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Regras do pagamento:
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida aproveita ao credor (art.308) ou quando se
a dívida, só terá direito ao reembolso no tratar de credor putativo.
vencimento.
A quem se deve pagar d) Pagamento de crédito penhorado – Se
efetuado após a intimação da penhora (1),
Ao credor ou a quem de direito o represente ou depois da impugnação a ele oposta por
(art.308): legal (pai, tutor, curador), terceiro (2), não tem efeito liberatório do
judicial (inventariante, síndico da falência, devedor, que poderá pagar novamente
depositário) ou convencional: expresso ou (art.312).
tácito (art.311).
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor,
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao apesar de intimado da penhora feita sobre o
credor ou a quem de direito o represente, crédito, ou da impugnação a ele oposta por
sob pena de só valer depois de por ele terceiros, o pagamento não valerá contra
ratificado, ou tanto quanto reverter em seu estes, que poderão constranger o devedor a
proveito. pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o
Art. 311. Considera-se autorizado a receber regresso contra o credor.
o pagamento o portador da quitação, salvo
se as circunstâncias contrariarem a Credito a receber de uma pessoa- o credor
presunção daí resultante. deve a justiça- o devedor é intimado para
não pagar ao credor- o pagamento é
a) Pagamento a credor incapaz: Não vale, ineficaz
exceto se o devedor provar que o
pagamento reverteu em proveito do credor Objeto do pagamento
(arts. 181 e 310).
É representado pelo objeto da obrigação: a
Art. 310. Não vale o pagamento prestação debitória, de dar (a coisa
cientemente feito ao credor incapaz de devida), de fazer ou de não fazer, devendo
quitar, se o devedor não provar que em coincidir necessariamente com a coisa
benefício dele efetivamente reverteu. devida.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que,
por uma obrigação anulada, pagou a um Art. 313. O credor não é obrigado a receber
incapaz, se não provar que reverteu em prestação diversa da que lhe é devida, ainda
proveito dele a importância paga. que mais valiosa.
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por
b)Pagamento a credor putativo – É objeto prestação divisível, não pode o
válido, se feito de boa-fé (erro escusável), credor ser obrigado a receber, nem o
mesmo se comprovado que não era credor: devedor a pagar, por partes, se assim não se
herdeiro aparente, herdeiro afastado por ajustou.
testamento subseqüente etc. (art.309).
Satisfação exata
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao
credor putativo é válido, ainda provado A prestação deve reunir os caracteres de
depois que não era credor. identidade objetiva, indivisibilidade e
integralidade.
c) Pagamento a terceiro não qualificado a) Identidade objetiva – Deve haver uma
– Somente vale se ratificado, quando perfeita coincidência com o que foi
contratado, o que deixa de existir nas
hipóteses de perdas e danos (indenização), estrangeira, bem como para compensar a
na dação em pagamento etc. diferença entre o valor desta e o da moeda
Princípio de pontualidade: A idéia básica nacional, excetuados os casos previstos na
de que o cumprimento tem de ajustar-se legislação especial.
inteiramente à prestação devida ((arts. 313 e b) Cláusulas monetárias – Mecanismos
314). que buscam atrelar o pagamento em
b) Indivisibilidade – O pagamento deve dinheiro a um valor paradigma, para evitar
ser feito por inteiro, não estando o credor a quebra do seu poder de compra: metal
obrigado a receber por partes, pois isso nobre (cláusula-ouro), uma mercadoria
implica desconformidade entre a coisa (cláusula-mercadoria), uma moeda
devida e a prestação efetuada (art.314). estrangeira ou um índice abstrato do custo
c) Integralidade – O devedor deve de vida (correção monetária).
entregar todo o devido, sem redução na
prestação a título de despesas, exceto nos c) Escala móvel – Essas cláusulas são
casos legalmente previstos (art.325). As chamadas genericamente de cláusulas de
despesas presumem-se por conta do escala móvel e permitem o pagamento em
devedor. valor diverso do contratado, porém
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor correspondente ao valor de compra do
as despesas com o pagamento e a quitação; dinheiro. Exceções ao princípio nominalista
se ocorrer aumento por fato do credor, (arts. 315, 316 e 487).
suportará este a despesa acrescida.
d) Satisfação exata – O devedor deve Prova do pagamento:
entregar o devido (identidade objetiva),
todo o devido (integralidade) e por inteiro: É o ato pelo qual o credor, ou quem o
indivisibilidade (Caio Mário). represente, certifica e reconhece o
pagamento, chamado de quitação
.Pagamento em dinheiro (recibo). O devedor tem direito à quitação,
Deve ser feito no vencimento e, em regra, podendo até reter o pagamento (art.319).
em moeda corrente e pelo valor nominal
(art.315). Corrosão do poder de compra da Art. 319. O devedor que paga tem direito a
moeda (inflação). quitação regular, e pode reter o pagamento,
enquanto não lhe seja dada.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão
ser pagas no vencimento, em moeda a) Requisitos da quitação – A lei estipula
corrente e pelo valor nominal, salvo o os requisitos para a quitação (art.320), mas
disposto nos artigos subseqüentes. a prova do pagamento não se sujeita a
Art. 316. É lícito convencionar o aumento requisito formal solene, valendo qualquer
progressivo de prestações sucessivas. que seja a forma (art.320, parágrafo único)
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-
antecedente, vigorará o disposto quanto à rogado não poderá exercer os direitos e as
cessão do crédito. ações do credor, senão até à soma que tiver
desembolsado para desobrigar o devedor.
c) Sub-rogação do devedor – Dá-se em
favor do terceiro que financia (empresta a) Exatidão patrimonial – A substituição,
dinheiro) o pagamento, sob a condição de na titularidade do crédito, deve ser
ficar sub-rogado nos direitos do credor “decalcada” exatamente sobre a extensão
satisfeito (art.347, II). Opera material do pagamento efetuado.
independentemente da vontade do credor b) Sub-rogação convencional – Isso pode
que recebeu o pagamento. ser excetuado na sub-rogação convencional,
que pode ter caráter especulativo.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de Dação em pagamento (lineamentos)
terceiro e expressamente lhe transfere todos
os seus direitos; O credor de coisa certa não pode ser
II - quando terceira pessoa empresta ao obrigado a receber outra, ainda que mais
devedor a quantia precisa para solver a valiosa (art.313). Fator de segurança para a
dívida, sob a condição expressa de ficar o realização do direito subjetivo (satisfação
mutuante sub-rogado nos direitos do credor exata).
satisfeito.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber
prestação diversa da que lhe é devida, ainda
Efeitos da sub-rogação que mais valiosa.
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa b) Regime legal – Os árbitros são juízes de
capaz e que tenha a confiança das partes. direito, porque formulam o comando
§ 1º As partes nomearão um ou mais concreto da lei, expresso na sentença; e de
árbitros, sempre em número ímpar, fato, porque investidos pelas partes [não
podendo nomear, também, os respectivos pelo Estado] e porque pesquisam, apuram e
suplentes.
avaliam fatos (art.18). Autorização para uso árbitros. Caberá ao presidente do tribunal
do Direito ou da equidade (arts. 2º e 11,II). arbitral, na hipótese de um ou alguns dos
árbitros não poder ou não querer assinar a
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, sentença, certificar tal fato.
e a sentença que proferir não fica sujeita a Art. 32. É nula a sentença arbitral se: III -
recurso ou a homologação pelo Poder não contiver os requisitos do art. 26 desta
Judiciário. Lei;
Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito
ou de eqüidade, a critério das partes. Þ Título executivo – A execução coativa
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso da sentença somente pode ser feita perante
arbitral conter: II - a autorização para que o o Poder Judiciário, constituindo título
árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, executivo judicial (art. 31 – Lei 9.307/1996
se assim for convencionado pelas partes; e art.515, VII – CPC).
c) Decisão proferida – A sentença, escrita Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as
(art.24), proferida por voto de maioria partes e seus sucessores, os mesmos efeitos
(art.24, § 1º), não está sujeita a recurso da sentença proferida pelos órgãos do Poder
(judicial) no seu comando decisório, e Judiciário e, sendo condenatória, constitui
nem a homologação pelo Judiciário título executivo.
(art.18). Art. 515. São títulos executivos judiciais,
cujo cumprimento dar-se-á de acordo com
Art. 24. A decisão do árbitro ou dos árbitros os artigos previstos neste Título: VII - a
será expressa em documento escrito. sentença arbitral
§ 1º Quando forem vários os árbitros, a
decisão será tomada por maioria. Se não Þ Medidas coercitivas: os árbitros não
houver acordo majoritário, prevalecerá o poderão tomar medidas coercitivas ou
voto do presidente do tribunal arbitral. cautelares, que, se necessárias, deverão ser
solicitadas ao órgão do Poder Judiciário
Þ Requisitos – Deve conter relatório, (art.22, §§ 2º e 4º).
fundamentação e dispositivo (art.458 – rt. 22. Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral
CPC), sob pena de nulidade (arts. 26 e tomar o depoimento das partes, ouvir
32,III). testemunhas e determinar a realização de
perícias ou outras provas que julgar
Art. 26. São requisitos obrigatórios da necessárias, mediante requerimento das
sentença arbitral: partes ou de ofício.
I - o relatório, que conterá os nomes das § 2º Em caso de desatendimento, sem justa
partes e um resumo do litígio; causa, da convocação para prestar
II - os fundamentos da decisão, onde serão depoimento pessoal, o árbitro ou o tribunal
analisadas as questões de fato e de direito, arbitral levará em consideração o
mencionando-se, expressamente, se os comportamento da parte faltosa, ao proferir
árbitros julgaram por eqüidade; sua sentença; se a ausência for de
III - o dispositivo, em que os árbitros testemunha, nas mesmas circunstâncias,
resolverão as questões que lhes forem poderá o árbitro ou o presidente do tribunal
submetidas e estabelecerão o prazo para o arbitral requerer à autoridade judiciária que
cumprimento da decisão, se for o caso; e conduza a testemunha renitente,
IV - a data e o lugar em que foi proferida. comprovando a existência da convenção de
Parágrafo único. A sentença arbitral será arbitragem.
assinada pelo árbitro ou por todos os
Procedimento no juízo arbitral Muitas vozes têm apontado
Será estabelecido pelas partes na convenção inconstitucionalidades na Lei nº 9.307/96:
de arbitragem, que poderá se reportar às
regras de uma Câmara de Arbitragem, ou a) Jurisdição paralela – Adotando o Brasil
deixar a matéria a critério dos árbitros um sistema de jurisdição única (ou uma), a
(art.21, §1º). arbitragem (arts.18 e 21) estaria usurpando
do Poder Judiciário a prerrogativa de dizer
Art. 21. A arbitragem obedecerá ao o Direito em definitivo.
procedimento estabelecido pelas partes na
convenção de arbitragem, que poderá b) Inafastabilidade do controle judicial –
reportar-se às regras de um órgão arbitral A CF diz que “a lei não excluirá da
institucional ou entidade especializada, apreciação do Poder Judiciário lesão ou
facultando-se, ainda, às partes delegar ao ameaça a direito” (art. 5º, inciso XXXV). O
princípio da “ubiqüidade” da Justiça.
próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral,
regular o procedimento. § 1º Não havendo
Posição predominante
estipulação acerca do procedimento, caberá
Não têm prevalecido as alegações de
ao árbitro ou ao tribunal arbitral discipliná-
inconstitucionalidade, tal como se dera no
lo.
modelo anterior.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal Art. 932. São também responsáveis pela
ressarcirá o dano por este causado, se não reparação civil:
provar culpa da vítima ou força maior. I - os pais, pelos filhos menores que
Art. 937. O dono de edifício ou construção estiverem sob sua autoridade e em sua
responde pelos danos que resultarem de sua companhia;
ruína, se esta provier de falta de reparos, II - o tutor e o curador, pelos pupilos e
cuja necessidade fosse manifesta. curatelados, que se acharem nas mesmas
condições;
Þ c) Ressarcimento - Pode haver prova da IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas
culpa exclusiva da vítima e ressarcimento ou estabelecimentos onde se albergue por
por quem fez o pagamento (art. 934). dinheiro, mesmo para fins de educação,
pelos seus hóspedes, moradores e
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano educandos;
causado por outrem pode reaver o que V - os que gratuitamente houverem
houver pago daquele por quem pagou, salvo participado nos produtos do crime, até a
se o causador do dano for descendente seu, concorrente quantia.
absoluta ou relativamente incapaz. Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I
a V do artigo antecedente, ainda que não
Responsabilidade sem culpa haja culpa de sua parte, responderão pelos
Em certos casos, a lei imputa a atos praticados pelos terceiros ali referidos.
responsabilidade civil independentemente
de culpa do agente. É a responsabilidade Þ c) Culpa in eligendo – É a expressão
objetiva, fundada somente no risco da clássica para a infração do dever de
atividade (arts.927, parágrafo único). O escolher bem, sendo atribuída,
risco toma o lugar da culpa. objetivamente, a quem escolheu mal (male
Parágrafo único. Haverá obrigação de electio), nos casos do art.932, III. Também
reparar o dano, independentemente de aqui não mais se indaga se os empregadores
culpa, nos casos especificados em lei, ou agiram com culpa “in eligendo.”
quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar,
III - o empregador ou comitente, por seus Þ b) Terminologia – É também chamada
empregados, serviçais e prepostos, no de multa convencional ou de pena
exercício do trabalho que lhes competir, ou convencional, como estabelece o art. 416.
em razão dele; 7.1. Espécies de cláusula penal – Em face
dos preceitos do Código Civil, há duas
Þ d) Fato da coisa – O ato ilícito se modalidades de cláusula penal:
manifesta através de uma coisa da qual o 7.1.1. Cláusula penal compensatória – É
agente tem a guarda ou o controle (arts. estabelecida para a hipótese de inexecução
936, 937 e 938). A responsabilidade deriva completa da obrigação, servindo como um
de fato imputável ao homem. A coisa como cálculo antecipado de perdas e danos
arma. (art.409).
Þ a) Finalidade histórica – Esta é a
Art. 937. O dono de edifício ou construção finalidade histórica do instituto, servindo à
responde pelos danos que resultarem de sua consecução de uma indenização substitutiva
ruína, se esta provier de falta de reparos, (qualitativamente diversa).
cuja necessidade fosse manifesta. Þ b) Benefício do credor – O credor,
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou firmado o inadimplemento, pode exigir o
parte dele, responde pelo dano proveniente pagamento da cláusula ou o cumprimento
das coisas que dele caírem ou forem da obrigação, se isso for juridicamente
lançadas em lugar indevido. possível. É, posta, portanto, a benefício do
credor (art. 410).
Þ d) Obrigação alternativa – A obrigação
Ilícito civil e ilícito penal torna-se alternativa em prol do credor; não
do devedor, que não pode recusar-se ao
O ilícito civil infringe uma norma de tutela cumprimento do contrato e preferir a
de interesse privado, não exigindo entrega do valor da pena convencional.
tipificação legal; o ilícito penal violada uma Þ c) Tríplice opção – Ao credor restam três
norma de defesa da sociedade e exige caminhos em face do inadimplemento:
tipificação. exigir o cumprimento da obrigação (1);
Þ a) Jurisdições independentes – A exigir o pagamento do valor da cláusula
responsabilidade civil é independente da penal (2); ou exigir o pagamento da
criminal, mas não se discute no cível o que indenização normal, abrindo mão da pena
já estiver definido no crime (art.935). convencional (3).
Þ b) Sentença penal – Faz coisa julgada no 7.1.2. Cláusula penal moratória – É
cível a sentença penal que reconhece estabelecida para a hipótese de inexecução
excludente de criminalidade (art.65 – CPP) de alguma cláusula especial do contrato, ou
7. Cláusula penal – Pacto acessório ao para o caso de mora no cumprimento da
contrato pelo qual as partes, de antemão, obrigação (art. 409).
estabelecem o valor da perdas e danos para Þ a) Função intimidativa – Serve de
a hipótese de inadimplemento. Trata-se, reforço no cumprimento da obrigação
portanto, de uma pré-liquidação de danos. principal, tendo uma função intimidativa:
Þ a) Forma – A cláusula penal pode ser um elemento compulsório que atua em prol
estabelecida no próprio contrato – uma da execução da obrigação.
cláusula nele inserida – ou em ato Þ b) Exigência cumulativa – Pode ser
autônomo, como um aditamento, desde que exigida cumulativamente com o
anterior à inexecução (art.409). cumprimento da obrigação principal, como
uma indenização complementar (art.411),
o que não pode ocorrer na cláusula
compensatória. Generalidades
Os pólos da relação jurídica podem ser
Diferenciação das cláusulas vistos e tratados juridicamente de forma
isolada (o poder de exigir = crédito ou o
Incumbe às partes, no contrato, estabelecer dever de prestar = débito) ou de forma
a modalidade de cláusula penal adotada. conjunta (crédito + débito).
Þ Dúvida – Na dúvida, observa-se o valor Transmissão das obrigações
estipulado como “multa”: se igual ou Essas posições obrigacionais podem ser
aproximado do valor da obrigação, tem-se a objeto de negócios jurídicos: cessão de
cláusula compensatória; se pequeno, crédito (circulação do pólo ativo), cessão
sensivelmente inferior, tem-se a cláusula de débito (circulação do pólo passivo =
moratória. assunção de dívida) e cessão de contrato
ou de posição contratual (circulação dos
Valor da cláusula penal dois pólos).
3. Cessão de crédito – O credor transfere a
Não pode ser superior ao da obrigação terceiro a sua posição (seus direitos) na
principal, pois a sua função é indenizar relação obrigacional simples,
danos (art. 412). independentemente do consentimento do
Þ a) Redução proporcional – O juiz pode devedor. O crédito e o seu valor econômico
mandar reduzir o valor, se excessivo em de mercado (ativo patrimonial).
vista do negócio, ou quando houver a) Partes – Cedente, aquele que cede
adimplemento parcial (art. 413). Não (“vende”) o seu crédito; cessionário, aquele
haverá redução se a parcela cumprida não que recebe (“compra”) o poder de exigir; e
for útil ao credor. cedido, aquele que tem o dever de prestar, o
Þ b) Irredutibilidade do ajuste – Mesmo devedor da relação jurídica.
que as partes estipulam a irredutibilidade, b) Função econômico-social – A cessão de
entende-se que o juiz pode mandar reduzir, crédito, em relação a direitos, tem função
pois a norma (art.413) é de ordem pública – (fim típico) semelhante à compra e venda
aquela que não pode ser derrogada pelas para os bens corpóreos. O crédito como
partes – na tendência de humanizar o uma promessa de pagamento futuro.
direito. 4. Histórico – A obrigação como vínculo
Þ c) Alegação de prejuízo – Ocorrido o pessoal (intransmissibilidade) no Direito
inadimplemento culposo, o devedor incorre Romano e seus segmentos históricos
de pleno direito (automaticamente) na evolutivos: delegação novatória, procuração
cláusula penal (art. 409), sem necessidade em causa própria e cessão de crédito.
de alegação de efetivo prejuízo pelo credor a) Delegação novatória – O devedor,
(art.416). concordando o credor, indica terceira
Þ d) Indenização complementar – Não é pessoa para resgatar a dívida (novação
permitida a exigência de indenização além subjetiva passiva por delegação – art.360,I).
do valor da cláusula (prejuízo maior), Dificuldades operacionais: a adesão do
exceto sem assim for convencionado, credor e a extinção da dívida anterior.
hipótese em que a cláusula será tida como b) Procuração em causa própria – Na
uma indenização mínima (art.416, procuração, o mandatário era dispensado de
parágrafo único). prestar contas ao mandante (“procuratio em
rem suam”). Código Civil (art. 685).
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES c) Cessão de crédito – Como os
mecanismos ainda representavam exceções
à intransmissibilidade, o direito moderno
passou a admitir a cessão de crédito,
rompendo o vínculo pessoal da obrigação.