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Texto massorético

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Texto massorético ou masorético é uma família de


manuscritos com o texto hebraico da Bíblia utilizado como a
versão padrão da Tanakh para o judaísmo moderno, e também
como fonte de tradução para o Antigo Testamento da Bíblia
cristã, inicialmente pelos protestantes e, modernamente,
também por tradutores católicos.

Origem do nome
Em torno do século VI, um grupo de competentes escribas
judeus teve por missão reunir os textos considerados inspirados
por Deus, utilizados pela comunidade hebraica, em um único
escrito. Este grupo recebeu o nome de "Escola de Massorá". Os
"massoretas" escreveram a Bíblia de Massorá, examinando e
comparando todos os manuscritos bíblicos conhecidos à época.
O resultado deste trabalho ficou conhecido posteriormente como
o "Texto Massorético".

O termo "massorá" provém na língua hebraica de messorah


(‫מסורה‬, alt. ‫ )מסורת‬e indica "tradição". Portanto, massoreta era O Papiro Nash (Século II a.C.)
alguém que tinha por missão a guarda e preservação da tradição. contém uma parcela do texto pré-
Massorético, especificamente os
O texto Dez Mandamentos e as práticas
do Shemá Israel.

Escrito em hebraico antigo, com letra quadrada, os massoretas


levantaram a pronúncia tradicional do texto de consoantes (o
hebraico não tinha vogais), graças a dois sistemas de pontuação
inventado para atender a acentuação vocálica. Com isso, eles
padronizaram uma pronúncia das palavras do texto, tornando-o
igual para qualquer pessoa que o lesse após a época em que
iniciou-se a compilação. Nessa época o hebraico já não era um
idioma falado no cotidiano há quase um milênio e havia,
principalmente por parte da comunidade hebraica muita
dificuldade em pronunciá-lo corretamente, conforme a
pronúncia original.

Conforme os textos eram copiados, surgiam variações conforme


escolas escribais. O resultado foi que diversas famílias de
manuscritos surgiram. Assim, entre os manuscritos de Qumran
no Mar Morto, por exemplo, 60% podem ser classificados como Texto Massorético do Antigo
Testamento.
do tipo proto-massorético e mais 20% do estilo Qumran, em comparação com 5% do tipo proto-
samaritano, 5% do tipo septuagintal e 10% não alinhados.

Mesmo o tipo de texto proto-massorético encontrado em Qumran não é idêntico ao texto


massorético que conhecemos hoje. Somente em casos muito raros pode-se dizer que os escribas de
Qumran copiaram de uma base consonantal próxima ao Texto Massorético em uso hoje. Na
maioria dos casos, a semelhança entre os textos de Qumran e o Texto Massorético está nas linhas
gerais, demonstrando que os escribas de Qumran não tinham a noção de um texto "ideal". Por
exemplo, o Manuscrito de Isaías (1QIsb) representa o tipo de texto proto-massorético; no entanto,
há 248 divergências com o Texto Massorético, se comparado com códice de Leningrado.

Desse modo, havia uma demanda por uma padronização dos textos. A metodologia utilizada era
bastante rigorosa: ao final de cada cópia pronta, todas as letras eram contadas, e uma letra era
estabelecida como letra central de referência. Assim, as letras do início da cópia até a letra central
teriam de estar perfeitamente iguais às do documento original. Também eram contadas todas as
letras desde a letra final até a letra central. Em caso de discordância, todo o trabalho era destruído
e uma nova compilação realizada.

Foi vocalizado o texto com dois sistemas criados (um da Palestina e outro da Babilônia) e
padronizado diversas variantes e leituras possíveis. O Texto Massorético teve influência da
Septuaginta em adotar algumas divisões de livros (inclusive a divisão da Torá em cinco livros) e
algumas leituras e vocalizações.

Por criarem uma base para a interpretação do texto hebraico, aperfeiçoando os símbolos da escrita,
já que até então não havia um sistema definido de regras gramaticais por escrito, os massoretas são
considerados os pais da gramática da língua hebraica atual.

Variantes na família textual massorética


Existem três famílias de vocalização do texto massorético: o de Jerusalém, o de Tiberíades e o da
Babilônia e duas famílias de edição consonantal e glosas, a de ben Naftali e a de ben Asher.

A pronúncia está dividida em três, a sefárdica, a asquenazi e a iemita. Apesar de mínimas, há


diferenças semânticas quando ocorre pronunciado em voz alta.

Por fim, quando Jacob ben Hayyim ibn Adoniyah preparou a segunda edição de Bomberg da Bíblia
Hebraica (Veneza, 1524-1525), produziu um texto eclético que se tornou a base ou textus receptus
para a Bíblia Hebraica até que a edição Biblia Hebraica de Kittel (1906) veio a lume com correções.

A composição
O texto massorético é composto de 24 livros:

A Torá ( ‫) תורה‬, que refere-se aos cinco livros conhecidos como Pentateuco.
Neviim ( ‫" )נביאים‬Profetas"
Kethuvim (‫" )כתובים‬os Escritos".

Ver também
Bíblia Hebraica
Códice de Alepo
Códice de Leningrado
Massorá
Massoretas
Pentateuco samaritano

Primeira impressão
A partir da invenção da Imprensa, no século XV, o Texto Massorético foi impresso por Daniel
Bomberg, um abastado cristão veneziano originário da Antuérpia, em 1524 e utilizado
posteriormente por Lutero em sua tradução para a língua alemã do Velho Testamento.

Ligações externas
«Texto em pdf sobre os massoretas, em inglês» (http://www.bfbs.org.uk/documents/Masoretes.
pdf) (PDF)
«Jewish Encyclopedia: Sobre O Masorah» (http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=
246&letter=M)
«Edição de 1880 do Texto Massorético do Dr. Christian David Ginsburg» (http://www.seforimon
line.org/seforim3.html)

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