Você está na página 1de 93

Livro Eletrônico

Aula 17

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular)

Felipo Livio Lemos Luz


Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário
Sumário .................................................................................................. 1
1 – Defesa do Estado e das Instituições Democráticas ................................ 4
1.1 – Intervenção Federal ....................................................................... 4
1.1.1 – Conceito .................................................................................... 4
1.1.2 – Hierarquia entre os entes federativos ............................................ 5
1.1.3 – Pressupostos materiais para a decretação da intervenção federal ...... 6
1.1.3.1 – Defesa do Estado ..................................................................... 6
1.1.3.2 – Defesa do princípio federativo .................................................... 7
1.1.3.3 – Defesa das finanças públicas estaduais ....................................... 8
1.1.3.4 – Defesa da ordem constitucional ................................................. 8
1.1.4 – Pressupostos formais para a decretação da intervenção federal ........ 9
1.1.4.1 – Decretação pelo Chefe do Poder Executivo .................................. 9
1.1.4.2 – Observância de formalidades pelo decreto interventivo ................. 9
1.1.5 – Espécie de intervenção .............................................................. 10
1.1.6 – Fases da intervenção federal ...................................................... 13
1.1.6.1 – Iniciativa ............................................................................... 13
1.1.6.2 – Fase judicial .......................................................................... 14
1.1.6.3 – Fase do decreto interventivo .................................................... 14
1.1.6.4 – Fase do controle político.......................................................... 15
1.1.7 – Controle político e jurisdicional ................................................... 15
1.1.7.1 – Controle político ..................................................................... 15
1.1.7.2 – Controle jurisdicional .............................................................. 16
1.2 – Intervenção estadual.................................................................... 17
1.2.1 – Noções introdutórias ................................................................. 17

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 1


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.2.2 – Pressupostos para a intervenção estadual nos municípios .............. 18


1.2.2.1 – Pressupostos materiais ........................................................... 18
1.2.2.2 – Pressupostos formais .............................................................. 18
1.2.2.3 – Controle político e jurisdicional................................................. 19
1.2.2.3.1 – Controle político .................................................................. 19
1.2.2.3.2 – Controle jurisdicional ........................................................... 19
1.3 – Hipóteses de representação interventiva (ou ADI interventiva) .......... 19
1.3.1 – Considerações iniciais ................................................................ 19
1.3.2 – Representação interventiva (ou ADI interventiva) federal ............... 20
1.3.2.1 – Representação interventiva (ou ADI interventiva) federal ............ 20
1.3.2.2 – Parâmetros ........................................................................... 21
1.3.2.3 – Natureza da decisão do STF..................................................... 22
1.3.2.4 – Concessão de liminar .............................................................. 22
1.3.2.5 – Cabimento de medida cautelar ................................................. 23
1.3.2.6 – Vinculação do Presidente da República ...................................... 23
1.3.2.7 – Desnecessidade de controle político pelo Congresso Nacional ....... 24
1.3.2.8 – Prestação de informações ........................................................ 24
1.3.2.9 – Julgamento ........................................................................... 25
1.3.3 – Representação interventiva estadual ........................................... 25
1.4 – Defesa do Estado e das instituições democráticas ............................ 26
1.4.1 – Estado de defesa (art. 136 da CR) .............................................. 28
1.4.1.1 – Pressupostos materiais para a decretação do Estado de Defesa.... 28
1.4.1.2 – Pressupostos formais para a decretação do Estado de Defesa ...... 28
1.4.1.3 – Mecanismos de controle do estado de defesa ............................. 30
1.4.1.3.1 – Controle do Poder Legislativo ................................................ 30
1.4.1.3.1.1 – Controle prévio ................................................................ 30
1.4.1.3.1.2 – Controle Concomitante ...................................................... 30
1.4.1.3.1.3 – Controle Posterior ............................................................. 31
1.4.1.3.2 – Controle pelo Poder Judiciário ............................................... 31
1.4.1.3.2.1 – Controle Concomitante ...................................................... 31
1.4.1.3.2.2 – Controle Posterior ............................................................. 32
1.4.1.4 – Prisão no Estado de Defesa ..................................................... 32
1.4.2 – Estado de Sítio ......................................................................... 32
1.4.2.1 – Pressupostos materiais para a decretação do Estado de Sítio ....... 32

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 2


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.4.2.2 – Pressupostos formais para a decretação do Estado de Sítio ......... 33


1.4.2.3 – Medidas que podem ser tomadas durante o estado de sítio (art.
139) ................................................................................................... 34
1.4.3 – Distinções entre Estado de Defesa e Estado de Sítio ...................... 35
1.4.4 – Forças armadas ........................................................................ 35
1.4.5 – Segurança Pública ..................................................................... 38
Legislação .............................................................................................. 39
Resumo ................................................................................................. 46
QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................ 49
QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS................................................................ 77

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 3


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

DEFESA DO ESTADO DE DAS


INSTITUIÇÕES DEMOCRÁRICAS
1 – Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas

Nos estados de legalidade extraordinária, há situações excepcionais, por isso,


justificam um tratamento diferenciado: um estado de legalidade, mas com
algumas regras próprias. São situações tão excepcionais que nem a CR
pode ser emendada nesse período: estado de sítio, estado de defesa,
intervenção federal nos estados e no DF e intervenção estadual no
município.

1.1 – Intervenção Federal

1.1.1 – Conceito

A intervenção federal ou estadual pode ser definida como


uma medida excepcional de natureza política,
consistente na possibilidade de afastamento
temporário da autonomia política de um determinado ente
federativo, quando verificadas as hipóteses previstas na CR.
Essa definição é importante porque traz elementos característicos da
intervenção:
i) natureza política:
A intervenção federal nos estados e no DF, bem como a dos estados nos
municípios tem natureza política, e não jurídica. A análise que se realiza
dos pressupostos para que se decrete ou não a intervenção não é puramente de
violação ou não da CR ou de normas jurídicas, mas sobre se, politicamente, a
intervenção é ou não necessária.
ii) excepcionalidade da medida:
A intervenção é excepcional, pois representa a antítese do princípio da
autonomia dos entes federativos. Ou seja, a regra é que cada ente cuide de
seus próprios negócios, tenha autonomia para se autogovernar, autolegislar,

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 4


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

autoadministrar. No entanto, diante de circunstâncias excepcionais essa


autonomia pode ser afastada.
iii) nas hipóteses previstas na Constituição:
Como decorrência mesma da excepcionalidade da medida, as hipóteses
previstas na CR de intervenção são numerus clausus, ou seja, são hipóteses
taxativas (e não exemplificativas). São as únicas em que a intervenção pode
ocorrer. Assim, dispositivos não podem ser interpretados extensiva ou
analogicamente e não pode a lei infraconstitucional estabelecer outros casos de
intervenção.
iv) temporariedade da medida:
Todas as situações excepcionais que justificam a intervenção são temporárias.
Caso contrário, não seriam excepcionais.

1.1.2 – Hierarquia entre os entes federativos

Há uma polêmica, quando se estuda a intervenção, que diz respeito à existência


de uma possível hierarquia entre os entes federativos. Será que o fato de a
União poder intervir nos estados e no DF, e o fato de os estados
poderem intervir nos municípios poderia fazer extrair daí uma
hierarquia de uns com relação aos outros?
Há dois posicionamentos:

1ª corrente (Francisco Bilac Pinto Filho e Pinto Ferreira): segundo esses


autores, o fato de a União poder intervir nos estados e no DF significa
uma superioridade hierárquica daquela em relação a estes.

2ª corrente (Marcelo Novelino e Valber de Moura Agra): para esta


corrente, a possibilidade de intervenção não significa qualquer hierarquia
entre os entes federativos. Isso porque quando a União intervém nos
estados, ela não está agindo para a defesa de interesses próprios, ou
seja, de interesses da União enquanto pessoa jurídica de direito público,
mas buscando preservar os interesses de toda a federação. É como se ela
estivesse agindo em nome de todos os demais entes federativos,
defendendo justamente a integridade da federação.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 5


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Predomina a segunda corrente, que deve ser levada


para provas objetiva, mas a questão, entretanto,
não é pacífica.
O art. 18 da CR determina o seguinte:
Art. 18. A organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição. (...)
Afinal, quando a CR estabelece quais os entes federativos e que todos são
autônomos, nos termos da Constituição, isso significa que todos eles
encontram-se no mesmo nível, subordinados única e exclusivamente ao que diz
a CR. E não um subordinado ao outro.

1.1.3 – Pressupostos materiais para a decretação da


intervenção federal

Neste tópico, serão estudados quais os fatos que podem dar origem a uma
intervenção federal da União nos estados e no DF.
decretação da intervenção possui quatro finalidades
A
diferentes (que são justamente os pressupostos
materiais): defesa do Estado, defesa do princípio
federativo, defesa das finanças públicas
estaduais e defesa da ordem constitucional.

1.1.3.1 – Defesa do Estado

A finalidade de defesa do Estado está consagrada no art. 34, I e II (primeira


parte):
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação
em outra;
Observe que o dispositivo diz que a União não intervirá nos estados. Essa é,
portanto, a regra, em razão de a intervenção representar uma antítese ao
princípio da autonomia, como visto acima.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 6


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Além disso, a intervenção federal somente pode ocorrer


em estados ou no DF, e não nos municípios
(salvo no caso de município localizado em
território, como determina o art. 35). Quem pode intervir no
município localizado em estado é apenas o próprio estado.
Manutenção da integridade nacional é a preservação da própria federação.
Evita-se que o ente federativo tente sair da federação, desvinculando-se do
restante. Esta hipótese, em que o ente federativo tenta sair da federação,
tornando-se um estado soberano, é a do chamado “direito de secessão”.
Esse direito de secessão dos estados está vedado, sobretudo, pelo art. 1º da
CR, que consagra o princípio chamado “princípio da indissolubilidade do
pacto federativo”:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: (...)
Quando o dispositivo fala em união indissolúvel, ela consagra o princípio da
indissolubilidade, que impede a separação dos estados da federação.
A doutrina costuma designar a indissolubilidade da federação de princípio
em razão da sua importância, dentro da ideia de que princípios seriam as
normas basilares do sistema (doutrina clássica). Todavia, se utilizada a
distinção entre princípios e regras adotada por Robert Alexy, na verdade o art.
1º seria uma regra, e não um princípio, porque não pode ser sopesado,
devendo ser aplicado na medida de suas prescrições.
A segunda hipótese de intervenção para a defesa do estado é a prevista no art.
34, inciso II, primeira parte (“repelir a invasão estrangeira”). Ela tem como
fundamento a defesa nacional.

1.1.3.2 – Defesa do princípio federativo

A finalidade de defesa do princípio federativo está prevista no art. 34, II,


segunda parte, III e IV:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para: (...)
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação
em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 7


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas


unidades da Federação;
Portanto, se um estado, de qualquer forma, invadir outro, haverá intervenção
federal para repeli-la.

1.1.3.3 – Defesa das finanças públicas estaduais

A finalidade de defesa das finanças públicas estaduais está prevista no art. 35,
V, da CR:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para: (...)
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois
anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

1.1.3.4 – Defesa da ordem constitucional

A finalidade de defesa da ordem constitucional está prevista no art. 34, VI e


VII, da CR:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para: (...)
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.
Os princípios constitucionais a que se refere o art. 34, VII, são os chamados
princípios constitucionais sensíveis.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 8


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Como
será estudado adiante, nas hipóteses de
provimento da execução de lei federal e de
observância dos princípios constitucionais
sensíveis não poderá a intervenção ser
decretada diretamente pelo Presidente da República, dependendo de um
pressuposto formal, consubstanciado numa representação do PGR e um
Provimento do STF.

1.1.4 – Pressupostos formais para a decretação da


intervenção federal

1.1.4.1 – Decretação pelo Chefe do Poder Executivo

Toda decretação de intervenção somente pode ser feita


pelo Chefe do Poder Executivo. O Presidente da
República é o único que pode fazê-lo em âmbito
federal, até porque quem expede o decreto executivo é ele.
Esta competência privativa do Presidente para a decretação da intervenção está
prevista no art. 84, X:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
X - decretar e executar a intervenção federal;
Note que a CR fala em competência privativa, mas fazendo-se a distinção
segundo a qual a competência privativa seria a delegável e a exclusiva
indelegável, a do art. 84, X, seria, na verdade, exclusiva, pois ela não pode
ser delegada.

1.1.4.2 – Observância de formalidades pelo decreto


interventivo

As formalidades que o decreto interventivo deve observar estão previstas no


art. 36, § 1º:
Art. 36 (...) § 1º - O decreto de intervenção, que especificará a
amplitude, o prazo [lembre-se que a temporariedade é uma
característica da intervenção] e as condições de execução e
que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 9


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do


Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Observe que nem sempre que houver a intervenção federal será necessária a
nomeação de interventor, o que somente ocorrerá em duas hipóteses:

Intervenção simultânea nos Poderes


Intervenção no Poder Executivo
Executivo e Legislativo

O art. 36, § 4º traz outra previsão constitucional de formalidade à intervenção:


Art. 36 (...) § 4º - Cessados os motivos da intervenção, as
autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.
Quando a autoridade local é afastada e é nomeado interventor federal,
uma vez cessada a intervenção federal, aquela autoridade retoma seu cargo, a
menos que haja algum outro impedimento constitucional ou legalmente previsto
(ex.: processo de impeachment).

1.1.5 – Espécie de intervenção

Há três espécies de intervenção: espontânea, solicitada e requisitada.


1. intervenção espontânea
A intervenção é espontânea quando a decretação dela depende apenas da
ocorrência dos motivos que a autorizam. Ou seja, o Presidente poderá
decretá-la por conta própria, de ofício, não precisando da solicitação ou da
requisição de nenhum outro Poder.
São hipóteses de intervenção espontânea as
previstas no art. 34, I, II, III e V.
2. Intervenção solicitada
A intervenção solicitada é aquela que depende de solicitação do Poder
Legislativo ou do Poder Executivo. Nela o Presidente não pode decretar a
intervenção de ofício, espontaneamente.
Somente o Legislativo e o Executivo podem solicitar a intervenção. Judiciário
não faz solicitação, mas requisição, como será visto oportunamente.
A solicitação é um pressuposto à intervenção, nesses casos previstos no art. 36,
I, primeira parte:

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 10


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:


I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do
Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário; (...)
3. intervenção requisitada
A intervenção requisitada é a que depende de requisição do Poder
Judiciário.
O Legislativo e o Executivo somente fazem solicitação. Quem faz requisição é
apenas o Poder Judiciário, que não pode solicitar. A diferença entre a solicitação
e a requisição é de fundamental importância.
Naquela, o ato do Presidente da República é
discricionário. Ou seja, o Presidente não está
obrigado a decretar a intervenção, nos casos de
solicitação. Ainda que a solicitação seja um pressuposto da
intervenção (ele não pode decretar sem ela), ela não é vinculante. Já no caso
da requisição, a decretação da intervenção é um ato vinculado. Se o
Presidente não o fizer, ele pode ser processado por crime de responsabilidade
(art. 12, 3, da Lei 1.079/1950):
Art. 12. São crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias:
(...)
3 - deixar de atender a requisição de intervenção federal do
Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral;
São três as situações em que o Poder Judiciário poderá fazer essa
requisição:
i) art. 36, I, segunda parte: quando a coação for praticada contra o Poder
Judiciário estadual, quem realiza a requisição é o STF. O presidente,
como visto, está vinculado a essa determinação;
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do
Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário; (...)
Há uma vantagem e uma desvantagem em relação à solicitação de intervenção
feita pelo Executivo e pelo Legislativo: a vantagem é que se trata de
requisição e não de solicitação, de forma que o Presidente da República é
obrigado a atender. A desvantagem é que a intervenção solicitada o é
diretamente ao Presidente pelos Poderes Executivo e Legislativo, ao passo que
a requisição de intervenção tem procedimento mais complicado.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 11


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

O TJ não pede diretamente a intervenção ao


Presidente: ele pede ao STF. O STF verifica se é
ou não caso de intervenção e, apenas se ele
entender que é hipótese de intervenção, é que a requisitará ao Presidente da
República.
Nessa hipótese, o Presidente está obrigado a decretar a intervenção.
Por isso, não é necessário ouvir o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional. Como não houve fase judicial, haverá controle político pelo
Congresso Nacional.
ii) art. 36, II:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: (...)
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária
[lembre-se do art. 34, VI], de requisição do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
Eleitoral;
A requisição, nesta hipótese, emanará do STF, do STJ ou do TSE, a
depender de quem era a competência para proferir a ordem ou decisão
descumprida.
Os demais tribunais também podem requisitar a
intervenção, mas por intermédio do STF.
Igualmente, o Presidente deve atender à
requisição do STF, motivo por que não é preciso ouvir o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional.
Pela literalidade da CR, ficaria dispensado também o controle político, mas
haveria intervenção sem controle político e sem fase judicial. Parte da
doutrina, então, entende que como não houve fase judicial, haverá controle
político pelo Congresso Nacional.
É nessa hipótese que se enquadra o não pagamento de precatórios. Isso porque
o precatório é uma ordem judicial de pagamento. Caso o Estado não
pague o precatório e dessa forma descumpra uma decisão judicial, ele poderá
sofrer intervenção, salvo motivo de força maior. A força maior aqui é a mesma
vista acima, ou seja, falta de dinheiro para realizar o pagamento (é a velha
história do “devo, não nego, pago quando puder”). Comprovada a
impossibilidade material, o STF não requisita a intervenção federal (nunca
houve requisição).
iii) art. 36, III:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: (...)

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 12


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de


representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do
art. 34, VII [princípios constitucionais sensíveis], e no caso de
recusa à execução de lei federal.
Será realizada uma análise mais detida desta hipótese adiante, quando do
estudo da ADI (ou representação) interventiva.
Havendo
violação aos princípios constitucionais
sensíveis ou recusa à execução de lei federal,
o PGR formula representação interventiva.
Caso dê provimento à representação, o STF
então requisita a intervenção. Note que esta hipótese não se confunde com
a anterior, em que o descumprimento é de ordem ou decisão do STF, STJ ou
TSE e a requisição independe de representação, podendo ser realizada
diretamente por qualquer daqueles tribunais.

1.1.6 – Fases da intervenção federal

A intervenção federal possui quatro fases, mas nenhuma


das formas de intervenção tem essas quatro fases.
É um pouco estranho, mas todas terão três das
quatro fases. Algumas terão iniciativa, fase judicial
e decreto interventivo; outras terão iniciativa, fase do decreto interventivo e
controle político. Há uma regra básica: a intervenção federal ou tem fase
judicial ou tem controle político.
Intervenção federal espontânea, provocada por solicitação e as duas
primeiras de intervenção provocadas por requisição têm controle político e não
têm fase judicial. Só possuem fase judicial (e não controle político) as duas
últimas hipóteses de intervenção federal provocadas por requisição
(descumprimento de lei federal ou de princípios sensíveis).

1.1.6.1 – Iniciativa

A primeira fase da intervenção federal é a iniciativa. Trata-se de quem dispara


o procedimento de intervenção federal. Isso dependerá de qual hipótese de
intervenção se trata.
i) espontânea:

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 13


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Na intervenção espontânea, a iniciativa é do Presidente da República.


Nesse caso, o Presidente recebe a ocorrência de uma das hipóteses e decreta
espontaneamente a intervenção federal.
ii) provocada por solicitação:
A iniciativa aqui pode ser da Assembleia Legislativa, quando a intervenção
for para proteger o Legislativo, ou do Chefe do Executivo local (Governador de
Estado), quando a intervenção for para defesa do Executivo local.
iii) provocada por requisição:
Em se tratando da intervenção para a defesa do Judiciário local, a iniciativa é
do TJ, mediante representação ao STF.
Na intervenção em razão de descumprimento de ordem ou
decisão judicial, a iniciativa pertence ao STF,
STJ ou TSE. Quando outro tribunal tem uma
ordem judicial descumprida, deve representar ao
STF para que haja a intervenção.
Por fim, nas hipóteses de descumprimento de lei federal e de violação de
princípio sensível, a inciativa é do PGR. A iniciativa, nesses casos, é
exercida por meio do ajuizamento de uma ação no STF (ADI interventiva).

1.1.6.2 – Fase judicial

A segunda fase é a judicial. Apenas têm processo para discutir a


intervenção as duas últimas situações de intervenção provocadas por
requisição do PGR. Ou seja, quando há descumprimento de lei federal ou
violação de princípios sensíveis.
O desenvolvimento da fase judicial se dá por meio do ajuizamento da ADI
interventiva no STF pelo PGR. Até dois anos atrás, o procedimento era
regido pelo Regimento Interno do STF. No final de 2011, o ajuizamento da ADI
interventiva e da ação para prover a execução de lei federal foi regulamentado
pela Lei 12.562/11.
Note que são duas ações: i) ação para prover a execução de lei federal; ii)
ADI interventiva (descumprimento de princípios sensíveis).

1.1.6.3 – Fase do decreto interventivo

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 14


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

A terceira fase é a do decreto interventivo. Trata-se do ato que


operacionaliza a intervenção federal. Nele, devem constar quatro itens (art. 36,
§1º, da CR):
Art. 36 (...) § 1º - O decreto de intervenção, que especificará a
amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber,
nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso
Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte
e quatro horas.
i) prazo da intervenção: a intervenção pode durar muito ou pouco tempo, a
depender do motivo pelo qual for decretada;
ii) amplitude da intervenção: trata-se da definição dos objetivos da
intervenção federal. Ela não é um cheque em branco para que a União
intervenha nos Estados da forma que entender. Existem requisitos e prazos que
devem ser rigorosamente obedecidos;
iii) definição dos meios e condições de execução: trata-se de como será
feita a intervenção. Ex.: quais destacamentos do Exército participarão dela;
iv) nomeação do interventor.

1.1.6.4 – Fase do controle político

Lembre que, se houver controle político, não


haverá fase judicial. O controle político será
visto em tópico separado.

1.1.7 – Controle político e jurisdicional

Tanto o Congresso Nacional quanto o Poder Judiciário podem exercer


controle sobre a intervenção.

1.1.7.1 – Controle político

O controle realizado pelo Congresso Nacional é político (art. 36, §§ 1º e 2º):


Art. 36 (...) § 1º - O decreto de intervenção, que especificará a
amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber,
nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 15


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte


e quatro horas.
Nesses casos de intervenção, deve haver controle político pelo
Parlamento, no prazo de 24 horas. Esse controle político, entretanto, não é
necessário nos casos do art. 36, § 3º:
Art. 36 (...) § 3º - Nos casos do art. 34, VI [recusa à execução de
lei federal] e VII [princípios constitucionais sensíveis], ou do art.
35, IV [hipótese simétrica à representação interventiva federal,
mas realizada no âmbito da intervenção do estado no município,
requisitada pelo TJ], dispensada a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.
Ou seja, quando o Poder Judiciário faz a requisição, nos casos de representação
proposta pelo chefe do MP, o controle político é dispensado, por já haver o
Poder Judiciário submetido a questão à sua apreciação.

1.1.7.2 – Controle jurisdicional

O controle jurisdicional da intervenção é realizado pelo STF (art. 102, I, “f”):


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente: (...)
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o
Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta;
Tal controle, todavia, não pode ingressar no mérito do decreto
interventivo (ou seja, dizer se a decretação da intervenção deveria ocorrer ou
não). Isso porque, como visto, trata-se de uma análise de natureza política.
Isso, entretanto, não significa que o decreto interventivo
esteja imune ao controle jurisdicional. A regra no
direito brasileiro é da inafastabilidade do Poder
Judiciário. Exemplos de hipóteses em que o
controle jurisdicional será possível são aqueles casos que dependem de
solicitação do Legislativo e do Executivo ou de requisição do Poder Judiciário. O
STF analisará o atendimento dos requisitos legalmente exigidos.
Ex.: no caso do DF, em que o Governador José
Roberto Arruda foi afastado, houve uma suposta
violação do sistema representativo. O presidente

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 16


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

não poderia decretar a intervenção diretamente. Seria necessária uma


representação do PGR, à qual o STF desse provimento. Se o Presidente
decretasse a intervenção diretamente, o STF poderia controlá-la, sob o
fundamento da inobservância de um pressuposto formal.

1.2 – Intervenção estadual

1.2.1 – Noções introdutórias

Como visto, a intervenção federal somente pode ocorrer em estado ou no


DF, e não nos municípios, a menos que o município esteja localizado em
território porventura criado. No caso da intervenção estadual, a decretação da
intervenção somente pode ocorrer do estado no município.
Mutatis mutandis, em linhas gerais a base teórica da intervenção estadual é a
mesma da intervenção federal (temporariedade, excepcionalidade, taxatividade
das hipóteses etc.)
Antes da CR/88, a intervenção estadual não era tratada no texto da
Constituição da República, mas pelas constituições estaduais, que estabeleciam
as hipóteses de cabimento e as formalidades. A partir da CR/88, houve
inovação e o tema passou a ser disciplinado no texto da Constituição da
República.
Para Novelino, um dos motivos determinantes para esse
tratamento diferenciado foi o reconhecimento
dos municípios como entes federativos. Ao
reconhecer o município como ente federativo,
dotado de autonomia (arts. 1º, caput, e 18, caput1), o constituinte houve por
bem (com razão) disciplinar esse tema, já que não há hierarquia entre estados
e municípios. A disciplina tem de estar na CR, e não na CE. Como antes da
CR/88, ainda que tivesse algumas autonomias, o município não era considerado
ente federativo (uma peculiaridade do direito brasileiro), a CR não disciplinava o
tema.

1 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do

Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:


Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (...)

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 17


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.2.2 – Pressupostos para a intervenção estadual nos


municípios

1.2.2.1 – Pressupostos materiais

Os pressupostos materiais, que são obviamente diferentes dos da


intervenção federal, estão previstos no art. 35, I a IV, da CR:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União
nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde; [hipótese semelhante ao art. 34,
VII]
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial [hipótese mais importante, simétrica ao art.
36, III, que será mais bem analisada adiante].
Perceba, mais uma vez, que a regra é a não
intervenção (“o Estado não intervirá em seus
Municípios, exceto...”). Nos casos excepcional e
taxativamente previstos, a intervenção poderá ocorrer.
Trata-se dos pressupostos da intervenção estadual, ou seja, das situações
previstas nos incisos acima.

1.2.2.2 – Pressupostos formais

Pode decretar a intervenção somente o Chefe do Executivo (no caso, o


Governador), mesmo quando dependa de solicitação do Executivo ou do
Legislativo ou de requisição do Judiciário.
Valem aqui as regras mencionadas anteriormente, relativamente ao decreto
(art. 36, §§ 1º e 4º). Ex.: amplitude, prazo, medidas tomadas, nomeação de
interventor, retorno das autoridades etc.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 18


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.2.2.3 – Controle político e jurisdicional

1.2.2.3.1 – Controle político

O controle político da intervenção estadual é simétrico ao que ocorre na


intervenção federal. É realizado pela assembleia legislativa estadual, que
deve apreciar a intervenção no prazo de 24 horas.

1.2.2.3.2 – Controle jurisdicional

O controle jurisdicional da intervenção estadual também é simétrico ao da


intervenção federal. O poder judiciário não pode analisar o mérito da
intervenção, que é de natureza política, mas pode analisar o atendimento
dos pressupostos formais. Neste caso, a análise será realizada não pelo STF,
mas pelo TJ.

1.3 – Hipóteses de representação interventiva (ou


ADI interventiva)

1.3.1 – Considerações iniciais

Existe uma divergência em relação à nomenclatura deste


mecanismo de intervenção. Autores como Dirley da
Cunha Junior, por exemplo, entendem que se trata
de ação, preferindo denominá-lo ADI interventiva,
e não representação interventiva. Já outros autores, como Gilmar Mendes,
entendem que não se trata de uma ação direta de inconstitucionalidade, mas de
uma representação interventiva efetivamente.
De
qualquer forma, trata-se de um controle de
constitucionalidade, em alguns casos. Esse
controle é do tipo abstrato (concentrado) ou
difuso (concreto)? A representação interventiva
tem uma peculiaridade importante. Ela foge da regra geral do sistema
jurisdicional brasileiro. Geralmente, as modalidades que há de controle são dos

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 19


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

tipos concentrado/abstrato ou difuso/concreto. A representação interventiva,


entretanto, é, ao mesmo tempo, um instrumento de controle de
constitucionalidade concentrado e concreto.
Controle concentrado é aquele em que a competência é reservada a
determinado órgão jurisdicional. Não é qualquer órgão jurisdicional que pode
processar e julgar a ADI interventiva, mas somente o STF, nos casos de
representação para intervenção federal, ou o TJ, nos casos de representação
para intervenção estadual.
Concreto é o controle que surge a partir da violação concreta de um dispositivo
constitucional. Não se trata de um controle feito em tese (em abstrato), do
cotejo da norma com a CR. Na ADI interventiva, há uma violação de um
dispositivo constitucional, de um caso concreto.
Esta ação é de processo constitucional objetivo ou
subjetivo, ou seja, existem partes formais
(autor e réu)? Trata-se de uma ação de processo
constitucional subjetivo, diversamente da ADI, da
ADPF, em que não há partes formais. Na ADI interventiva federal, o
contraditório é estabelecido entre a União, de um lado, e o Estado ou o DF do
outro. Na ADI interventiva estadual, de um lado há o Estado-membro e do
outro o Município.

1.3.2 – Representação interventiva (ou ADI


interventiva) federal

A representação interventiva federal está prevista no art. 36, III, da CR:


Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: (...)
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do
art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.

1.3.2.1 – Representação interventiva (ou ADI


interventiva) federal

O único legitimado para o ajuizamento da representação interventiva é o


Procurador-Geral da República. Nenhuma outra autoridade tem legitimidade
para fazê-lo, diversamente do que ocorre nas outras ações de controle

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 20


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

concentrado (ADI, ADC, ADPF), em que há diversas autoridades legitimadas


(art. 103). Isso porque na ADI, na ADC e na ADPF o controle concentrado é
abstrato, enquanto que na ADI interventiva o controle concentrado é concreto.
O PGR, nesta ação, atua como substituto processual,
representando os interesses da coletividade. Ele
atua com vinculação ou discricionariedade (note
que a lei permite que um cidadão solicite a ele o
ajuizamento da ação)? Como todos os demais representantes do MP, o PGR tem
independência funcional (art. 127, § 1º), em razão da qual este ato de
ajuizamento é considerado discricionário:
Art. 127 (...) § 1º - São princípios institucionais do Ministério
Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

1.3.2.2 – Parâmetros

A CR indica dois parâmetros à representação interventiva:

Violação aos princípios constitucionais


sensíveis, segundo a denominação de Recusa à execução de lei federal.
Pontes de Miranda (art. 34, VII).

Antes da EC 45/2004 quem julgava esta demanda era o STJ


(e não o STF, como ocorre hoje), pois ele era
imaginado o guardião da legislação federal. Era um
equívoco, pois o que se protege aqui é a ordem
constitucional. A competência teria de ser mesmo do STF, como era na CR/67
e nas anteriores.
Existe uma controvérsia em torno deste tema. Gilmar Mendes entende que a
recusa à lei federal seria uma segunda hipótese de ADI interventiva. Ou seja,
os princípios constitucionais sensíveis e a recusa à execução de lei federal
seriam dois parâmetros diversos de uma representação interventiva federal.
Todavia, há na doutrina um segundo posicionamento, adotado por José Afonso
da Silva, no sentido de que, no caso de recusa à execução de lei federal, por
não se tratar de controle de constitucionalidade, a ação deve ser considerada de
outra espécie. Para o autor, como na verdade o que se busca é fazer com que a
lei federal seja cumprida, a despeito de ser necessária a representação do PGR

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 21


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

perante o STF, esta hipótese não seria uma representação interventiva, mas
outra, denominada “ação de executoriedade da lei”.

1.3.2.3 – Natureza da decisão do STF

Como visto, a decretação da intervenção é um ato de natureza política.


Quando o STF julga a representação do PGR, essa decisão não tem natureza
jurídica, mas, segundo o próprio STF, político-administrativa.
Ou seja, não é só o ato de decretação de intervenção que tem
natureza política, mas a decisão do STF que a analisa
também. Ex.: no caso do DF, o PGR ajuizou a
representação interventiva por entender que, em vista do
envolvimento do Governador e de diversos parlamentares no suposto esquema
de corrupção, estaria em risco o sistema representativo e a ordem democrática.
O STF não deu provimento à representação, entendendo desnecessária a
intervenção da União no DF. Essa decisão teve cunho político, e não jurídico.
Portanto, a análise realizada pelo STF não é de violação ao texto constitucional
(ou seja, uma análise com base em parâmetros meramente jurídicos), mas
pautada em critérios políticos.

1.3.2.4 – Concessão de liminar

A liminar em ADI interventiva federal está regulamentada no art. 5º da Lei


12.562/2011:
Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida
liminar na representação interventiva.
§ 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis
pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o
Procurador-Geral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
§ 2º A liminar poderá consistir na determinação de que se
suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões
judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que
apresente relação com a matéria objeto da representação
interventiva.
De acordo com o § 2º, a liminar poderá consistir na suspensão de processos
judiciais ou administrativos, dos efeitos de decisões judiciais ou

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 22


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a


matéria objeto da representação interventiva.
Essa liminar é bastante abrangente e mistura efeitos
concedidos pelo STF nas demais ações
constitucionais. Como afirmado, a liminar na ADI
tem efeito erga omnes, efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Judiciário e da administração e, em regra
efeito ex nunc. A ADC tem efeito de suspender o julgamento das ações com
ela relacionadas, por 180 dias. A ADPF tem efeito de suspender o andamento
das ações relacionadas ou das decisões judiciais ou qualquer outra medida com
ela relacionada. Na ADPF e na ADI por omissão, o STF pode suspender as
decisões judicias, administrativas ou qualquer outra medida relacionadas com
elas.
Se o Relator deferir a inicial, será analisado eventual pedido de liminar. Da
decisão que indeferir o pedido de liminar, cabe agravo dirigido ao Pleno, no
prazo de 5 dias. Para a concessão da liminar há a possibilidade de oitiva do
PGR, do AGU e do responsável pela ofensa ou negativa de cumprimento de lei
federal. O prazo é comum e de 5 dias.

1.3.2.5 – Cabimento de medida cautelar

É possível a concessão de cautelar na representação


interventiva?
Se a decisão do STF, por si só, não é capaz de
decretar a intervenção (é apenas uma requisição), a medida cautelar não é
compatível com a intervenção. O Presidente somente poderá decretar a
intervenção se houver uma decisão definitiva do STF. Não pode haver uma
requisição provisória, com a decretação da intervenção, e, depois, o julgamento
do mérito. Pressupõe-se, para a intervenção, o provimento da representação.
Portanto, não faz sentido a concessão de medidas cautelares na ADI
interventiva, por descompasso com a própria natureza da ação.

1.3.2.6 – Vinculação do Presidente da República

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 23


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Se o STF der provimento à representação, ele fará a requisição ao


Presidente da República, que o vincula. O Presidente não tem
discricionariedade para decretar ou não a intervenção.
Não decretada a intervenção quando houver requisição, o Presidente poderá
responder por crime de responsabilidade (art. 12, 3, da Lei 1.079/1950).

1.3.2.7 – Desnecessidade de controle político pelo


Congresso Nacional

Como estudado, na hipótese de representação interventiva federal, não existe


a necessidade de controle político do Congresso Nacional, que é
dispensado pela CR, nos termos do art. 36, § 3º. Isso porque tal análise já é
realizada pelo STF.

1.3.2.8 – Prestação de informações

O responsável pela violação ou ofensa deve prestar informações em 10 dias.


Prestadas as informações, haverá manifestações sucessivas do PGR e do
AGU, também em 10 dias.
Eventuais provas podem ser analisadas. A rigor, a
discussão nessa ação é de direito e não de
fatos. Pode haver prova se a discussão depender
da solução de uma questão técnica. O Relator pode
designar perito, caso a seja perícia seja imprescindível para a resolução da
questão jurídica. Pode, ainda, haver audiências públicas (art. 7º da Lei
12.562/2011):
Art. 7º Se entender necessário, poderá o relator requisitar
informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos
para que elabore laudo sobre a questão ou, ainda, fixar data para
declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e
autoridade na matéria.
Parágrafo único. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, a
manifestação e a juntada de documentos por parte de interessados
no processo.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 24


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.3.2.9 – Julgamento

O julgamento da ADI interventiva só será realizado se estiverem presentes


oito Ministros, assim como ocorre com as demais ações constitucionais. A
decisão só será tomada com o voto para um lado ou para outro de seis
Ministros. Assim, o quórum de julgamento é de oito Ministros e o de votação é
de seis Ministros.
Se a ação for julgada procedente, o Estado
sofrerá intervenção. O Estado responsável pela
violação será comunicado (intimado) da decisão e
o Presidente da República será notificado para que, em 15 dias, decrete a
intervenção federal. Esse prazo é improrrogável. É o que determina o art. 11
da Lei 12.562/2011:
Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou
aos órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se
a decisão final for pela procedência do pedido formulado na
representação interventiva, o Presidente do Supremo Tribunal
Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do
Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15
(quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da
Constituição Federal.
Parágrafo único. Dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado a
partir do trânsito em julgado da decisão, a parte dispositiva será
publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial
da União.

1.3.3 – Representação interventiva estadual

A representação interventiva estadual segue a base da representação


interventiva federal, com as adaptações que devem ser realizadas. Há
simetria da estadual com a federal, de modo que, basicamente, cabe tudo
quanto visto acima.
Na representação interventiva estadual, a autoridade simétrica ao PGR é o
PGJ. Apenas ele pode ajuizar a representação interventiva estadual. O art. 35,
IV, não é expresso nesse sentido:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União
nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
(...)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 25


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de


decisão judicial.
Todavia, apesar disso, o STF, através da Súmula 614,
estabeleceu que a única autoridade com
legitimidade para apresentar a representação
é o Procurador-Geral de Justiça:
Súmula 614 - SOMENTE O PROCURADOR-GERAL DA JUSTIÇA TEM
LEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO DIRETA INTERVENTIVA POR
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI MUNICIPAL.
Cabe ao TJ o julgamento da demanda (controle concentrado), cuja decisão
também tem natureza político-administrativa. Como se trata de requisição,
também o Governador do Estado está vinculado.
Há, entretanto, um detalhe a mais quanto à decisão do TJ: exatamente por ter
ela natureza político-administrativa, o STF não admite Recurso Extraordinário
contra ela (Súmula 637 do STF):
Súmula 637 - NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA
ACÓRDÃO DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE DEFERE PEDIDO DE
INTERVENÇÃO ESTADUAL EM MUNICÍPIO.

1.4 – Defesa do Estado e das instituições


democráticas

A defesa do Estado e das instituições democráticas é também conhecida como


“sistema constitucional de crises”. Adiante, será analisado como a CR trata
das situações de crise institucional, que são as mais graves do Estado.
A CR dedica toda uma parte para esse sistema diferenciado de tutela de
crises, pois em um estado constitucional democrático todos os órgãos, poderes
e indivíduos, em qualquer circunstância, estão submetidos à Constituição (ela é
vinculante para todos).
Para evitar que, em situações de extrema gravidade,
esses poderes tenham de deixar de lado a CR (o
Legislativo produz normas pensando em situações
de normalidade, não em situações da anormalidade), há um
sistema próprio, especificando os direitos restringíveis e as medidas que
podem ser tomadas. Ou seja, os poderes somente podem agir dentro
das normas constitucionais. É como se houvesse um regramento para
situações normais e outro para as de anormalidade.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 26


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Existem dois critérios utilizados para que se verifiquem as situações previstas


nesse sistema constitucional de crises:
i) necessidade:
A necessidade é um critério que se caracteriza pela ocorrência de situações
de extrema gravidade, que demandem a adoção de medidas excepcionais
para a manutenção da estabilidade, da ordem constitucional e das instituições
democráticas.
ii) temporariedade:
A temporariedade impõe um prazo determinado para a duração do estado
de legalidade extraordinária, o qual somente pode perdurar enquanto
houver a situação emergencial. Ou seja, essas situações excepcionais somente
poderão existir enquanto presente a estrita necessidade.
“defesa do estado e das instituições
A
democráticas” é o conjunto de normas
constitucionais destinadas a garantir o equilíbrio e
a estabilidade da ordem constitucional. O objetivo é defender a
integridade nacional, o território brasileiro contra invasões estrangeiras, a
soberania nacional e a Pátria.
Podemos dizer que a sobrevivência da democracia é garantia da própria
constituição. No momento em que a defesa das instituições democráticas se
torna inviável, estamos diante de uma situação de crise, que poderá ser
solucionada pela administração dos problemas pelas autoridades competentes
ou pela ruptura total da ordem jurídica.
SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES
O sistema constitucional de crises é o conjunto de
normas constitucionais que visam reestabelecer
a normalidade constitucional. Previsto desde a constituição de 1824,
permite o poder repressivo do Estado para punir grandes males. É governado
pelos seguintes princípios:
• Princípio fundante da necessidade.
• Princípio da temporariedade.
• Princípio da proporcionalidade.
Acionado o sistema constitucional de crises, estaremos diante de um regime
de legalidade extraordinária, no qual temporariamente limita-se o gozo
das liberdades fundamentais. O sistema de crises, atualmente, está sob
governança do presidente da república.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 27


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.4.1 – Estado de defesa (art. 136 da CR)

1.4.1.1 – Pressupostos materiais para a decretação


do Estado de Defesa

Dica: em todos os casos de estados de exceção (intervenção federal, estado de


defesa e de sítio), os pressupostos materiais são alternativos. Ou seja, não
precisa ocorrer mais de um dos pressupostos, bastando que se verifique um
deles.
Os pressupostos materiais são as condições fáticas nas quais é possível a
decretação do estado de defesa. Note que a determinação da ocorrência desses
casos sempre cabe ao Chefe do Executivo, através de decreto:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
(...)
Trata-se da ordem pública ou a paz social ameaçadas por:

Grave e iminente instabilidade


Calamidades de grandes proporções
institucional; na natureza.

1.4.1.2 – Pressupostos formais para a decretação do


Estado de Defesa

Além desses pressupostos materiais, que são alternativos, existem também


pressupostos formais. Diversamente dos materiais, os formais são
cumulativos: é necessário o atendimento de todos eles:
i) Manifestação do Conselho da República (art. 89) e do Conselho de
Defesa Nacional (art. 91):

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 28


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Ambos são órgãos consultivos do Presidente da República. Por conta


disso, a opinião deles não é vinculante ao Presidente, que pode entender
cabível a decretação mesmo havendo opinião contrária desses órgãos.
ii) Decretação pelo Presidente da República:
Como visto, somente o Chefe do Executivo pode decretar o Estado de
Defesa e de Sítio.
iii) Duração da medida por, no máximo, 30 dias, prorrogável uma
única vez:
Art. 136 (...) § 2º - O tempo de duração do estado de defesa não
será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por
igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua
decretação.
Atenção: como será visto adiante, no estado de sítio
também há o prazo de 30 dias, para algumas
hipóteses, com a possibilidade de prorrogação.
Todavia, no estado de defesa, o período somente
poderá ser prorrogado uma única vez. Lá no estado de sítio, a prorrogação
poderá ocorrer por mais de uma vez, pois a situação é mais grave.
iv) Especificação das áreas abrangidas (art. 136, § 1º, caput):
O decreto do estado de defesa deve especificar as áreas atingidas pela
medida.
v) Indicação das medidas coercitivas:
Estas medidas coercitivas estão previstas no art. 136, § 1º, I e II:
Art. 136 (...) § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa
determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a
serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as
medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; [note que são
restrições a direitos e garantias individuais]
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos
e custos decorrentes. (...)
Então, a União pode, na vigência do estado de defesa, temporariamente
requisitar o direito de propriedade. Trata-se da requisição de propriedade
prevista no art. 5º, XXV, da CR, indenizável, em caso de dano:

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 29


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Art. 5º (...) XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade


competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se houver dano;

1.4.1.3 – Mecanismos de controle do estado de defesa

O controle do estado de defesa pode ser feito tanto pelo Poder Legislativo
quanto pelo Judiciário. O controle legislativo pode ser prévio,
concomitante ou posterior. Pelo judiciário, poderá ser concomitante ou
posterior.

1.4.1.3.1 – Controle do Poder Legislativo

1.4.1.3.1.1 – Controle prévio

O controle prévio está previsto no art. 136, § 4º:


Art. 136 (...) § 4º - Decretado o estado de defesa ou sua
prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso
Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
Note que se trata de um controle político. Quando o Presidente pretender
decretar o estado de defesa ou sua prorrogação, ele deve submeter a
intenção ao Congresso Nacional, para que ele decida se a medida deve ou
não ser tomada. O Congresso, por maioria absoluta, pode ou não autorizar o
estado de defesa.

1.4.1.3.1.2 – Controle Concomitante

O controle concomitante está previsto no art. 140 da CR:


Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Durante a vigência dos estados de defesa e de sítio há uma comissão do
Congresso, de cinco membros, que acompanha e fiscaliza a execução das
medidas tomadas.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 30


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.4.1.3.1.3 – Controle Posterior

O controle posterior está previsto no art. 141, parágrafo único:


Art. 141 (...) Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa
ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão
relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao
Congresso Nacional, com especificação e justificação das
providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e
indicação das restrições aplicadas.
Essa prestação de informações pelo Presidente ao Congresso servirá para a
realização do controle posteriormente à medida.

1.4.1.3.2 – Controle pelo Poder Judiciário

No caso do Poder Judiciário, somente haverá o controle


concomitante e o posterior, nunca o prévio.
Tratando-se de ato essencialmente político, o
Judiciário não pode entrar na apreciação dos fatos que motivaram, mas
somente no controle de legalidade.

1.4.1.3.2.1 – Controle Concomitante

O controle concomitante do Poder Judiciário está previsto no art. 136, § 3º, I a


III:
Art. 136 (...) § 3º - Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor
da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso
requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de
sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser
superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 31


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

1.4.1.3.2.2 – Controle Posterior

O controle posterior está previsto no art. 141, caput, que permite a


responsabilização dos agentes pelos ilícitos cometidos:
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio,
cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade
pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. (...)

1.4.1.4 – Prisão no Estado de Defesa

Na vigência do estado de defesa:

I. A prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da


medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente,
que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de
corpo de delito à autoridade policial;
II. A comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do
estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III. A prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a
dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV. É vedada a incomunicabilidade do preso.

1.4.2 – Estado de Sítio

1.4.2.1 – Pressupostos materiais para a decretação


do Estado de Sítio

Assim como os pressupostos materiais das demais modalidades de estados


legalidade extraordinária, os do estado de sítio são alternativos. As
circunstâncias materiais que podem ensejar a sua decretação, uma situação

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 32


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

ainda mais grave que a que enseja a decretação do estado de defesa, estão
previstas no art. 137 da CR:
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos
que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado
de defesa (REPRESSIVO)
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira. (DEFENSIVO).
A comoção grave de repercussão nacional é a que coloca em risco as
instituições democráticas ou que ameaça o governo eleito.
O segundo pressuposto material é aquele em que o Presidente verifica que
o estado de defesa não foi suficiente à solução do problema. Neste caso,
ele declara o estado de sítio.
No caso do inciso I, o estado de sítio tem prazo determinado: será de trinta
dias, prorrogável, a cada vez, por igual período (art. 138, § 1º). Já no
inciso II, não existe prazo para o estado de sítio. Ele poderá haver
enquanto durar a guerra ou a resposta à agressão armada estrangeira:
Art. 138 (...) § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não
poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de
cada vez [ou seja, é permitida mais de uma prorrogação],
por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo
o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.

1.4.2.2 – Pressupostos formais para a decretação do


Estado de Sítio

Os pressupostos formais para a decretação do Estado de Sítio são


cumulativos:
i) oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa
Nacional:
Da mesma forma que no estado de defesa, no estado de sítio a oitiva é
apenas opinativa, não vinculando o Presidente da República.
ii) solicitação ao Congresso Nacional:
O Congresso Nacional tem de se manifestar quanto ao estado de sítio em cinco
dias, se estiver em recesso (art. 138, § 2º):

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 33


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Art. 138 (...) § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado


de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado
Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso
Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o
ato.
iii) autorização do Congresso Nacional:
Essa autorização do Congresso Nacional é por maioria
absoluta.
Art. 137 (...) Parágrafo único. O Presidente da República,
ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido,
devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
iii) decreto do Presidente da República (art. 138):
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as
normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais
que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
República designará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas.

1.4.2.3 – Medidas que podem ser tomadas durante o


estado de sítio (art. 139)

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com


fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as
pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados
por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade
de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião [assim como ocorre no
estado de defesa];
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão
de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas
Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 34


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Veja que a especificação das medidas foi feita pela CR


apenas na hipótese de decretação fundada no
inciso I. No caso de guerra ou resposta a
agressão estrangeira, a CR não determinou as medidas que
podem ser tomadas, o que faz presumir possam ser mais abrangentes que as
previstas para a hipótese do inciso I.

1.4.3 – Distinções entre Estado de Defesa e Estado de


Sítio

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO

- As medidas de legalidade
- No estado de defesa, as medidas
extraordinária são bastante drásticas,
não menos drásticas, pois são
gravosas às liberdades públicas.
situações menos caóticas.
- Se for preciso pode abranger todo o
- Circunscreve-se a localidades
território nacional.
determinadas.
- As medidas tomadas são: dever de
- O decreto só pode restringir os
permanência em localidade
direitos de: reunião, sigilo de
determinada; detenção em edifício
correspondência, sigilo de
não destinado a esse fim; restrições
comunicação telegráfica, ocupação e
ao sigilo, a liberdade de imprensa;
uso temporário de bens e serviços
suspensão da liberdade de reunião;
públicos, na hipótese de calamidade
busca e apreensão domiciliar;
pública.
intervenção das empresas de serviços
- O controle político sobre a públicos; requisição de bens.
decretação é posterior.
- O controle político é prévio.

1.4.4 – Forças armadas

As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela


Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 35


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer dos


chefes dos poderes, da lei e da ordem.
 São instituições permanentes, autônomas e regulares: significa
dizer que estão ligadas à própria manutenção do Estado, não podendo ser
dissolvidas ou eliminadas.
 Hierarquia é o elo de subordinação caracterizado pela superposição
de vontades. A disciplina é o poder legal de impor comportamentos e
ordens a seus inferiores, em uma relação de sujeição objetiva. A sujeição
objetiva existe em decorrência do poder hierárquico.
Disposições constitucionais:

Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem


adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças
Armadas.

Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares


militares.

Os membros das Forças Armadas são denominados militares,


aplicando-se lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
seguintes disposições:

I. As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,


são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em
plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes
privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais
membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998).
II. O militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público
civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI,
alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014).
III. O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da
administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 36


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente


poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos
da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
IV. Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
V. O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos
políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VI. ATENÇÃO! O oficial só perderá o posto e a patente se for julgado
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal
militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal
especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998).
VII. ATENÇÃO! O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em
julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998).
VIII. Aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como,
na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37,
inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
77, de 2014).
IX. A lei (ORDINÁRIA) disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do
militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas
as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por
força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Obrigatoriedade do serviço militar: O serviço militar é
obrigatório nos termos da lei. Nem condição
religiosa ou a condição social desautorizam a tal
obrigação. Quem for insubmisso ou desertor sofrerá os
encargos da lei. No que tange à escusa de consciência, às Forças Armadas
compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de
paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como
tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se
eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. O não

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 37


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

cumprimento da prestação alternativa levará a perda de direitos


políticos.
As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do
serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos,
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

1.4.5 – Segurança Pública

Segurança pública é a manutenção da ordem pública interna do Estado.


Para a preservação de direitos e garantias fundamentais é necessário existir
uma atividade constante de vigilância, prevenção e repressão de condutas.
O objetivo da segurança pública é manter a paz e o equilíbrio nas relações
sociais. A polícia é a entidade encarregada de evitar a violação da ordem
jurídica, podendo ser: polícia administrativa; política ostensiva ou polícia
judiciária.
De acordo com o art. 144,
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
I. apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas
e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei;
II. prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III. exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV. exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 38


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela


União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.
Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. As
polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do
Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
A lei (ORDINÁRIA) disciplinará a organização e o
funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades.
Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados
neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.
A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: I -
compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade
urbana eficiente; e II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes
de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.

Legislação

Neste ponto da aula, citamos, para fins de revisão, os principais dispositivos


constitucionais e legais que podem fazer a diferença na hora da prova. Lembre-
se de revisá-los!
Dispositivos constitucionais sobre o tema da aula:

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 39


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas


CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
Seção I
DO ESTADO DE DEFESA
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o
tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a
vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos
e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a
trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se
persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor
da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso
requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de
sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser
superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 40


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o


Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas,
submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso
Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias
contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando
enquanto vigorar o estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
Seção II
DO ESTADO DE SÍTIO
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos
que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado
de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar
autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação,
relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o
Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as
normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais
que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
República designará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas.
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser
decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez,
por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo
o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio
durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal,
de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional
para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o
término das medidas coercitivas.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 41


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com


fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as
pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados
por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade
de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão
de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas
Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio,
cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade
pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de
sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional,
com especificação e justificação das providências adotadas, com
relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei
e da ordem.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 42


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem


adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças
Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares
militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares,
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas
inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e,
juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das
Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37,
inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos
da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de
2014)
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em
cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva,
ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao
respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa
situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo
de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a
reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a
partidos políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno
do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal
militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal
especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 43


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena


privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no
inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII,
XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e
XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade
militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites
de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do
militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração,
as prerrogativas e outras situações especiais dos militares,
consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive
aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço
alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente
de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se
eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
(Regulamento)
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar
obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos
que a lei lhes atribuir. (Regulamento)
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 44


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em
lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da
União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares,
além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças
auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com
as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 45


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos


responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos
relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas
vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de
2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito,
além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014).

Resumo

A intervenção federal ou estadual pode ser definida como uma medida


excepcional de natureza política, consistente na possibilidade de
afastamento temporário da autonomia política de um determinado ente
federativo, quando verificadas as hipóteses previstas na CR.
A decretação da intervenção possui quatro finalidades diferentes (que são
justamente os pressupostos materiais): defesa do Estado, defesa do
princípio federativo, defesa das finanças públicas estaduais e defesa
da ordem constitucional.
Toda decretação de intervenção somente pode ser feita pelo Chefe do Poder
Executivo. O Presidente da República é o único que pode fazê-lo em âmbito
federal, até porque quem expede o decreto executivo é ele.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
X - decretar e executar a intervenção federal;

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 46


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Há três espécies de intervenção: espontânea, solicitada e requisitada.


A intervenção é espontânea quando a decretação dela depende apenas da
ocorrência dos motivos que a autorizam. Ou seja, o Presidente poderá
decretá-la por conta própria, de ofício, não precisando da solicitação ou da
requisição de nenhum outro Poder.
A intervenção solicitada é aquela que depende de solicitação do Poder
Legislativo ou do Poder Executivo. Nela o Presidente não pode decretar a
intervenção de ofício, espontaneamente.
A intervenção requisitada é a que depende de requisição do Poder Judiciário.
O Legislativo e o Executivo somente fazem solicitação. Quem faz requisição é
apenas o Poder Judiciário, que não pode solicitar. A diferença entre a
solicitação e a requisição é de fundamental importância.
Como visto, a intervenção federal somente pode ocorrer em estado ou no DF,
e não nos municípios, a menos que o município esteja localizado em território
porventura criado. No caso da intervenção estadual, a decretação da
intervenção somente pode ocorrer do estado no município.
Mutatis mutandis, em linhas gerais a base teórica da intervenção estadual é a
mesma da intervenção federal (temporariedade, excepcionalidade,
taxatividade das hipóteses etc.)
Os pressupostos materiais, que são obviamente diferentes dos da intervenção
federal, estão previstos no art. 35, I a IV, da CR:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a
dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; [hipótese
semelhante ao art. 34, VII]
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial [hipótese mais importante,
simétrica ao art. 36, III, que será mais bem analisada adiante].

O sistema constitucional de crises é o conjunto de normas constitucionais que


visam reestabelecer a normalidade constitucional. Previsto desde a
constituição de 1824, permite o poder repressivo do Estado para punir grandes
males. É governado pelos seguintes princípios:

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 47


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

 Princípio fundante da necessidade.


 Princípio da temporariedade.
 Princípio da proporcionalidade.
Acionado o sistema constitucional de crises, estaremos diante de um regime
de legalidade extraordinária, no qual temporariamente limita-se o gozo das
liberdades fundamentais. O sistema de crises, atualmente, está sob
governança do presidente da república.
Dica: em todos os casos de estados de exceção (intervenção federal, estado
de defesa e de sítio), os pressupostos materiais são alternativos. Ou seja, não
precisa ocorrer mais de um dos pressupostos, bastando que se verifique um
deles.
Os pressupostos materiais são as condições fáticas nas quais é possível a
decretação do estado de defesa. Note que a determinação da ocorrência
desses casos sempre cabe ao Chefe do Executivo, através de decreto:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a
paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza. (...)

Trata-se da ordem pública ou a paz social ameaçadas por:


i) grave e iminente instabilidade institucional;
ii) calamidades de grandes proporções na natureza.
Assim como os pressupostos materiais das demais modalidades de estados
legalidade extraordinária, os do estado de sítio são alternativos. As
circunstâncias materiais que podem ensejar a sua decretação, uma situação
ainda mais grave que a que enseja a decretação do estado de defesa, estão
previstas no art. 137 da CR:

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO

- No estado de defesa, as - As medidas de legalidade


medidas não menos drásticas, extraordinária são bastante drásticas,
pois são situações menos gravosas às liberdades públicas.
caóticas. - Se for preciso pode abranger todo o
- Circunscreve-se a localidades território nacional.
determinadas. - As medidas tomadas são: dever de
- O decreto só pode restringir os permanência em localidade

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 48


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

direitos de: reunião, sigilo de determinada; detenção em edifício


correspondência, sigilo de não destinado a esse fim; restrições
comunicação telegráfica, ao sigilo, a liberdade de imprensa;
ocupação e uso temporário de suspensão da liberdade de reunião;
bens e serviços públicos, na busca e apreensão domiciliar;
hipótese de calamidade pública. intervenção das empresas de serviços
públicos; requisição de bens.
- O controle político sobre a
decretação é posterior. - O controle político é prévio.

As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela


Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer dos chefes dos poderes,
da lei e da ordem.
Segurança pública é a manutenção da ordem pública interna do Estado. Para a
preservação de direitos e garantias fundamentais é necessário existir uma
atividade constante de vigilância, prevenção e repressão de condutas. O
objetivo da segurança pública é manter a paz e o equilíbrio nas relações
sociais. A polícia é a entidade encarregada de evitar a violação da ordem
jurídica, podendo ser: polícia administrativa; política ostensiva ou polícia
judiciária.

QUESTÕES COMENTADAS

Q.1. Ano: 2018Banca: FUMARCÓrgão: PC-MGProva: Delegado de Polícia


Substituto
Sobre o regime constitucional atribuído à polícia civil e aos policiais civis, é CORRETO
afirmar:
a) Às polícias civis, dirigidas por delegados de carreira, incumbem, sem exceção, as
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
b) Não é possível a acumulação remunerada do cargo de policial civil com o cargo de

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 49


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

professor, ainda que haja compatibilidade de horários.


c) Não se garante aos policiais civis o direito à livre associação sindical, em virtude da
natureza de suas atividades.
d) Os policiais civis são remunerados por subsídio fixado em parcela única, por meio
de lei de iniciativa privativa do Governador do Estado, vedado o acréscimo de qualquer
outra espécie remuneratória.
Comentários:
Gabarito D.
Letra A - INCORRETA: Art. 144, §4º, CF - Às polícias civis, dirigidas por delegados de
polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
Letra B - INCORRETA: Art. 37, XVI, a, CF - é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor.
Letra C - INCORRETA: Art. 37, VI, CF - é garantido ao servidor público civil o direito à
livre associação sindical.
Letra D - CORRETA: Art. 144, §9º, CF - A remuneração dos servidores policiais
integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do §4º do art.
39:
O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI:
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art.
39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e
sem distinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões
ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o
subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 50


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

Q.2. Ano: 2018Banca: NUCEPEÓrgão: PC-PIProva: Delegado de Polícia Civil


O Governo Federal decretou uma intervenção na área da segurança pública no Estado
do Rio de Janeiro que deverá vigorar até 31 de dezembro deste ano. Sobre a
Intervenção Federal, analise as alternativas e marque a CORRETA.
a) A União intervirá em seus municípios, quando deixar de ser paga, sem motivo de
força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada.
b) A Intervenção Federal será espontânea, quando o Presidente decretar intervenção
para assegurar o cumprimento dos “princípios constitucionais sensíveis”.
c) Cessada a intervenção, em nenhum caso as autoridades afastadas retornarão aos
seus cargos.
d) A invasão de um Estado-membro por outro não caracteriza hipótese de intervenção
federal, mas sim decretação de estado de sítio pelo Presidente da República.
e) A Intervenção Federal será espontânea, quando o presidente a decretar para
manter a integridade nacional.
Comentários:
Gabarito E.
Intervenção espontânea. O próprio Presidente da República de ofício irá decretar a
intervenção, ou seja, não haverá a necessidade de provocação de terceiros. Suas
hipóteses para cabimento. CF/88. Art. 34, I – Princípio Federativo; II – Guerra,
inclusive Civil; III – Grave comprometimento de ordem pública; V – Reorganização
das finanças – a) Suspensão do pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos
consecutivos; b) deixar de entregar aos Municípios receitas.
Intervenção provocada. Para sua ocorrência, o Presidente da República irá depender
da provocação de um órgão que tenha previsão na Constituição da República, ou seja
ele não poderá agir de maneira discricionária; não sendo uma decretação de ofício.
Essa provocação do Presidente da Republica poderá ter duas formas: provocação por
solicitação ou provocação por requisição.
Provocação por solicitação, com base no Art. 34, inciso IV – 1º parte. O Presidente da
República mantém a sua discricionariedade no sentido de decidir se decreta ou não a
intervenção, ou seja, ele não estará obrigado a decretar a intervenção caso receba
uma solicitação para sua realização. Ela ocorre com o a finalidade de garantir a defesa
dos poderes Legislativo e do Poder Executivo locais.
No entanto, o Presidente da República quando provocado por uma requisição ele não
terá escolha, sendo obrigado a decretar a intervenção naquele Estado. Visa a garantir
a defesa do poder Judiciário, com base no Art. 34, IV, c/c Art. 36, I, Segunda Parte,

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 51


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

ou na hipótese de prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial. Art. 34,
VI segunda parte c/c Art. 36, II da CF/88.
A intervenção provocada tem duas nuances, de acordo com o poder coagido: se for o
poder legislativo ou executivo, terá caráter de solicitação ao Presidente da República.
Ou seja, não precisa ser necessariamente atendida a solicitação.
Se o poder coacto for o poder judiciário, o Presidente do Tribunal deve provocar o
Supremo Tribunal Federal (STF) que requisitará a intervenção. Nesse caso, a
requisição deve ser necessariamente atendida. Caso não atenda, o Presidente da
República incorre em crime de responsabilidade.

Q.3. Ano: 2018Banca: FUNDATECÓrgão: PC-RSProva: Delegado de Polícia -


Bloco II
Reza a Constituição que a segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio. Assinale a alternativa correta em relação
às atribuições dos órgãos da segurança pública.
a) Celso Antônio Bandeira de Mello define o poder de polícia quanto ao seu exercício,
promovendo uma bipartição do conceito e definindo o poder de polícia em sentido
amplo e em sentido estrito. Em sentido amplo, refere-se ao complexo de atos
legislativos, judiciais e executivos que tutelam a liberdade e a propriedade dos
indivíduos, ajustando-as aos interesses da coletividade. Em sentido estrito, por sua
vez, relaciona-se exclusivamente com as intervenções dos três Poderes que
pretendem evitar atividades particulares conflitantes com os interesses coletivos,
sendo elas, as autorizações, as licenças e os regulamentos.
b) As Polícias Civis são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Governador do
respectivo Estado, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
c) Conforme dispositivo da CF/88, os municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
Destarte, é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de
polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente
previstas.
d) O conceito jurídico de ordem pública se confunde com incolumidade das pessoas e
do patrimônio (Art. 144 da CF/1988). Sem embargo, a ordem pública se constitui em
bem jurídico que pode resultar mais ou menos fragilizado pelo modo personalizado
com que se dá a concreta violação da integridade das pessoas ou do patrimônio de
terceiros, tanto quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico de entorpecentes e
drogas afins).
e) Os Estados-membros podem criar órgão de segurança pública diverso dos previstos

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 52


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

na CF/88.
Comentários:
Gabarito C. DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE
POLÍCIA. IMPOSIÇÃO DE MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL.
CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se confunde com segurança pública.
O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a quem a
Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de
promoção da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das
sanções administrativas legalmente previstas, embora possa se dar ostensivamente,
constitui mero exercício de poder de polícia, não havendo, portanto, óbice ao seu
exercício por entidades não policiais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro, observando os
parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência comum dos entes da federação
para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro de sua esfera de atuação,
delimitada pelo CTB, os Municípios podem determinar que o poder de polícia que lhe
compete seja exercido pela guarda municipal. 5. O art. 144, §8º, da CF, não impede
que a guarda municipal exerça funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e
instalações do Município. Até mesmo instituições policiais podem cumular funções
típicas de segurança pública com exercício de poder de polícia. Entendimento que não
foi alterado pelo advento da EC nº 82/2014. 6. Desprovimento do recurso
extraordinário e fixação, em repercussão geral, da seguinte tese: é constitucional a
atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive
para imposição de sanções administrativas legalmente previstas. (RE 658570,
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO,
Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-2015)
a) Celso Antônio Bandeira de Mello define o poder de polícia quanto ao seu exercício,
promovendo uma bipartição do conceito e definindo o poder de polícia em sentido
amplo e em sentido estrito. Em sentido amplo, refere-se ao complexo de atos
legislativos e executivos (JUDICIAIS NÃO) que tutelam a liberdade e a propriedade
dos indivíduos, ajustando-as aos interesses da coletividade. Em sentido estrito, por
sua vez, relaciona-se exclusivamente com as intervenções do Poder Executivo (DOS 3
PODERES NÃO) que pretendem evitar atividades particulares conflitantes com os
interesses coletivos, sendo elas, as autorizações, as licenças e os regulamentos (para
o autor, este último sentido caracteriza o poder de polícia administrativa).
b) As Polícias Civis exercem funções de polícia judiciária, nas unidades federativas do
Brasil, cuja função é, de acordo com o artigo 144 da Constituição Federal de 1988, o
exercício da segurança pública. As polícias civis são subordinadas aos Governadores
dos Estados ou do Distrito Federal e Territórios e dirigidas por delegados de polícia de
carreira.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e,

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 53


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.


d) EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME HEDIONDO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA
DA ORDEM PÚBLICA E DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. CREDIBILIDADE DA JUSTIÇA E
CLAMOR PÚBLICO. TENTATIVAS CONCRETAS DE INFLUENCIAR NA COLETA DA PROVA
TESTEMUNHAL. ORDEM DENEGADA. 1. O conceito jurídico de ordem pública NÃO SE
CONFUNDE com incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/88).
(HC 102065, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em
23/11/2010, DJe-030 DIVULG 14-02-2011 PUBLIC 15-02-2011 EMENT VOL-02464-02
PP-00366)
e) Os Estados-membros NÃO podem criar órgão de segurança pública diverso dos
previstos na CF/88.

Q.4. Ano: 2018Banca: IESESÓrgão: TJ-AMProva: Titular de Serviços de Notas


e de Registros - Remoção
A fim de preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados,
a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza o
presidente da República pode decretar o chamado:
a) Estado de necessidade.
b) Estado de exceção.
c) Estado de defesa.
d) Estado de sítio.
Comentários:
Gabarito C.
CF/88, Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar ESTADO DE DEFESA para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a
paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza.

Q.5. Ano: 2018Banca: VUNESPÓrgão: PC-BAProva: Delegado de Polícia


Assinale a alternativa que corretamente trata do sistema constitucional de crises.
a) Na hipótese extrema do estado de defesa, quando medidas enérgicas devem ser
tomadas para preservar a ordem pública, o preso pode ficar, excepcionalmente,
incomunicável.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 54


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

b) O Estado de Sítio pode ser defensivo, tendo como pressuposto material a


ocorrência de uma comoção grave, cuja repercussão é nacional e que não pode ser
debelada com os instrumentos normais de segurança.
c) Logo que cesse o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, as medidas aplicadas em
sua vigência pelo Presidente da República serão relatadas em mensagem ao Supremo
Tribunal Federal, pois cumpre ao Judiciário o controle de legalidade dos atos
praticados.
d) Cessado o Estado de Sítio, cessam imediatamente seus efeitos, de modo que os
atos coercitivos autorizados em decreto, executados pelos delegados do Presidente da
República, são imunes ao controle judicial.
e) Os pareceres emitidos pelos Conselhos da República e de Defesa Nacional não são
vinculantes, cabendo a decretação do estado de defesa ao Presidente da República,
que expedirá decreto estabelecendo a duração da medida.
Comentários:
Gabarito E.
a) ERRADA. É vedada a incomunicabilidade do preso no Estado de Defesa - art. 136,
§3o, IV, CF
b) ERRADA. Havendo "comoção grave", não há que se dizer que esta não pode ser
debelada com os instrumentos normais de segurança, mas, conforme o art. 137, I, CF,
deve haver "ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa" (entendo ter
caráter subsidiário).
c) ERRADA. Art. 141, § único, CF - relato pelo Presidente da República para o
Congresso Nacional
d) ERRADA. Pode haver responsabilização dos ilícitos pratcados durante as medidas.
Art. 141, caput, CF
e) CORRETA. Arts. 90, caput; 91, §1o, II e 136, CF.

Q. 6. Ano: 2018Banca: VUNESPÓrgão: PC-BAProva: Investigador de Polícia


Com base nas previsões da Constituição Federal de 1988, é correto afirmar sobre a
segurança pública que
a) às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, inclusive as militares.
b) é competência concorrente das polícias federal e civil as funções de polícia judiciária
da União.
c) os servidores policiais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 55


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

verba de representação ou outra espécie remuneratória.


d) é permitido aos Municípios que detenham a partir de 30 (trinta) mil habitantes a
constituição de guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações.
e) compete à polícia civil exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
da União.
Comentários:
Gabarito C.
A) 4º Às POLÍCIAS CIVIS, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
RESSALVADA a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, EXCETO as militares.
B) e E) Art. 144. § 1º A POLÍCIA FEDERAL, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela UNIÃO e estruturado em carreira, destina-se a: IV -
exercer, COM EXCLUSIVIDADE, as funções de polícia judiciária da União.
C) § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados
neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, VEDADO o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
D) § 8º Os MUNICÍPIOS poderão constituir GUARDAS MUNICIPAIS destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

Q.7. Ano: 2018Banca: MPE-BAÓrgão: MPE-BAProva: Promotor de Justiça


Substituto
Sobre a defesa do estado e das instituições democráticas, responda:
I - Para a decretação do estado de defesa e do estado de sítio, a Constituição Federal
exige a prévia manifestação – que possui caráter meramente consultivo – dos
Conselhos da República e de Defesa Nacional.
II - Durante o estado de sítio, as imunidades dos membros do Congresso Nacional
podem ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
sejam incompatíveis com a execução da medida.
III - Cabe ao Congresso Nacional, por maioria absoluta, autorizar a decretação do
estado de defesa.
IV - A Constituição Federal permite que, durante o estado de defesa, haja restrições à

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 56


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

liberdade de imprensa, radiodifusão e comunicação.


Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
Comentários:
Gabarito A.
I - CORRETO CF, ART. 91§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: II - opinar
sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
CF ART 89 Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I -
intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - CORRETO: CF, ART. 53 § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores
subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de
dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
III - Lembrar: Defesa: presidente Decreta Sitio: presidente Solicita
IV - ERRADO Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no
art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: III -
restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na
forma da lei;

Q.8. Ano: 2018Banca: MPE-BAÓrgão: MPE-BAProva: Promotor de Justiça


Substituto
De acordo com o regramento constitucional alusivo ao estado de defesa e ao estado
de sítio, é correto dizer que:
a) Compete exclusivamente ao Senado Federal aprovar o estado de defesa e a
intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas
medidas.
b) A Constituição Federal não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio, exceto em matérias relacionadas à
segurança nacional.
c) O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 57


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

restrições aos direitos de reunião, ainda que exercida no seio das associações, e ao
sigilo de correspondência, dentre outras medidas coercitivas que poderão vigorar.
d) O decreto do estado de sítio decorrente de grave comoção de repercussão nacional
indicará sua duração, que não poderá ser superior a trinta dias, permitida apenas uma
prorrogação por igual período.
e) A vigência de estado de sítio permite a imposição de restrições relativas à liberdade
de imprensa, radiodifusão e televisão, inclusive no que se refere à difusão de
pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, ainda que
liberada pela respectiva Mesa.
Comentários:
Gabarito C.
A) ERRADO. Cabe ao CN decidir sobre o estado de defesa, por maioria absoluta. § 4º
Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro
de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso
Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
B) ERRADO. Não existe a exceção trazida pela alternativa. Art. 60. § 1º A Constituição
não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou
de estado de sítio.
C) CERTO. Art. 136, § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o
tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos
termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes
D) ERRADO. Pode haver mais de uma prorrogação, diferente do que foi apresentado
pela alternativa. Art. 138 § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá
ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo
superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a
guerra ou a agressão armada estrangeira.
E) ERRADO. Art. 139 Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a
difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas,
desde que liberada pela respectiva Mesa.

Q.9. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: ABINProva: Oficial Técnico de


Inteligência - Área 2
A respeito do Poder Executivo, julgue o seguinte item.
Nos termos da Constituição Federal de 1988, cabe ao Conselho da República, órgão
superior de consulta do presidente da República, pronunciar-se sobre intervenção
federal, estado de sítio e estado de defesa, bem como sobre questões relevantes para
a estabilidade das instituições democráticas.
( )Certo ( ) Errado

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 58


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Comentários:
Certo.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da
República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois
eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a
recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar
da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o
respectivo Ministério.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

Q.10. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: ABINProva: Oficial Técnico de


Inteligência - Área 2
Com relação à defesa do Estado e das instituições democráticas, julgue o item que se
segue.
A exclusividade atribuída pela Constituição Federal de 1988 à Polícia Federal para o
exercício das funções de polícia judiciária da União impede a realização de atividade de
investigação criminal pelo Ministério Público.
( ) Certo ( )Errado
Comentários:
Errado. o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a legitimidade do Ministério
Público (MP) para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal e
fixou os parâmetros da atuação do MP. Por maioria, o Plenário negou provimento ao
Recurso Extraordinário (RE) 593727, com repercussão geral reconhecida.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 59


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Q.11. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: ABINProva: Oficial Técnico de


Inteligência - Área 2
Com relação à defesa do Estado e das instituições democráticas, julgue o item que se
segue.
É permitida aos municípios a criação de guardas municipais para a proteção de seus
bens, serviços e instalações, inclusive com a atribuição de poder de polícia de trânsito.
( ) Certo ( )Errado
Comentários:
Certo.
Tese firmada pelo STF em sede de repercussão geral: É constitucional a atribuição às
guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a
imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de trânsito).
STF. Plenário. RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015 (Info 793).

Q.12. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: SEFAZ-RSProva: Auditor do Estado -


Bloco II
Conforme o STF, no que se refere às carreiras de segurança pública, o exercício do
direito de greve é
a) vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente
na área de segurança pública.
b) permitido aos servidores públicos civis e aos militares.
c) permitido apenas aos policiais civis, salvo em caso de estado de sítio e estado de
defesa.
d) permitido apenas aos policiais civis que atuem diretamente na área de segurança
pública.
e) vedado aos policiais civis, salvo se essa atividade for suprida por órgão da iniciativa
privada.
Comentários:
Gabarito A. O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é
vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na
área de segurança pública. ARE 654432/GO, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 5.4.2017. (ARE-654432).

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 60


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Q.13. Ano: 2018Banca: VUNESPÓrgão: TJ-SPProva: Titular de Serviços de


Notas e de Registros - Provimento
O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, decretar estado de defesa nas seguintes hipóteses:
a) no caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de sítio.
b) para restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz
social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidade de grandes proporções da natureza.
c) no caso de declaração de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
d) para restabelecer a ordem pública ou a paz social, ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional, e no caso da ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de sítio.
Comentários:
Gabarito B.
CF/88
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a
paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza.

Q.14. Ano: 2018Banca: CONSULPLANÓrgão: Câmara de Belo Horizonte -


MGProva: Procurador
Ao Congresso Nacional a Constituição Federal atribui competências específicas para
dispor ou atuar em determinadas matérias. Em alguns casos, no entanto, haverá a
necessidade de sanção pelo Presidente da República. É competência do Congresso
Nacional, com a sanção do Presidente da República
a) autorizar o estado de sítio.
b) dispor sobre a concessão de anistia.
c) aprovar o estado de defesa e a intervenção federal.
d) escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União.
Comentários:
Gabarito B.
a) Art. 49, IV: Competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 61


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

b) Art. 48, VIII: Cabe ao Congresso Nacional, com sanção do Presidente da República,
dispôr sobre todas as matérias de competência da União.
c) Art. 49, IV: Competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional
d) Art. 49, XIII: Competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional.

Q.15. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Escrivão de Polícia


A CF, em seu art. 144, apresenta o rol dos órgãos encarregados da segurança pública.
Esse rol é
a) taxativo para a União e inaplicável aos estados e ao Distrito Federal.
b) taxativo para a União e exemplificativo para os estados e o Distrito Federal.
c) exemplificativo para a União e taxativo para os estados e para o Distrito Federal.
d) taxativo para a União, para os estados e para o Distrito Federal.
e) exemplificativo para a União, para os estados e para o Distrito Federal.
Comentários:
Gabarito D.
Em que pese as guardas municipais não integrarem o rol do art. 144, elas exercem
atividade de segurança pública (RE 846.854-SP)
"As Guardas Municipais executam atividade de segurança pública (art. 144, § 8º, da
CF), essencial ao atendimento de necessidades inadiáveis da comunidade (art. 9º, §
1º, CF), pelo que se submetem às restrições firmadas pelo Supremo Tribunal Federal
no julgamento do ARE 654.432 (Rel. Min. EDSON FACHIN, redator para acórdão Min.
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 5/4/2017)".

Q.16. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Escrivão de Polícia


As polícias civis estaduais subordinam-se aos
a) governadores, diferentemente dos corpos de bombeiros militares, que são
auxiliares e reserva do Exército.
b) diretores das respectivas corporações, e não aos governadores.
c) governadores, assim como as polícias militares e os corpos de bombeiros.
d) governadores, diferentemente da Polícia Civil do Distrito Federal, que é organizada
e mantida pela União, à qual é subordinada.
e) governadores, diferentemente das polícias militares, que são auxiliares e reserva do
Exército.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 62


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Comentários:
Gabarito C.
Art. 144. § 6º As POLÍCIAS MILITARES e CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES,
FORÇAS AUXILIARES e RESERVA DO EXÉRCITO, subordinam-se, juntamente com as
POLÍCIAS CIVIS, aos GOVERNADORES DOS ESTADOS, do DISTRITO FEDERAL e dos
TERRITÓRIOS.

Q.17. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Investigador de Polícia


De acordo com a CF, às polícias civis cabe a
a) execução de atividades de defesa civil.
b) apuração de infrações penais, exceto as militares.
c) função de polícia de fronteira.
d) função de polícia judiciária da União.
e) função de polícia ostensiva.
Comentários:
Gabarito B. Art. 144, § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

Q.18. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Delegado de Polícia Civil


Conforme a CF, às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, cabe
a) exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras.
b) patrulhar ostensivamente as ferrovias federais.
c) apurar as infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União.
d) exercer as funções de polícia judiciária e apurar as infrações penais, excetuadas as
de natureza militar.
e) responder pelo policiamento ostensivo, pela preservação da ordem pública e pela
defesa civil.
Comentários:
Gabarito D.
Art. 144 da CRFB/88:
A) §1º, III - A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 63


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

em carreira, destina-se a exercer as funções de polícia marítima, aérea e de


fronteiras.
B) §3º - A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
C) §1º, I - A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em
carreira, destina-se a apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
D) §4º - Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
E) §5º - Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades de defesa civil.

Q.19. Ano: 2017Banca: FEPESEÓrgão: PC-SCProva: Escrivão de Polícia Civil


De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o exercício
das funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras é incumbência da:
a) Polícia Civil.
b) Polícia Militar.
c) Polícia Federal.
d) Polícia Rodoviária Federal.
e) Guarda Municipal.
Comentários:
Gabarito C.
Art. 144. § 1º A POLÍCIA FEDERAL, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela UNIÃO e estruturado em carreira, destina-se a: (...) III -
exercer as funções de POLÍCIA MARÍTIMA, AEROPORTUÁRIA e de FRONTEIRAS;

Q.20. Ano: 2017Banca: FEPESEÓrgão: PC-SCProva: Escrivão de Polícia Civil


Conforme disposto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, os
Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas a:
a) apurar infrações penais.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 64


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

b) preservar a ordem pública.


c) exercer policiamento ostensivo.
d) executar atividades de defesa civil.
e) proteger bens, serviços e instalações.
Comentários:
Gabarito E.
Art. 144. § 8º Os MUNICÍPIOS poderão constituir GUARDAS MUNICIPAIS destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

Q.21. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRT - 7ª Região (CE)Prova: Analista


Judiciário - Área Judiciária
Tendo como referência as disposições da Constituição Federal de 1988 (CF) a respeito
da defesa do estado e das instituições democráticas, em especial a respeito das
recentes alterações no regramento constitucional da segurança pública, assinale a
opção correta.
a) Para o Supremo Tribunal Federal (STF), é constitucional a atribuição às guardas
municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive no que se refere à
imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
b) Os municípios podem constituir guardas municipais destinadas à proteção de bens,
serviços e instalações públicas em geral.
c) A partir da Emenda Constitucional n.º 82/2014, a atividade de segurança viária
passa a integrar expressamente o texto da CF, com vistas à preservação da ordem
social e da incolumidade patrimonial nas vias urbanas.
d) Nos termos da CF, tanto no âmbito da União quanto no dos demais entes
federados, a segurança viária compete aos respectivos órgãos e seus agentes de
trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.
Comentários:
Gabarito A.
a) CERTO - é o que entende a jurisprudência, consubstanciada no Informativo 793 do
STF: A Corte destacou que o poder de polícia não se confundiria com a segurança
pública. O exercício daquele não seria prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a
quem a Constituição outorgara, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de
promoção da segurança pública. Ademais, a fiscalização do trânsito com aplicação das
sanções administrativas legalmente previstas, embora pudesse se dar ostensivamente,
constituiria mero exercício de poder de polícia. Não haveria, portanto, óbice ao seu
exercício por entidades não policiais.
b) ERRADO - municípios podem constituir GM's destinadas à proteção de SEUS bens,

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 65


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

serviços e instalações, e não dos bens, serviços e instalações públicas em geral (art.
144, §8º da CRFB).
c) ERRADO - destina-se à preservação da ORDEM PÚBLICA e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas (art. 144, §10, CRFB).
d) ERRADO - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei (art. 144, §10, II, CRFB).

Q.22. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRT - 7ª Região (CE)Prova: Analista


Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
Tendo como referência as disposições da Constituição Federal de 1988 (CF) a respeito
da defesa do estado e das instituições democráticas, em especial a respeito das
recentes alterações no regramento constitucional da segurança pública, assinale a
opção correta.
a) Para o Supremo Tribunal Federal (STF), é constitucional a atribuição às guardas
municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive no que se refere à
imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
b) Os municípios podem constituir guardas municipais destinadas à proteção de bens,
serviços e instalações públicas em geral.
c) A partir da Emenda Constitucional n.º 82/2014, a atividade de segurança viária
passa a integrar expressamente o texto da CF, com vistas à preservação da ordem
social e da incolumidade patrimonial nas vias urbanas.
d) Nos termos da CF, tanto no âmbito da União quanto no dos demais entes
federados, a segurança viária compete aos respectivos órgãos e seus agentes de
trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.
Comentários:
Gabarito A.
É CONSTITUCIONAL a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de
polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente
previstas (multas de trânsito, por exemplo). (v. Informativo 793)

Q.23. Ano: 2017Banca: CONSULPLANÓrgão: TJ-MGProva: Titular de Serviços


de Notas e de Registros - Provimento - 2017
Nos termos da Constituição da República, assinale a alternativa correta:
a) A segurança pública tem por objeto a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, sendo exercida, dentre outros órgãos,

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 66


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

através do Ministério Público militar.


b) Incumbe à polícia federal, à polícia rodoviária federal e à polícia ferroviária federal
exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
c) As polícias militares e corpos de bombeiros militares de Minas Gerais, forças
auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governador do Estado.
d) Em caso de incêndio florestal, catástrofe ou epidemia que coloque em risco a
população local, incumbe à Força Nacional planejar e coordenar as atividades de
defesa civil a serem executadas pelas polícias florestais e guardas municipais.
Comentários:
Gabarito C.
Letra "A" - Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Letra "B" - Art. 144, § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando
e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
das rodovias federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
das ferrovias federais.
Letra "C" - Art. 144, § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 67


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos


Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Letra "D" - Art. 144, § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

Q.24. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Delegado de Polícia


Lei municipal atribuiu à Guarda Municipal as funções de Polícia Judiciária e a apuração
de infrações penais, com exceção das militares e daquelas sujeitas à competência da
União. Contra a referida lei foi ajuizada ação direta de inconstitucionalidade perante o
Tribunal de Justiça do Estado, que foi julgada procedente, por maioria absoluta dos
membros do Tribunal, sob o fundamento de que a Constituição Federal atribui à polícia
civil dos Estados as funções disciplinadas na lei municipal. Nessa situação, a lei
municipal
I. não poderia ter sido declarada inconstitucional com fundamento em norma da
Constituição Federal, uma vez que ao Tribunal de Justiça compete exercer o controle
de constitucionalidade apenas em face da Constituição do Estado.
II. não poderia ter sido declarada inconstitucional, uma vez que não foi atingido o
quórum de 2/3 dos membros do Tribunal, quórum esse também exigido para a
aprovação de súmulas vinculantes pelo Supremo Tribunal Federal.
III. é incompatível com a Constituição Federal por violar competência atribuída à
polícia civil do Estado.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.
Comentários:
Gabarito D
I. FALSO
2. O Supremo Tribunal Federal firmou sua orientação no sentido de que o controle de
constitucionalidade por via de ação direta, quando exercido pelos Tribunais de Justiça,
deve limitar-se a examinar a validade das leis à luz da Constituição do Estado, o que
não impede que a respectiva decisão seja embasada em norma constitucional federal
que seja de reprodução obrigatória pelos Estados-membros.
(Rcl 6344 ED, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 68


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

30/06/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-173 DIVULG 04-08-2017 PUBLIC 07-08-


2017)
II. FALSO. Art. 97, CF. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
III. CORRETO. Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
IV - polícias civis;

Q.25. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Delegado de Polícia


Ao disciplinar a Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, a Constituição
Federal prescreve que
a) o estado de sítio e o estado de defesa podem ser decretados pelo Presidente da
República, desde que previamente autorizados pelo Congresso Nacional, por maioria
absoluta dos membros de cada Casa Legislativa.
b) o estado de sítio pode ser decretado para preservar ou prontamente restabelecer,
em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por
grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza.
c) o decreto que instituir o estado de defesa deve, dentre outros requisitos, especificar
as medidas coercitivas que vigorarão no período de sua vigência, dentre as quais são
admissíveis restrições aos direitos de sigilo de correspondência, de sigilo de
comunicação telegráfica e telefônica e de reunião.
d) o estado de sítio é uma limitação circunstancial ao poder constituinte reformador,
uma vez que a Constituição Federal não pode ser emendada durante sua vigência, ao
contrário do estado de defesa, que não impede a aprovação de emendas
constitucionais no período.
e) o decreto que instituir o estado de sítio deve indicar as garantias constitucionais
que ficarão suspensas no período de sua vigência, sendo vedado, contudo, o
estabelecimento de restrições relativas à liberdade de imprensa, radiodifusão e
televisão.
Comentários:
Gabarito C
A) FALSO
Art. 136 § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da
República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 69


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.


No caso de estado de defesa, há aprovação (a questão só é submetida ao CN
posteriormente), e não autorização (art. 49, IV)
B) FALSO
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a
paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza.
C) CERTO. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de
sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites
da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
D) FALSO
Art. 60, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
E) FALSO
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a
sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e
as áreas abrangidas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só
poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e
televisão, na forma da lei;

Q.26. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Agente de Polícia


Considere as seguintes atividades:
I. Policiamento ostensivo e preservação da ordem pública.
II. Apuração de crime de furto de equipamentos de propriedade da União.
III. Proteção de esculturas instaladas em parques municipais.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 70


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

IV. Prevenção à prática de crimes de contrabando e descaminho.


De acordo com a Constituição Federal, essas atividades são atribuições das
a) I − polícia militar; II − polícia federal; III − polícia militar; IV − polícia civil.
b) I − guarda municipal; II − polícia federal; III − guarda municipal; IV − polícia
militar.
c) I − polícia federal; II − polícia civil; III − polícia militar; IV − polícia militar.
d) I − polícia militar; II − polícia federal; III − guarda municipal; IV − polícia federal.
e) I − polícia militar; II − polícia federal; III − polícia civil; IV − polícia federal.
Comentários:
Gabarito D.
Todos os artigos da CF/88.
I – (PM) Art. 144. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação
da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas
em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
II – (PF) Art. 144. § 1º § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se
a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
III – (GUARDA MUNICIPAL) Art. 144. § 8º Os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser a lei.
IV – (PF) Art. 144. § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: II - prevenir
e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;

Q.27. Ano: 2017Banca: FAPEMSÓrgão: PC-MSProva: Delegado de Polícia


Sobre a segurança pública, à luz da Constituição da República em vigor e dos
entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa correta.
a) No entendimento atual do STF, é constitucional a exigência de dispositivo de
Constituição Estadual que exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um
delegado de polícia integrante da classe final da carreira.
b) Conforme já pronunciou o STF, é dever do Estado manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, sendo de sua

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 71


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

responsabilidade, nos termos do artigo 37, § 6°, da Constituição da República, a


obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos
detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento.
c) O Distrito Federal tem por peculiaridade que a sua polícia civil e sua polícia militar
sejam organizadas e mantidas pela União, nos termos da Constituição da República, e
não sejam subordinadas ao Governador do Distrito Federal.
d) O Estado-membro responsável pela unidade prisional é que deverá pagar a
indenização por danos morais ao preso se os padrões mínimos de humanidade
previstos no ordenamento jurídico forem descumpridos. Esse pagamento, conforme o
STF, pode se dar em pecúnia ou por meio de remição da pena.
e) O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos
policiais civis, embora possa ser permitido de forma lícita em situações excepcionais a
outros servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
Comentários:
Gabarito B.
A - Errada - É inconstitucional dispositivo de CE que exija que o Superintendente da
Polícia Civil seja um delegado de polícia integrante da classe final da carreira. (STF,
plenário, ADI 3077/SE, julgado em 16/11/2016).
B - Correta - STF - INFO 854:
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em
seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico,
é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação
de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em
decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento.
Lembrando que, já é pacífico que o Estado responde OBJETIVAMENTE pela morte de
Detento ao qual encontra custódia do sob sua responsabilidade, ainda que decorrente
de suicídio, desde que provado o nexo causal entre a morte e a falha na prestação do
serviço.
C - Errada - Agora, depois da EC nº 19: tais atribuições são do governo do território,
sem prejuízo de repasses financeiros da União para auxiliar o custeio dos mesmos.
D - Errada - STF entende que essa indenização deve ser feita mediante pecúnia.
E - Errada - STF - INFO 860 - Policiais são proibidos de fazer greve - O exercício do
direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a
todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.

Q.28. Ano: 2017Banca: IDECANÓrgão: SEJUC-RNProva: Agente Penitenciário


A respeito da temática dos direitos e garantias fundamentais, analise as afirmativas a

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 72


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

seguir.
I. O habeas corpus pode ser formulado sem advogado, não tendo de obedecer a
formalidades processuais ou instrumentais, sendo, por força do Art. 5.º, LXXVII, da
Constituição Federal, gratuita.
II. A segurança pública é não apenas dever do Estado, como também direito e
responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio.
III. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
Comentários:
Gabarito A.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder; [ITEM UM]
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores
e os que, podendo evitá-los, se omitirem; [ITEM TRÊS]
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos: [ITEM DOIS]

Q.29. Ano: 2017Banca: IESESÓrgão: TJ-ROProva: Titular de Serviços de Notas


e de Registros - Remoção
A segurança pública, Constitucionalmente no Estado de Rondônia, é exercida para

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 73


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através


dos seguintes órgãos, EXCETO:
a) Polícia Militar.
b) Forças Armadas.
c) Corpo de Bombeiros Militar.
d) Polícia Civil.
Comentários:
Gabarito B.
CF/88 - Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Art. 142, CF. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e,
por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Parte superior do formulário

Q.30. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: Prefeitura de Belo Horizonte - MGProva:


Procurador Municipal
Com relação ao estado de defesa, assinale a opção correta.
a) A prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por
este comunicada imediatamente ao juiz competente, ficando a autoridade policial
dispensada de apresentar o exame de corpo de delito do detido.
b) O estado de defesa poderá ser instituído por decreto que especifique as áreas a
serem abrangidas e as medidas coercitivas a vigorarem, a exemplo de restrições de
direitos e ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos.
c) O tempo de duração do estado de defesa não poderá ser prorrogado.
d) O sigilo de correspondência e de comunicação telefônica permanecem invioláveis na
vigência do estado de defesa.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 74


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Comentários:
Gabarito B.
A) ERRADA.
Art. 136, § 3º Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por
este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal,
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
B) CORRETA. Com participação especial da palavra "poderá" que te confunde
direitinho na hora da prova...
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a
paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as
medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes (...)
C) ERRADA. O estado de defesa pode ser prorrogado por uma vez:
Art. 136, § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta
dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que
justificaram a sua decretação.
D) ERRADA. O sigilo de correspondência e de comunicações telefônicas podem ser
restringidos durante o estado de defesa:
Art. 136, § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua
duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da
lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade
pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

Q.31. Ano: 2017Banca: FUNECEÓrgão: UECEProva: Técnico em Assuntos


Educacionais
Atente ao que se diz a respeito dos órgãos de segurança pública do Brasil, previstos

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 75


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

na Constituição Federal de 1988, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que
for falso.
( ) A Polícia Federal é mantida pela União e tem por destinação, dentre outras,
prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
( ) Nas rodovias federais, a Polícia Federal fiscaliza, prioritariamente, veículos que
transportam cargas.
( ) As Polícias Civis Estaduais incumbem-se, ressalvada a competência da União, das
funções, dentre outras, de apuração de infrações penais, inclusive infrações militares.
( ) As Polícias Militares Estaduais são subordinadas aos governadores dos estados e
são responsáveis pelo policiamento ostensivo e preventivo, e pela manutenção da
ordem pública.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V, F, F, V.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) F, V, V, F.
Comentários:
Gabarito A.
CF - Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando
e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 76


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.


§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
das rodovias federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União
e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
das ferrovias federais.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública;
aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva
do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Q.1. Ano: 2018Banca: FUMARCÓrgão: PC-MGProva: Delegado de Polícia


Substituto
Sobre o regime constitucional atribuído à polícia civil e aos policiais civis, é CORRETO
afirmar:
a) Às polícias civis, dirigidas por delegados de carreira, incumbem, sem exceção, as
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
b) Não é possível a acumulação remunerada do cargo de policial civil com o cargo de
professor, ainda que haja compatibilidade de horários.
c) Não se garante aos policiais civis o direito à livre associação sindical, em virtude da
natureza de suas atividades.
d) Os policiais civis são remunerados por subsídio fixado em parcela única, por meio

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 77


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

de lei de iniciativa privativa do Governador do Estado, vedado o acréscimo de qualquer


outra espécie remuneratória.

Q.2. Ano: 2018Banca: NUCEPEÓrgão: PC-PIProva: Delegado de Polícia Civil


O Governo Federal decretou uma intervenção na área da segurança pública no Estado
do Rio de Janeiro que deverá vigorar até 31 de dezembro deste ano. Sobre a
Intervenção Federal, analise as alternativas e marque a CORRETA.
a) A União intervirá em seus municípios, quando deixar de ser paga, sem motivo de
força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada.
b) A Intervenção Federal será espontânea, quando o Presidente decretar intervenção
para assegurar o cumprimento dos “princípios constitucionais sensíveis”.
c) Cessada a intervenção, em nenhum caso as autoridades afastadas retornarão aos
seus cargos.
d) A invasão de um Estado-membro por outro não caracteriza hipótese de intervenção
federal, mas sim decretação de estado de sítio pelo Presidente da República.
e) A Intervenção Federal será espontânea, quando o presidente a decretar para
manter a integridade nacional.

Q.3. Ano: 2018Banca: FUNDATECÓrgão: PC-RSProva: Delegado de Polícia -


Bloco II
Reza a Constituição que a segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio. Assinale a alternativa correta em relação
às atribuições dos órgãos da segurança pública.
a) Celso Antônio Bandeira de Mello define o poder de polícia quanto ao seu exercício,
promovendo uma bipartição do conceito e definindo o poder de polícia em sentido
amplo e em sentido estrito. Em sentido amplo, refere-se ao complexo de atos
legislativos, judiciais e executivos que tutelam a liberdade e a propriedade dos
indivíduos, ajustando-as aos interesses da coletividade. Em sentido estrito, por sua
vez, relaciona-se exclusivamente com as intervenções dos três Poderes que
pretendem evitar atividades particulares conflitantes com os interesses coletivos,
sendo elas, as autorizações, as licenças e os regulamentos.
b) As Polícias Civis são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Governador do
respectivo Estado, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
c) Conforme dispositivo da CF/88, os municípios poderão constituir guardas municipais

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 78


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.


Destarte, é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de
polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente
previstas.
d) O conceito jurídico de ordem pública se confunde com incolumidade das pessoas e
do patrimônio (Art. 144 da CF/1988). Sem embargo, a ordem pública se constitui em
bem jurídico que pode resultar mais ou menos fragilizado pelo modo personalizado
com que se dá a concreta violação da integridade das pessoas ou do patrimônio de
terceiros, tanto quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico de entorpecentes e
drogas afins).
e) Os Estados-membros podem criar órgão de segurança pública diverso dos previstos
na CF/88.

Q.4. Ano: 2018Banca: IESESÓrgão: TJ-AMProva: Titular de Serviços de Notas


e de Registros - Remoção
A fim de preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados,
a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza o
presidente da República pode decretar o chamado:
a) Estado de necessidade.
b) Estado de exceção.
c) Estado de defesa.
d) Estado de sítio.

Q.5. Ano: 2018Banca: VUNESPÓrgão: PC-BAProva: Delegado de Polícia


Assinale a alternativa que corretamente trata do sistema constitucional de crises.
a) Na hipótese extrema do estado de defesa, quando medidas enérgicas devem ser
tomadas para preservar a ordem pública, o preso pode ficar, excepcionalmente,
incomunicável.
b) O Estado de Sítio pode ser defensivo, tendo como pressuposto material a
ocorrência de uma comoção grave, cuja repercussão é nacional e que não pode ser
debelada com os instrumentos normais de segurança.
c) Logo que cesse o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, as medidas aplicadas em
sua vigência pelo Presidente da República serão relatadas em mensagem ao Supremo
Tribunal Federal, pois cumpre ao Judiciário o controle de legalidade dos atos
praticados.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 79


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

d) Cessado o Estado de Sítio, cessam imediatamente seus efeitos, de modo que os


atos coercitivos autorizados em decreto, executados pelos delegados do Presidente da
República, são imunes ao controle judicial.
e) Os pareceres emitidos pelos Conselhos da República e de Defesa Nacional não são
vinculantes, cabendo a decretação do estado de defesa ao Presidente da República,
que expedirá decreto estabelecendo a duração da medida.

Q. 6. Ano: 2018Banca: VUNESPÓrgão: PC-BAProva: Investigador de Polícia


Com base nas previsões da Constituição Federal de 1988, é correto afirmar sobre a
segurança pública que
a) às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, inclusive as militares.
b) é competência concorrente das polícias federal e civil as funções de polícia judiciária
da União.
c) os servidores policiais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória.
d) é permitido aos Municípios que detenham a partir de 30 (trinta) mil habitantes a
constituição de guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações.
e) compete à polícia civil exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
da União.

Q.7. Ano: 2018Banca: MPE-BAÓrgão: MPE-BAProva: Promotor de Justiça


Substituto
Sobre a defesa do estado e das instituições democráticas, responda:
I - Para a decretação do estado de defesa e do estado de sítio, a Constituição Federal
exige a prévia manifestação – que possui caráter meramente consultivo – dos
Conselhos da República e de Defesa Nacional.
II - Durante o estado de sítio, as imunidades dos membros do Congresso Nacional
podem ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
sejam incompatíveis com a execução da medida.
III - Cabe ao Congresso Nacional, por maioria absoluta, autorizar a decretação do
estado de defesa.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 80


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

IV - A Constituição Federal permite que, durante o estado de defesa, haja restrições à


liberdade de imprensa, radiodifusão e comunicação.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

Q.8. Ano: 2018Banca: MPE-BAÓrgão: MPE-BAProva: Promotor de Justiça


Substituto
De acordo com o regramento constitucional alusivo ao estado de defesa e ao estado
de sítio, é correto dizer que:
a) Compete exclusivamente ao Senado Federal aprovar o estado de defesa e a
intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas
medidas.
b) A Constituição Federal não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio, exceto em matérias relacionadas à
segurança nacional.
c) O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as
restrições aos direitos de reunião, ainda que exercida no seio das associações, e ao
sigilo de correspondência, dentre outras medidas coercitivas que poderão vigorar.
d) O decreto do estado de sítio decorrente de grave comoção de repercussão nacional
indicará sua duração, que não poderá ser superior a trinta dias, permitida apenas uma
prorrogação por igual período.
e) A vigência de estado de sítio permite a imposição de restrições relativas à liberdade
de imprensa, radiodifusão e televisão, inclusive no que se refere à difusão de
pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, ainda que
liberada pela respectiva Mesa.

Q.9. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: ABINProva: Oficial Técnico de


Inteligência - Área 2
A respeito do Poder Executivo, julgue o seguinte item.
Nos termos da Constituição Federal de 1988, cabe ao Conselho da República, órgão

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 81


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

superior de consulta do presidente da República, pronunciar-se sobre intervenção


federal, estado de sítio e estado de defesa, bem como sobre questões relevantes para
a estabilidade das instituições democráticas.
( )Certo ( ) Errado

Q.10. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: ABINProva: Oficial Técnico de


Inteligência - Área 2
Com relação à defesa do Estado e das instituições democráticas, julgue o item que se
segue.
A exclusividade atribuída pela Constituição Federal de 1988 à Polícia Federal para o
exercício das funções de polícia judiciária da União impede a realização de atividade de
investigação criminal pelo Ministério Público.
( ) Certo ( )Errado

Q.11. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: ABINProva: Oficial Técnico de


Inteligência - Área 2
Com relação à defesa do Estado e das instituições democráticas, julgue o item que se
segue.
É permitida aos municípios a criação de guardas municipais para a proteção de seus
bens, serviços e instalações, inclusive com a atribuição de poder de polícia de trânsito.
( ) Certo ( )Errado
Comentários:

Q.12. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: SEFAZ-RSProva: Auditor do Estado -


Bloco II
Conforme o STF, no que se refere às carreiras de segurança pública, o exercício do
direito de greve é
a) vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente
na área de segurança pública.
b) permitido aos servidores públicos civis e aos militares.
c) permitido apenas aos policiais civis, salvo em caso de estado de sítio e estado de
defesa.
d) permitido apenas aos policiais civis que atuem diretamente na área de segurança
pública.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 82


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

e) vedado aos policiais civis, salvo se essa atividade for suprida por órgão da iniciativa
privada.

Q.13. Ano: 2018Banca: VUNESPÓrgão: TJ-SPProva: Titular de Serviços de


Notas e de Registros - Provimento
O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, decretar estado de defesa nas seguintes hipóteses:
a) no caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de sítio.
b) para restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz
social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidade de grandes proporções da natureza.
c) no caso de declaração de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
d) para restabelecer a ordem pública ou a paz social, ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional, e no caso da ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de sítio.

Q.14. Ano: 2018Banca: CONSULPLANÓrgão: Câmara de Belo Horizonte -


MGProva: Procurador
Ao Congresso Nacional a Constituição Federal atribui competências específicas para
dispor ou atuar em determinadas matérias. Em alguns casos, no entanto, haverá a
necessidade de sanção pelo Presidente da República. É competência do Congresso
Nacional, com a sanção do Presidente da República
a) autorizar o estado de sítio.
b) dispor sobre a concessão de anistia.
c) aprovar o estado de defesa e a intervenção federal.
d) escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União.

Q.15. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Escrivão de Polícia


A CF, em seu art. 144, apresenta o rol dos órgãos encarregados da segurança pública.
Esse rol é
a) taxativo para a União e inaplicável aos estados e ao Distrito Federal.
b) taxativo para a União e exemplificativo para os estados e o Distrito Federal.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 83


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

c) exemplificativo para a União e taxativo para os estados e para o Distrito Federal.


d) taxativo para a União, para os estados e para o Distrito Federal.
e) exemplificativo para a União, para os estados e para o Distrito Federal.

Q.16. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Escrivão de Polícia


As polícias civis estaduais subordinam-se aos
a) governadores, diferentemente dos corpos de bombeiros militares, que são
auxiliares e reserva do Exército.
b) diretores das respectivas corporações, e não aos governadores.
c) governadores, assim como as polícias militares e os corpos de bombeiros.
d) governadores, diferentemente da Polícia Civil do Distrito Federal, que é organizada
e mantida pela União, à qual é subordinada.
e) governadores, diferentemente das polícias militares, que são auxiliares e reserva do
Exército.

Q.17. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Investigador de Polícia


De acordo com a CF, às polícias civis cabe a
a) execução de atividades de defesa civil.
b) apuração de infrações penais, exceto as militares.
c) função de polícia de fronteira.
d) função de polícia judiciária da União.
e) função de polícia ostensiva.

Q.18. Ano: 2018Banca: CESPEÓrgão: PC-MAProva: Delegado de Polícia Civil


Conforme a CF, às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, cabe
a) exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras.
b) patrulhar ostensivamente as ferrovias federais.
c) apurar as infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União.
d) exercer as funções de polícia judiciária e apurar as infrações penais, excetuadas as
de natureza militar.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 84


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

e) responder pelo policiamento ostensivo, pela preservação da ordem pública e pela


defesa civil.

Q.19. Ano: 2017Banca: FEPESEÓrgão: PC-SCProva: Escrivão de Polícia Civil


De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o exercício
das funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras é incumbência da:
a) Polícia Civil.
b) Polícia Militar.
c) Polícia Federal.
d) Polícia Rodoviária Federal.
e) Guarda Municipal.

Q.20. Ano: 2017Banca: FEPESEÓrgão: PC-SCProva: Escrivão de Polícia Civil


Conforme disposto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, os
Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas a:
a) apurar infrações penais.
b) preservar a ordem pública.
c) exercer policiamento ostensivo.
d) executar atividades de defesa civil.
e) proteger bens, serviços e instalações.

Q.21. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRT - 7ª Região (CE)Prova: Analista


Judiciário - Área Judiciária
Tendo como referência as disposições da Constituição Federal de 1988 (CF) a respeito
da defesa do estado e das instituições democráticas, em especial a respeito das
recentes alterações no regramento constitucional da segurança pública, assinale a
opção correta.
a) Para o Supremo Tribunal Federal (STF), é constitucional a atribuição às guardas
municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive no que se refere à
imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
b) Os municípios podem constituir guardas municipais destinadas à proteção de bens,
serviços e instalações públicas em geral.
c) A partir da Emenda Constitucional n.º 82/2014, a atividade de segurança viária

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 85


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

passa a integrar expressamente o texto da CF, com vistas à preservação da ordem


social e da incolumidade patrimonial nas vias urbanas.
d) Nos termos da CF, tanto no âmbito da União quanto no dos demais entes
federados, a segurança viária compete aos respectivos órgãos e seus agentes de
trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

Q.22. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRT - 7ª Região (CE)Prova: Analista


Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
Tendo como referência as disposições da Constituição Federal de 1988 (CF) a respeito
da defesa do estado e das instituições democráticas, em especial a respeito das
recentes alterações no regramento constitucional da segurança pública, assinale a
opção correta.
a) Para o Supremo Tribunal Federal (STF), é constitucional a atribuição às guardas
municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive no que se refere à
imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
b) Os municípios podem constituir guardas municipais destinadas à proteção de bens,
serviços e instalações públicas em geral.
c) A partir da Emenda Constitucional n.º 82/2014, a atividade de segurança viária
passa a integrar expressamente o texto da CF, com vistas à preservação da ordem
social e da incolumidade patrimonial nas vias urbanas.
d) Nos termos da CF, tanto no âmbito da União quanto no dos demais entes
federados, a segurança viária compete aos respectivos órgãos e seus agentes de
trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

Q.23. Ano: 2017Banca: CONSULPLANÓrgão: TJ-MGProva: Titular de Serviços


de Notas e de Registros - Provimento - 2017
Nos termos da Constituição da República, assinale a alternativa correta:
a) A segurança pública tem por objeto a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, sendo exercida, dentre outros órgãos,
através do Ministério Público militar.
b) Incumbe à polícia federal, à polícia rodoviária federal e à polícia ferroviária federal
exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
c) As polícias militares e corpos de bombeiros militares de Minas Gerais, forças
auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governador do Estado.
d) Em caso de incêndio florestal, catástrofe ou epidemia que coloque em risco a
população local, incumbe à Força Nacional planejar e coordenar as atividades de

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 86


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

defesa civil a serem executadas pelas polícias florestais e guardas municipais.

Q.24. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Delegado de Polícia


Lei municipal atribuiu à Guarda Municipal as funções de Polícia Judiciária e a apuração
de infrações penais, com exceção das militares e daquelas sujeitas à competência da
União. Contra a referida lei foi ajuizada ação direta de inconstitucionalidade perante o
Tribunal de Justiça do Estado, que foi julgada procedente, por maioria absoluta dos
membros do Tribunal, sob o fundamento de que a Constituição Federal atribui à polícia
civil dos Estados as funções disciplinadas na lei municipal. Nessa situação, a lei
municipal
I. não poderia ter sido declarada inconstitucional com fundamento em norma da
Constituição Federal, uma vez que ao Tribunal de Justiça compete exercer o controle
de constitucionalidade apenas em face da Constituição do Estado.
II. não poderia ter sido declarada inconstitucional, uma vez que não foi atingido o
quórum de 2/3 dos membros do Tribunal, quórum esse também exigido para a
aprovação de súmulas vinculantes pelo Supremo Tribunal Federal.
III. é incompatível com a Constituição Federal por violar competência atribuída à
polícia civil do Estado.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.

Q.25. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Delegado de Polícia


Ao disciplinar a Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, a Constituição
Federal prescreve que
a) o estado de sítio e o estado de defesa podem ser decretados pelo Presidente da
República, desde que previamente autorizados pelo Congresso Nacional, por maioria
absoluta dos membros de cada Casa Legislativa.
b) o estado de sítio pode ser decretado para preservar ou prontamente restabelecer,
em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por
grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 87


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

c) o decreto que instituir o estado de defesa deve, dentre outros requisitos, especificar
as medidas coercitivas que vigorarão no período de sua vigência, dentre as quais são
admissíveis restrições aos direitos de sigilo de correspondência, de sigilo de
comunicação telegráfica e telefônica e de reunião.
d) o estado de sítio é uma limitação circunstancial ao poder constituinte reformador,
uma vez que a Constituição Federal não pode ser emendada durante sua vigência, ao
contrário do estado de defesa, que não impede a aprovação de emendas
constitucionais no período.
e) o decreto que instituir o estado de sítio deve indicar as garantias constitucionais
que ficarão suspensas no período de sua vigência, sendo vedado, contudo, o
estabelecimento de restrições relativas à liberdade de imprensa, radiodifusão e
televisão.

Q.26. Ano: 2017Banca: FCCÓrgão: PC-APProva: Agente de Polícia


Considere as seguintes atividades:
I. Policiamento ostensivo e preservação da ordem pública.
II. Apuração de crime de furto de equipamentos de propriedade da União.
III. Proteção de esculturas instaladas em parques municipais.
IV. Prevenção à prática de crimes de contrabando e descaminho.
De acordo com a Constituição Federal, essas atividades são atribuições das
a) I − polícia militar; II − polícia federal; III − polícia militar; IV − polícia civil.
b) I − guarda municipal; II − polícia federal; III − guarda municipal; IV − polícia
militar.
c) I − polícia federal; II − polícia civil; III − polícia militar; IV − polícia militar.
d) I − polícia militar; II − polícia federal; III − guarda municipal; IV − polícia federal.
e) I − polícia militar; II − polícia federal; III − polícia civil; IV − polícia federal.

Q.27. Ano: 2017Banca: FAPEMSÓrgão: PC-MSProva: Delegado de Polícia


Sobre a segurança pública, à luz da Constituição da República em vigor e dos
entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa correta.
a) No entendimento atual do STF, é constitucional a exigência de dispositivo de
Constituição Estadual que exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um
delegado de polícia integrante da classe final da carreira.
b) Conforme já pronunciou o STF, é dever do Estado manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, sendo de sua

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 88


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

responsabilidade, nos termos do artigo 37, § 6°, da Constituição da República, a


obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos
detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento.
c) O Distrito Federal tem por peculiaridade que a sua polícia civil e sua polícia militar
sejam organizadas e mantidas pela União, nos termos da Constituição da República, e
não sejam subordinadas ao Governador do Distrito Federal.
d) O Estado-membro responsável pela unidade prisional é que deverá pagar a
indenização por danos morais ao preso se os padrões mínimos de humanidade
previstos no ordenamento jurídico forem descumpridos. Esse pagamento, conforme o
STF, pode se dar em pecúnia ou por meio de remição da pena.
e) O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos
policiais civis, embora possa ser permitido de forma lícita em situações excepcionais a
outros servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.

Q.28. Ano: 2017Banca: IDECANÓrgão: SEJUC-RNProva: Agente Penitenciário


A respeito da temática dos direitos e garantias fundamentais, analise as afirmativas a
seguir.
I. O habeas corpus pode ser formulado sem advogado, não tendo de obedecer a
formalidades processuais ou instrumentais, sendo, por força do Art. 5.º, LXXVII, da
Constituição Federal, gratuita.
II. A segurança pública é não apenas dever do Estado, como também direito e
responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio.
III. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

Q.29. Ano: 2017Banca: IESESÓrgão: TJ-ROProva: Titular de Serviços de Notas


e de Registros - Remoção

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 89


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

A segurança pública, Constitucionalmente no Estado de Rondônia, é exercida para


preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos, EXCETO:
a) Polícia Militar.
b) Forças Armadas.
c) Corpo de Bombeiros Militar.
d) Polícia Civil.

Q.30. Ano: 2017Banca: CESPEÓrgão: Prefeitura de Belo Horizonte - MGProva:


Procurador Municipal
Com relação ao estado de defesa, assinale a opção correta.
a) A prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por
este comunicada imediatamente ao juiz competente, ficando a autoridade policial
dispensada de apresentar o exame de corpo de delito do detido.
b) O estado de defesa poderá ser instituído por decreto que especifique as áreas a
serem abrangidas e as medidas coercitivas a vigorarem, a exemplo de restrições de
direitos e ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos.
c) O tempo de duração do estado de defesa não poderá ser prorrogado.
d) O sigilo de correspondência e de comunicação telefônica permanecem invioláveis na
vigência do estado de defesa.

Q.31. Ano: 2017Banca: FUNECEÓrgão: UECEProva: Técnico em Assuntos


Educacionais
Atente ao que se diz a respeito dos órgãos de segurança pública do Brasil, previstos
na Constituição Federal de 1988, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que
for falso.
( ) A Polícia Federal é mantida pela União e tem por destinação, dentre outras,
prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
( ) Nas rodovias federais, a Polícia Federal fiscaliza, prioritariamente, veículos que
transportam cargas.
( ) As Polícias Civis Estaduais incumbem-se, ressalvada a competência da União, das
funções, dentre outras, de apuração de infrações penais, inclusive infrações militares.
( ) As Polícias Militares Estaduais são subordinadas aos governadores dos estados e
são responsáveis pelo policiamento ostensivo e preventivo, e pela manutenção da
ordem pública.

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 90


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) V, F, F, V.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) F, V, V, F.

GABARITO
1 D 2 E
3 C 4 C
5 E 6 C
7 A 8 C
9 CERTO 10 ERRADO
11 CERTO 12 A
13 B 14 B
15 D 16 C
17 B 18 D
19 C 20 E
21 A 22 A
23 C 24 D
25 C 26 D
27 B 28 A
29 B 30 B
31 A

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 91


www.estrategiaconcursos.com.br
Felipo Livio Lemos Luz
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 17
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

Direito Constitucional p/ Magistratura Estadual 2019 (Curso Regular) 92


www.estrategiaconcursos.com.br

Você também pode gostar