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Abraão e Isaac
Harold Copping (1863-1932)
Abraão
Nascido em Ur, Abraão
recebeu um chamado de Deus
(entre 1900 e 1700 a.C.)
para levar seu povo para uma
terra distante chamada Canaã.
ou ISRAEL
Deus mudou o nome de Jacó
para Israel.
Pentateuco
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Testamento = Aliança
A aliança, ou pacto, de Deus,
é o conceito central do judaísmo
Os judeus veem-se ligados a Deus por uma série de alianças
1ª aliança
2ª aliança
Com Moisés, uma nova aliança com Deus foi estabelecida: Deus salvaria os israelitas,
que seriam seu “tesouro”, caso eles observassem os mandamentos entregues a Moisés.
As tábuas dos Dez Mandamentos foram armazenadas na chamada Arca da Aliança.
3ª aliança
O último livro da Torá, Deuteronômio, descreve uma terceira aliança entre Deus e Israel,
estabelecida na terra de Moab (atual Jordânia) antes dos israelitas entrarem em Canaã,
reafirmando a lealdade dos israelitas em relação a Deus e os mandamentos.
O livro das religiões
[editora Camila Werner]
Trad. Bruno Alexander
2a edição. São Paulo:
Globo Livros, 2016. 352 p.
(Tanach)
Prova disso seriam as passagens como a que Javé manda pragas aos e egípcios.
Em outras, Javé se mostra até arrependido de sua criação, como quando ordenou a
morte por afogamento de toda a humanidade por meio do dilúvio do qual só escapou a
família de Noé e os animais que ele pôs em sua arca — isso antes ainda da aliança feita
com Abraão. Durante essa fase, Javé parece mais preocupado em ameaçar a raça
humana para que ela não se desvie de suas instruções.” (CAVALCANTE, 2007, p. 28)
“A nova corrente judaica defendia que Jesus de Nazaré, o galileu
que acabara de ser crucificado pelos romanos, era o messias
enviado por Javé para cumprir as profecias das escrituras.
CAVALCANTE, Rodrigo
“A invenção de Deus”
In Revista Aventuras na História
São Paulo: Editora Abril
Mas a ideia central de Paulo, resumida na frase
Edição de dezembro e 2007
p. 24-29
de que o verdadeiro cristão se justifica pela fé
‘e não pelos trabalhos da lei’, prevaleceu.
“Para se viver no Brasil, mesmo sendo escravo, e Desde o início as religiões afro-brasileiras se fizeram
principalmente depois, sendo negro livre, era sincréticas, estabelecendo paralelismos entre
indispensável, antes de mais nada, ser católico. divindades africanas e santos católicos, adotando o
calendário de festas do catolicismo, valorizando a
Por isso, os negros que recriaram no Brasil as religiões frequência aos ritos e sacramentos da Igreja católica.
africanas dos orixás, voduns e inquices se diziam
católicos e se comportavam como tais. Assim aconteceu com o candomblé da Bahia, o xangô
de Pernambuco, o tambor-de-mina do Maranhão,
Além dos rituais de seu ancestrais, frequentavam o batuque do Rio Grande do Sul e outras
também os ritos católicos. denominações, todas elas arroladas pelo censo do
IBGE sob o nome único e mais conhecido: candomblé”.
Continuaram sendo e se dizendo católicos, mesmo
com o advento da República, no fim do século XIX, Umbanda e Candomblé são religiões mágicas. [...]
quando o catolicismo perdeu a condição de religião O candomblé está mais perto do pensamento
oficial e deixou de ser a única religião tolerada no país. africano que a umbanda”.
O Juízo Final
Tintoretto, 1562
―Para a Igreja Católica, a venda
de indulgências era um meio
de arrecadar grandes somas em
dinheiro – boa parte de sua
renda vinha dessa negociação e
financiava a construção de igrejas‖.
Rodrigo Trespach
Martinho Lutero
1483-1546
―Na noite anterior do Dia de Todos os Santos, no
ano de nosso Senhor 1517, teses sobre as cartas
de indulgência foram pregadas nas portas das
igrejas de Wittenberg pelo doutor Martin Lutero‖.
Não há provas concretas de ele tenha afixado as
teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg.
Martinho Lutero
1483-1546
As 95 teses marcaram o início do que
se denominou depois de Reforma
Protestante ou Reforma Luterana.
O primeiro historiador oficial da Reforma, Johann
Sleidan, escreveu, em 1555, que "durante algum
tempo" Lutero "suportou o ódio e a violência de todo
o mundo".
Martinho Lutero
1483-1546
Ainda que o comércio de indulgências tenha sido a gota
d'água para que Lutero propusesse um debate teológico,
as teses questionavam também a autoridade papal e
eclesiástica e a doutrina dos sacramentos,
o que realmente incomodou a Igreja Católica.
Em junho de 1520, por meio de uma
bula, na qual o Papa acusava que
suas afirmações eram ―heréticas,
escandalosas, falsas, ofensivas,
a ouvidos piedosos, sedutoras para mentes
simples e contrárias a doutrina católica‖,
Lutero foi ameaçado de excomunhão.
Johannes Cochlaeus
1479-1552
Lutero no inferno
Egbert II van Heemskerck, 1710
Martinho Lutero permaneceu do
lado da nobreza pregando a
subordinação da igreja ao
Estado, o que colaborou para a
disseminação do luteranismo
entre os nobres e permitiu que a
Reforma obtivesse êxito, já que
dessa forma o poder do Papa e
da Igreja era enfraquecido.
Assim como é verdade que Lutero nunca quis
separar a Igreja Católica, também é verdade que
suas críticas eram duríssimas e inconciliáveis com o
pensamento do papado da época.
Martinho Lutero
1483-1546
As ideias de Martinho Lutero (1483-1546) foram
encampadas e desenvolvidas de maneira
importante, duas décadas depois, por aquele
que talvez tenha sido o mais influente de todos
os reformadores, João Calvino (1509-1564).
Calvinismo
Ocorrido como um desdobramento da Reforma
Luterana, o movimento Calvinista foi uma das
principais correntes surgidas da Reforma Protestante.
Ulrich Zwinglio
1484-1531
Calvinismo
De acordo com alguns estudiosos, como o sociólogo
Max Weber, o elogio feito ao trabalho e à economia
fizeram com que grande parte da burguesia
europeia simpatizasse com a doutrina calvinista.
João Calvino
1509-1564
Calvinismo
Em outras regiões da Europa o calvinismo ganhou diferentes nomes.
Na Escócia os calvinistas ficaram conhecidos como presbiterianos;
na França como huguenotes; e na Inglaterra foram chamados de puritanos.
―Deve-se talvez a Max Weber (1864-1920) um dos
primeiros ensaios que relacionam os fatos culturais e as
classes sociais.
BALTA, Paul quando se refere apenas à religião, do mesmo modo que ‘Cristandade’ e ‘cristianismo’.
Islã
Trad. William Lagos
Porto Alegre: L&PM, 2016. 144 p.
Muçulmano
“designa aquele que segue essa fé”.
Islamismo
“A partir do século XIX, por analogia com judaísmo e cristianismo, passou-se a
empregar ‘islamismo’ em lugar de ‘Islã’.
Após a vitória da revolução islâmica no Irã, em 1979, ‘islamismo’ passou a designar
o Islã político ou radical, cujos militantes são os ‘islamitas’ (em árabe, islamiyun),
que são denominados por alguns de ‘fundamentalistas’ ou ‘integristas’.”
(BALTA, 2016, p. 5 e 6)
“A nova revelação do deus dos judeus e dos
cristãos vinha preencher um vazio religioso
que há muito perturbava os povos da Arábia.
Até então, a região também era um centro de santuários
de culto a diversas divindades. O mais importante desses
locais sagrados, em Meca, era a Caaba (que significa ‘cubo’),
e seu objeto especial de veneração era uma pedra preta,
fragmento de um meteoro. ‘Pedras desse tipo eram
adoradas pelos árabes nesse tempo em diversas regiões’,
escreveu o francês Maxime Rodinson na biografia Mahomet.
Ao lado da pedra, havia representações de diversas deusas,
e o santuário era uma espécie de parada obrigatória
entre os mercadores da região.
CAVALCANTE, Rodrigo
“A invenção de Deus” Nesse quesito, Alá se torna bem mais próximo do deus
In Revista Aventuras na História
São Paulo: Editora Abril da Lei do Antigo Testamento (a Torá dos judeus).
Edição de dezembro e 2007
p. 24-29
BALTA, Paul
e da Virgem Maria, sua mãe, mas consideram que o mistério da
Islã
Trad. William Lagos Santíssima Trindade, ou um único Deus com três pessoas
Porto Alegre: L&PM, 2016. 144 p.
(Pai, Filho e Espírito Santo), não passa de uma forma de politeísmo.
“Muitos fatores podem explicar esta ‘ideia realmente), e pelos califas Abássidas, entre eles
preconcebida’, ainda hoje corrente na Europa, por mais Harun al Rashid, que eram árabes, mesmo que
que seja totalmente errônea. tivessem tomado muitas esposas persas.
Um deles é a geografia: o mundo árabe é o mais Finalmente, há a escrita: ainda que os persas e os
próximo, e é com ele que os europeus tiveram e turcos não sejam etnicamente árabes, eles adotaram
continuam tendo os maiores contatos. seu alfabeto. Foi somente em 1928 que Attatürk
impôs o alfabeto latino na Turquia, após ter
Outro é a própria religião: os árabes foram os primeiros substituído a charia, em 1926, por um código civil.
a difundir o Islã, e espera-se de todos os muçulmanos
que sejam capazes de recitar o Alcorão em árabe. Um último fator é a ignorância: os que não conhecem
o Islã identificam, de boa-fé ou por negligência,
Também a história: as primeiras conquistas dos os árabes com Os muçulmanos e vice-versa.”
muçulmanos foram realizadas pelos califas Omíadas, (BALTA, 2016, p. 52)
uma dinastia puramente árabe (a única a sê-lo
Os árabes são muçulmanos
e os muçulmanos são árabes?
“Na verdade, a diversidade dos povos do Islã é muito ainda restavam na Argélia e no Marrocos, respectivamente,
grande: do Marrocos à Indonésia, da África negra à 25% e 35% de habitantes que falavam dialetos berberes
Ásia Central e à China, da Europa às Américas. (32 milhões e 30 milhões, também respectivamente).
Notáveis também são as diferenças étnicas e Por ocasião da independência, como reação contra a
culturais entre as diversas sociedades que algumas colonização e por ideologia nacionalista, os dirigentes
vezes se misturaram ao longo dos séculos. desses países aderiram à Liga dos Estados Árabes e
decretaram que o árabe era sua língua nacional.
No Magrebe, por exemplo, a islamização dos berberes
cristãos foi muito mais rápida do que sua arabização; Diante da ameaça que a escolarização intensiva em árabe
inversamente, as comunidades judias que viviam fazia pesar sobre sua própria cultura, os berberófonos
nessa região permaneceram fiéis à sua religião, mobilizaram-se para obter o reconhecimento de
mas se arabizaram rapidamente. sua identidade e o ensino nas escolas do tamazigh
(o principal dialeto berbere).
A arabização da população estava praticamente
concluída no final do século XIX, tanto na Líbia Obtiveram alguns resultados nesse sentido.”
quanto na Tunísia; porém, no começo do século XXI, (BALTA, 2016, p. 52)
“Enquanto os judeus dividem-se em orientais, sefarditas
(originários da Espanha) e asquenazes (da Europa central e oriental),
e os cristãos estão fragmentados em diferentes igrejas ortodoxas, a
igreja católica e muitas igrejas protestantes,
os muçulmanos apresentam
a tendência de salientar –
erroneamente – a unidade do Islã.
BALTA, Paul
Islã
Trad. William Lagos É certo que o dogma e ‘os cinco pilares’
Porto Alegre: L&PM, 2016. 144 p.
são comuns a todos, mas muito cedo
surgiram cismas dentro do Islã”.
(BALTA, 2016, p. 45)
O Islã proíbe as imagens?
Em um livro que é muitas vezes citado como a proliferação de ornamentos em formas abstratas
referência, L'Art de l'Islam: langage et signification, (caligrafia ou arabescos) contribui, por seu ritmo contínuo,
Titus Burckhardt escreveu: para favorecer a ‘qualidade da vida contemplativa’.
‘Em sua interpretação mais exata e rigorosa,
a proibição das imagens no Islã visa exclusivamente Para os cristãos, o milagre consiste em que
à proibição de representar a divindade’. o Verbo se tenha feito carne na pessoa de Jesus;
para os muçulmanos, o milagre é que o Verbo se
Foi por esse motivo que se inventou recentemente transformou em um Livro através da escrita do Alcorão.
um neologismo para designar a arte sacra
muçulmana, o ‘aniconismo’, ou seja, a ‘ausência É isso que explica a importância
de imagens’, reservando-se o termo ‘iconoclastia’ das escrituras na tradição
para os cristãos ortodoxos. popular muçulmana”.
Burckhardt considera importante observar que, nas Segundo um dito popular, no dia do Juízo Final,
sociedades árabes sunitas, ‘evita-se a representação de a tinta utilizada pelos calígrafos terá o mesmo valor
qualquer ser vivo, por respeito ao segredo divino que que o sangue vertido pelos mártires e lhes
se acha contido em todas as criaturas’ e salienta que permitirá acesso igual ao Paraíso”.
(BALTA, 2016, p. 88 e 89)
“Em seguimento ao iraquiano Jamil Hamoudi,
que na década de 1950 introduziu a escrita árabe
sobre telas pintadas em cavaletes ao estilo europeu,
os pintores de sinais caligráficos alcançaram grande
sucesso no conjunto do mundo muçulmano.
Jamil Hamoudi
O Islã proíbe as imagens?