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PRÉ-UNIVERSITÁRIO OFICINA DO SABER Aluno(a):

DISCIPLINA: Literatura PROFESSORA: Suéllen da Mata


Data: 31 / 08 / 2020

Temas da lírica camoniana Lista 8

Há algumas temáticas comuns na obra de Camões. A seguir, veremos três das principais: o amor, a
beleza feminina e o desconcerto do mundo.

d) repleto de contradições.
O amor e) incapaz de ser realizado.

QUESTÃO 2
Camões explora o tema da morte da amada,
bastante comum na literatura clássica. Alguns de seus
poemas mais famosos também tratam do sofrimento A última estrofe do soneto traz uma pergunta.
devido à indiferença ou à rejeição pela amada e Formule essa pergunta com suas próprias palavras.
das contradições do sentimento amoroso. Esta
última característica explica o conflito entre o desejo
intenso e o ideal platônico, entre o amor carnal e o
amor idealizado; um exemplo disso é o soneto
apresentado a seguir, um dos mais conhecidos de toda
a língua portuguesa.
QUESTÃO 3
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente; A presença de imagens de oposição, nesse soneto
É um contentamento descontente; camoniano, evidencia a influência do
É dor que desatina sem doer.
a) Maneirismo.
b) Classicismo.
É um não querer mais que bem querer;
c) Individualismo.
É um andar solitário entre a gente; d) Platonismo.
É nunca contentar-se de contente; e) Cristianismo.
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


A beleza feminina
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade. Camões foi um grande cantor de diferentes padrões de
beleza feminina. Mas é preciso levar em conta que,
Mas como causar pode seu favor em sua obra, o elogio físico vinha muitas vezes
Nos corações humanos amizade, acompanhado de considerações de caráter moral.
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Sugeria-se, desse modo, que a beleza externa possuía
um correspondente espiritual.
CAMÕES, Luís de. In: Sonetos. Lisboa: Publicações Europa-
América, s/d. p. 56. Um mover d’olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
QUESTÃO 1 Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;
No soneto, o amor é definido como um sentimento
Um despejo quieto e vergonhoso;
a) capaz de conduzir à plenitude espiritual. Um repouso gravíssimo e modesto;
b) que se realiza exclusivamente no plano carnal. Uma pura bondade, manifesto
c) que supera as contrariedades da existência.
Indício da alma, limpo e gracioso;
Um encolhido ousar; uma brandura; do mal ficam as mágoas na lembrança,
Um medo sem ter culpa, um ar sereno; e do bem (se algum houve), as saudades.
Um longo e obediente sofrimento:
O tempo cobre o chão de verde manto,
Esta foi a celeste formosura que já coberto foi de neve fria,
Da minha Circe, e o mágico veneno e, em mim, converte em choro o doce canto.
Que pôde transformar meu pensamento.
E, afora este mudar-se cada dia,
CAMÕES, Luís de. In: Sonetos. Lisboa: Publicações outra mudança se faz de mor espanto,
Europa-América. s/d. p. 69. que não se muda já como soía.
CAMÕES, Luís de. In: Sonetos.
QUESTÃO 4 Lisboa: Publicações Europa-América, s/d. p. 234.

Nos onze primeiros versos do soneto, o eu lírico QUESTÃO 6

a. aponta apenas para aspectos físicos da amada. Na primeira estrofe, quando o eu lírico afirma que
b. coloca em destaque as componentes morais da “todo o mundo é composto de mudança”, ele quer
amada. dizer que
c. denuncia os defeitos da amada.
d. lamenta a morte da amada. a. todas as pessoas passam por transformações.
e. apresenta uma sucessão de traços positivos da b. as mudanças fazem parte da natureza das coisas.
amada. c. o clima do mundo se alterna constantemente.
d. o ser humano é definido pelas metamorfoses.
QUESTÃO 5 e. o mundo é resultado das mudanças promovidas
pelo ser humano.
Na última estrofe, o eu lírico associa a amada a uma
personagem homérica, Circe. Em qual aspecto essa QUESTÃO 7
personagem se distancia da imagem convencional que
a figura feminina assume na estética clássica? Na terceira estrofe, o eu lírico estabelece um traço de
semelhança e outro de diferenciação entre ele e o
mundo. Aponte cada um desses traços.

O desconcerto do mundo
Os sofrimentos expressos na poesia lírica camoniana
não se limitam ao amor ou às mudanças da vida. Há
ainda muitas referências à falta de lógica e
à desordem do mundo, que levam à dor de viver,
particularmente no que diz respeito a algumas
transformações do mundo que não são acompanhadas
pelo poeta. Nesse sentido, podemos dizer que Camões
captou modificações substanciais nos valores de seu
tempo.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,


muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,


diferentes em tudo da esperança;

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