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Pedido Revisao Oficiosa 98º Civa Erro Direito Inslusao de Desciontos Acórds Sta Proc - 0136 - 14.0bealm - 2.12.2020
Pedido Revisao Oficiosa 98º Civa Erro Direito Inslusao de Desciontos Acórds Sta Proc - 0136 - 14.0bealm - 2.12.2020
Processo: 0136/14.0BEALM
Tribunal: 2 SECÇÃO
Descritores: IVA
AUTOLIQUIDAÇÃO
ERRO DE DIREITO
PRAZO
PEDIDO DE REVISÃO
REVISÃO OFICIOSA
Nº Convencional: JSTA000P26833
Nº do Documento: SA2202012020136/14
Data de Entrada: 24-09-2019
Recorrente: AT - AUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA
Recorrido 1: A................., S.A.
Votação: UNANIMIDADE
Aditamento:
Texto Integral
Texto Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo
Integral
: Tribunal Administrativo
1- Relatório
1.1 A Administração Tributária e Aduaneira (AT) recorre para
este Supremo Tribunal Administrativo da sentença proferida no
Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada, que julgou
parcialmente procedente a impugnação judicial deduzida
por A………………… S.A., e, em consequência, anulou, “a
decisão de indeferimento do pedido de revisão oficiosa”, das
autoliquidações de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA),
dos períodos compreendidos entre outubro de 2007 e setembro
de 2009.
2- Fundamentação de facto
Nos termos do disposto nos artigos 663.º, n.º 6, e 679.º do
Código de Processo Civil (CPC), aplicáveis ex vi do artigo 281.º
do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT),
remete-se para a matéria de facto constante da decisão
recorrida.
3- Fundamentação de Direito
A ora Recorrida apresentou em 26/06/2012, ao abrigo do
disposto no artigo 78.º da LGT, pedido de revisão oficiosa das
autoliquidações de IVA efetuadas no período de outubro de 2007
a setembro de 2009, por entender que liquidou e entregou
imposto superior ao devido, no montante de €55.383,85, na
medida em que liquidou IVA sobre as vendas sem considerar o
valor dos respetivos descontos concedidos (não considerou os
descontos concedidos aos seus clientes no momento de
apresentação dos talões e/ou cartões).
A AT indeferiu o pedido por entender que não se aplicava ao
caso - regularização a favor do sujeito passivo de imposto (IVA)
a mais liquidado em vendas efetuadas a consumidores finais - o
n.º 2 do artigo 78.º da LGT, mas antes as normas específicas do
Código do IVA, designadamente no artigo 78.º do CIVA. E que a
regularização pretendida, após a emissão do talão da venda
para o consumidor final, enquadrando-se num procedimento
efetuado internamente nos registos contabilísticos, e sem
qualquer interferência na esfera de terceiros, integrava-se no
conceito de erros materiais ou de cálculo, tal como definido no
ponto 9.3 do Ofício-circulado n.º 30.002/2005, estando
ultrapassado o prazo de dois anos previsto no artigo 78.º do
Código do IVA para a correção.
Interposta impugnação judicial contra o indeferimento do pedido
de revisão oficiosa, o Tribunal a quo deu razão à Impugnante e
anulou a decisão.
A AT não se conformou como decidido e interpôs o presente
recurso no qual imputa à sentença recorrida erro de julgamento
de direito por ter considerado ser aplicável à situação dos autos
o disposto no artigo 78.º, n.º 2 da LGT e por ter afastado a
aplicação do disposto no n.º 6 do artigo 78.º do Código do IVA,
no entendimento de que se está face a um erro de interpretação
das normas de incidência normativa e de apuramento da base
tributável do IVA, que na alegação da Impugnante teria
provocado a liquidação de imposto num valor superior ao devido,
e não, como decidiu a AT, um erro material ou de cálculo
relacionado com os registos contabilísticos. Na tese da
recorrente a sentença recorrida violou o disposto nos artigos
78.º, n.º 6 e 98.º, n.º 2 do Código do IVA e artigo 78.º, n.º 2 da
LGT, vigentes à data dos factos.
4- Decisão
Pelo exposto, em conferência, na Secção de Contencioso
Tributário do Supremo Tribunal Administrativo, nega-se
provimento ao recurso.