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Aula 09

Aspectos de Dir Processual Aplicáveis à Fazenda Pública p/


Magistratura Estadual 2019 Curso Regular
Equipe Igor Maciel, Igor Maciel
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SUMÁRIO

SUMÁRIO .....................................................................................................................................................................2
1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................................................................3
2- JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA EM PROVAS DE CONCURSO .................................................4
3 JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA ..................................................................................................5
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................................................................................... 5
3.2 DA COMPETÊNCIA .............................................................................................................................................................. 7
3.3 DA LEGITIMIDADE .............................................................................................................................................................. 8
3.4 DO PROCEDIMENTO ........................................................................................................................................................... 9
3.5 DA TUTELA PROVISÓRIA ................................................................................................................................................. 12
3.6 DO PEDIDO DE SUSPENSÃO EM DEMANDAS DE JUIZADOS ESPECIAIS............................................................................ 13
3.7 DA SENTENÇA E RECURSOS ............................................................................................................................................. 14
3.8 DO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DE LEI ........................................................................................ 18
3.9 DA EXECUÇÃO ................................................................................................................................................................. 19
4 - LEGISLAÇÃO PERTINENTE ................................................................................................................................. 21
5 - JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ........................................................................................................................ 26
Supremo Tribunal Federal .......................................................................................................................................... 26
Superior Tribunal de Justiça....................................................................................................................................... 26
6 - BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................................... 27
7 RESUMO DA AULA ............................................................................................................................................ 27
8 QUESTÕES OBJETIVAS ...................................................................................................................................... 29
8.1 QUESTÕES OBJETIVAS COMENTADAS ............................................................................................................................ 29
9 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................... 43

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1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Olá meus amigos, tudo bem? Firmes nos estudos?

Vamos seguir com nosso curso.

Quaisquer dúvidas, estou às ordens nos seguintes contatos:

Grande abraço,

Igor Maciel

profigormaciel@gmail.com

Convido-os a seguir minhas redes sociais. Basta clicar no ícone desejado:

@ProfIgorMaciel

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2- JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA EM PROVAS DE


CONCURSO
Meus amigos, hoje estudaremos o funcionamento dos Juizados Especiais
da Fazenda Pública no âmbito estadual. Apesar de este ser um tema que exige
alguma dedicação por parte do aluno, advirto-os que a cobrança da prova
costuma ser essencialmente a letra fria da lei.
Estatisticamente, em concursos de Autoridades Jurídicas (Procuradorias,
Defensorias, Ministério Público e Magistratura) dos últimos cinco anos o tema
aqui estudado foi cobrado 19 (dezenove) vezes.
Em 18 oportunidades, cobrou-se a letra fria da Lei 12.153/2009, sendo que
duas delas também exigiam a cobrança da Lei 9.099/99, de aplicação subsidiária.
Em apenas uma oportunidade as bancas cobraram um julgado,
especificamente a Súmula 376 do STJ que possui a seguinte redação:

Súmula 376, STJ - Compete a turma recursal processar e julgar o


mandado de segurança contra ato de juizado especial.

Eis as estatísticas de cobrança:

Lei 12.153 Cobrança


Art. 2 6
Art. 10 1
Art. 12 1
Art. 13 2
Art. 11 1
Art. 27 2
Art. 15 1
Art. 3 1
Art. 18 1
Art. 17 1
Art. 5 1
TOTAL 18

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Nº de cobrança
Art. 2 6
Art. 27 2
Art. 13 2
Art. 5 1
Art. 12 1
Art. 17 1
Art. 18 1
Art. 3 1
Art. 15 1
Art. 11 1
Art. 10 1

0 1 2 3 4 5 6 7

Lei 9.099/95 Cobrança


Art. 51, III 1
Art. 41 1

Com base nestas premissas, partiremos agora para a explicação do


conteúdo.

3 JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

De acordo com o inciso I, do artigo 98, da Constituição Federal, a União,


no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão juizados especiais,
providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação,
o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade.
Além disso, tais juizados terão competência também para apreciar
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e
sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau.

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Surgira, portanto a figura do Juizado Especial Cível, regulado pela Lei


9.099/95, com competência para apreciar e julgar as demandas de menor
complexidade e de pequeno valor econômico.
A própria norma já pré-estabeleceu causas cuja competência não pode ser
atribuída aos Juizados:

Artigo 3º.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza
alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a
acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de
cunho patrimonial.

Assim, a princípio, as causas de interesse da Fazenda Pública não poderiam


ser processadas e julgadas nos Juizados Especiais. Contudo, a instituição de
Juizados Especiais mostrou-se uma eficiente ferramenta para de obter resultados
mais ágeis em demandas de menor expressão econômica. (CUNHA, 2016, pg.
769).
Daí por que a Emenda Constitucional 22, de 18 de março de 1999, acrescentou um
parágrafo único ao art. 98 da Constituição Federal que passou a ser parágrafo1°por
força da Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004 - mercê do qual caberia à
lei federal dispor sobre a criação de Juizados Especiais no âmbito da Justiça Federal.
Permitiu-se, assim, a instituição de juizados para causas que envolvessem a Fazenda
Pública Federal.

Por conseguinte, a Lei 10.259/2001 passou a regular a instituição dos


Juizados Especiais Federais e, ante a boa experiência obtida, surgira também os
Juizados Especiais da Fazenda Pública (de âmbito estadual) regulados pela Lei
12.153/2009.
Como o objeto do nosso curso é exatamente a atuação perante a Justiça
Estadual, sobre esta lei é que iremos nos debruçar. Um alerta inicial, no entanto,
se faz necessário: os Juizados Especiais da Fazenda Pública regem-se pela Lei
12.153/2009 e, subsidiariamente pelo CPC, pela Lei 9.099/95 e pela Lei
10.259/2001 (artigo 27).

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3.2 DA COMPETÊNCIA

De acordo com o artigo 2º, Lei 12.153/2009, a competência do Juizado


Especial Cível da Fazenda Pública será para apreciar as causas de até 60 (sessenta)
salários mínimos, sendo certo que:

i. No foro onde estiver instalado o JEC, a sua competência é absoluta;

ii. Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, será considerado


para efeitos de valor da causa e competência, a soma de 12 (doze)
prestações;

Certo é que não se incluem na competência dos Juizados Especiais Cíveis:

i. as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e


demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções
fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

ii. as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios
e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;

iii. as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão


imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a
militares.

Assim, ainda que o litígio não supere o valor de 60 (sessenta) salários


mínimos, os casos elencados acima precisarão seguir o rito comum previsto no
Novo CPC. Transcreve-se o teor do artigo 2º, da Lei 12.153/2009 para análise e
memorização. Lembrando que este é o dispositivo mais cobrado pelas bancas de
concursos.

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Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública


processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60
(sessenta) salários mínimos.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda
Pública:
I as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão
e demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções
fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;
II as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal,
Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles
vinculadas;
III as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de
demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares
aplicadas a militares.
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins
de competência do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas
vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder o valor
referido no caput deste artigo.
§ 3o (VETADO)
§ 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda
Pública, a sua competência é absoluta.

3.3 DA LEGITIMIDADE

Dispõe o artigo 5º, da Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública


Estadual:
Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
II como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como
autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

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Assim, somente podem ser parte como autores as pessoas físicas e as


microempresas ou empresas de pequeno porte. E, como réus, apenas podem ser
partes os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como
suas Autarquias e Fundações (apesar de não constar expressamente no texto
legal). Segundo Leonardo da Cunha (2016, pg. 824):

Quer isso dizer que uma demanda proposta por um ente público - estadual, distrital ou
municipal - não pode tramitar no juizado, ainda que o valor da causa não supere o limite
de 60 (sessenta) salários mínimos. Os entes públicos só podem, no âmbito dos juizados,
figurar como réus, não lhes sendo possível ostentar a condição de parte autora.

No caso de litisconsórcio ativo, o valor da causa deve ser considerado de


forma global, somando-se os valores de todos os autores, e não de forma
individualizada por autor. Desta forma, uma vez que a competência do Juizado é
absoluta, apenas será apreciada a demanda que se somando os valores de todos
os autores, não ultrapasse o patamar de 60 salários mínimos.
Além disso, via de regra, no sistema processual brasileiro, o
reconhecimento da incompetência absoluta tem como consequência a remessa
dos autos ao juízo competente.
Contudo, em Juizados Especiais Cíveis, a questão possui aspecto
diferenciado: o reconhecimento da incompetência absoluta do juízo acarreta a
extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do artigo 51, da Lei
9.099/95:
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:
II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento,
após a conciliação;
III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

Por fim, interpretando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,


Leonardo Cunha (2016, pg. 831) afirma que o conflito de competência entre um
juiz estadual de uma vara da fazenda pública e um juiz estadual de juizado
especial da fazenda pública, deve ser solucionado pelo Tribunal de Justiça local e
não pelo STJ.

3.4 DO PROCEDIMENTO

Conforme lições de Guilherme Barros (2015, pg. 475):

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A demanda é proposta no Juizado Especial através de petição inicial, que pode ser
apresentada na forma escrita ou por meio eletrônico. É possível também a apresentação
da demanda na forma oral usualmente, os juizados disponibilizam um servidor para
atender o jurisdicionado e reduzir a termo sua pretensão (Lei 9.099/95, art. 14, par. 3º).

Desnecessário, ainda, que a parte seja representada perante os juizados


por advogado, salvo na hipótese de recursos, quando se exige a presença de
advogado devidamente constituído.
A produção de provas obedece ao disposto no artigo 32, da Lei 9.099/95,
sendo possível a produção de todos os meios de prova moralmente legítimos,
devendo o magistrado colhê-las em audiência. Ademais, de acordo com o artigo
9º, da Lei 12.153/2009:
Art. 9o A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para
o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.

Conforme leciona Leonardo Cunha (2016, pg. 836):


Não é possível a realização de prova pericial no âmbito dos Juizados Estaduais da Fazenda
Pública. Admite-se, contudo, a nomeação de especialista para ser ouvido em audiência
ou para que realize simples exame técnico que seja necessário à conciliação ou ao
julgamento da causa.

Tal previsão está expressa no artigo 10, da Lei 12.153/2009:


Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da
causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes
da audiência.

Ademais, durante a audiência, poderá o representante da Fazenda Pública


conciliar, transigir ou desistir nos processos que tramitem em juizados, nos
termos da legislação local.
Art. 8o Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar,
transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e
nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação.

A citação e as intimações obedecerão ao disposto no CPC, contudo, quanto


aos prazos da Fazenda Pública, estes não serão diferenciados, sendo certo que

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apenas a audiência inaugural deve ser marcada com antecedência mínima de 30


(trinta) dias:
Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30
(trinta) dias.

Já as audiências serão conduzidas por conciliadores, sob a supervisão do


magistrado. Já a instrução será conduzida pelo próprio juiz:
Art. 16. Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a audiência de conciliação.
§ 1o Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da composição amigável, ouvir
as partes e testemunhas sobre os contornos fáticos da controvérsia.
§ 2o Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução do processo, podendo
dispensar novos depoimentos, se entender suficientes para o julgamento da causa os
esclarecimentos já constantes dos autos, e não houver impugnação das partes.

Por fim, proferida sentença, nas causas perante os Juizados Especiais


Cíveis da Fazenda Pública Estadual, não haverá remessa necessária:
Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Com o surgimento do Novo CPC, como fica a contagem de prazos


nos Juizados Especiais Cíveis da Fazenda Pública?

Inicialmente, precisamos afirmar que o Código de Processo Civil não trata


das demandas em Juizados Especiais, salvo de forma subsidiária e em algumas
situações específicas.
Quanto à contagem de prazos em dias úteis, tal qual prevista no novo
digesto processual, intensa briga foi travada entre a Ordem dos Advogados do
Brasil e o Conselho Nacional de Justiça, eis que a ideia do novo CPC foi
exatamente facilitar a vida do advogado.
Contudo, prevaleceu durante muito tempo o entendimento de que os
prazos nos Juizados Especiais devem ser contados em dias corridos e não em dias
úteis, conforme enunciado de número 13 do FONAJE:

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ENUNCIADO 13 - A contagem dos prazos processuais nos Juizados da Fazenda Pública


será feita de forma contínua, observando-se, inclusive, a regra especial de que não há
prazo diferenciado para a Fazenda Pública - art. 7º da Lei 12.153/09.
Lei 12.153/2009
Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30
(trinta) dias.

Mas atenção!
Este entendimento foi alterado pela Lei que expressamente
acrescentou o artigo 12-A à Lei 9.099/99 e passou a definir que os
prazos nos Juizados Especiais devem ser contados em dias úteis:
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo
juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a
interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis.

Os prazos nos Juizados


Especiais devem ser contados
em dias úteis desde Outubro de
2018.

3.5 DA TUTELA PROVISÓRIA

De acordo com o artigo 3º, da Lei 12.153/2009:


Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil
ou de incerta reparação.

Assim, poderá o magistrado, mesmo que de ofício, deferir quaisquer


medidas cautelares ou antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de
difícil ou incerta reparação.
É dizer, qualquer tutela provisória poderá ser concedida nos juizados
especiais estaduais da fazenda pública, seja cautelar, seja satisfativa, de forma
incidental ou antecedente. Contudo, em tais procedimentos aplicam-se todas as

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restrições e limitações previstas quanto à tutela antecipada e liminares em face


da Fazenda Pública. (CUNHA, 2016, pg. 836).
De acordo com o artigo 4º, da referida norma, caberá recurso da decisão
que deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do
processo e da sentença, sendo irrecorríveis as demais decisões interlocutórias:
Art. 4º. Exceto nos casos do art. 3o, somente será admitido recurso contra a sentença.

Ante a confusa redação do texto legal, Leonardo Cunha conclui (2016, pg.
810):
Na verdade, cabe recurso da decisão que defere ou indefere a tutela provisória no Juizado
Especial. A lei de regência não esclarece qual o recurso cabível. Deve-se, no particular,
aplicar, subsidiariamente, o Código de Processo Civil, de sorte que o recurso cabível não
pode ser outro senão o agravo de instrumento. (...) Enfim, da decisão que concede ou
nega uma tutela provisória no Juizado Especial cabe agravo de instrumento, interposto
diretamente na Turma Recursal, aplicando-se as regras próprias do Código de Processo
Civil relativas a tal recurso.

3.6 DO PEDIDO DE SUSPENSÃO EM DEMANDAS DE JUIZADOS ESPECIAIS

Segundo Fredie Didier (2016, pg. 695), em que pese inexistir qualquer
previsão quanto ao pedido de suspensão nas leis que regulam os procedimentos
dos juizados especiais federais (Lei 10.259/2001) e da fazenda pública (Lei
12.153/2009), não haveria qualquer incompatibilidade entre o procedimento dos
juizados e as hipóteses de suspensão.
Em verdade, seria necessário analisar a quem seria dirigido o recurso
cabível da decisão proferida no juizado para poder se formular o pedido de
suspensão diretamente ao presidente do respectivo órgão, nos termos do artigo
4º, da Lei 8.437/92:
Art. 4º Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo
recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações
movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou
da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público
ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e
à economia públicas. (Vide Lei nº 9.494, de 10/9/1997)

Assim, se cabe recurso para a Turma recursal, seria de seu presidente a


competência para apreciar o pedido de suspensão. Da mesma forma, não seria

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cabível pedido de suspensão ao STJ em razão de a este órgão não caber recurso
das decisões proferidas em juizados especiais:
Súmula 203 STJ - Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de
segundo grau dos Juizados Especiais.

Todavia, seria possível o pedido de suspensão dirigido ao presidente do


Supremo Tribunal Federal, eis que cabível Recurso Extraordinário das decisões
proferidas em juizados especiais:
Súmula 640 STF - É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e
criminal.

Não sendo cabível recurso especial em face das decisões proferidas em


sede de juizados especiais, não há que se falar em pedido de suspensão dirigido
ao Presidente do Superior Tribunal de Justiça. Todavia, sendo possível a
interposição de recurso extraordinário das decisões proferidas em juizado
especial, cabível o pedido de suspensão dirigido ao Presidente do Supremo
Tribunal Federal.
Neste sentido, conclui Fredie Didier (2016, pg. 696):

Tudo está a demonstrar, portanto, que cabe pedido de suspensão contra decisões
proferidas no âmbito dos Juizados Especiais Federais e dos Juizados Especiais da Fazenda
Pública. O pedido de suspensão, a depender da decisão proferida, pode ser dirigido ao
Presidente da Turma Recursal ou ao Presidente do STF.

3.7 DA SENTENÇA E RECURSOS

Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral,


proferida em sede de Juizado Especial, caberá, além de embargos de declaração
(quando presentes seus requisitos) Recurso Inominado, previsto no artigo 41, da
Lei 9.099/95:

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá


recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício
no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

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§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença,
por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas
seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no
prazo de dez dias.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito
suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.

O prazo de interposição de tal recurso é de 10 (dez) dias e deve ser


proposto mediante petição escrita perante o juiz da causa, através de advogado
regularmente habilitado. Tal recurso sujeita-se ao pagamento de preparo em
caso de o recorrente não ser a Fazenda Pública e terá tanto o efeito suspensivo
como o devolutivo.
Isso porque (CUNHA, 2016, pg. 828):

o cumprimento da obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa depende, nos termos
do art. 12 da Lei 12.153/2009, do prévio trânsito em julgado. De igual modo, o
cumprimento de obrigação de pagar pressupõe, de acordo com o art. 13 da Lei
12.153/2009, o trânsito em julgado. É o parágrafo 3° do art. 100 da Constituição Federal,
aliás, que exige o prévio trânsito em julgado para a expedição da Requisição de Pequeno
Valor - RPV.

Ora, se o prévio trânsito em julgado é exigido para que se determine o cumprimento de


qualquer obrigação, é evidente que os recursos, no âmbito dos Juizados Estaduais da
Fazenda Pública, são dotados de efeito suspensivo.

De acordo com o artigo 17, da Lei 12.153/2009, a Turma Recursal será


composta por juízes em exercício do primeiro grau de jurisdição com mandato de
dois anos, vedada a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da
Turma Recursal:
Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes
em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados e do

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Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente, por


juízes do Sistema dos Juizados Especiais.
§ 1o A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de
antiguidade e merecimento.
§ 2o Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da
Turma Recursal.

Quais os recursos cabíveis da


decisão da Turma Recursal?

E “ “TJ ão cabe recurso


especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados
Especiais Isto porque, de acordo com a Constituição Federal, o STJ apenas tem
competência para julgar, em recurso especial, as causas decididas pelos
tribunais:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

Por outro lado, a competência do Supremo Tribunal Federal para


processar e julgar o Recurso Extraordinário é definida pelas causas decididas em
única ou última instância, nada dispondo acerca da decisão ser oriunda de
tribunais.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:

Exatamente por isso, a Súmula 640 do Supremo Tribunal Federal


estabelece ser cabível o recurso extraordinário em face das decisões proferidas
por turmas recursais de juizados especiais:

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Súmula 640 STF - É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e
criminal.

Ademais, sendo irrecorrível o ato judicial praticado no seio do Juizado


Especial da Fazenda Pública, caberá mandado de segurança que deverá ser
julgado pela respectiva Turma Recursal:
Súmula 376 STJ - Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança
contra ato de juizado especial.

Pode a Turma recursal apreciar a


constitucionalidade de leis como causa de
pedir? Em o fazendo, sujeita-se à cláusula de
reserva de plenário?

No Brasil, possível o controle difuso de constitucionalidade, como pedido


incidental ao mérito, por qualquer juiz singular. Contudo, quando apreciada a
constitucionalidade da norma pelo tribunal, necessário observar-se a cláusula de
reserva de plenário.
Tal cláusula está prevista no artigo 97 da Constituição Federal e dispõe que
apenas pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, ou da corte especial,
poderá o Tribunal declarar a inconstitucionalidade de ato normativo:
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.

Assim, entende o Supremo Tribunal Federal que, mesmo quando não


expressamente declare a inconstitucionalidade, mas negue vigência a ato
normativo, ainda assim o tribunal estaria sujeito à cláusula de reserva de
plenário. Neste sentido:
Súmula Vinculante 10 STF - Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.

Há entendimento pacífico no sentido de que, por não se tratar de tribunal,


as turmas recursais podem declarar a inconstitucionalidade incidental de normas
sem precisarem se sujeitar à cláusula de reserva de plenário.

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Assim, afirma-se, com segurança, que a cláusula de reserva de plenário


não se aplica às turmas recursais, quando da apreciação incidental da
inconstitucionalidade de normas.

3.8 DO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DE LEI

Como forma de viabilizar a uniformização da interpretação da legislação


infraconstitucional no âmbito dos juizados especiais pelo Superior Tribunal de
Justiça, criou-se o pedido de uniformização de interpretação da lei, previsto nos
artigos 18 e 19 da Lei 12.153/2009:

Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver


divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito
material.
§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julgado em
reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado
pelo Tribunal de Justiça.
§ 2o No caso do § 1o, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser
feita por meio eletrônico.
§ 3o Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações
divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do
Superior Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.

Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o §
1o do art. 18 contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada
poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.
§ 1o Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e recebidos
subsequentemente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos autos,
aguardando pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2o Nos casos do caput deste artigo e do § 3o do art. 18, presente a plausibilidade do
direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator
conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a
suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.
§ 3o Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou
Presidente da Turma de Uniformização e, nos casos previstos em lei, ouvirá o Ministério
Público, no prazo de 5 (cinco) dias.

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§ 4o (VETADO)
§ 5o Decorridos os prazos referidos nos §§ 3o e 4o, o relator incluirá o pedido em pauta
na sessão, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com
réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.
§ 6o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 1o serão
apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou os
declararão prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de
Justiça.

Segundo Leonardo Cunha (2016, pg. 840):

Não cabe o pedido de uniformização quando se tratar de divergência de regra processual;


somente é cabível o pedido de uniformização se se tratar de divergência de questão de
Direito material.
Se a divergência ocorrer entre Turmas Recursais do mesmo estado, o pedido de
uniformização deve ser julgado pela reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a
presidência de Desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça. Nesse caso, a reunião
de juízes domiciliados em Municípios diversos poderá ser feita por meio eletrônico.

Por sua vez, se a divergência ocorrer entre Turmas de diferentes estados, o pedido de
uniformização será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Ademais, quando a orientação da Turma recursal contrariar enunciado de


Súmula do Superior Tribunal de Justiça, também caberá pedido de uniformização
a ser julgado pelo próprio STJ.

3.9 DA EXECUÇÃO

O cumprimento de sentenças nos juizados especiais cíveis da fazenda


pública está previsto nos artigos 12 e 13 da Lei 12.153/2009:

Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que


imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado
mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do
acordo.

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Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da
decisão, o pagamento será efetuado:
I no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à
autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o
do art. 100 da Constituição Federal; ou
II mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como
obrigação de pequeno valor.
§ 1o Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro
do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda
Pública.
§ 2o As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente
de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da
Federação.
§ 3o Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2o, os valores serão:
I 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal;
II 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos Municípios.
§ 4o São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor da execução, de
modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e,
em parte, mediante expedição de precatório, bem como a expedição de precatório
complementar ou suplementar do valor pago.
§ 5o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido para pagamento
independentemente do precatório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do
precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente,
para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório.
§ 6o O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em
qualquer agência do banco depositário, independentemente de alvará.
§ 7o O saque por meio de procurador somente poderá ser feito na agência destinatária
do depósito, mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem o
valor originalmente depositado e sua procedência.

Assim, o cumprimento das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa


será feito mediante simples ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com
cópia da sentença ou do acordo.Já o cumprimento da obrigação de pagar
obedece à sistemática da requisição de pequeno valor ou do precatório, a
depender do valor liquidado da condenação.
Aqui precisamos ter bastante atenção.

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A competência dos juizados especiais cíveis da fazenda pública é absoluta


nas causas que não são vedadas pela lei e cujo teto seja de até 60 (sessenta)
salários mínimos.
Contudo, os Estados e Municípios poderão estabelecer limite dos valores
que consideram Requisições de Pequeno Valor, conforme visto em nossa aula
sobre Execução contra a Fazenda Pública. Tais limites deverão ser superiores ao
maior benefício pago pelo RGPS.
Ora, significa dizer que possível uma demanda que condene o Estado ao
pagamento de 50 salários mínimos, quando o limite para RPV deste mesmo
Estado seja de 40 salários mínimos, por exemplo.
Nesta hipótese, o valor a ser recebido pelo autor necessariamente deverá
ser pago através da sistemática de precatórios, a não ser que este renuncie aos
valores excedentes ao teto da Requisição de Pequeno Valor.
Neste sentido (CUNHA, 2016, pg. 842):

Para que seu crédito não se submeta ao regime do precatório, poderá o exequente
renunciar ao valor excedente, fazendo, com isso, a opção pela RPV. Ao exequente se
faculta a opção de renunciar ao excedente, não se permitindo o fracionamento, a
repartição ou a quebra do valor executado, de modo que o pagamento se faça, em parte,
por precatório e, em parte, mediante RPV.

4 - LEGISLAÇÃO PERTINENTE
A seguir, transcreve-se novamente toda a legislação utilizada na presente
aula para que o aluno possa tentar memorizar os trechos mais importantes.

Lei 12.153/2009 (Juizados Especiais da Fazenda Pública


Estaduais)
Art. 1o Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes
do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos
Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas
causas de sua competência.

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Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é
formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais
da Fazenda Pública.
Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar
e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos;
II as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
III as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a
servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência
do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas
vencidas não poderá exceder o valor referido no caput deste artigo.
§ 3o (VETADO)
§ 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua
competência é absoluta.
Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil
ou de incerta reparação.
Art. 4o Exceto nos casos do art. 3o, somente será admitido recurso contra a sentença.
Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
II como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como
autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
Art. 6o Quanto às citações e intimações, aplicam-se as disposições contidas na Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil.
Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30
(trinta) dias.

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Art. 8o Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar,


transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e
nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação.
Art. 9o A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para
o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.
Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da
causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes
da audiência.
Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.
Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que
imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado
mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do
acordo.
Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da
decisão, o pagamento será efetuado:
I no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à
autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o
do art. 100 da Constituição Federal; ou
II mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como
obrigação de pequeno valor.
§ 1o Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro
do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda
Pública.
§ 2o As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente
de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da
Federação.
§ 3o Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2o, os valores serão:
I 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal;
II 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos Municípios.
§ 4o São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor da execução, de
modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e,
em parte, mediante expedição de precatório, bem como a expedição de precatório
complementar ou suplementar do valor pago.
§ 5o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido para pagamento
independentemente do precatório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do
precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente,
para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório.

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§ 6o O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em
qualquer agência do banco depositário, independentemente de alvará.
§ 7o O saque por meio de procurador somente poderá ser feito na agência destinatária
do depósito, mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem o
valor originalmente depositado e sua procedência.
Art. 14. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados pelos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal.
Parágrafo único. Poderão ser instalados Juizados Especiais Adjuntos, cabendo ao
Tribunal designar a Vara onde funcionará.
Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal,
conciliadores e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, observadas as
atribuições previstas nos arts. 22, 37 e 40 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1o Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com
mais de 2 (dois) anos de experiência.
§ 2o Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados
Especiais da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no desempenho
de suas funções.
Art. 16. Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a audiência de conciliação.
§ 1o Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da composição amigável, ouvir
as partes e testemunhas sobre os contornos fáticos da controvérsia.
§ 2o Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução do processo, podendo
dispensar novos depoimentos, se entender suficientes para o julgamento da causa os
esclarecimentos já constantes dos autos, e não houver impugnação das partes.
Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes
em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados e do
Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente, por
juízes do Sistema dos Juizados Especiais.
§ 1o A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de antiguidade
e merecimento.
§ 2o Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da
Turma Recursal.
Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver
divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito
material.

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§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julgado em


reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado
pelo Tribunal de Justiça.
§ 2o No caso do § 1o, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser
feita por meio eletrônico.
§ 3o Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações
divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do
Superior Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.
Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o §
1o do art. 18 contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada
poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.
§ 1o Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e recebidos
subsequentemente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos autos,
aguardando pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2o Nos casos do caput deste artigo e do § 3o do art. 18, presente a plausibilidade do
direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator
conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a
suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.
§ 3o Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou
Presidente da Turma de Uniformização e, nos casos previstos em lei, ouvirá o Ministério
Público, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 4o (VETADO)
§ 5o Decorridos os prazos referidos nos §§ 3o e 4o, o relator incluirá o pedido em pauta
na sessão, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com
réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.
§ 6o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 1o serão
apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou os
declararão prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de
Justiça.
Art. 20. Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal
Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando os
procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de
uniformização e do recurso extraordinário.
Art. 21. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado
segundo o estabelecido no art. 19, além da observância das normas do Regimento.
Art. 22. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados no prazo de até 2 (dois)
anos da vigência desta Lei, podendo haver o aproveitamento total ou parcial das
estruturas das atuais Varas da Fazenda Pública.

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Art. 23. Os Tribunais de Justiça poderão limitar, por até 5 (cinco) anos, a partir da entrada
em vigor desta Lei, a competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, atendendo
à necessidade da organização dos serviços judiciários e administrativos.
Art. 24. Não serão remetidas aos Juizados Especiais da Fazenda Pública as demandas
ajuizadas até a data de sua instalação, assim como as ajuizadas fora do Juizado Especial
por força do disposto no art. 23.
Art. 25. Competirá aos Tribunais de Justiça prestar o suporte administrativo necessário
ao funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 26. O disposto no art. 16 aplica-se aos Juizados Especiais Federais instituídos pela Lei
no 10.259, de 12 de julho de 2001.
Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de
1973 Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de
julho de 2001.
Art. 28. Esta Lei entra em vigor após decorridos 6 (seis) meses de sua publicação oficial.

5 - JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
A seguir, transcreve-se novamente toda a jurisprudência utilizada na
presente aula para que o aluno possa tentar memorizar os trechos mais
importantes.

Supremo Tribunal Federal

Súmula Vinculante 10 STF - Viola a cláusula de reserva de plenário


(CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora
não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.

Súmula 640 STF - É cabível recurso extraordinário contra decisão


proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma
recursal de juizado especial cível e criminal.

Superior Tribunal de Justiça

Súmula 203 STJ - Não cabe recurso especial contra decisão proferida
por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.

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Súmula 376 STJ - Compete a turma recursal processar e julgar o


mandado de segurança contra ato de juizado especial.

6 - BIBLIOGRAFIA
BARROS, Guilherme Freire de Melo. PODER PÚBLICO EM JUÍZO PARA
CONCURSOS. 5ª. Edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2015.

CUNHA, Leonardo Carneiro da. A FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO. 13ª. Edição. Rio
de Janeiro: Forense, 2016.

7 RESUMO DA AULA

1. De acordo com o inciso I, do artigo 98, da Constituição Federal, a União, no


Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão juizados especiais,
providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor
complexidade.

2. Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza


alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as
relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das
pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

3. A competência do Juizado Especial Cível da Fazenda Pública será para


apreciar as causas de até 60 (sessenta) salários mínimos, sendo certo que no
foro onde estiver instalado o JEC, a sua competência é absoluta.

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4. Somente podem ser parte como autores as pessoas físicas e as


microempresas ou empresas de pequeno porte. E, como réus, apenas podem
ser partes os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem
como suas Autarquias e Fundações (apesar de não constar expressamente no
texto legal).

5. A contagem dos prazos processuais nos Juizados da Fazenda Pública será feita
em dias úteis, após a alteração feita pela Lei 13.728/2018.
6. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar
dano de difícil ou de incerta reparação.

7. É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro


grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e
criminal.

8. Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo
grau dos Juizados Especiais.

9. A cláusula de reserva de plenário não se aplica às turmas recursais, quando


da apreciação incidental da inconstitucionalidade de normas.

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8 QUESTÕES OBJETIVAS

8.1 QUESTÕES OBJETIVAS COMENTADAS

1. VUNESP - ProcJu (CM Orlândia)/CM Orlândia/2019


A lei que dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública determina
que
a) é de competência dos Juizados processar, conciliar e julgar causas cíveis
de interesse dos Estados, independentemente do valor da causa ou de
proveito econômico.
b) não se incluem na competência dos Juizados as ações de mandado de
segurança, de desapropriação, a não ser que versem sobre direitos ou
interesses coletivos e difusos.
c) o juiz poderá de ofício deferir quaisquer providências cautelares e
antecipatórias no curso do processo, desde que não exista dano de difícil ou
de incerta reparação.
d) para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento
da causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará laudo até 05
(cinco) dias antes da audiência.
e) podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública pessoas físicas
ou jurídicas, inclusive microempresas, exceto as empresas de pequeno
porte.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 10.
Lei 12.153/2009 - Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao
julgamento da causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5
(cinco) dias antes da audiência.

2. VUNESP - Proc (IPSM SJC)/IPSM SJC/2018

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Quanto ao mandado de segurança e os procedimentos do Juizado Especial


da Fazenda Pública, assinale a alternativa correta.
a) Incabível mandado de segurança para apreciação de turma recursal.
b) Mandado de segurança pode ser o substituto do incabível agravo de
instrumento.
c) Contra decisão da turma recursal que contrariar lei federal é cabível
mandado de segurança.
d) Mandado de segurança pode ser o meio adequado para discutir a
competência das turmas recursais.
e) Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança
contra ato de juizado especial.
Comentários
Esta questão é respondida com A JURISPRUDÊNCIA. Competência das
turmas recursais.

S “TJ C
mandado de segurança contra ato de juizado

3. VUNESP - Proc (IPSM SJC)/IPSM SJC/2018


Podem ser de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública as
causas que versem sobre
a) direitos ou interesses difusos e coletivos.
b) a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis.
c) sanções disciplinares aplicadas a militares.
d) determinação de obrigação de fazer.
e) divisão e demarcação.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 12.
Lei 12.153/2009 - Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em
julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será
efetuado mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença
ou do acordo.

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4. CESPE - Proc (PGE PE)/PGE PE/2018


Observada a regra que determina que o valor da causa não pode ultrapassar
o limite de sessenta salários mínimos, o juizado especial da fazenda pública
possui competência para julgar
a) ação civil pública para a tutela de direito difuso decorrente de dano
ambiental simples.
b) ação que tenha como objeto a impugnação da pena de demissão imposta
a servidor civil.
c) ação em que contribuinte questione a validade do lançamento de
crédito tributário estadual.
d) mandado de segurança contra ato praticado por servidor municipal em
procedimento licitatório.
e) ação proposta por particular para reivindicar bem imóvel de autarquia
estadual.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 2º.
Lei 12.1532009 - Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública
processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos;
II as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
III as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a
servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência
do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas
vencidas não poderá exceder o valor referido no caput deste artigo.

5. FAUEL - Proc Mun (Paranavaí)/Pref Paranavaí/2018


Segundo a Lei nº 12.153 de 2009, que dispõe sobre os Juizados Especiais da
Fazenda Pública, é correto afirmar que:

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a) É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar,


conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 40 (quarenta) salários
mínimos.
b) As causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e
Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas, poderão
tramitar perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública.
c) No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a
sua competência é absoluta.
d) Nos processos perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública, a União,
os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.
e) As sentenças proferidas contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, no
âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda pública, só produzirão efeitos
após confirmadas pelo tribunal.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 2º.
Lei 12.153/2009 - Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública
processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua
competência é absoluta.

6. CESPE - Proc (PGM Manaus)/Pref Manaus/2018


Considerando o disposto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais e
na Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item que se segue.
As ações populares e as ações de divisão e demarcação de terras não são
abarcadas pela competência dos juizados especiais da fazenda pública,
ainda que haja o interesse dos estados e que o valor da causa não exceda
sessenta salários mínimos.
Comentários
Gabarito: Certo

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Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 2º.


Lei 12.153/2009 - Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública
processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos;

7. VUNESP - Proc Jur (CM Jabo)/CM Jaboticabal/2018


Maria, moradora do Município de X, teve seu nome inserido no cadastro de
inadimplentes do município de forma indevida. Com o auxílio de um
advogado, propôs ação de indenização por danos morais no valor de
cinquenta salários-mínimos perante o Juizado Especial da Fazenda Pública.
O juiz julgou a ação procedente, condenando o Município ao pagamento de
trinta e quatro salários-mínimos. Sobre o caso hipotético, e considerando
que o Município X não editou lei municipal alterando o valor das obrigações
consideradas como de pequeno valor, assinale a alternativa correta.
a) Ainda que o Município X não apresente recurso, haverá julgamento pela
Turma Recursal em razão do princípio do reexame necessário.
b) Considerando o valor da condenação, Maria poderia renunciar ao valor
de quatro salários e optar pelo pagamento do saldo por intermédio de
obrigação de pequeno valor.
c) Maria não poderia ter proposto ação perante o Juizado Especial da
Fazenda Pública, considerando que a competência dos referidos juizados é
de até quarenta salários-mínimos.
d) Maria poderia ter optado por propor ação perante o Juizado Especial da
Fazenda Pública ou em qualquer das varas cíveis da Comarca do Município
X.
e) Desatendida a requisição judicial de pagamento, após audiência da
Fazenda Pública, o juiz imediatamente determinará o sequestro do
numerário suficiente ao cumprimento da decisão.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 13.
Lei 12.153/2009 - Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o
trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado:

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I no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à


autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do §
3o do art. 100 da Constituição Federal; ou

8. VUNESP - Proc Mun (Sorocaba)/Pref Sorocaba/2018


Acerca dos juizados especiais da Fazenda Pública, assinale a alternativa
correta.
a) Desapropriações, cujo valor do imóvel for inferior a 60 (sessenta)
salários-mínimos, poderão ser processadas perante o juizado especial da
Fazenda Pública.
b) Não haverá reexame necessário no procedimento dos juizados
especiais da Fazenda Pública.
c) A competência, no foro onde estiver instalado Juizado Especial da
Fazenda Pública, é relativa, podendo as partes optar pelo procedimento
comum, perante a Justiça Estadual ou Federal.
d) No âmbito dos juizados especiais da Fazenda Pública, salvo expressa
autorização legislativa, é vedado o deferimento de quaisquer providências
cautelares e antecipatórias no curso do processo.
e) O prazo em dobro para a Fazenda Pública é aplicável no procedimento
dos juizados especiais da Fazenda Pública.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 11.
Lei 12.153/2009 - Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame
necessário.

9. VUNESP - Proc (Pref SBC)/Pref SBC/2018


Os Juizados Especiais da Fazenda Pública são disciplinados pela Lei nº
12.153/2009. Com relação aos órgãos e aos procedimentos judiciais
regulamentados por tal diploma legal, é correto afirmar que
a) são incompetentes para processar e julgar Mandado de Segurança.
b) são competentes para processar e julgar causas de até 40 (quarenta)
salários-mínimos.
c) é incabível deferimento de provimento cautelar.
d) é concedido prazo em dobro para manifestação da Fazenda Pública.

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e) as sentenças desfavoráveis à Fazenda Pública estão sujeitas ao reexame


necessário.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 2º.
Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar
e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos;

10. PUC PR - Proc (PGE PR)/PGE PR/2015


Assinale a alternativa CORRETA sobre os Juizados Especiais da Fazenda
Pública.
a) Causas de valor inferior a 60 (sessenta) salários-mínimos que envolvam
organismo internacional e município serão julgadas pelos Juizados Especiais
da Fazenda Pública.
b) A declaração de incompetência do juízo provoca a extinção do processo
sem julgamento de mérito.
c) Qualquer pessoa física ou jurídica pode ser parte autora nos Juizados
Especiais da Fazenda Pública.
d) Aplicam-se, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, os prazos para a
realização de audiências previstos na Lei 9.099/95, que criou os Juizados
Especiais.
e) Há reexame necessário das decisões que condenam a Fazenda Pública,
sendo o caso encaminhado à Turma Recursal.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 27.
Esta questão exigiu do candidato o conhecimento da Lei 12.153 de 2009
c/c a lei 9.099/1995.
O artigo 27 da Lei 12.153/09 estabelece que será aplicada subsidiariamente
a Lei 9.099/99 quando existirem omissões sobre determinado tema, como por
exemplo a extinção do processo sem julgamento de mérito, que felizmente

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encontra-se amparada pelo artigo 51, inciso III da Lei 9.099/95, portanto, se
aplica aos Juizados especiais da Fazenda Pública.
Lei 12.153/2009 - Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11
de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e
10.259, de 12 de julho de 2001.
Lei 9.099/95 - Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:
III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

11. PUC PR - Proc Mun (Maringá)/Pref Maringá/2015


Sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública, instituídos pela Lei n.º
12.153/2009, é CORRETO afirmar:
a) Admite-se a atuação de juízes leigos nos Juizados Especiais da Fazenda
Pública.
b) Nas causas sujeitas aos Juizados Especiais da Fazenda Pública haverá
reexame necessário.
c) Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão
livremente conciliar, transigir ou desistir nos processos da competência dos
Juizados Especiais da Fazenda Pública, independentemente dos termos e
hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação.
d) Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito público,
ressalvada a interposição de recurso contra a sentença, caso em que o prazo
será contado em dobro.
e) Caberá pedido de uniformização de interpretação da lei quando houver
divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões
de direito processual e de direito material.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 15.
Lei 12.153/09 - Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do
Distrito Federal, conciliadores e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública,
observadas as atribuições previstas nos arts. 22, 37 e 40 da Lei no9.099, de 26 de
setembro de 1995.
§ 1o Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com
mais de 2 (dois) anos de experiência.

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§ 2o Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados


Especiais da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no desempenho
de suas funções.

12. VUNESP - Proc Mun (SP)/Pref SP/2014


Assinale a alternativa correta acerca do Juizado Especial da Fazenda Pública.
a) Não podem ser ajuizadas perante o Juizado Especial da Fazenda Pública
causas cujo valor supere 40 salários--mínimos.
b) Admite-se a interposição de mandado de segurança perante o Juizado
Especial da Fazenda Pública, desde que respeitado o valor limite de sua
competência.
c) Todas as sentenças estão sujeitas a reexame necessário pela Turma
Recursal.
d) No foro onde estiver instalado, sua competência é absoluta.
e) O prazo para recorrer da sentença será contado em dobro quando o
recorrente for pessoa jurídica de direito público.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 2º.
Lei 12.153/2009 - Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública
processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua
competência é absoluta.

13. FCC - Proc (PGE RN)/PGE RN/2014


É proposição correta a respeito do Juizado Especial da Fazenda Pública:
a) Não se admite, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, assim como no
Juízo Comum, que o Estado realize transação, ante a indisponibilidade do
interesse público.
b) Compete aos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar e julgar
causas de até 40 salários mínimos, incluindo execuções fiscais.
c) As pessoas jurídicas, incluindo as empresas de pequeno porte, não podem
ser autoras em processos nos Juizados Especiais da Fazenda Pública.

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d) O Juiz poderá, inclusive de ofício, deferir providências cautelares e


antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação.
e) Não se admite recurso especial ou extraordinário no âmbito dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 3º.
Lei 12.153/09 - Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir
quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano
de difícil ou de incerta reparação.

14. FGV - Proc (Niterói)/Pref Niterói/2014


Caio propôs ação de indenização em face de um ente federativo municipal,
pleiteando a condenação de este a lhe pagar verba reparatória de danos
morais. Acolhendo o pleito autoral, o juiz condenou a pessoa jurídica de
direito público a pagar ao autor a quantia de três mil reais.
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória e instaurado o
processo de execução, sem que houvesse qualquer oposição do Município
executado ao valor reclamado pelo credor, foi determinada a expedição de
requisição de pequeno valor, a qual, todavia, não foi cumprida no prazo de
que dispunha o executado para tanto. Para superar a recalcitrância do
Poder Público, deve o juiz
a) arbitrar multa diária em desfavor do Município executado, nos termos do
Art. 461, §§ 4º e 5º, do Código de Processo Civil, cujo valor deverá incidir
até a data da efetiva satisfação do crédito exequendo, sem prejuízo da
futura execução da verba acumulada a título de astreintes, que poderá ser
reduzida, caso tenha se tornado desproporcional em relação ao valor da
obrigação principal.
b) arbitrar multa diária em desfavor do Município executado, nos termos do
Art. 461, §§ 4º e 5º, do Código de Processo Civil, cujo valor deverá incidir
até a data da efetiva satisfação do crédito exequendo, sem prejuízo da
futura execução da verba acumulada a título de astreintes, que não poderá
ser reduzida.
c) determinar a prisão do Secretário Municipal de Fazenda, a qual deverá
perdurar até a data da efetiva satisfação do crédito exequendo.

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d) arbitrar multa pessoal em desfavor do Secretário Municipal de Fazenda,


nos termos do Art. 14, parágrafo único, do Código de Processo Civil, cujo
valor não poderá exceder vinte por cento do valor atribuído à causa.
e) decretar o sequestro de recursos públicos, até o limite suficiente para
assegurar a satisfação do crédito exequendo.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art.13.
Lei 12.153/09 - Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito
em julgado da decisão, o pagamento será efetuado:
I no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à
autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do §
3o do art. 100 da Constituição Federal; ou
II mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como
obrigação de pequeno valor.
§ 1o Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro
do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da
Fazenda Pública.

15. CESPE - Proc DF/PGDF/2013


Paulo ajuizou ação de cobrança no valor de R$ 3.000,00 contra o DF. A ação
foi distribuída a um juizado especial da fazenda pública. Em sua defesa, o
DF alegou que já havia pago integralmente a dívida. Realizada a instrução
processual, o juiz proferiu sentença acolhendo parcialmente o pedido, no
tocante a R$ 2.000,00, sob o fundamento de que, em relação à outra parte,
se verificara o pagamento.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Se, no julgamento do recurso interposto contra a sentença, a decisão
colegiada da turma recursal do juizado especial da fazenda pública
contrariar entendimento adotado, na sistemática dos recursos repetitivos
(art. 543-C, CPC), pelo STJ, a parte prejudicada poderá ajuizar reclamação
nesta corte.
Comentários
Gabarito: Errado
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 18.

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Lei 12.153/09 - Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando
houver divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de
direito material.

16. CESPE - Proc DF/PGDF/2013


Paulo ajuizou ação de cobrança no valor de R$ 3.000,00 contra o DF. A ação
foi distribuída a um juizado especial da fazenda pública. Em sua defesa, o
DF alegou que já havia pago integralmente a dívida. Realizada a instrução
processual, o juiz proferiu sentença acolhendo parcialmente o pedido, no
tocante a R$ 2.000,00, sob o fundamento de que, em relação à outra parte,
se verificara o pagamento.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Caso somente Paulo recorra, poderá o tribunal reformar a sentença para
julgar o pedido totalmente improcedente, se entender, pelas provas
constantes dos autos, estar demonstrado o pagamento integral do débito.
Comentários
Gabarito: Errado
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 17.
Lei 12.153/09 - Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são
compostas por juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação
dos Estados e do Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e integradas,
preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados Especiais.
§ 1o A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de
antiguidade e merecimento.
§ 2o Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da
Turma Recursal.

17. CESPE - Procurador do Distrito Federal/2013


Paulo ajuizou ação de cobrança no valor de R$ 3.000,00 contra o DF. A ação
foi distribuída a um juizado especial da fazenda pública. Em sua defesa, o
DF alegou que já havia pago integralmente a dívida. Realizada a instrução
processual, o juiz proferiu sentença acolhendo parcialmente o pedido, no
tocante a R$ 2.000,00, sob o fundamento de que, em relação à outra parte,
se verificara o pagamento.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

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Para interpor recurso contra a sentença, Paulo não precisará estar


representado por advogado.
Comentários
Gabarito: Errado.
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 27.
Lei 9.099/95 - Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo
arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Lei 12.153/09 - Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11de
janeiro de 1973 Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259,
de 12 de julho de 2001.

18. VUNESP - DP MS/DPE MS/2012


Os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm competência para julgar:
a) mandados de segurança.
b) demandas sobre direitos difusos, de interesse do município, até o valor
de 60 salários mínimos.
c) ações de improbidade administrativa, de interesse do município, até o
valor de 60 salários mínimos.
d) causas cíveis, de interesse do município, até o valor de 60 salários
mínimos.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 2º.
Lei 12.153/09 - Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública
processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

19. VUNESP - DP MS/DPE MS/2012


Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública
a) como autores, os municípios.
b) como autores, as pessoas físicas.

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c) como réus, as sociedades limitadas.


d) como réus, as empresas de pequeno porte.
Comentários
Esta questão é respondida com A LETRA DA LEI. Art. 5º.
Lei 12.153/09 - Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;

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9 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final de mais uma aula!


Espero que vocês tenham gostado! Quaisquer dúvidas, estou às ordens
nos canais do curso e nos seguintes contatos:

profigormaciel@gmail.com

@ProfIgorMaciel

Aguardo vocês na próxima aula.

Grande abraço e até lá!

Igor Maciel

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