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Lei das XII tábuas

A lei das XII tábuas surge no período de transição entre a monarquia e a república (509 a.C.- 367 a.C.)
mais especificamente em 450 a.C., uma vez que o Colégio dos pontífices tinha como objetivo ditar a
justiça e impor as regras dos mores maiorum ( “Costumes dos ancestrais” é o código não escrito de que
os antigos romanos derivavam as suas normas sociais) com o auxílio dos deuses. Os sacerdotes pontífices
exigiam que estas regras se tornassem escritas para assim se reconhecer o direito (criar-se leis). Assim,
forma-se um corpo de dez patrícios, que não exerçam a função de sacerdotes Pontífice e que olham para
as regras antigas de Roma (mores maiorum) e vão transformá-las em lei. Foi uma das primeiras leis que
ditavam normas eliminando assim as diferenças de classes, atribuindo às quais um grande valor, uma vez
que as leis do período monárquico não se adaptaram à República. Estas leis ditavam por exemplo o
processo da lei e quem detinha o cargo de Pater famílias.

Provocatio ad populum

O Provocatio ad populum surge, uma vez que era necessário garantir que a aplicação das mais graves
medidas repressivas e penas máximas não ficassem apenas ao arbítrio dos Patrícios e por isso é criada
uma contra magistratura. Esta contra magistratura “provocatio ad populum” consistia no direito que os
cidadãos tinham de apelar aos tribunais da Plebe contra as sentenças dos magistrados que
considerassem abusivas ou injustas, especialmente contra aqueles que impõem a pena de morte,
pedindo a instauração de um processo nos Comitia. O Tribuno da Plebe, constituído por Plebeus tinha a
função de eleger um magistrado quando era necessário proteger os interesses do povo e assim paralisar
a ordem de qualquer magistrado. Evitando assim guerras civis elevando os plebeus ao mesmo patamar
que os patrícios.

Leges Liciniae Sextiae (367 a.C.)

As Leges Liciniae Sextiae foram um feito muito importante no período de transição da Monarquia para a
República uma vez que vêm pôr fim a instabilidade desse período, pois é conseguida a admissão dos
plebeus nas magistraturas supremas, como por exemplo o Consulado. Estas medidas formalizaram as
reivindicações históricas dos Plebeus pela igualdade que consideravam necessárias face aos Patrícios
para assim se sentirem Romanos. As principais medidas foram: a limitação dos juros; uma nova forma de
distribuição da terra; o acesso dos plebeus aos cargos públicos e o aumento dos encarregados da
custodia dos “livros sibilinos”, impondo que sejam metade Plebeus e metade Patrícios. Mais tarde, já na
República esta normas tornaram possível dividir e hierarquizar as magistraturas de forma a conectá-las
num sistema de regras e princípios que garantissem a estabilidade e continuidade do modelo político-
institucional da época.

Lex Rogata

Em Roma, durante o período de transição entre a Monarquia e a República, a Lei é o comando imposto
pelo povo e cumprido por si mesmo (lex rogata), ou seja, é o povo que aprova/delega e cumpre a lei, não
o governo, a qual é denominada por Constituição imperial.

Cursus honorum

Os Cursos hunorum eram essenciais para conseguir o cargo de magistrado quando se deu a queda
efetiva da Monarquia, uma vez que o principal objetivo dos Romanos na República era impedir os
aproveitamentos políticos levados a cabo durante a monarquia. Assim, a divisão dos poderes passou a
ser feita por magistrados de eleição popular, dos quais se distinguiam dois Consulês que detêm o
imperium que antes pertencia ao Rei. Ora, para poderem exercer a função de magistrados, tinham de
cumprir certos requisitos, um desses requisitos era frequentar a carreira das honras (Cursos hunorum), ou
seja, é o percurso sequencial das magistraturas romanas exercidas pelos aspirantes a políticos.

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