse. Não devemos julgar segundo a aparência, mas precisamos julgar pelos frutos, pois pelos frutos se conhece a árvore. Uma árvore boa não pode dar um fruto mau e nem uma árvore má dar fruto bom. Joio não produz trigo. Devemos ter muito cuidado, porém, com a aparência. No início do ministério de Jesus nós diríamos que sem hesitar que Pedro era joio e que Judas era trigo. Mas no final descobrimos que a verdade era o inverso. Na parábola do semeador a estratégia do Diabo é se opor para impedir que a semente germine, mas na parábola do joio a sua estratégia é imitar para produzir confusão. A parábola do joio 5. Deixai até a ceifa De acordo com o ensinamento do Senhor nós não podemos arrancar o joio, mas devemos esperar até a consumação desta era, que é a ceifa, quando os anjos farão a separação. Apocalipse 14 é uma referência a este dia. Ali vemos que a seara já está madura. Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! Ap. 14:15 A Parábola do grão de mostarda A interpretação popular desta parábola é de que ela mostra a expansão do reino de Cristo e de como os pecadores simbolizados pelas aves do céu vêm se aninhar nos seus ramos. Todavia a intenção desta parábola não é positiva, sendo antes uma advertência. Ela mostra um crescimento degenerado e a influência maligna dentro do cristianismo. A Parábola do grão de mostarda 1. A violação da lei da criação A parábola do grão de mostarda descreve uma verdadeira monstruosidade. Uma das menores sementes que cresce até virar uma árvore. Gênesis 1:11-12 diz que cada semente deve gerar de acordo com a sua espécie. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Gn. 1:12 A Parábola do grão de mostarda O princípio é que cada semente gere de acordo com a sua espécie. A mostarda é uma hortaliça e não uma árvore. Se uma hortaliça se transforma numa árvore então ela degenerou a sua espécie. Assim vemos que esse crescimento possui três aspectos: É um crescimento sensacional - da menor das semente, para a maior das árvores. É um crescimento anormal - de uma hortaliça para uma árvores enorme, violando assim a lei “segundo a sua espécie”. É um crescimento maligno - o resultado de tal crescimento veio a ser um abrigo para os pássaros do ar, os quais, segundo a parábola do semeador são demônios (Mt.13:4 e 19). A Parábola do grão de mostarda 2. Aves do céu vieram aninhar nos ramos Na parábola do semeador as aves do céu simbolizam demônios. Pelo princípio do contexto podemos dizer que as aves aqui têm o mesmo significado. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. Mt. 13:4 e 19 A Parábola do grão de mostarda Podemos fazer ainda uma comparação entre uma hortaliça e uma árvore: A hortaliça tem de ser plantada periodicamente enquanto a árvore é perene. Isto mostra que a igreja precisa ser constantemente renovada com a água da palavra e do Espírito e ter a sua terra revirada pelo quebrantamento. Hortaliças têm folhas enquanto árvores têm galhos. Isto mostra que a igreja é apenas uma unidade enquanto a árvore é cheia de divisões. A raiz da hortaliça é pequena enquanto a raiz da árvores é profunda. Isto nos mostra o quanto a árvore está radicada nesse mundo. A Parábola do grão de mostarda Sabemos que esta parábola se cumpriu literalmente no ano 328 quando o cristianismo se tornou a religião oficial do império romano. Nessa ocasião o novo nascimento não era mais condição para se fazer parte da igreja. Constantino oferecia quatro moedas de prata e duas túnicas de roupa para quem quisesse se batizar. Desta forma uma grande multidão de incrédulos passou a fazer parte do rol de membros, mas não do Corpo de Cristo. A igreja em seu aspecto exterior tornou-se uma mistura de trigo e joio. O crescimento foi rápido e notável, o grão de mostarda se fez árvore e ganhou grandes proporções. Mas não foi um crescimento de Deus, antes foi algo degenerado e maligno. A Parábola do fermento A interpretação popular desta parábola é que o fermento significa o poder de influência do evangelho que no final alcançará toda a massa. Assim o fermento é usado como algo bom que produzirá resultados tremendamente positivos no final. Cremos que esta interpretação não é apropriada pelos seguintes motivos: Contradiz todo o ensinamento bíblico sobre o fermento que é sempre visto como sendo algo negativo. Contradiz o ensinamento das outras parábolas: do semeador, do joio e do grão de mostarda onde o Senhor mostra a ação do inimigo. As outras três parábolas mostram a questão da mistura como sendo ruim e esta não poderia ser diferente. Contradiz a história de séculos do cristianismo. A Parábola do fermento 1. O fermento na Bíblia O fermento aqui como em toda a Bíblia é algo tremendamente negativo. Ele era proibido das festas da Páscoa e dos Pães asmos e da oferta de Manjares (Ex. 12:15 e 19-20, 13:6-8, Lv. 2:4-5 e 11, Lv. 6:17 e 10:12, Dt. 16:3-4, Am. 4:4-5, Mt. 16:12, Mc. 8:15 e I Cor. 5:6-18). O fermento possui alguns significados no Novo Testamento: O fermento dos fariseus - simboliza a hipocrisia e religiosidade (Mt. 16:12). O fermento dos saduceus - simboliza a incredulidade e materialismo O fermento da imoralidade - o pecado que é cometido habitualmente. (I Cor. 5:1-18). O fermento de Herodes - imoralidade e mundanismo (Mc. 8:15). O fermento do judaísmo - o sábado e o legalismo (Gl.5:9). A Parábola do fermento Assim o fermento é usado pelo Senhor para mostrar o crescimento do cristianismo. Tal crescimento, porém, não acontece de forma correta, mas, assim como na parábola do grão de mostarda, é anormal. O fermento é usado basicamente para três finalidade: O fermento é colocado para tornar o pão macio. Todas vezes que tentamos tornar a mensagem do evangelho mais fácil do ela é estamos fermentando a massa. Se desejamos tornar a porta mais larga então estão cheios de fermento. O fermento produz um crescimento aparente. Uma massa fermentada parece realmente grande, mas quando colocamos o dedo ela murcha. O crescimento produzido pelo fermento não é real, mas aparente. O fermento é a própria massa só que apodrecida. O fermento possui basicamente a mesma natureza da massa, mas degenerado. É o mesmo princípio da semente do grão de mostarda. Deus não aceita nada apodrecido, pois ele rejeita a morte. A Parábola do fermento 2. Três medidas de farinha O princípio da primeira menção diz que a primeira menção de qualquer assunto na Bíblia determina em linhas gerais o seu sentido no resto da Bíblia. Por esse princípio vemos que a primeira menção de “três medidas de farinha” foi em Gênesis 18:6. Assim as “três medidas de farinha” representam uma refeição de comunhão. Cristo Jesus é o nosso alimento e, a na vida da igreja, temos comunhão com ele. Acrescentar fermento a isso significa que ainda temos o Senhor, mas estamos misturados com muitas outras coisas. O Senhor não aceita a mistura das coisas do Espírito com as coisas da carne, nem tão pouco oferta queimada com fogo estranho. Precisamos vir a ele com os asmos da sinceridade e da verdade (I Cor. 5:8).