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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-ED-Ag-AIRR-21022-64.2017.5.04.0008
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1003F6467F46E8632E.
A C Ó R D Ã O
(2ª Turma)
GMDMA/JT/
Firmado por assinatura digital em 16/12/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho fls.2
PROCESSO Nº TST-ED-Ag-AIRR-21022-64.2017.5.04.0008
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V O T O
1 - CONHECIMENTO
2 - MÉRITO
PROCESSO Nº TST-ED-Ag-AIRR-21022-64.2017.5.04.0008
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óbito a título de complementação de aposentadoria, incluindo as
gratificações de férias, de farmácia e de natal, com todos os reajustes
posteriormente assegurados aos aposentados que recebem a
complementação de aposentadoria pelos cofres das reclamadas.
A matéria é conhecida desta Turma Julgadora, consoante
posicionamento adotado por este Colegiado em julgamento de ação similar,
do qual participei e cujos fundamentos adoto como razões de decidir: "Deste
modo, em sendo a entidade de previdência privada a responsável pelos
pagamentos, não há falar em aplicação da Súmula n º 84 deste Regional, in
verbis: Súmula nº 84 - COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
BENEFÍCIO PAGO DIRETAMENTE PELO EMPREGADOR.
COMPETÊNCIA. É competente a Justiça do Trabalho para julgar pretensão
relativa a diferenças de complementação de aposentadoria paga
diretamente pelo empregador, e não por entidade de previdência privada.
A situação fática dos autos, assim, é exatamente aquela abrangida
pelas decisões do Supremo Tribunal Federal nos REs 583.050/RS e
586.453/SE, que concluíram ser da Justiça Comum a competência material
para julgamento das demandas decorrentes de previdência complementar
privada.
No julgamento do RE 586453/SE, o Supremo Tribunal Federal
"modulou os efeitos da decisão para reconhecer a competência da justiça
trabalhista para processar e julgar, até o trânsito em julgado e
correspondente execução, todas as causas da espécie que hajam sido
sentenciadas, até a data de hoje (20/2/2013)", com os seguintes
fundamentos, in verbis: EMENTA: Recurso extraordinário - Direito
Previdenciário e Processual Civil - Repercussão geral reconhecida –
Competência para o processamento de ação ajuizada contra entidade de
previdência privada e com o fito de obter complementação de aposentadoria
- Afirmação da autonomia do Direito Previdenciário em relação ao Direito
do Trabalho - Litígio de natureza eminentemente constitucional, cuja
solução deve buscar trazer maior efetividade e racionalidade ao sistema -
Recurso provido para afirmar a competência da Justiça comum para o
processamento da demanda - Modulação dos efeitos do julgamento, para
manter, na Justiça Federal do Trabalho, até final execução, todos os
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processos dessa espécie em que já tenha sido proferida sentença de mérito,
até o dia da conclusão do julgamento do recurso (20/2/13).
1. A competência para o processamento de ações ajuizadas contra
entidades privadas de previdência complementar é da Justiça comum, dada
a autonomia do Direito Previdenciário em relação ao Direito do Trabalho.
Inteligência do art. 202, § 2º, da Constituição Federal a excepcionar,
na análise desse tipo de matéria, a norma do art. 114, inciso IX, da Magna
Carta.
2. Quando, como ocorre no presente caso, o intérprete está diante de
controvérsia em que há fundamentos constitucionais para se adotar mais de
uma solução possível, deve ele optar por aquela que efetivamente trará
maior efetividade e racionalidade ao sistema.
3. Recurso extraordinário de que se conhece e ao qual se dá
provimento para firmar a competência da Justiça comum para o
processamento de demandas ajuizadas contra entidades privadas de
previdência buscando-se o complemento de aposentadoria.
4. Modulação dos efeitos da decisão para reconhecer a competência
da Justiça Federal do Trabalho para processar e julgar, até o trânsito em
julgado e a correspondente execução, todas as causas da espécie em que
houver sido proferida sentença de mérito até a data da conclusão, pelo
Plenário do Supremo Tribunal Federal, do julgamento do presente recurso
(20/2/2013).
5. Reconhecimento, ainda, da inexistência de repercussão geral
quanto ao alcance da prescrição de ação tendente a questionar as parcelas
referentes à aludida complementação, bem como quanto à extensão de
vantagem a aposentados que tenham obtido a complementação de
aposentadoria por entidade de previdência privada sem que tenha havido o
respectivo custeio. (RE 586453, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE,
Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em
20/02/2013, DJe-106 DIVULG 05-06-2013 PUBLIC 06-06-2013 EMENT
VOL-02693-01 PP-00001)
Deste modo, em se tratando de pretensão relativa a complementação
de pensão que não é paga diretamente pela ex-empregadora e sim por
entidade de previdência privada, é incompetente esta Justiça do Trabalho
para apreciação da demanda.
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[....]”
Diante das premissas fáticas delineadas no acórdão recorrido a questão
foi dirimida em conformidade com o decidido pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento dos Recursos Extraordinários 586453 e 583050, em
que prevaleceu a competência da Justiça Comum Estadual para julgar
processos decorrentes de contrato de previdência complementar privada,
ainda que oriunda do contrato de trabalho.
Ante o exposto, à míngua de demonstração pela parte do desacerto da
decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento, NEGO
PROVIMENTO ao agravo.”
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previdência complementar privada, ainda que oriunda do contrato de
trabalho.
Verifica-se que a pretensão recursal ostenta nítido
caráter infringente, revelando o mero inconformismo da parte.
Com efeito, a irresignação da embargante não encontra
respaldo nas hipóteses dos arts. 1.022 do CPC/15 e 897-A da CLT, na medida
em que não ficou configurada a existência de nenhum vício, mas, apenas,
o inconformismo da parte com a conclusão do julgado, contrária a seu
interesse.
Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO aos embargos de
declaração.
ISTO POSTO
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