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Motor Diesel

A criação do primeiro modelo do motor a diesel que funcionou de forma eficiente


data do dia 10 de agosto de 1893. Foi criado por Rudolf Diesel, em Augsburg,
Alemanha, e por isso recebeu este nome. Alguns anos depois, o motor foi
apresentado oficialmente na Feira Mundial de Paris, França, em 1898. O
combustível então utilizado era o óleo de amendoim, um tipo de biocombustível
obtido pelo processo de transesterificação.

Os primeiros motores tipo diesel eram de injeção indireta. Tais motores eram
alimentados por petróleo filtrado, óleos vegetais e até mesmo por óleos de peixe.

Entre 1911 e 1912, Rudolf Diesel fez a seguinte afirmação:


“O motor a diesel pode ser alimentado por óleos vegetais, e ajudará no
desenvolvimento agrário dos países que vierem a utiliza-lo... O uso de óleos vegetais
como combustível pode parecer insignificante hoje em dia. Mas com o tempo irão
se tornar tão importante quanto o petróleo e o carvão são atualmente.”

Um dos primeiros usos do óleo vegetal transesterificado foi o abastecimento de


veículos pesados na África do Sul, antes da Segunda Guerra Mundial. O processo
chamou a atenção de pesquisadores norte-americanos durante a década de 40,
quando buscavam uma maneira mais rápida de produzir glicerina para alimentar,
bombas, no período de guerra.

Após a morte de Rudolf Diesel, a indústria do petróleo criou um tipo de óleo que
denominou de "Óleo Diesel" que, por ser mais barato que os demais combustíveis,
passou a ser largamente utilizado. Foi esquecido, desta forma, o princípio básico
que levou à sua invenção, ou seja, um motor que funcionasse com óleo vegetal e que
pudesse ajudar de forma substancial no desenvolvimento da agricultura dos
diferentes países. A abundância de petróleo aliada aos baixos custos dos seus
derivados fez com que o uso dos óleos vegetais caísse no esquecimento. Mas os
conflitos entre países e o efeito estufa foram elementos que marcaram de forma
definitiva a consciência do Desenvolvimento Auto-sustentável pelos ambientalistas.
Dessa maneira, a fixação do homem no campo e o aumento do consumo de
combustíveis fósseis fez com que houvesse, mais uma vez, a preocupação com a
produção de óleo vegetal para ser utilizado em motores.

Evolução histórica
Início Século XX: utilização de óleos vegetais em testes nos motores diesel.

Anos 70: declínio de interesse pelo uso dos óleos vegetais motivado pela abundância e
baixo custos dos derivados de petróleo. Nesta mesma década, devido aos dois grandes
choques mundiais que elevaram o preço do petróleo, há a retomada pelos testes com
óleo vegetal.
Anos 80: Novo declínio de interesse pelos óleos vegetais.

Anos 90: retomada de interesse devido à pressões ambientalistas e a introdução do


conceito de Desenvolvimento Sustentável.

Século XXI: Efeito estufa, desenvolvimento do setor primário e necessidade de fixação


do homem no campo, fazem com que o investimento na pesquisa, produção e
divulgação do biodiesel se espalhem por todo o país através de feiras, encontros,
seminários, etc.

Vantagens e Desvantagens

Vantagens

Os motores a diesel, ao contrário do que muita gente pensa, possuem atrativos cada
vez mais bem definidos. Conforme o aspecto do consumo é cada vez mais levado em
conta, mais claras ficam as vantagens dos motores de ciclo diesel:

Eles apresentam um alto rendimento térmico (42%, contra no máximo 33% dos
motores do ciclo Otto - gasolina);

Menor consumo específico (em torno de 30%, pois é possível extrair mais energia do
combustível e da combustão);

Menores índices de emissões de poluentes (emitem quantidade inferior de gases


tóxicos, desde que bem regulados);

Por ser um combustível menos volátil que a gasolina, oferece maior índice de
segurança na ocorrência de acidentes;

Menor consumo de combustível;

Maior vida útil do motor.

Desvantagens

Os motores a diesel nunca foram muito atraentes para os consumidores. Durante o


final dos anos 70, os motores a diesel nos carros de passageiros tiveram um aumento
nas vendas devido ao embargo do petróleo, mas essa foi a única alta que eles tiveram
no mercado. Mesmo sendo considerado eficiente, o diesel apresenta desvantagens: 

Por possuírem uma taxa de compressão, tendem a ser mais pesados do que um motor
a gasolina;

Tendem a ser mais caros;


Por serem pesados e terem taxa de compressão, eles têm mais torque do que alta
potência, fazendo com que sejam mais lentos em termos de aceleração;

Produzem mais fumaça e é preciso esperar o carro aquecer para dar a partida;

São mais barulhentos e a disponibilidade do diesel é menor que a da gasolina.

Essas são algumas desvantagens históricas, e alguns novos projetos desse motor estão
eliminando algumas destas desvantagens - fumaça, ruído, vibração, custo e baixa
potência.

Funcionamento Mecânico
Na maioria das aplicações, os motores Diesel funcionam a quatro tempos O ciclo inicia-se com
o êmbolo no ponto morto superior (PMS). A válvula de admissão está aberta e o êmbolo ao
descer aspira o ar para dentro do cilindro.

O êmbolo atinge o Ponto Morto Inferior (PMI), a válvula de admissão fecha, e inicia-se então a
compressão. A temperatura do ar dentro do cilindro aumenta substancialmente devido à
diminuição do volume.

Pouco antes do PMS o combustível começa a ser pulverizado pelo ejector em finas gotículas,
misturando-se com o ar quente até que se dá a combustão. A combustão é controlada pela
taxa de injecção de combustível, ou seja, pela quantidade de combustível que é injectado. O
combustível começa a ser injectado um pouco antes do PMS devido ao facto de atingir a
quantidade suficiente para uma perfeita mistura (ar + combustível)e consequentemente uma
boa combustão.

A expansão começa após o PMS do êmbolo com a mistura (ar + combustível) na proporção
certa para a combustão espontânea, onde o combustível continua a ser pulverizado até
momentos antes do PMI.

O ciclo termina com a fase de escape, onde o embolo retorna ao PMS, o que faz com que os
gases de combustão sejam expulsos do cilindro, retomando assim o ciclo.

No caso dos motores a dois tempos, o ciclo é completado a cada volta, a admissão não é feita
por válvulas mas sim por janelas.

Ciclo Termodinâmico
Para explicar o funcionamento de um motor Diesel, é preciso conhecer algumas
características termodinâmicas referentes à teoria de máquinas térmicas, mais concretamente
aos ciclos térmicos. O ciclo Diesel representa, em teoria, 11 funcionamento do motor com o
mesmo nome. A realidade não difere muito deste modelo teórico, mas devido a variados
factores, o ciclo térmico não passa mesmo disso. Na prática, o funcionamento possui algumas
diferenças.
Para o ciclo teórico, estão representadas nas figuras, as evoluções consoante as propriedades
analisadas. A figura 1 mostra a evolução segundo apressão e o volume específico, a figura 2, a
relação entre a temperatura e a entropia.

Em ambos os casos, a evolução é:

 1 → 2 : Compressão isentrópica → 


 2 → 3 : Fornecimento de calor a pressão constante (isobárico) →
 3 → 4 : Expansão isentrópica → 
 4 → 1 : Cedência de calor a volume constante → 

Trabalho de ciclo: 

Rendimento do ciclo: 

Razão de compresão:

Tecnologia

Quando o tempo está frio, o ar ao ser comprimido poderá não atingir a temperatura suficiente
para a primeira ignição, mas esses obstáculos têm vindo a desaparecer em virtude
das injecções electrónicas directas e a maior rotação do motor de partida. Nos modelos antigos
ou lugares muito frios costuma-se usar velas de incandescência no tubo de admissão para
minimizar esse efeito sendo que alguns motores estacionários ainda usam buchas de fogo e a
partida é feita com manivelas.

As principais diferenças entre o motor a gasolina e o motor diesel são as seguintes:

 Enquanto o motor a gasolina funciona com a taxa de compressão que varia de 8:1 a


12:1, no motor diesel esta varia de 15:1 a 25:1. Daí a robustez de um relativamente a
outro.

 Enquanto o motor a gasolina admite (admissão - 1º tempo) a mistura ar/combustível


para o cilindro, o motor Diesel aspira (aspiração 1º tempo) apenas ar.

 A ignição dos motores a gasolina dá-se a partir de uma faísca elétrica fornecida


pela vela de ignição antes da máxima compressão na câmara de explosão(> a 400ºC). Já
no motor Diesel a combustão ocorre quando o combustível é injetado e imediatamente
inflamado pelas elevadas temperaturas (> a 600ºC) devido ao ar fortemente comprimido
na câmara de combustão. O Engenheiro Rudolf Diesel, chegou a esse método quando
aperfeiçoava máquinas a vapor.

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