Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TESTAMENTO
Evandro Baptista Buzzo – 2013
Esse tipo de agrupamento foi feito por regiões ou categorias. As regiões usadas
são basicamente: Alexandria, Bizantina, Cesareana e Ocidental. Tais regiões
contêm algumas diferenças devido aos redatores, mas o texto majoritário é o
texto bizantino. Entretanto, nessa região foi onde houve o maior número de
adulteração dos manuscritos.
Kurt Aland adota o estilo eclético de crítica textual e classifica os tipos textuais
sob cinco categorias:
Pickering, por sua vez, diz que para um texto mais antigo, aumenta a
probabilidade de sua cópia, sendo que, o mais velho de todos os textos era o
autógrafo. Assim, uma maioria absoluta de textos era muito mais capaz de
representar corretamente o caráter do texto original do que uma pequena
minoria, a não ser que tenha havido alguma interferência radical na história da
transmissão. Então, sob condições normais, seria impossível uma forma textual
posterior adquirir tão grande predomínio de testemunhas existentes.
Pickering apela para Clemente de Roma, que ainda no ano de 96 d.C., fez amplo
uso das Escrituras apelando para a sua autoridade colocando o NT ao lado do
AT. A epístola de Barnabé, já entre os anos 70 e 135, cita o NT aplicando o
cuidado com as Escrituras. Os escritos externos ao NT mostram claramente a
reprodução do temor ao texto bíblico. Eles nos mostram claramente tanto o zelo
pelas Escrituras por parte dos pais da igreja, quanto, a influência dos apóstolos
na doutrina pregada pelos pais da igreja.
Num saltério copiado por um dos escribas, datado no ano de 272, declara a
salvação para aqueles que possuíam o códice, isto é, a Bíblia. Tal saltério mostra
o temor e o zelo para com aquilo que foi escrito pelo próprio Senhor.
Até o primeiro século, com a herança dos apóstolos, muitos homens eram
comprometidos com a cópia do texto bíblico. No segundo século, as sete cartas
de Inácio, próximo ao ano 110, contém prováveis alusões a Mateus, João,
Romanos, 1Coríntios e Efésios. Na sua carta aos Efésios, Inácio diz que eles são
mencionados em todas as epístolas de Paulo, mostrando que estava ciente de
um corpo paulino. Policarpo também acreditava profundamente que o cânon
era a Palavra de Deus. Ao declarar que Efésios é Escritura Sagrada, Policarpo
diz que “Paulo, vivendo entre nós, cuidadosa e firmemente ensinava a palavra
da verdade face a face com os seus contemporâneos e estando ausente vos
escreveu cartas. Pelo exame cuidadoso de suas cartas sereis capazes de vos
fortalecer na fé que vos foi dada ‘que é a mãe de todos nós’…”. Percebe-se, então,
que Policarpo dá um valor inestimável às Escrituras.
Nas cartas dos pais da igreja às comunidades cristãs, há evidência de que todos
os cristãos, inclusive os apóstolos, estavam cientes das heresias e das acusações
contra as pessoas que adulteravam as Escrituras. Por isso, na medida em que os
escritos eram copiados, estes mesmos manuscritos também eram comparados
com os originais e devidamente corrigidos se necessário, pois os apóstolos ainda
estavam entre eles.
Como prova desta tese, Pickering cita Irineu de Leão que diz: “Eu te conjuro!
Quem copiar este livro por nosso Senhor Jesus Cristo e por seu glorioso
advento, quando vier julgar os vivos e os mortos, que compares o que
transcreves e o corrijas a partir desse manuscrito do qual estás copiando e
também que transcrevas este com juramento e o códice na cópia”.
Pickering, afirma que o copista que fez o P (texto alexandrino – por volta do
66
ano 200), não sabia grego. Cowell analisou o caso de P (texto próximo do ano
75
que se sabe, copia-se frase por frase, ou pelo menos palavra por palavra.
K. Aland afirma que antes do ano 200 o grego caiu no desuso nas áreas onde se
falava latim, siríaco ou cóptico, e cinquenta anos mais tarde a mudança para a
língua local era bem acentuada. Mesmo que o Egito tivesse começado com um
bom texto, já no final do segundo século, a sua eficiência em transmitir o texto
estava sempre diminuindo. Então, até o final do terceiro século temos pequenas
porções dos textos alexandrinos, mas apenas no quarto ou quinto século é que
temos porções maiores.
Vê-se que o texto egípcio no começo era ruim, mas Aland também afirma que no
segundo, terceiro e até o quarto século, a Ásia Menor continuava sendo “a terra-
coração da igreja”. Isto significa que as qualificações superiores da área Egéia
para proteger, transmitir e certificar o texto do NT vigora até o quarto século.
Por outro lado, Hort, Metzger e Aland, entre outros, ligaram o tipo de texto
“bizantino” com Luciano (de Antioquia), que morreu no ano 311. Isto quer dizer
que, até o quarto século as cópias eram boas, mas, posteriormente, houve a
recensão Luciana, que significa unir os vários textos transformando-os em um
só documento.
OCIDENTAL
Em Roma e em outras regiões dominadas pela língua latina, também antes da
metade do século II, desenvolveu-se outro tipo de texto, o texto ocidental. Sobre
este tipo textual, Paroschi diz conter alterações bastante radicais nos evangelhos
e principalmente em atos onde é quase dez por cento mais longo que a forma
original.
Além de o tipo textual ocidental ser comumente mais longo que outros tipos de
texto, no final de alguns textos, como por ex. o de Lucas, há certas omissões de
palavras e frases que se fazem presentes em outros tipos de texto, inclusive o
alexandrino. Portanto, apesar de ter conservado certas leituras originais
ausentes até mesmo no texto alexandrino, este tipo textual não pode ser
considerado de boa qualidade.
CESARIANO
É possível que este tipo tenha tido origem em comum com o texto alexandrino
no Egito, como demonstrado pelo P , de onde teria sido levado à Cesareia
45
BIZANTINO
Este é o último dos tipos distintos de textos do NT e parece ser resultado de uma
revisão dos antigos textos locais por Luciano de Antioquia, pouco antes do ano
312 no seu martírio. Paroschi ainda observa que Jerônimo faz uma alusão de
que as igrejas de Antioquia e Constantinopla preferiam o texto lucianico. Além
disso, o primeiro pai da igreja, cujas citações são essencialmente bizantinas é
João Crisóstomo, o qual, segundo Paroschi, começou seus trabalhos literários
em Antioquia no ano 381. Contudo, essa posição de Paroschi também não é
comprovada. Interessante é que, uma das tendências das correções do texto א é
sempre em direção ao texto bizantino.
CONCLUSÃO
Após examinar os estudos apresentados no vídeo, podemos concluir que, diante
de tantos manuscritos e variantes, com o domínio de noventa e cinco por cento
das “cópias originais”, mesmo trabalhando com diferentes argumentos e
ferramentas para decidir sobre as melhores traduções e versões, temos a
absoluta certeza de que Deus em Sua soberania preservou as verdades das
Escrituras para que com Sua misericórdia vencesse as corrupções e intenções
malignas e chegasse com fidelidade até nós.
https://exegesesacra.com/critica-textual/