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A MERCADORIA

Tamara de Fátima Santos1

Resumo
O valor de uma mercadoria depende do quanto de trabalho é imposto na sua criação,
tendo o valor de uso e o valor de troca. Todo e qualquer objeto produzido possui valor de uso
para alguém, e valor de troca para o comerciante. Em sequencia foi-se criado o valor
monetário onde as mercadorias eram trocadas por dinheiro, um meio para facilitar as
transações nacionais e internacionais.
Palavras chave: Mercadoria, valor, troca.
Introdução
É de fundamental importância o conceito de formação da mercadoria, a mercadoria por si não
percorre um caminho e se troca sozinha, para que ocorra um processo de troca de mercadorias as
pessoas tem que se envolver uma com as outras para realizar tal ato, mas elas apenas buscam algo para
satisfazer suas necessidades, algo que as agradam.
O texto se aplica de acordo com os pensamentos de Karl Marx, onde o comércio das
mercadorias se trata apenas da satisfação do consumidor, buscando aperfeiçoar os processos das trocas
para ficar acessível para toda a população.
Cada país tem produtos distintos, devido a quantidade de matéria-prima e a condição dos
meios naturais, tendo a mercadoria o valor de uso e o valor de troca, que será esclarecido no decorrer
deste trabalho.
Sobre a Mercadoria
A mercadoria é um objeto que satisfaz as necessidades do homem, é uma junção de
dois elementos, o trabalho humano e a matéria proporcionada pela natureza, ou seja, são
matérias tiradas da natureza e através do trabalho humano são aperfeiçoadas e transformadas
em produtos, portanto:
Os valores de uso casaco, linho etc., enfim, os corpos das mercadorias, são
ligações de dois elementos, matéria fornecida pela natureza e trabalho.
Subtraindo a soma total de todos os trabalhos úteis contidos no casaco, linho,
etc., resta sempre um substrato material que existe sem ação adicional do
homem, fornecido pela natureza. Ao produzir, o homem só pode proceder
como a própria natureza, isto é, apenas mudando as formas materiais. Mais
ainda. Nesse trabalho de formação ele é constantemente amparado por forças
naturais. Portanto, o trabalho não é a única fonte de valores de uso que

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Graduanda do terceiro período do curso de Ciências Econômicas, pela Universidade Estadual de Goiás (UEG),
no Campos de Ciências Socioeconômicas e Humanas (CCSEH) de Anápolis.
produz, da riqueza material. Dela o trabalho é o pai, e como diz William
Petty, e a terra a mãe. (MARX, KARL, 1985)
O valor de uso da mercadoria é determinado pelo quanto de trabalho está incorporado
no produto, ou seja, quanto mais tempo se gastasse na produção de certo produto, mais
valiosa seria essa mercadoria. Porém depende muito da agilidade do trabalhador, dos meios de
produção usados, da tecnologia aplicada, a eficácia do processo de produção e dos meios
naturais. Quando a força produtiva fosse maior se gastaria menos tempo na produção de um
artigo, assim se teria menor força de trabalho cristalizada, menor o seu valor.
Um objeto pode possuir valor de uso sem se tornar mercadoria, por exemplo, o ar. Um
artigo criado não pode ser valor sem ser objeto de uso, se ele for inútil sua força de trabalho
nele imposto também será inútil. Um bem produzido só se tornará mercadoria se ele for
pensado como um meio de troca, dessa maneira tendo um valor de uso para outra pessoa, por
exemplo: uma pessoa produz um alfinete, com a intensão de troca-lo com outra pessoa, para a
mesma o alfinete teria uma utilidade enorme, assim o valor de uso, então o alfinete se torna
mercadoria. O alfinete não possui valor de uso para seu portador, ele possui valor de troca,
onde ele foi criado afim de ser trocado por um bem distinto a ele.
Marx fala o seguinte em seu livro O Capital (1985, pag. 50), “Casaco não se troca por
casaco, o mesmo valor de uso pelo mesmo valor de uso”, a mercadoria tem que possuir valor
de uso qualitativamente diferente daquela que irá ser trocada, ou seja, se as coisas a serem
trocadas possuírem o mesmo valor de uso não tem sentido ela ser trocada, pois a utilidade de
ambas é igual, não tendo sentido a troca delas.
A força de trabalho também é uma mercadoria, o homem precisa trocá-la por um
salário para poder sobreviver na sociedade, o trabalhador não coloca preço em sua força de
trabalho é o senhor que precisa de seu serviço que coloca, na maioria esse valor não satisfaz o
trabalhador, porém ele aceita apenas para manter sua subsistência na sociedade.
A burguesia dona dos meios de produção buscam lucros com a menor quantidade de gasto
possível, menosprezando a força de trabalho da classe proletariado com jornadas de trabalhos longas a
um salário insignificante, tendo trabalhadores não satisfeitos. De inicio na época da escravatura a
burguesia obtinha lucros exorbitantes com a produção, já que não se era gasto com salários.
No valor de uma mercadoria o trabalho em si empregado está referido como trabalho humano.
Para se comparar os artigos a serem trocadas, se visa o quanto de trabalho humano ambas possuem, as
duas tem que possuir a mesma quantidade de trabalho humano para serem trocadas.
Como nenhuma mercadoria pode figurar como equivalente de si mesma,
portanto tão pouco podendo fazer de sua própria pele natural expressão de
seu próprio valor, ela tem de relacionar-se como equivalente a outra
mercadoria, ou fazer da pele natural de outra mercadoria sua própria forma
de valor. (MARX, KARL.1985)
A mercadoria não pode fazer uma referência a si mesmo para lhe atribuir valor, ela
precisa ser referida com outra mercadoria para medir seu valor, um exemplo seria que 20
varas de linho é igual a um casaco ou 20 varas de linho é igual a dois casacos, o casaco possui
sua forma equivalente ao linho ou o linho possui sua forma relativa ao casaco. O linho pode
ser comparado com todos os tipos de mercadorias existentes no mundo contanto que possua a
mesma quantidade de trabalho.
Assim temos a forma geral do valor, onde qualquer tipo de mercadoria pode ser
trocada pela mesma quantidade de trabalho nela contida, ou seja, a forma simples ou
individualizada de uma mercadoria faz referencia a outra mercadoria, onde várias mercadorias
equivalem a apenas uma mercadoria.
A forma geral do valor se transformou na forma dinheiro, onde as mercadorias não
eram comparadas com outras demais mercadorias e sim com uma espécie monetária (que
também é uma mercadoria, pois se demanda tempo e trabalho humano em sua fabricação),
antes 20 varas de linho é igual a um casaco, agora 20 varas de linho é igual a duas libras
esterlinas.
A produção de mercadorias não se torna importante apenas para os trabalhadores da
produção, os produtos são importantes para das pessoas que não são dominantes de nenhum
meio de produção e precisam das mercadorias para sobreviver, por isso se foi criado uma
unidade monetária, para facilitar as trocas com toda a população e a outros países que
importam as mercadorias.
Contudo a mercadoria deixa de ser trabalho individual e se torna trabalho social, onde
trabalho individual são os artigos que são produzidos apenas por uma única pessoa para uso
individual do produtor, já o trabalho social acontece em uma produção maior em que
demande um número grande de trabalhadores para a confecção de artigos não só para eles,
mas para toda a população, onde qualquer um poderá ter acesso.
O dinheiro recebido em troca da mercadoria a maior parte é investida na própria
produção, é utilizado para a compra de matéria-prima, salários pagos pela força de trabalho,
ou seja, é gasto na própria produção, assim o dinheiro volta em forma de mercadoria
novamente.
Conclusão
A formação da mercadoria veio como uma forma que o ser humano encontrou para
satisfazer suas necessidades, como não é em todo lugar e nem todos que conseguem produzir
todos os bens para a satisfação das pessoas, veio o processo de trocas, um artificio utilizado
mediante a força de trabalho introduzidos nas especiarias para um processo de troca.
Toda e qualquer mercadoria criada, veio com o sentido de valor de uso para outra
pessoa, para o detentor de mercadoria ela possui o valor de troca, sendo de inicio um meio de
troca-la com outra mercadoria para sua satisfação, no final se foi criada uma unidade
monetária, onde cada mercadoria possuía um valor, assim ficando mais fácil para a população
adquiri-la.
Quando introduzido à troca das mercadorias por uma unidade monetária, a classe
burguesa totalmente capitalista teve que aumentar a produção, devido ao aumento da demanda
que se obteve, pois a acessibilidade delas com a população e com os países do exterior
aumentou, assim o giro das mercadorias pelo mundo teve uma expansão vasta.
Referências Bibliográficas
MARX, Karl. O Capital Vol. 1. São Paulo: Nova Cultural, 1985.

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