Você está na página 1de 9

Ivan Benjamim Miguel

TPC de Psicologia de Desenvolvimento do Adulto

Licenciatura em Psicologia

Universidade Rovuma

Nampula

2020
Ivan Benjamim Miguel

TPC de Psicologia de Desenvolvimento do Adulto

Licenciatura em Psicologia
2o Ano

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de


Psicologia de Desenvolvimento do Adulto, a ser
entregue no Departamento de Ciências de Educação
e Psicologia. Leccionado pelo MSc. Pedro Cosmo
Window, de carácter avaliativo.

Universidade Rovuma

Nampula

2020
1. O começo do estudo do problema da velhice

Embora o estudo do problema da velhice possa ser rastreado ate os primeiros pensadores da
humanidade, é muito recente a pesquisa científica do processo de envelhecimento.

2. Diferença

A Gerontologia é a área da saúde responsável pelo estudo do envelhecimento humano;


analisando as consequências físicas, emocionais e sociais que a idade avançada traz para a
vida, enquanto a pediatria é o ramo de medicina que trata a saúde e os cuidados médicos dos
infantes, das crianças, e dos adolescentes do nascimento até a idade de 18.

3. Os factores de aumento da população idosa

O aumento da população idosa deve-se não só à maior expectativa de vida gerada pela
melhoria das condições sociais e sanitárias, mas também à diminuição da taxa de mortalidade.

4. As etapas dos estágios da velhice

As etapas dos estágios da velhice são:

Pré-senilidade ou Senescência;
Senilidade;
Terceira e Quarta idades (pessoas acima de 80 anos)
5. As mulheres vivem mais tempo do que os homens.

Porque elas passaram a ser pessoas muitas vezes desocupadas (aposentadas), que devem ser
sustentadas economicamente e ter seu tempo livre e de recreação organizado.

6. O que contribui para a valorização e desvalorização da pessoa idosa

O que contribui para a valoração e desvalorização da pessoa idosa é que a sociedade


contemporânea tende a idealizar a adolescência e a juventude, juntamente com tudo o que
considera novo.

7. As consequências da desvalorização da pessoa da terceira idade

Como consequência, a sociedade rejeita o idoso e desvaloriza tudo o que considera velho.
Paralelamente, a passagem da família numerosa para a família nuclear (cônjuges e um ou
dois filhos) torna cada vez mais distante a figura do avo. Os idosos correm, portanto, o risco
de desvalorização e marginalização não só por parte da sociedade, mas da família, que é seu
apoio afectivo essencial.

8. Os principais factores que influenciam negativamente no processo de


envelhecimento

Os factores que influenciam negativamente no processo de envelhecimento são:

Privação de uma actividade ocupacional, condenação à passividade: a aposentadoria,


às vezes, mais do que um direito adquirido, é uma verdadeira condenação social e
económica;
Doenças físicas e enfraquecimento corporal;
Lentidão das funções psíquicas;
Diminuição ou exclusão das actividades prazerosas e agradáveis da vida;
Medo diante da aproximação da morte.

9. Teorias sobre o processo de envelhecimento:

Aspectos que preocupavam os pensadores na antiguidade quando quizessem estudar o


envelhecimento são: como prolongar a vida, a busca de processos de rejuvenescimento (a
fonte da eterna juventude).

10. Os conceitos da velhice que foram dados na antiguidade

Muitos autores consideravam a velhice uma enfermidade crónica comum a todos os humanos.
Para Aristoteles, por exemplo, a velhice era como “uma doença natural” e Sêneca afirmava
que era uma doença incurável.

11. O que defendem as teorias Genéticas sobre o processo de envelhecimento

As teorias genéticas afirmam que o ciclo vital, seja de uma célula ou organismo, é
geneticamente determinado. Os genes contem a informação ou o programa que determina o
processo de envelhecimento, de modo semelhante ao que determina a cor dos olhos ou dos
cabelos.

12. O que defendem as teorias Biológicas sobre o processo de envelhecimento


Segundo as teorias biológicas o envelhecimento é produto do acumulo progressivo de
elementos tóxicos em células e órgãos, que acabam por interferir na função destes. A perda
da elasticidade da pele e dos músculos seria um exemplo a favor de tal afirmação.

13. As teorias Imunológicas

As teorias imunológicas do envelhecimento afirmam que este é produto de reacções


imunopatologicas, nas quais os anticorpos perdem a capacidade de distinguir entre proteínas
próprias e estranhas, atacando-as de forma indiscriminada e provocando a sua morte. Não há
porem evidências experimentais disso, embora existam algumas de carácter clínico.

14. A teoria do Desapego, Afastamento ou Desligamento sobre o processo de


envelhecimento

A teoria do desapego, afastamento ou desligamento sobre o processo de envelhecimento


defende que a medida que o ser humano envelhece, ocorre uma diminuição do interesse vital
por actividades e objectos que o cercam e que esse é um processo normal, desejado pelo
idoso, que aceita e sente necessidade de abandonar os papéis, actividades e funções próprios
da idade adulta. O declínio das actividades sensoriais e musculares leva ao afastamento
sistemático do contacto e da interacção social, reduzindo-se, assim, a possibilidade de que
tais relações sejam geradoras de angústia, pois se evitam as situações conflitivas, em especial
com as gerações mais jovens. O desapego ou afastamento permite que a pessoa idosa
redistribua suas energias já minguadas, centrando-se em um menor número de objectos de
maior significado.

15. A teoria da Actividade sobre o processo de envelhecimento

A teoria da actividade afirma que, quanto mais o individuo se mantém activo, maiores suas
possibilidades de um envelhecimento adequado, também afirma que as necessidades
psicológicas e sociais são praticamente as mesmas tanto na velhice quanto na meia-idade. A
teoria da actividade considera que não existe qualquer possibilidade, baseada na renúncia e
no afastamento social, de adaptação da pessoa que envelhece ao novo papel. O afastamento é
considerado expressão patológica da velhice. A teoria da actividade tem em vista os “velhos-
jovens” e propõe-se prolongar a maturidade. O isolamento dos idosos, segundo essa teoria, é
determinado pelos preconceitos segregacionistas contra os velhos.
16. A teoria dos Novos Papéis sobre o processo de envelhecimento

Os autores norte-americanos Streib e Schneider formularam a teoria dos novos papéis, que se
situa a meio caminho entre a do desapego e a da actividade. Eles reconhecem a diminuição
das actividades sociais com a idade e o desejo concomitante da pessoa de permanecer activa
e plenamente “ligada” o máximo possível. Propõem o reforço de novos papéis, não impostos,
que levem em consideração as motivações pessoas e as capacidades físicas, alem dos
recursos do meio.

17. A teoria da Continuidade sobre o processo de envelhecimento

Segundo a teoria da comunidade, o ser humano envelhece da mesma forma que viveu. À
medida envelhece, trata de garantir a continuidade daquilo que adquiriu. Por exemplo, os
idosos que procuram novas amizades e actividades são, em geral, aqueles que nos períodos
anteriores estavam abertos a novas experiencias.

18. A teoria da Descontinuidade sobre o processo de envelhecimento

Danish e outros (1980) e O. Brin e Carol Riff (1980) formularam a teoria da descontinuidade,
a qual afirma que as mudanças cognitivas e comportamentais do idoso decorrem de factos
como a aposentadoria, a vulnerabilidade as doenças, a viuvez entre outros.

19. O posicionamento dos gerontólogos acerca das teorias do processo de


envelhecimento

Muitos gerontólogos consideram que a variabilidade e a diversidade aumentam com a idade,


e assim a multiplicidade de padrões de conduta e de traços de personalidade é maior na
velhice do que em qualquer outra idade. Para eles, a grande diversidade de estilos de vida das
pessoas idosas impede as categorizações como o desapego, a actividade ou a descontinuidade.

20. As críticas que estudiosos fazem a diversas teorias do processo de envelhecimento

As críticas afirmam que a senectude é um processo individual, com amplas oscilações intra-
individuas e interindividuais das funções biológicas e psíquicas. Também afirmam que não
se pode falar de um declínio geral, que afecte todas as funções, nem de um fenómeno
universal, que envolva todas as pessoas.

21. Guardine sobre o processo de envelhecimento


Guardine afirma que, a medida que envelhece, a pessoa espera cada vez menos, diminuindo a
expectativa e a análise das possibilidades futuras. Simultaneamente, intensifica-se a sensação
de transitoriedade. Os acontecimentos, sem perder seu valor, impressionam menos o idoso,
que não os leva tão a serio, por julga-los com base em sua sabedoria, e não na dinâmica
adulta. Os que não querem ser velhos e não se aceitam como tal afastam o olhar do fim que
se aproxima, aferrando-se ao estágio vital passado e pretendendo as vezes equipar-se aos
jovens. Guardine diz que a idade do homem senil ou completamente ancião vem após a do
homem velho ou sábio.

22. Diferenças dos seguintes conceitos: Crise de desgarramento, Homem Sábio e Homem
senil.
Crise de desgarramento – É quando se aceita o fim;
Homem sábio – É a manifestação da transparência de sua vida, ressaltando sua
experiencia e sua capacidade de julgamento. Irradia sua sabedoria e experiencia;
Homem senil – O homem senil caracteriza-se pela diminuição de suas capacidades e, por
conseguinte, pela dependência dos demais.
23. Os temas nas conversas das pessoas idosas com profundas modificações corporais

Os temas são sobre doenças, acidentes, operações, funcionamentos intestinal, ingestão de


alimentos. É uma temática que as une por serem da mesma geração e é também um dos
motivos que em partes isola-as do restante de seus congéneres.

24. Vida sexual do idoso

Muitos encaram o idoso como alguém sem capacidade sexual, um impotente. E ridícula toda
expressão do amor entre eles (é uma época para as dores, e não para os prazeres). São
afirmações erróneas e preconceituosas, pois o idoso mantém tanto o interesse ou desejo
sexual quanto a actividade sexual, embora com menor intensidade e frequência. A
menopausa feminina não anula os desejos e a actividade sexual. A andropausa, nos homens,
é gradual, de forma que o idoso do sexo masculino continua sua actividade sexual e uma
certa percentagem conserva a capacidade de procriar.

25. Modificações na capacidade de rendimento das funções psíquicas


É comum ouvir falar da dificuldade de memória do idoso, que o tornaria pouco confiável
para algumas tarefas. As funções psicológicas atingem seu ponto máximo em momentos
diferentes. Assim, por exemplo, na juventude predominam as funções que podem ser
definidas como a inteligência fluida (agilidade mental, capacidade de combinação, orientação
em situações novas). Quanto a aprendizagem, há diferenças significativas entre os adultos e
os idosos. Estes exigem mais tempo e materiais mais organizados e menos complexos do que
aqueles.

26. As modificações da personalidade sem se esquecer dos quatro lutos básicos da


velhice descritos pela Méndez com base no modelo de Arminda

As modificações corporais anteriormente mencionadas favorecem a constante modificação


da imagem física. Os ajustes são acompanhados de sentimentos depressivos de perda e de
temores pela crescente vulnerabilidade e lentidão do corpo para adaptar-se as exigências do
meio. Isso diminui a auto-estima, o que leva os idosos a negar o envelhecimento ou a atribuir
todos seus problemas a dores físicas, projectando todos os seus conflitos e inseguranças no
corpo (tendência a hipocondria).

Marta Leonor Mendez, seguindo o modelo de Arminda Aberastury sobre os lutos da


adolescência, propõe os quatro lutos básicos da velhice descritos a seguir:

1. O luto pelo corpo potente. É uma tomada de consciência do declínio físico.


2. O luto pelo papel paternal. Ocorre quando o papel de tipo paternal, ou a
generatividade a qual se refere Erikson, não pode ser desempenhado ou parcialmente
devido a impedimentos físicos, psíquicos ou sociais.
3. O luto pelo papel social. Desencadeia-se devido a aposentadoria, a perda do papel
profissional e económico.
4. O luto pela perda de relações objectais significativas (descatexização), como, por
exemplo, as perdas de amigos e familiares ou a viuvez. O indivíduo aferra-se ao
passado, que foi gratificante, em detrimento da possibilidade actual de comunicar-se
com os demais.
27. Os tipos de avós e netos no que diz respeito ao relacionamento interpessoal

O relacionamento entre avos e os netos é o vínculo adulto mais significativo depois da


relação entre pais e filhos. Os avos oferecem aos netos, pelo simples fato de estar com eles,
um marco mais geral de controlo (continência) e aceitação afectiva. Os avos representam a
segunda linha de segurança para a criança. Os avos exercem influência sobre a criação tanto
de modo directo quanto indirecto.

28. Como é que o idoso e a família encaram a dor, a doença e a morte

O idoso e sua família enfrentam a doença, a dor e a morte com um terceiro personagem, que
é o medico.

29. Que significado o idoso atribui ao tempo, a morte e a eternidade

O idoso, de alguma forma, encontra-se com os dias cumpridos, muito alem da temporalidade;
dai não haver nada mais enigmático do que a relação que mantém com o tempo. Para ele, é
como se o passado se fizesse presente e como se sua juventude estivesse a mão; outros,
porem, aferram-se ao momento presente talvez como tentativa de detê-lo; há uma terceira
instância: a dos mais vigorosos, que penetram o futuro com o olhar claro da sabedoria. É aqui
que o passado é impregnado de eternidade, extinguiram-se o vir a ser e a acção para deixar
em seu lugar a sabedoria contemplativa. Como decorrência, o idoso vê o mundo e a vida
humana como sub specie aeternitatis, ou seja, sob o olhar da eternidade.

Você também pode gostar