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O TANAKH

O Tanakh, é conhecido também como Mikra, Miqra e ainda como Bíblia Hebraica. Assim é
chamado a coleção canônica dos textos Israelita. Esta coleção é composta de textos no Hebraico
Bíblico, com exceção de dois livros, o de Daniel e o de Esdras, que contêm trechos no Aramaico
Bíblico. O texto tradicional usado é chamado de texto Massorético.

Tanakh é um acrônimo das 3 primeiras letras das divisões tradicionais no texto


massorético: TORÁ, NEVI'IM E KETUVIM (ENSINO - PROFETAS E ESCRITOS). Passado de geração
em geração em forma escrita, conforme a tradição rabínica de transmitir a totalidade apenas
de boca a boca e face a face, essa tradição ficou conhecida como a Torá oral.
Durante período tempos o termo "Tanakh" não foi usado. Em vez disso, foi preferido o
termo Mikra ou Miqra, isso por que os textos do Tanak eram "lidos" em público. Foi por isso
devido a este costume que até hoje usa-se o termo Mikra, pois logo, subintendente-se como se
referindo a praticar a leitura, estudo e comentários acerca dele, no hebraico moderno, o uso
dos termos é intercambiável.
Não há um consenso acadêmico de quando o cânone dos Israelitas foi fixado: alguns acadêmicos
argumentam ter sido fixado pela dinastia dos Asmoneus, enquanto outros argumentam que só
foi consertado no século e.C.; até mesmo mais tarde.
De acordo com o Talmude, a maior parte do Tanakh foi compilado pelos homens da Anshei
K'nesset HaGedolah – o Grande Sinédrio, e que a tarefa foi concluída em 450 a.C. e desde então
permanece inalterada.
O cânon de 24 livros é mencionado no Midrash Qoheleth - 12:12: Quem reúne em sua casa mais
de vinte e quatro livros traz confusão.

O sistema original de escrita dos textos está em abjad: em escrita consonantal sendo algumas
dessas letras ("matres lectionis"). Foi na Idade Média que eruditos conhecidos
como Massoretas criaram um sistema que padronizou a vocalização. Que se deu principalmente
por Aaron ben Moses ben Asher, da escola de Tveryá, baseado na tradição oral da leitura do
Tanak, daí o nome de Vocalização tiberiana. Com inclusões inovadoras de Ben Naftali e
os exilados Babilônicos.
Apesar desse processo tardio, as fontes mais tradicionais e ortodoxas mantêm a pronúncia
e cantilação para manter um laço com a revelação do Sinai, pois, uma vez sem estes recursos
de pausas e cantilação tornaria-se tarefa impossível a leitura do texto na sua forma original. A
combinação de um texto ( ‫מקרא‬- mikra), a sua pronunciação ( ‫ניקוד‬- niqqud) com a cantilação
( ‫טעמים‬- te`amim) abre ao leitor um entendimento significativo, percebendo as nuances no seu
fluxo nas sentenças textuais.

Sua subdivisão consiste de 24 livros; sendo que no Tanakh: não há I e II Samuel, nem I e II Reis
e nem em I e II Crônicas e Ezras e Neemias contam como sendo um só livro e também os Doze
profetas menores considerados um só livro. Em hebraico como se fosse um padrão, o livro leva
o nome da primeira palavra proeminente.

Torá (Literalmente "ensino"), comumente conhecido por Pentateuco ou "Cinco livros de


Moisés". Na versão impressa (não em rolos) é frequentemente chamada de Amishá Humshi
Torá e informalmente Humash.

1. Bereshit (‫אשית‬ ִׁ ‫ב ֵר‬, ְּ literalmente "No inicio")


2. Shemot (‫שמֹות‬, ִׁ literalmente "Nomes")
3. Vayikra (‫וַיִׁ ְּק ָרא‬, literalmente "E ele disse")
4. Bamidbar (‫ב ִׁמ ְּדבַ ר‬,
ְּ literalmente "No deserto")
5. Devarim (‫דבָ ִׁרים‬,ְּ literalmente "Palavras")

Nevi'im ("Profetas") é a segunda parte do Tanakh, fica entre Torá e Ketuvim. Contendo
dois subgrupos, Profetas pioneiros - Nevi'im Rishonim, as narrativas de Josué, Juízes, Samuel
e de Reis); Os Últimos Profetas - Nevi'im Aharonim, os livros de Isaías, Jeremias e Ezequiel e
os Doze profetas menores). Esta coleção incluem livros que narram desde a saída
do Egito consecutivamente a entrada em Israel até o Cativeiro babilônico da última tribo de
Israel (fechando assim o "período de profecia").

Sua distribuição não é cronológica, mas substantiva:

1. ( ַ‫ יְּהֹושֻ ע‬/ Yĕhôshúa‘)— Josué


2. (‫ שֹׁפְּ ִׁטים‬/ Shophtim)—Juízes
3. (‫ ְּשמּואֵ ל‬/ Shmû’ēl)—Samuel
4. (‫ ְּמלָ כִׁ ים‬/ M'lakhim)—Reis
5. (‫ְּשעְּ יָהּו‬
ַ ‫ י‬/ Yĕsha‘ăyāhû)— Isaías
6. (‫ י ְִּׁר ְּמיָהּו‬/ Yirmyāhû)— Jeremias
7. (‫ יְּחֶ זְּ ֵקאל‬/ Yĕkhezqiēl)— Ezequiel
Os Doze profetas menores (Trei Asar, "Os doze") são considerados apenas um livro:

1. ( ַ‫הֹושע‬
ֵ / Hôshēa‘)—Oseias
2. (‫ יֹואֵ ל‬/ Yô’ēl)—Joel
3. (‫ עָ מֹוס‬/ ‘Āmôs)—Amós
4. (‫ עֹׁבַ ְּדיָה‬/ ‘Ōvadhyāh)—Obadias
5. (‫ יֹונָה‬/ Yônāh)—Jonas
6. (‫ ִׁמיכָה‬/ Mîkhāh)—Miqueias
7. (‫ נַחּום‬/ Nakḥûm)—Naum
8. (‫ חֲ בַ ּקּוק‬/Khăvhakûk)—Habacuque
9. (‫ צְּ פַ נְּ יָה‬/ Tsĕphanyāh)—Sofonias
10. (‫ חַ גַי‬/ Khaggai)—Livro de Ageu
11. (‫ זְּ כ ְַּריָה‬/ Zkharyāh)—Zacarias
12. (‫ מַ לְּ אָ כִׁ י‬/ Mal’ākhî)—Malaquias

Ketuvim ("Escritos") consiste em onze livros:


1. Tehillim (Salmos) ‫ְּת ִׁהלִׁ ים‬
2. Mishlei (Provérbios) ‫ִׁמ ְּשלֵ י‬
3. Iyyôbh (Jó) ‫ִׁאיֹוב‬
Nos manuscritos massoréticos (e em algumas edições impressas), Salmos, Provérbios e Jó são
apresentadas em uma forma de duas colunas especiais que enfatiza as paralelas nos versos,
que são uma função da sua poesia. Coletivamente, esses três livros são conhecidos como Sifrei
Emet, que em hebraico significa "verdade").
Estes três livros são também os únicos no Tanakh com um sistema especial de notas
de cantilação que são projetadas para enfatizar pontos paralelos dentro dos versos. No entanto,
o começo e o fim do livro de Jó estão no sistema normal de prosa.
Os Cinco Rolos (Hamesh Megillot) são lidos em voz alta na sinagoga em ocasiões especiais,
como pode ver abaixo.
1. Shīr Hashīrīm (Cântico dos Cânticos) ‫( ִׁשיר הַ ִׁש ִׁירים‬Passover)
2. Rūth (Rut) ‫( רּות‬Shavuot)
3. Eikhah (Lamentações) ‫( אֵ יכָה‬Tisha B'Av) - Também chamado Kinnot em hebraico.
4. Qōheleth (Eclesiastes) ‫( קֹׁ הֶ לֶ ת‬Sukkot)
5. Estēr (Ester) ‫( אֶ ְּס ֵתר‬Purim)
Os cinco livros relativamente curtos: Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e
Ester são coletivamente conhecidos como Hamesh Megillot (Os cinco rolos). Estes são os
livros mais recentes coletados e designados como "autoritativos" no cânone judaico, com as
partes mais recentes tendo datas que vão até o segundo século a.C. Esses pergaminhos são
tradicionalmente lidos ao longo do ano em muitas comunidades judaicas.
Além dos três livros poéticos e dos cinco rolos, os livros restantes em Ketuvim são Daniel,
Esdras-Neemias e Crônicas. Embora não haja um agrupamento formal para esses livros na
tradição judaica, eles, no entanto, compartilham uma série de características distintivas.

1. Suas narrativas descrevem abertamente eventos relativamente tardios (isto é, o


cativeiro babilônico e a subsequente restauração de Sião).
2. A tradição talmúdica atribui autoria tardia a todos eles.
3. Dois deles (Daniel e Esdras) são os únicos livros no Tanakh com partes significativas
em aramaico.

Os livros de relatos

1. Dānî'ēl (Daniel) ‫ָדנִׁ יֵאל‬


2. ‘Ezrā (Esdras—Neemias) ‫עֶ זְּ ָרא‬
3. Divrei ha-Yamim (Crônicas) ‫ִׁד ְּב ֵרי הַ י ִָׁמים‬
A tradição textual judaica nunca finalizou a ordem dos livros em Ketuvim. O Talmude
Babilônico (Bava Batra 14b — 15a) dá sua ordem como Rut, Salmos, Jó, Provérbios,
Eclesiastes, Cantares de Salomão, Lamentações, Jeremias, Daniel, Meguilá Ester, Esdras e
Crônicas.
No códices Massorético Tiberiano, incluindo o Códice de Aleppo e o Códice de Leninegrado,
dão sua ordem como Crônicas, Salmos, Jó, Provérbios, Rut, Cântico de Salomão, Eclesiastes,
Lamentações de Jeremias, Ester, Daniel, Esdras.

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