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Aristóteles
Aristóteles
a única maneira de
experimentar o mundo é Aristóteles
384-322 a.C.
por meio dos sentidos.
Para Aristóteles, a partir de
nossa experiência do mundo
aprendemos quais as
características compartilhadas
que tornam as coisas
aquilo que elas são.
Depuramos a matéria e chegamos às formas,
descobrimos as qualidades universais.
Para Aristóteles, os sentidos que
captam as coisas individuais
constituem assim o ponto de partida.
A percepção dessas coisas produz, no intelecto,
imagens a elas correspondentes (de diversos cavalos,
por exemplo).
A atividade do intelecto consiste em separar dessas
imagens os aspectos acidentais, como o tamanho e
a cor, para ficar com o que lhes é comum e essencial.
Aristóteles
Francesco Hayez, 1811
A matemática, especialmente a
geometria, lida com conceitos abstratos
distantes do mundo cotidiano, ao passo
que a biologia trabalha com o mundo à
nossa volta e baseia-se quase
unicamente na observação.
Platão buscou a confirmação de um reino das
formas a partir de noções como o círculo perfeito
(que não pode existir na natureza).
a teoria de Aristóteles é
mais prática, apresentada
em linguagem prosaica,
acadêmica.
Aristóteles
384-322 a.C.
Aristóteles vs. Platão
É tentador imaginar que os argumentos de Aristóteles
já tivessem exercido alguma influência sobre Platão,
que em seus diálogos finais reconheceu falhas nas
teorias mais antigas, mas é impossível ter certeza.
Aristóteles
Paolo Veronese, 1560 .
Aristóteles Platão
Paolo Veronese, 1560 Paolo Veronese, 1560
Racionalismo Empeiria
Modo de pensar que atribui valor somente à Experiência.
razão, ao pensamento lógico.
Aristóteles
384-322 a.C.
Lógica e classificação da linguagem
Se conhecer é formular afirmações (ou proposições)
sobre alguma coisa, é preciso examinar os modos pelos
quais essas proposições são feitas, sem o que os
sofistas, com seus hábeis jogos de palavras, serão
sempre vitoriosos.
A análise do funcionamento da
linguagem – e do próprio pensamento
que a utiliza – deve portanto ser anterior
ao próprio conhecimento, pois este
depende de certas regras bem precisas
para não se equivocar.
As mudanças e o movimento são o modo como as Mas, para isso, é preciso que algo unifique a matéria e a
potencialidades do ser vão se atualizando, passando da forma: é a causa motriz ou eficiente, que, no exemplo,
potência ao ato. pode ser o artesão que trabalha a madeira, dando-lhe a
forma de mesa.
Essa passagem, porém, não se dá ao
Por fim, a passagem da potência (madeira) ao ato
acaso. Ela é causada, é efeito de uma (mesa) faz-se segundo um objetivo, uma finalidade,
causa, que pode ser uma causa final.
(1) material, No caso da mesa, a causa final pode estar em ser
(2) formal*, vendida ou usada pelo próprio artesão, e assim por
(3) motriz ou eficiente, e diante. Dentre esses quatro sentidos da causa, a final é
a mais importante: se a potência atualiza-se em ato, é
(4) final. sempre em vista de alguma finalidade.
* Forma ≠ matéria
Dois tipos de formas
Para Aristóteles, as formas (eidos, que
em Platão significam ―ideias‖) não estão
separadas das coisas do mundo sensível.
O movimento requer o
espaço para realizar-se.
Tal espaço ou lugar é distinto do vazio dos atomistas; E está presente em cada substância, fazendo-a
este é apenas a ausência do átomo, isto é, o não-ser, mover-se da privação à forma. Nesse sentido,
enquanto o lugar é o que define os sentidos physis é tanto causa formal como causa eficiente.
(esquerda, direita, acima, abaixo etc.) do movimento.
Mas a physis é também causa do repouso.
Se o movimento é o modo pelo qual a forma vai se
Além disso, o movimento atualizando na matéria,
supõe a noção de tempo, o repouso indica o momento final, quando a potência
que o decompõe em antes e depois, sem o que seria se realiza plenamente
inconcebível a passagem da potência ao ato.
Como diz Aristóteles, é por meio do tempo que se como ato.
pode definir ―o número do movimento, segundo o
antes e o depois‖. E o repouso é a finalidade de todo movimento.
Assim, se uma pedra cai é porque sua natureza, que é
a de ser ―pesada‖, tem na Terra, o ―embaixo‖, o seu
Por fim, o movimento lugar natural, o lugar do repouso. Da mesma forma,
também requer algo que o o corpo leve (como a fumaça) sobe, pois seu lugar
natural, sua finalidade, é o ―em cima‖.
impulsione.
Aristóteles denomina tal força propulsora de physis,
restaurando-lhe o significado original: physis traduz-se
por ―natureza‖, mas é natureza na medida em que
significa ―engendrar‖, ―fazer nascer‖, ―produzir‖.
Se tudo tem sua causa, é preciso pois criar ou interferir implicaria movimento. Além disso,
sendo perfeito, esse Deus deve ser também
supor uma causa primeira, que tenha conhecimento, inteligência e pensamento, mas não pode
dado início ao ciclo infindável de conhecer o mundo que lhe é exterior, pois conhecer algo
que está fora significa suprir uma privação, transformando
potência-ato-potência. a potência em ato – o que também é movimento.
Tal causa primeira, por ser a primeira, não pode ter sido Nessa medida, Deus só pode ser pensamento do
causada por alguma outra. pensamento, o conhecimento de si mesmo. E só pensa
em si próprio, numa eterna autocontemplação.
Deve ser imóvel, pois o movimento supõe uma causa,
e nesse caso ela não seria a primeira. Por tudo isso, o conceito de Deus de Aristóteles em
quase nada se assemelha ao do cristianismo – e só com
Tampouco possui potencialidades, pois se as tivesse muito custo o pensamento cristão, na Idade Média, iria
acabaria por se mover, transformando-se em ato. conseguir adaptar um ao outro.
Não pode ser material: a rigor, a matéria só existe numa Como esse Deus, satisfeito consigo mesmo, tão
forma, o que significa que uma causa eficiente a uniu; incomunicável e alheio, pode constituir-se na suprema
finalidade do mundo? Sendo imóvel e bastando-se a si
deve ser então forma pura. Imóvel, ato puro sem mesmo, a ―iniciativa‖ de pôr o mundo em movimento não
potência e pura forma, a causa primeira que pôs em pode, a rigor, ter partido dele. É antes o mundo que se
movimento o conjunto do universo. É o motor imóvel. move pela atração que a sua perfeição provoca. Tal
atração é o amor. Deus, porém, não ama o mundo – ele
não é o Deus dos cristãos. É o mundo que o ama e quer
Da teoria platônica do mundo inteligível, se assemelhar a ele, repetir sua eterna perfeição.
assim, Aristóteles conserva uma única
ideia ou forma separada (ou transcen- Assim, o movimento é a passagem da potência ao ato,
pois as coisas desejam assemelhar-se ao ato puro que é
dente), sob o nome de ―Deus‖. Deus. Se elas buscam o seu lugar natural, onde podem
encontrar repouso, é porque Deus é o eterno repouso.
As espécies reproduzem-se e conservam-se como tais
Essa separação é radical: o Deus de porque assim imitam a eternidade de Deus. Mas,
Aristóteles não cria o mundo nem interfere imperfeito, o mundo jamais alcança a perfeição plena e
no seu curso, como o Demiurgo de Platão, deve recomeçar seu eterno ciclo de movimento.
De modo geral, pode-se dizer que o sentido último do
movimento é a imobilidade.
Se tudo tem sua causa, é preciso pois criar ou interferir implicaria movimento. Além disso,
sendo perfeito, esse Deus deve ser também
supor uma causa primeira, que tenha conhecimento, inteligência e pensamento, mas não pode
dado início ao ciclo infindável de conhecer o mundo que lhe é exterior, pois conhecer algo
que está fora significa suprir uma privação, transformando
potência-ato-potência. a potência em ato – o que também é movimento.
Tal causa primeira, por ser a primeira, não pode ter sido Nessa medida, Deus só pode ser pensamento do
causada por alguma outra. pensamento, o conhecimento de si mesmo. E só pensa
em si próprio, numa eterna autocontemplação.
Deve ser imóvel, pois o movimento supõe uma causa,
e nesse caso ela não seria a primeira. Por tudo isso, o conceito de Deus de Aristóteles em
quase nada se assemelha ao do cristianismo – e só com
Tampouco possui potencialidades, pois se as tivesse muito custo o pensamento cristão, na Idade Média, iria
acabaria por se mover, transformando-se em ato. conseguir adaptar um ao outro.
Não pode ser material: a rigor, a matéria só existe numa Como esse Deus, satisfeito consigo mesmo, tão
forma, o que significa que uma causa eficiente a uniu; incomunicável e alheio, pode constituir-se na suprema
finalidade do mundo? Sendo imóvel e bastando-se a si
deve ser então forma pura. Imóvel, ato puro sem mesmo, a ―iniciativa‖ de pôr o mundo em movimento não
potência e pura forma, a causa primeira que pôs em pode, a rigor, ter partido dele. É antes o mundo que se
movimento o conjunto do universo. É o motor imóvel. move pela atração que a sua perfeição provoca. Tal
atração é o amor. Deus, porém, não ama o mundo – ele
não é o Deus dos cristãos. É o mundo que o ama e quer
Da teoria platônica do mundo inteligível, se assemelhar a ele, repetir sua eterna perfeição.
assim, Aristóteles conserva uma única
ideia ou forma separada (ou transcen- Assim, o movimento é a passagem da potência ao ato,
pois as coisas desejam assemelhar-se ao ato puro que é
dente), sob o nome de ―Deus‖. Deus. Se elas buscam o seu lugar natural, onde podem
encontrar repouso, é porque Deus é o eterno repouso.
As espécies reproduzem-se e conservam-se como tais
Essa separação é radical: o Deus de porque assim imitam a eternidade de Deus. Mas,
Aristóteles não cria o mundo nem interfere imperfeito, o mundo jamais alcança a perfeição plena e
no seu curso, como o Demiurgo de Platão, deve recomeçar seu eterno ciclo de movimento.
De modo geral, pode-se dizer que o sentido último do
movimento é a imobilidade.
A forma e a matéria equivalem,
no caso dos seres vivos, à alma
e ao corpo, respectivamente.
Assim, a alma, segundo Aristóteles, é ―a forma de um
corpo natural tendo a vida em potência‖. Significa que
a alma atualiza no corpo todo
o movimento da vida,
que vai do nascimento à morte e à geração de um
novo ser. Esse movimento, do qual a alma é o princípio,
assegura a conservação da espécie, que, em última
instância, é a grande finalidade da vida.
Mas sua relação com este reino – que logo mais seria um
grande império, subjugando a Grécia e, depois, a Pérsia –
não se limita ao local de nascimento.
Ceticismo e Cinismo
De filósofos como Antístenes, Diógenes,
Pirro de Élida e Tímon.
Epicurismo
Do filósofo grego Epicuro.
Estoicismo
Fundado por Zenão de Cítio e seus discípulos. Zenão de Cítio
336-263 a.C.
Diógenes
412-323 a.C
250 d.C.
Plotino funda a escola neoplatônica
386 d.C.
Santo Agostinho integra
as teorias de Platão à doutrina cristã.
Santo Agostinho
354-430
Plotino
205-270
Expansão Islâmica (632–750)
ou expansão do Império Árabe Muçulmano
Século IX
Textos de Aristóteles são traduzidos para o árabe
Córdoba foi a porta pela qual a ciência e a filosofia árabes
ingressaram no Ocidente. Ali nasceu Ibn Ruchd, mais
conhecido como Averróis, cujo pensamento e influência de
certo modo simbolizam a passagem do Oriente ao Ocidente.
Enquanto os filósofos árabes do Oriente produzem, não
sem originalidade, uma mescla do aristotelismo e do
neoplatonismo, Averróis esforça-se em restaurar fielmente
o pensamento do fundador do Liceu [Aristóteles].
Escreve numerosos comentários sobre a obra de
Aristóteles, o que lhe valeria o título de O Comentador.
Averróis
1126-1198
Entretanto, na Europa ocidental,
a tradução latina de Boécio do
tratado aristotélico de lógica,
realizada no século VI,
permaneceu como única obra do
filósofo disponível até o século IX,
quando todos os textos de
Aristóteles começaram a ser
traduzidos do árabe para o latim.
Também foi nessa época que suas ideias foram
reunidas nos livros que conhecemos hoje, como Física,
Ética a Nicômaco e Organon.
Anaximandro
ou Beócio
Detalhe de
Academia de Atenas
Rafael Sanzio, 1510-11
Afresco, 10,55m de largura
No século XIII os estudiosos
Robert Grosseteste e
Roger Bacon acrescentam a
experimentação à abordagem
indutiva de Aristóteles ao
conhecimento científico.
Didacus Valades
Rhetorica Christiana, 1579
Academia de Atenas
Rafael Sanzio, 1510-11
Afresco, 10,55m de largura
Ésquines ou Ésquines ou
Xenofonte Xenofonte
Alcibíades ou Sócrates
Alexandre,
o Grande Antístenes,
Xenofonte
ou Tímon
Zenão
de Cítio
Averróis
Fornarina,
Epicuro,
Hipátia ou
Heráclito ou
Francesco Maria
Demócrito
della Rovere
Parmênides
Anaxágoras
Anaximandro,
Boécio ou
Empédocles Pitágoras Heráclito ou
Michelângelo
Platão ou
Aristóteles ou
Leonardo
Papa Julio II
da Vinci
Peripatético
Diógenes
Plotino
Apeles
de Cós
Rafael
Estrabão,
Zaratustra ou
Baldassare
Castiglione
Protógenes,
Il Sodoma,
Timoteo Viti
ou Perugino
Ptolomeu
Euclides,
Arquimedes
ou
Bramante
Academia de Atenas
Rafael Sanzio, 1510-11
Afresco, 10,55m de largura
Antístenes,
Xenofonte
Ésquines ou ou Tímon Ésquines ou
Xenofonte Xenofonte
Alcibíades ou
Alexandre, Platão ou Plotino Apeles
o Grande Sócrates Leonardo Peripatético de Cós Rafael
da Vinci
Estrabão,
Aristóteles ou Zaratustra ou
Zenão Fornarina, Papa Julio II Baldassare
de Cítio Hipátia ou Castiglione
Francesco Maria
Epicuro, della Rovere
Heráclito ou Averróis
Demócrito Ptolomeu Protógenes,
Parmênides Il Sodoma,
Diógenes Timoteo Viti
ou Perugino
Anaxágoras
Anaximandro, Euclides,
Boécio ou Heráclito ou Arquimedes
Pitágoras
Empédocles Michelângelo ou
Bramante
Academia de Atenas
Rafael Sanzio, 1510-11
Afresco, 10,55m de largura
Durante a Renascença, as
pessoas tinham se tornado mais
céticas acerca da ciência e da
possibilidade do conhecimento
genuíno em geral.
A ciência moderna que
nasce no Renascimento
desenvolve-se em meio
a acirrado combate contra o
aristotelismo (ou a imagem
que se criou a seu respeito).
Rosa Ursina
Chistophoro Scheiner, 1630
O pensamento de Aristóteles
deflagrou uma revolução tanto
na filosofia quanto na ciência.
Aristóteles
Jusepe de Ribera, 1637
Durante a Renascença, o método
empírico de investigação de
Aristóteles teve grande importância.
René Descartes
1596-1650
Em 1690 John Locke
funda a escola de
John Locke
empirismo britânico 1632-1704.
Em 1735 o zoólogo
Carl Lineu lança as bases da
moderna taxonomia em
Systema naturae, baseado
no sistema de classificação
biológica de Aristóteles.
Carolus Linnaeus
1707-1778
Charles Darwin
1809-1882
As notas sobre lógica de
Aristóteles (expostas no
Órganon) permaneceram
como o texto padrão
sobre o tema até o
surgimento da lógica
matemática no século XIX.
Pensadores como Kant, no século XVIII,
Hegel e Marx, no século XIX, fazem
de Aristóteles uma fonte de inspiração,
e até hoje se discutem as questões
lógicas por ele propostas.
Aristóteles
384-322 a.C.