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Aula 06
Sumário
Considerações Iniciais ............................................................................... 3
Aspectos de Dir Processual Aplicáveis à Fazenda Pública p/ Magistratura Estadual 2019 Curso Regular
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5 - Bibliografia ....................................................................................... 62
7.2 – Gabaritos.................................................................................... 73
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Considerações Iniciais
Grande abraço,
Igor Maciel
profigormaciel@gmail.com
@ProfIgorMaciel
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1 – Ação Popular
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Ação popular é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a
invalidação de atos ou contratos administrativos – ou a estes equiparados – ilegais e lesivos
ao patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades paraestatais
e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros públicos.
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a) anistia.
b) isenção.
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c) imunidade.
d) não-incidência.
e) remissão.
Comentários
Qualquer cidadão poderá propor Ação Popular, desde que esteja em pleno
gozo de seus direitos políticos e fazendo-se representar por um advogado. Isto
porque a prova da cidadania para justificar o ingresso em juízo é exatamente o
título de eleitor do indivíduo ou certidão a ele equivalente.
Lei 4.717/65
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art.
141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados
ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou
fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com
mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual de empresas incorporadas
ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer
pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com
documento que a ele corresponda.
Súmula 365 – STF – Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
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o estrangeiro não poderá ajuizar ação popular, exceto os portugueses equiparados. Isto
porque o Direito Lusitano reconhece aos brasileiros, que residem em Portugal, a
prerrogativa de propor ação popular naquele país. Assim, ante a reciprocidade de
tratamento, o Brasil também franqueou aos portugueses equiparados o direito de intentar
ação popular.
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância, serão publicados
editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa)
dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.
Não poderá, pois, o Ministério Público ser o Autor da Ação Popular, mas, a
depender do caso concreto, poderá o parquet ocupar o polo ativo da demanda.
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tem prevalecido na doutrina e jurisprudência que o cidadão, quando vai a juízo por meio da
ação popular, tutela em nome próprio direito alheio. Ou seja, trata-se do fenômeno da
substituição processual ou da legitimação extraordinária. A consequência prática da ação
dessa corrente é das mais relevantes, qual seja, a impossibilidade de reconvenção na ação
popular.
Neste sentido:
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Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissão,
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
Acaso não haja beneficiário direto do ato lesivo, ou se for ele indeterminado
ou desconhecido, a ação será proposta somente contra as outras pessoas
indicadas no artigo.
A legitimação bifronte na Ação Popular ocorre uma vez que a pessoa jurídica
de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, não
é ré na ação, podendo abster-se de contestar o pedido. Pode, inclusive, atuar em
defesa do patrimônio público, ao lado do autor e contrário ao gestor, desde que
isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal
ou dirigente.
§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor,
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal
ou dirigente.
Assim, uma vez que a pessoa jurídica de direito público ou privado poderá
mover-se para o polo ativo, denomina-se tal previsão de legitimação bifronte ou
intervenção móvel.
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PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. MIGRAÇÃO DE ENTE PÚBLICO PARA O PÓLO ATIVO
APÓS A CONTESTAÇÃO. PRECLUSÃO. NÃO-OCORRÊNCIA.
1. Hipótese em que o Tribunal a quo concluiu que o ente público somente pode migrar para
o pólo ativo da demanda logo após a citação, sob pena de preclusão, nos termos do art.
183 do Código de Processo Civil.
2. O deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do pólo passivo para o ativo na
Ação Popular é possível, desde que útil ao interesse público, a juízo do representante legal
ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965.
3. Não há falar em preclusão do direito, pois, além de a mencionada lei não trazer limitação
quanto ao momento em que deve ser realizada a migração, o seu art. 17 preceitua que a
entidade pode, ainda que tenha contestado a ação, proceder à execução da sentença na
parte que lhe caiba, ficando evidente a viabilidade de composição do pólo ativo a qualquer
tempo. Precedentes do STJ.
4. Recurso Especial provido.
(REsp 945.238/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
09/12/2008, DJe 20/04/2009)
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singuli, onde é possível evitar a 'confusão jurídica' identificando-se autor e réu e dando-lhes
a alteração das posições na relação processual, por força do artigo 264 do CPC.
2. A ação civil pública e a ação popular compõem um microssistema de defesa do
patrimônio público na acepção mais ampla do termo, por isso que regulam a legitimatio ad
causam de forma especialíssima.
3. Nesse seguimento, ao Poder Público, muito embora legitimado passivo para a ação civil
pública, nos termos do § 2º, do art. 5º, da lei 7347/85, fica facultado habilitar-se como
litisconsorte de qualquer das partes.
4. O art. 6º da lei da Ação Popular, por seu turno, dispõe que, muito embora a ação possa
ser proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º,
bem como as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissão, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo, ressalva no parágrafo 3º
do mesmo dispositivo que, verbis: § 3º - A pessoa jurídica de direito público ou de direito
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou
poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo
do respectivo representante legal ou dirigente.
5. Essas singularidades no âmbito da legitimação para agir, além de conjurar as
soluções ortodoxas, implicam a decomposição dos pedidos formulados, por isso
que o poder público pode assumir as posturas acima indicadas em relação a um
dos pedidos cumulados e manter-se no pólo passivo em relação aos demais.
6. In casu, a União é demandada para cumprir obrigação de fazer consistente na exação do
dever de fiscalizar a atuação dos delegatários do SUS e, ao mesmo tempo, beneficiária do
pedido formulado de recomposição de seu patrimônio por força de repasse de verbas.
7. Revelam-se notórios, o interesse e a legitimidade da União, quanto a esse outro pedido
de reparação pecuniária, mercê de no mérito aferir-se se realmente a entidade federativa
maior deve ser compelida à fazer o que consta do pedido do parquet.
8. Recurso especial desprovido para manter a União em ambos os pólos em relação aos
pedidos distintos em face da mesma formulados.
(REsp 791.042/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2006, DJ
09/11/2006, p. 261)
Os artigos 2º, 3º e 4º, da Lei 4.717/65 esmiúçam atos em espécie que são
considerados nulos:
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Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes
normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do
agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das
entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do
artigo anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com
a natureza deles.
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por
quaisquer das pessoas ou entidades referidas no artigo 1º:
I - a admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de
habilitação, das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.
II - a operação bancária ou de crédito real, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, estatutárias,
regimentais ou internas;
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao constante de escritura,
contrato ou avaliação.
III - a empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando:
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência pública ou
administrativa, sem que essa condição seja estabelecida em lei, regulamento ou norma
geral;
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que comprometam o
seu caráter competitivo;
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impliquem na limitação
das possibilidades normais de competição.
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Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do
ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela
sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários
causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Segundo a Lei de Ação Popular, dois pedidos podem ser formulados: a invalidação do ato
lesivo e a condenação ao pagamento de uma indenização reparatória (...)
Não obstante, embora não explicitado pelo diploma legal, também será possível postular
uma tutela mandamental (fazer ou não fazer) ou executiva lato sensu (entregar coisa).
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Assim, uma mesma situação fática, poderá ser protegida tanto por uma
ação popular, cuja legitimidade ativa caberá ao cidadão, como por uma ação civil
pública, cujos legitimados estão dispostos no artigo 5º, da Lei 7.347/85 1.
Exatamente por isto, em um dado caso concreto, será possível o manejo de
ambas as ações, podendo operar-se a conexão entre elas. (FONTELES, 2015, pg.
141)
1
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública; III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - a
autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; V - a associação que,
concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b)
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
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c) A ação popular poderá ser intentada por cidadão e por partido político
com representação no Congresso Nacional.
Comentários
Alternativa Correta: Letra “D”, uma vez que se trata de disposição expressa
do artigo 6º, parágrafo 5º, da Lei 4.717/65:
A alternativa “A” está equivocada uma vez que a ação popular poderá ser
utilizada, inclusive, para combater atos lesivos tão somente à moralidade
administrativa, não necessariamente com reflexos econômicos.
A alternativa “B” também está errada, eis que a legislação não apresenta
nenhum óbice ou impedimento entre a Ação Popular e a Ação Civil Pública, sendo
certo que a propositura de Ação Popular irá tornar o juiz prevento, nos termos
do artigo 5º, parágrafo 3º, da Lei 4.717/65:
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações, que forem
posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.
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Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissão,
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
1.7 – Competência
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(alínea “f”, inciso I, artigo 102, CF) ou de impedimento de mais da metade dos
desembargadores do Tribunal local (alínea “n”, inciso I, artigo 102, CF)
Neste sentido:
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Contudo, tal discussão seria feita como causa de pedir da ação popular,
razão pela qual a discussão sobre a constitucionalidade da norma faria parte da
fundamentação da decisão, não de seu dispositivo. Assim, uma vez que
(FONTELES, 2015, pg. 146):
a única parte da sentença que opera efeitos de coisa julgada (erga omnes) é a dispositiva,
(...) a inconstitucionalidade da lei, enfrentada nas razões de decidir, não se sujeitaria a
esses efeitos. Em suma: a competência do STF permanece íntegra.
1.9 – Procedimento
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Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita
ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal;
da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo.
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(REsp 1.108.542/SC, Rel. Ministro Castro Meira, j. 19.5.2009, Dje 29.5.2009). 2. Agravo
Regimental não provido.
(AgRg no REsp 1219033/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado
em 17/03/2011, DJe 25/04/2011)
A ideia é que tanto a ação popular como a Ação Civil Pública destinam-se à
proteção do interesse público, exatamente a pretensão das prerrogativas e
benefícios processuais aplicáveis à Fazenda Pública.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido, julgar a lide
manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do décuplo das custas.
A coisa julgada se opera secundum eventum litis, ou seja, se a ação for julgada procedente
ou improcedente por ser infundada, produzirá efeito de coisa julgada oponível erga omnes.
No entando, se a improcedência se der por deficiência de provas, haverá apenas a coisa
julgada formal, podendo qualquer cidadão intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova (art. 18 da lei), já que não terá sido analisado o mérito.
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Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de
haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer
cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
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Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita
ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal;
da que julgar a ação procedente, caberá apelação, com efeito suspensivo.
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância, serão publicados
editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa)
dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.
2 – Habeas Data
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O habeas data tem por finalidade a proteção da dignidade da pessoa humana, prevista no
art. 1º, inciso III, da Carta Magna, e também da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem do indivíduo, conforme art. 5º, inciso X, da Carta Magna, contra eventual abuso
existente em informações constantes de bancos de dados governamentais ou de caráter
público.
Habeas data é o meio constitucional posto à disposição de pessoa física ou jurídica para lhe
assegurar o conhecimento de registros concernentes ao postulante e constantes de
repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, para retificação de seus dados
pessoais.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
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Assim, de acordo com o artigo 7º, da Lei 9.507/97, caberá habeas data nas
seguintes hipóteses:
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Não ofende a Constituição, afinal, se seria possível até mesmo retificar uma informação, o
que se dirá manter a integridade desses dados e inserir uma mera justificação. Em suma,
à luz da Constituição e da lei de regência, a finalidade do remédio em estudo é a obtenção,
a retificação ou justificação de dados relativos à pessoa do impetrante.
Por fim, o jovem professor nos aponta ainda, que (FONTELES, 2015, pg.
124):
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Comentários
Esta exatamente a discussão que travamos até aqui: não cabe Habeas Data
para se obter cópia de processo administrativo, sendo certo que se trata na
hipótese de violação aos incisos XXXIII e XXXIV da Constituição Federal,
atacáveis por Mandado de Segurança.
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Tais informações, em que pese sigilosas, não devem ser negadas quando
solicitadas pelo próprio contribuinte, eis que o sigilo fiscal deve ser oposto a
terceiros e não ao próprio interessado acerca de seus próprios dados.
Por fim, em que pese decisão proferida relativa ao SINCOR, entende-se que
a tese firmada terá aplicação para os diversos bancos de dados das
Administrações Fazendárias municipais e estaduais.
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de tributos federais, informações que não estão acobertadas pelo sigilo legal ou
constitucional, posto que requerida pelo próprio contribuinte, sobre dados próprios.
10. Ex positis, DOU PROVIMENTO ao recurso extraordinário.
(RE 673707, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-
2015)
Para a obtenção, pela via judicial, pelo próprio contribuinte, de dados relativos ao
pagamento de tributos, constantes de sistemas informatizados dos órgãos de administração
fazendária,
a) não cabe ajuizar ação de caráter mandamental.
b) cabe impetrar mandado de segurança.
c) cabe impetrar habeas corpus.
d) cabe impetrar mandado de injunção.
e) cabe impetrar habeas data.
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Na prova de concurso, devemos ter atenção sobre o que fora pedido pelo
quesito, eis que a regra continua sendo: o habeas data é vocacionado para
obter, retificar ou complementar informação pessoal e não relativa a
terceiros. (FONTELES, 2015, pg. 128);
Quanto ao polo passivo, este deve ser ocupado pela entidade que mantém
as informações a respeito do impetrante, conforme lição de Pedro Lenza (2015,
pg. 1259):
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Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo
informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de
uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.
Samuel Fonteles (2015, pg. 128) defende que, tal qual no Mandado de
Segurança, o impetrado seria a autoridade coatora responsável pela omissão,
assim devendo ser considerada aquela que figura no topo da cadeia hierárquica
e que deu a última palavra quanto ao indeferimento, não se devendo confundir a
autoridade coatora com o órgão depositário das informações.
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Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código
de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a
primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão;
ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de
mais de quinze dias sem decisão.
Assim, a Súmula 02 do STJ estabelece que não cabe habeas data se não
houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa:
Súmula 02 – STJ - Não cabe o habeas data (CF/88, art. 5º, LXXII, «a») se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
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2.4 – Procedimento
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a informações e retificação
de dados e para anotação de justificação, bem como a ação de habeas data.
A petição inicial deve vir acompanhada com duas vias com cópias de todos
os documentos. Ao despachar a inicial, o juiz determinará a notificação do coator
do conteúdo da petição, acompanhada da 2ª via e das cópias dos documentos, a
fim de que, no prazo de 10 dias, preste as informações que julgar necessárias.
Se não for o caso de habeas data, a petição deverá ser indeferida, cuja
decisão caberá apelação. Contudo, em o sendo, deverá o magistrado ouvir o
Ministério Público no prazo de cinco dias:
Art. 11. Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o feito, juntará aos autos
cópia autêntica do ofício endereçado ao coator, bem como a prova da sua entrega a este
ou da recusa, seja de recebê-lo, seja de dar recibo.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o art. 9°, e ouvido o representante do Ministério
Público dentro de cinco dias, os autos serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida
em cinco dias.
Art. 18. O pedido de habeas data poderá ser renovado se a decisão denegatória não lhe
houver apreciado o mérito.
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Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e horário para que
o coator:
I - apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou
bancos de dadas; ou
II - apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do
impetrante.
2.5 – Competência
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Percebam que não é possível interpor recurso ordinário constitucional para o Superior
Tribunal de Justiça da decisão do TJ ou TRF que venha a denegar habeas data, por ausência
de previsão constitucional.
Comentários
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Súmula 02 – STJ - Não cabe o habeas data (CF/88, art. 5º, LXXII, «a») se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
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3 – Mandado de Injunção
Art. 2º. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as
normas editadas pelo órgão legislador competente.
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Por fim, o ato normativo determinado pela Constituição e que ainda não
fora elaborado pode ser ou administrativo, quando o responsável pela sua edição
é um órgão administrativo ou legislativo, quando o direito está sendo inviabilizado
por falta de uma lei.
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Art. 3o. São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas
naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com
atribuição para editar a norma regulamentadora.
Quanto ao polo passivo, este deverá ser ocupado pelo Poder, órgão ou
autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. É por isso que
Pedro Lenza assim esclarece (2015, pg. 1253):
No tocante ao polo passivo da ação, somente a pessoa estatal poderá ser demandada e
nunca o particular (que não tem o dever de regulamentar a CF). Ou seja, os entes estatais
é que devem regulamentar as normas constitucionais de eficácia limitada, como o
Congresso Nacional.
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d) para o exercício do direito de greve do servidor público federal, inviabilizado por falta de
norma regulamentadora da Constituição Federal, podendo ser impetrado por associação
de classe.
e) apenas para declarar a mora do Poder Legislativo, não podendo ser suprida a lacuna
normativa que inviabiliza o exercício de direito, liberdade ou prerrogativa constitucional.
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Por fim, a competência para apreciar a ADI por omissão será do STF ou do
TJ, a depender da norma constitucional, se federal ou estadual. Já a competência
para apreciar o Mandado de Injunção será definida a depender da autoridade que
figura no polo passivo da demanda.
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(MI 232, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 02/08/1991, DJ 27-
03-1992 PP-03800 EMENT VOL-01655-01 PP-00018 RTJ VOL-00137-03 PP-00965)
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O próprio STF regulou, pois, o direito do impetrante com efeitos inter partes
da decisão:
A aplicação da lei não se restringiu aos impetrantes, mas a todo o funcionalismo público.
(...) Assim, pode-se afirmar que o STF consagrou, em referido julgado e de modo
excepcional, a teoria concretista geral.
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9. A norma veiculada pelo artigo 37, VII, da Constituição do Brasil reclama reg
ulamentação, a fim de que seja adequadamente assegurada a coesão social.
10. A regulamentação do exercício do direito de greve pelos servidores públicos há de ser
peculiar, mesmo porque "serviços ou atividades essenciais" e "necessidades inadiáveis da
coletividade" não se superpõem a "serviços públicos"; e vice-versa.
11. Daí porque não deve ser aplicado ao exercício do direito de greve no âmbito da
Administração tão-somente o disposto na Lei n. 7.783/89. A esta Corte impõe-se traçar os
parâmetros atinentes a esse exercício.
12. O que deve ser regulado, na hipótese dos autos, é a coerência entre o exercício do
direito de greve pelo servidor público e as condições necessárias à coesão e
interdependência social, que a prestação continuada dos serviços públicos assegura.
13. O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível,
por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e
a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.
14. O Poder Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção,
formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o ordenamento jurídico.
15. No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia
o texto normativo que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito de greve
dos servidores públicos.
16. Mandado de injunção julgado procedente, para remover o obstáculo decorrente da
omissão legislativa e, supletivamente, tornar viável o exercício do direito consagrado no
artigo 37, VII, da Constituição do Brasil.
(MI 712, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2007, DJe-206
DIVULG 30-10-2008 PUBLIC 31-10-2008 EMENT VOL-02339-03 PP-00384)
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Art. 8º. Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado
promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no
prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando
comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao
prazo estabelecido para a edição da norma.
Art. 9º. A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento
da norma regulamentadora.
§ 1º. Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da
impetração.
§ 2º. Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º. O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da
impetração fundada em outros elementos probatórios.
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Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às
pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo
impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9o.
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer
a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
comprovada da impetração coletiva.
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos
beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes
for mais favorável.
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada
antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito.
3.5 – Competência
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i. Presidente da República;
ii. Congresso Nacional;
iii. Câmara dos Deputados;
iv. Senado Federal;
v. Mesa de uma dessas casas legislativas;
vi. Tribunal de Contas da União;
vii. Um dos Tribunais Superiores;
viii. Supremo Tribunal Federal;
O mais comum será que a competência seja da Justiça Federal ou do STF, reservando-se
ao STJ somente as hipóteses residuais. Para exemplificar, quando a entidade responsável
pela elaboração da norma regulamentadora é uma autarquia, tem-se entendido que a
competência é da Justiça Federal (MI 571). EM se tratando de Ministro de Estado, o juiz
natural será o STJ (MI 193).
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Por outro lado, por ausência de disposição constitucional e uma vez que as
Constituições Estaduais poderão prever o mandado de injunção em seus textos,
os recursos possíveis contra as decisões proferidas em sede de mandado de
injunção apreciado por Tribunal de Justiça estadual serão o recurso extraordinário
e o recurso especial. Neste sentido:
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3.6 – Procedimento
Art. 6º. A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente
incabível ou manifestamente improcedente.
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5
(cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.
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Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de
qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de
fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido
nesta Lei.
4 - Jurisprudência Correlata
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(RE 673707, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-
2015)
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(MI 232, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 02/08/1991, DJ 27-
03-1992 PP-03800 EMENT VOL-01655-01 PP-00018 RTJ VOL-00137-03 PP-00965)
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3. O preceito veiculado pelo artigo 37, inciso VII, da CB/88 exige a edição de ato normativo
que integre sua eficácia. Reclama-se, para fins de plena incidência do preceito, atuação
legislativa que dê concreção ao comando positivado no texto da Constituição.
4. Reconhecimento, por esta Corte, em diversas oportunidades, de omissão do Congresso
Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito
constitucional. Precedentes.
5. Diante de mora legislativa, cumpre ao Supremo Tribunal Federal decidir no sentido de
suprir omissão dessa ordem. Esta Corte não se presta, quando se trate da apreciação de
mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia.
6. A greve, poder de fato, é a arma mais eficaz de que dispõem os trabalhadores visando à
conquista de melhores condições de vida. Sua auto-aplicabilidade é inquestionável; trata-
se de direito fundamental de caráter instrumental.
7. A Constituição, ao dispor sobre os trabalhadores em geral, não prevê limitação do direito
de greve: a eles compete decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses
que devam por meio dela defender. Por isso a lei não pode restringi-lo, senão protegê-lo,
sendo constitucionalmente admissíveis todos os tipos de greve.
8. Na relação estatutária do emprego público não se manifesta tensão entre trabalho e
capital, tal como se realiza no campo da exploração da atividade econômica pelos
particulares. Neste, o exercício do poder de fato, a greve, coloca em risco os interesses
egoísticos do sujeito detentor de capital --- indivíduo ou empresa --- que, em face dela,
suporta, em tese, potencial ou efetivamente redução de sua capacidade de acumulação de
capital. Verifica-se, então, oposição direta entre os interesses dos trabalhadores e os
interesses dos capitalistas. Como a greve pode conduzir à diminuição de ganhos do titular
de capital, os trabalhadores podem em tese vir a obter, efetiva ou potencialmente, algumas
vantagens mercê do seu exercício. O mesmo não se dá na relação estatutária, no âmbito
da qual, em tese, aos interesses dos trabalhadores não correspondem, antagonicamente,
interesses individuais, senão o interesse social. A greve no serviço público não compromete,
diretamente, interesses egoísticos do detentor de capital, mas sim os interesses dos
cidadãos que necessitam da prestação do serviço público.
9. A norma veiculada pelo artigo 37, VII, da Constituição do Brasil reclama reg
ulamentação, a fim de que seja adequadamente assegurada a coesão social.
10. A regulamentação do exercício do direito de greve pelos servidores públicos há de ser
peculiar, mesmo porque "serviços ou atividades essenciais" e "necessidades inadiáveis da
coletividade" não se superpõem a "serviços públicos"; e vice-versa.
11. Daí porque não deve ser aplicado ao exercício do direito de greve no âmbito da
Administração tão-somente o disposto na Lei n. 7.783/89. A esta Corte impõe-se traçar os
parâmetros atinentes a esse exercício.
12. O que deve ser regulado, na hipótese dos autos, é a coerência entre o exercício do
direito de greve pelo servidor público e as condições necessárias à coesão e
interdependência social, que a prestação continuada dos serviços públicos assegura.
13. O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível,
por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e
a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.
14. O Poder Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção,
formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o ordenamento jurídico.
15. No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia
o texto normativo que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito de greve
dos servidores públicos.
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Súmula 02 – STJ - Não cabe o habeas data (CF/88, art. 5º, LXXII, «a») se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
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(REsp 72.065/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/08/2004,
DJ 06/09/2004, p. 185)
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. MIGRAÇÃO DE ENTE PÚBLICO PARA O PÓLO ATIVO
APÓS A CONTESTAÇÃO. PRECLUSÃO. NÃO-OCORRÊNCIA.
1. Hipótese em que o Tribunal a quo concluiu que o ente público somente pode migrar para
o pólo ativo da demanda logo após a citação, sob pena de preclusão, nos termos do art.
183 do Código de Processo Civil.
2. O deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do pólo passivo para o ativo na
Ação Popular é possível, desde que útil ao interesse público, a juízo do representante legal
ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965.
3. Não há falar em preclusão do direito, pois, além de a mencionada lei não trazer limitação
quanto ao momento em que deve ser realizada a migração, o seu art. 17 preceitua que a
entidade pode, ainda que tenha contestado a ação, proceder à execução da sentença na
parte que lhe caiba, ficando evidente a viabilidade de composição do pólo ativo a qualquer
tempo. Precedentes do STJ.
4. Recurso Especial provido.
(REsp 945.238/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
09/12/2008, DJe 20/04/2009)
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(HD 147/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
12/12/2007, DJ 28/02/2008, p. 69)
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5 - Bibliografia
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6 - Resumo da Aula
3. A legitimação bifronte na Ação Popular ocorre uma vez que a pessoa jurídica
de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação,
não é ré na ação, podendo abster-se de contestar o pedido. Pode, inclusive,
atuar em defesa do patrimônio público, ao lado do autor e contrário ao gestor,
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente.
4. A Ação Popular terá cabimento para anular atos lesivos ao patrimônio público,
de entidade que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
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10. Não cabe Habeas Data para se obter cópia de processos administrativos
11. Não cabe Habeas Data para discutir correção de provas de concurso público
12. Não cabe Habeas Data para se quebrar o sigilo de Inquérito Policial
13. O Habeas Data é garantia constitucional adequada para a obtenção dos dados
concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes
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14. É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa
de interesse do falecido.
15. Não cabe o habeas data (CF/88, art. 5º, LXXII, «a») se não houve recusa de
informações por parte da autoridade administrativa.
19. Quanto à eficácia subjetiva, a regra adotada pela Lei é a eficácia inter partes.
Contudo, poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes, quando
inerente ou indispensável ao exercício do direito objeto da impetração. E, uma
vez transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos
casos análogos por decisão monocrática do relator.
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7 – Questões Objetivas
7.1 – Quesitos
Em tema de Ação Popular, de acordo com a posição prevalecente nos Tribunais Superiores,
é correto afirmar
a) O Superior Tribunal de Justiça tem admitido, excepcionalmente, a utilização de
reconvenção em ação popular, nos casos de indenização por danos morais que tenha
como fundamento o exercício abusivo do direito de ação.
b) Na hipótese de adesão ao pedido autoral pelas pessoas jurídicas de direito público ou de
direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, havendo desistência do autor
original da ação popular, tais pessoas jurídicas poderão promover sozinhas o
prosseguimento da ação.
c) No Supremo Tribunal Federal prevalece a tese de que a lesão material ao patrimônio
público é condição essencial para a propositura de ação popular e para o julgamento de
seu mérito.
d) O Superior Tribunal de Justiça tem admitido que o Poder Público migre para o polo ativo
da ação em relação a um ou a alguns dos pedidos cumulados e mantenha-se no polo
passivo em relação aos demais. Tem admitido ainda, que o Poder Público migre para o
polo ativo da ação mesmo após a apresentação da contestação.
e) É possível a declaração incidental de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, via
ação popular, considerados os efeitos inter partes da sentença que a decide.
Um indivíduo foi informado de que não teria acesso a financiamento para aquisição de
imóvel a que pleiteava, em função de ter seu nome “negativado" junto a banco de dados
de determinado serviço de proteção ao crédito. Em consulta à instituição responsável pelo
serviço, descobriu que as restrições ao crédito deviam-se a uma série de cheques seus,
emitidos e não adimplidos, que haviam em verdade sido furtados, fato que foi objeto de
investigação criminal e ajuizamento de ação, em andamento, contra o acusado pela suposta
prática de estelionato. Pretende, assim, que essas circunstâncias relativas ao
inadimplemento sejam anotadas no cadastro mantido pela instituição. Na hipótese de não
ser atendido administrativamente, o interessado, em sede judicial,
a) não poderá valer-se de habeas data, por ausência de interesse de agir, uma vez que a
instituição não lhe recusou acesso às informações existentes a seu respeito no banco de
dados.
b) deverá recorrer às vias ordinárias, por inexistir ação de caráter mandamental cabível
diante da situação descrita.
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c) poderá valer-se de habeas data, devendo instruir a petição inicial com prova de recusa
da instituição em fazer a anotação pretendida, sob pena de indeferimento, por inépcia.
d) não poderá valer-se de habeas data, por inexistirem dados a serem retificados, já que
a informação referente ao inadimplemento dos cheques é verdadeira.
e) poderá valer-se de mandado de segurança, na hipótese de o órgão não proceder à
anotação pretendida no prazo de dez dias contados da entrada do requerimento.
a) III e IV.
b) II.
c) I.
d) I e IV.
e) II e III.
O Sindicato das Casas de Diversões de determinado Estado da federação, que desde o início
dos anos 2000 congrega empresas que atuam no setor do entretenimento e eventos,
impetra mandado de injunção no Supremo Tribunal Federal, diante da inércia do Congresso
Nacional em regulamentar a atividade de jogos de bingo no país. Nessa hipótese, à luz da
Constituição da República e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria,
o mandado de injunção
a) é cabível, na medida em que a ausência da norma regulamentadora inviabiliza o
exercício do direito à livre iniciativa e à liberdade de exercício de trabalho, ofício ou
profissão.
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b) não é cabível, por ser do Superior Tribunal de Justiça a competência para processar e
julgar o mandado de injunção quando a norma regulamentadora cuja ausência se
pretenda suprir for atribuição de autoridade federal.
c) não é cabível, pois o sindicato não possui legitimidade para a propositura de mandado
de injunção.
d) é cabível, na medida em que é competência da União legislar privativamente sobre
sorteios e consórcios.
e) não é cabível, por inexistir direito constitucionalmente assegurado cujo exercício seja
inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora.
Sob o fundamento de que a não constituição de Câmaras Regionais inviabiliza o pleno acesso
do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo, a pretensão de promover
judicialmente o funcionamento descentralizado de determinado Tribunal Regional Federal
a) não enseja a impetração de ação de caráter mandamental
b) enseja a impetração de mandado de injunção, de competência do Superior Tribunal de
Justiça.
c) enseja a impetração de mandado de injunção, de competência do Supremo Tribunal
Federal.
d) enseja a impetração de mandado de segurança, de competência do Superior Tribunal
de Justiça.
e) enseja a impetração de mandado de segurança, de competência do Supremo Tribunal
Federal.
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cria- ção ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da
União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas
ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
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Com relação ao mandado de injunção, ao habeas data e à ADPF, assinale a opção correta.
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A jurisprudência do STF acerca do mandado de injunção evoluiu para admitir que, além de
declarar omisso o Poder Legislativo, o próprio tribunal edite a norma geral de que depende
o exercício do direito invocado pelo impetrante.
7.2 – Gabaritos
1 D 8 E
2 C 9 E
3 B 10 B
4 E 11 B
5 A 12 D
6 E 13 V
7 B 14 FFFF
15 V
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7.3 – Comentários
§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto
de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado
do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente.
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1. Hipótese em que o Tribunal a quo concluiu que o ente público somente pode
migrar para o pólo ativo da demanda logo após a citação, sob pena de preclusão,
nos termos do art. 183 do Código de Processo Civil.
2. O deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do pólo passivo para o ativo
na Ação Popular é possível, desde que útil ao interesse público, a juízo do
representante legal ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965.
3. Não há falar em preclusão do direito, pois, além de a mencionada lei não trazer
limitação quanto ao momento em que deve ser realizada a migração, o seu art. 17
preceitua que a entidade pode, ainda que tenha contestado a ação, proceder à
execução da sentença na parte que lhe caiba, ficando evidente a viabilidade de
composição do pólo ativo a qualquer tempo. Precedentes do STJ.
4. Recurso Especial provido.
(REsp 945.238/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado
em 09/12/2008, DJe 20/04/2009)
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A letra B está falsa, uma vez que a pessoa jurídica não poderá propor
ação popular, conforme iteratriva jurisprudência do STF:
Súmula 365 – STF – Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação
popular.
Já a letra C está falsa uma vez que não é necessária a lesão material ao
patrimônio público para se legitimar a propositura da ação popular. A lesão a
princípios da administração pública como a moralidade são suficientes para
justificar a ação popular.
Por fim, a letra E está falsa por afirmar que os efeitos da sentença são
apenas inter partes quando o artigo 18 da Lei 4.717/65 afirma:
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no
caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste
caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.
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série de cheques seus, emitidos e não adimplidos, que haviam em verdade sido
furtados, fato que foi objeto de investigação criminal e ajuizamento de ação, em
andamento, contra o acusado pela suposta prática de estelionato. Pretende, assim,
que essas circunstâncias relativas ao inadimplemento sejam anotadas no cadastro
mantido pela instituição. Na hipótese de não ser atendido administrativamente, o
interessado, em sede judicial,
a) não poderá valer-se de habeas data, por ausência de interesse de agir, uma vez
que a instituição não lhe recusou acesso às informações existentes a seu
respeito no banco de dados.
b) deverá recorrer às vias ordinárias, por inexistir ação de caráter mandamental
cabível diante da situação descrita.
c) poderá valer-se de habeas data, devendo instruir a petição inicial com prova de
recusa da instituição em fazer a anotação pretendida, sob pena de
indeferimento, por inépcia.
d) não poderá valer-se de habeas data, por inexistirem dados a serem retificados,
já que a informação referente ao inadimplemento dos cheques é verdadeira.
e) poderá valer-se de mandado de segurança, na hipótese de o órgão não proceder
à anotação pretendida no prazo de dez dias contados da entrada do
requerimento.
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a) III e IV.
b) II.
c) I.
d) I e IV.
e) II e III.
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(MI 689, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 07/06/2006, DJ
18-08-2006 PP-00019 EMENT VOL-02243-01 PP-00001 RTJ VOL-00200-01 PP-
00003 LEXSTF v. 28, n. 333, 2006, p. 139-143)
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(MI 1007 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em
19/09/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 10-03-2014 PUBLIC 11-03-
2014)
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Trata-se pois de uma faculdade dos Tribunais e, exatamente por isto, não
enseja a impetração de qualquer remédio constitucional a ser discutido pelo
particular.
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Além disso, a competência será do STJ com recurso para o Supremo Tribunal
Federal, em razão de a autoridade impetrada tratar-se de Ministro de Estado,
conforme artigo 105, I, b, da CF:
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(MI 5926 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em
10/04/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2014 PUBLIC 02-06-
2014)
A alternativa A está falsa, uma vez que não é cabível habeas data para
se obter vistas de processos administrativos, conforme já pacificado pelo STJ:
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(MS 26794 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
23/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-148 DIVULG 31-07-2013 PUBLIC 01-08-
2013)
Por fim, a alternativa E está falsa, uma vez que não se forma o
litisconsórcio passivo com a autoridade e particulares, conforme já decidido pelo
STF:
(MI 1007 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em
19/09/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 10-03-2014 PUBLIC 11-03-
2014)
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O item IV está falso, em razão de a pessoa jurídica não ser parte legítima
para o manejo da Ação Popular, conforme pacificado pelo STF:
Súmula 365 – STF – Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
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LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
A alternativa D está falsa, uma vez que a ação popular não permite ao
cidadão demandar em juízo sem a presença de advogado.
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3. Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Estadual em face de ex-prefeito
e co-réu, por ato de improbidade administrativa, causador de lesão ao erário público
e atentatório dos princípios da Administração Pública, consistente na permuta de
04 (quatro) imóveis públicos, situados no perímetro central de São Bernardo do
Campo-SP, por imóvel localizado na zona rural do mesmo município, de propriedade
de do co-réu, objetivando a declaração de nulidade da mencionada permuta, bem
como a condenação dos requeridos, de forma solidária, ao ressarcimento ao erário
do prejuízo causado ao município no valor Cz$ 114.425.391,01 (cento e quatorze
milhões, quatrocentos e vinte e cinco mil cruzeiros e trezentos e noventa e um
centavos), que, atualizado pelo Parquet Estadual por ocasião do recurso de
apelação, equivale a R$ 1.760.448,32 (um milhão, setecentos e sessenta mil,
quatrocentos e quarenta e oito reais e trinta e dois centavos) (fls. 1121/1135).
4. A Medida Provisória 2.180-35 editada em 24/08/2001, no afã de dirimir dúvidas
sobre o tema, introduziu o art. 1º- C na Lei nº 9.494/97 (que alterou a Lei
7.347/85), estabelecendo o prazo prescricional de cinco anos para ações que visam
a obter indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito
público e privado prestadores de serviço público, senão vejamos: "Art. 4o A Lei no
9.494, de 10 de setembro de 1997, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:
"Art. 1.º-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos
causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviços públicos." (NR) 5. A Lei 8.429/92, que
regula o ajuizamento das ações civis de improbidade administrativa em face de
agentes públicos, dispõe em seu art. 23: "Art. 23. As ações destinadas a levar a
efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após
o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.
6. A doutrina do tema assenta que: "Trata o art. 23 da prescrição das ações civis
de improbidade administrativa.(...).O prazo prescricional é de 5 anos para serem
ajuizadas contra agentes públicos eleitos ou ocupantes de cargo de comissão ou de
função de confiança, contados a partir do término do mandato ou do exercício
funcional (inciso I).O prazo prescricional em relação aos demais agentes públicos
que exerçam cargo efetivo ou emprego público, é o estabelecido em lei específica
para as faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público (inciso
II).No âmbito da União, é de 5 anos e começa a correr da data em que o fato
tornou-se conhecido, não pendendo causa interruptiva ou suspensiva, e dos
Estados ou Municípios, no prazo previsto nas leis por eles editadas sobre essa
matéria. No caso de particulares acionados por ato de improbidade administrativa,
por serem coniventes com o agente público improbo, tendo induzido-os ou
concorrendo para a sua prática, entendo eu, que observa a regra dos incisos I ou
II, conforme a qualificação do agente público envolvido. (...)" Marino Pazzaglini
Filho, in Lei de Improbidade Administrativa Comentada, Atlas, 2007, p. 228-229 7.
Sob esse enfoque também é assente que: "(...)No entanto, não se pode deixar de
trazer à baila, disposições a respeito da Ação Civil Pública trazidas pela Lei
8.429/92, que visa o controle da probidade administrativa, quando o ato de
improbidade é cometido por agente público que exerça mandato, ou cargo em
comissão com atribuições de direção, chefia e assessoramento, ou função de
confiança. O art. 23 da Lei 8.429/92 dispõe: "Art. 23. As ações destinadas a levar
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a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos
após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.
Nota-se que simplesmente limitar-se a dizer que as ações civis públicas não
prescrevem, não nos parece cientificamente correto afirmar, haja vista que o inc. I
do art. 23 se refere ao prazo prescricional da Ação Civil Pública, quando o ato de
improbidade administrativa tiver sido cometido por agente político, exercente dos
cargos públicos e funções disciplinadas na citada lei.
Em relação aos casos não previstos no artigo acima citado, Mateus Eduardo Siqueira
Nunes, citando Hely Lopes Meirelles, que entende que diante da ausência de
previsão específica, estariam na falta de lei fixadora do prazo prescricional, não
pode o servidor público ou o particular ficar perpetuamente sujeito a sanção
administrativa por ato ou fato praticado há muito tempo. A esse propósito, O STF
já decidiu que "a regra é a da prescritibilidade". Entendemos que, quando a lei não
fixa o prazo da prescrição administrativa, esta deve ocorrer em cinco anos, à
semelhança da prescrição das ações pessoais contra a Fazenda Pública (Dec.
20.910/32), das punições dos profissionais liberais (lei 6.838/80 e para a cobrança
do crédito tributário (CTN, art. 174)" Fábio Lemos Zanão in Revista do Instituto dos
Advogados de São Paulo, RT, 2006, p 33-34 8. A exegese dos dispositivos legais
atinentes à questão sub examine conduz à conclusão de que o ajuizamento das
ações de improbidade em face de agentes públicos eleitos, ocupantes de cargo em
comissão ou de função de confiança, submetem-se ao prazo prescricional de 5 anos,
cujo termo a quo é o término do mandato ou do exercício funcional, consoante a
ratio essendi do art. 23, inciso I, da Lei 8429/92.
(...)
12. Recurso Especial provido para acolher a prescrição qüinqüenal da Ação
Civil Pública, mercê da inexistência de prova de dolo, restando prejudicada
a apreciação das demais questões suscitadas.
(REsp 727.131/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
11/03/2008, DJe 23/04/2008)
O item C está falso, uma vez que cabível ação popular, inclusive, em face
da agressão a princípios da Administração Pública, a exemplo do princípio da
moralidade.
O item D está falso, uma vez que apenas o cidadão possui legitimidade
para o manejo da Ação Popular, não gozando o Ministério Público de tal
prerrogativa.
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A alternativa B está falsa, uma vez que apenas o cidadão poderá propor
a Ação Popular no Brasil e a prova da cidadania para justificar o ingresso em juízo
é exatamente o título de eleitor do indivíduo ou certidão a ele equivalente. Ora,
no Brasil, o menor de dezesseis anos não pode ter um título de eleitor e,
exatamente por isto, não poderá propor ação popular.
A alternativa C está falsa, uma vez que a lei não faz qualquer restrição
quanto ao domicílio do Autor popular. Neste sentido:
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Item Verdadeiro.
Qualquer cidadão poderá propor Ação Popular, desde que esteja em pleno
gozo de seus direitos políticos e fazendo-se representar por um advogado. Isto
porque a prova da cidadania para justificar o ingresso em juízo é exatamente o
título de eleitor do indivíduo ou certidão a ele equivalente.
Ademais, a lei não faz qualquer restrição quanto ao domicílio do Autor
popular. Neste sentido:
Isto porque:
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Item I
Lei 9.507/97. Art. 20. O julgamento do habeas data compete:
I - originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União,
do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do
próprio Tribunal;
Item II
Item III
(MI 4265 AgR/DF, Relator (a): Min. GILMAR MENDES, Julgamento: 30/04/2014,
Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicação 02/06/14)
Item IV
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Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação.
Parágrafo único. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito
meramente devolutivo.
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Item verdadeiro.
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8 - Considerações Finais
Espero que vocês tenham gostado! Quaisquer dúvidas, estou às ordens nos
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