Você está na página 1de 38

POR QUE EU NUTRICIONISTA PRECISO ENTENDER

GENÔMICA NUTRICIONAL?

“ A compreensão da interação entre a


alimentação e biologia humana é
fundamental para o desenvolvimento de
uma intervenção nutricional mais eficaz
para manutenção e promoção de um
status de saúde”!
Odriozola L & Corrales F.J., 2015.

AMBIENTE
GENÓTIPO
Dieta
Atividade física Polimorfismos genéticos
Vida intra-uterina Mutações espontâneas
Infecções
Sono irregular
Drogas
Microbiota intestinal EPIGENÓTIPO
Disruptores endócrinos
Estresse psicológico Metilação de DNA
Desvantagens econômicas Modificações de Histonas
Balanço energético Micro RNA
positivo

FENÓTIPO
Adaptado: Lavebratt C. et al. Epigenetic regulation in obesity. International Journal of Obesity, 2012.

“ O genótipo isoladamente não é suficiente para personalizar a


dieta e melhorar a saúde dos nosso pacientes“.
Uma ferramenta que pode ser
utilizada na prática clínica, mas
que isoladamente não trará
benefício algum!

O QUE É GENÔMICA NUTRICIONAL?

Área de estudo dentro da Ciência da Nutrição

Nutrigenética Nutrigenômica
Genômica
Nutricional

Nutriepigenômica

Adaptado: Gillies P.J. Supplement to the Journal of the American Dietetic Association, v. 103, 2003.
GENÔMICA NUTRICIONAL
QUEM É O DNA?
O DNA é a biomolécula responsável por armazenar nossas informações
genética!

T A T A C A T G C T G G
T A A T G
Início da
transcrição
Codificador

Promotor Íntron Íntron Íntron


éxon éxon éxon éxon éxon 3’
5’

Códon finalizador

LODISH H., et al. Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.
ALBERTS, B. and WALTER, R. R. Biologia Molecular da Célula. Porto Alegre: Artmed, 2010.
NUTRIGENÔMICA

“Proteínas que ao serem reguladas por nutrientes e/ou seus metabólitos possibilitam a ação destes na
modulação da expressão gênica”.
3
FT

3
FT Íntron Íntron Íntron
éxon éxon éxon éxon éxon 3’
5’

Códon finalizador

Müller M. and Kersten S. Nutrigenomics: Goals and Strategies. Natures reviews/Genetics, v.4, 2003.
PERKINS, N. D. Integrating cell-signalling pathways with NF-κB and IKK function. Nat. Rev. Mol. Cell Biol., v. 8, p. 49-67, 2007.
FURUYA, D. T.; POLETTO, A. C.; MACHADO, U. F. Obesidade x Resistência à insulina x Inflamação. Identificação de dois sítios de ligação de NFB na região promotora do
gene do GLUT4. Arq. Bras. Endocrinol. Metabol., v. 52, p. S171, 2008. Suplemento.
TNFα
TNFα

JNK
IKK IKK
EGCG
NEMO
Gingerol
Genisteína
Ácido elágico

Resveratrol

Curcumina

Indol-3-carbinol AP1 Capsaicina


NFB
NFB

NFB
NFB

AP1 oumRNA
AGGARWAL B. B. & SHISHODIA S. et al., (2009)
BASTOS D.H.M. et al., (2009)
Anti-estresse
Antiinflamatório
Destoxificante Antioxidantes

Dinkova-Kostova AT and Kostov RV.


Glucosinolates and isothiocyanates in Nrf2 Maf
health and disease. Trends Mol. Med., v.
18, p. 337-47, 2012.
Saw, C.L. et al.The berry constituents quercetin,
kaempferol and pterostilbene synergistically attenuate
reactive oxygen species: Involvement of the Nrf2-ARE
signaling pathway. Food and Chemical Toxicology, 2014.

García-Niño W. R. and Pedraza- Turpaev, K.T. Keap1-Nrf2 signaling pathways:


Chaverrí, J. Protection effect of mechanisms of regulation and role in protection of cells
curcumin against heavy metals- against toxicity caused by xenobiotics and electrophiles.
induced liver damage. Food and
Repolho Chemical Toxicology, 2014.
Biochemistry (Mosc), v. 28, 2013.
Couve
flor

Couve
Açafrão da terra
Rúcula
Brócolis

Kensler, Thomas W. et al.Keap1-Nrf2


Signaling: A Target for Cancer
Prevention by Sulforaphane. Top.
Curr. Chem., v. 329, 2013.

Zhang M. et al. Emerging Roles of


Nrf2 and Phase II Antioxidant
Enzymes in Neuroprotection. Prog.
Neurobiol., v. 100, 2013.

Glutationa – S-transferase (GST)


Glutationa Redutase (GR)
Glutationa Peroxidase (GPx)
NAD(P)H quinona oxiredutase 1
(NQO1)
Redutase de tioredoxina (TR)
Heme oxigenase 1 (HO1)
AGI
C20:4,C20:5,C18:1,C18:3,
C18:2,C16:1
(XU H.E. et al., (1999)

AR 9 cis ácido
retinóico
P300/CBP
p160
SMRT
PPAR RXR
NCor

PGC-1 Citosol

PPRE

Núcleo

KLIEWER et al., (2001)


Início da
transcrição
Codificador

Íntron Íntron Íntron


éxon éxon éxon éxon éxon 3’
5’
http://www.1000genomes.org/about
A presença do SNP pode afetar a atividade/função OU
expressão de uma proteína/enzima!

Adaptado: Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Nutritional Genomics. J. Acad. Nutr. Diet., v. 114, 2014.
Prevenção
Identificar precocemente fatores de risco
para desenvolver doenças, e assim planejar
intervenções nutricionais com o intuito de
reduzir o risco de desenvolver a doença!

Phillips C.M. Nutrigenetics and Metabolic Disease: Current Status and Implications for Personalised Nutrition. Nutrients, v. 5, p. 32-56, 2013.
1º Risco para desenvolver doenças

Gene rs Alelo de Resultado


risco

Hiperhomocisteinemia
DCV
1º Risco para desenvolver doenças

Gene rs Alelo de Resultado


risco

Doenças ósseas no envelhecimento


2º Risco para apresentar deficiências nutricionais

Gene rs Alelo de risco Resultado


LCT MCM6 2q21

-13910 C>T -22018 G>A

Dois sítios de polimorfismos upstream ao gene da lactase LCT, no


gene MCM6, relacionados com a não persistência a lactase, em
homozigose CC!

-13910 C>T  localiza-se -13910 pares de bases da região promotora do gene LCT;

-22018 G>A  localiza-se -22018 pares de bases da região promotora do gene LCT;
NÃO PERSISTÊNCIA A LACTOSE
CC
PERSISTÊNCIA A LACTOSE
TT
PERSISTÊNCIA A LACTOSE
CT
Mais susceptível a quadros de intolerância a
lactose mediante estresse e infecção intestinal!
LCT MCM6 2q21

-13910 C>T -22018 G>A

 ATIVIDADE
PROMOTORA DO
GENE LCT NA
PRESENÇA DO ALELO
“T”
PRESENÇA DO ALELO “C”  - expressão do mRNA da lactase  não persistência a lactase;

PRESENÇA DO ALELO “T”  + expressão do mRNA da lactase  persistência a lactase;

Olds e Silbley, 2003.


AVALIAR OS A AVALIAÇÃO
SINTOMAS GENÉTICA DO GENE
INTESTINAIS E MCM6 POSSUI SUA
EXTRAINTESTINAIS APLICABILIDADE NA
DOS PACIENTES. DETERMINAÇÃO DO A AVALIAÇÃO
QUADRO DE GENÉTICA DO GENE
TESTE DE TOLERÂNCIA HIPOLACTASIA ENTRE MCM6 AINDA NÃO É
ORAL A LACTOSE E PRIMÁRIO E CONSIDERADO
TESTE DE SECUNDÁRIO; DIAGNÓSTICO PARA
HIDROGÊNIO INTOLERÂNCIA A
EXPIRADO ENTRAM A AVALIAÇÃO LACTOSE!
COMO SCREENING GENÉTICA DO GENE
PARA DIAGNÓSTICO MCM6 POSSUI SUA
DE INTOLERÂNCIA A APLICABILIDADE NA
LACTOSE. ANÁLISE DE RISCO
PARA IL;
HLA-DQ2 Pacientes com DC
carregam pelo
(DQA1*0501 - DQB1*0201) menos uma destas
rs2187668 duas moléculas!

Risco intenso para DC!

HLA-DQ8
(DQA1*0301 e DQB1*0302)
rs7454108
MENOS QUE 5% DOS INDIVÍDUOS QUE
APRESENTAM GENOTIPAGEM POSITIVA HLA-
DQ2/8 DESENVOLVERÃO A DOENÇA AO LONGO
DA VIDA! (Karell K., 2003)

OS ALELOS HLA-DQ2 E HLA- DQ8 SÃO ENCONTRADOS


FREQUENTEMENTE NA POPULAÇÃO DE PACIENTES
CELÍACOS, MAS TAMBÉM EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS!
(Abadie V. et al., 2011)

“Eu posso ser celíaco e ter HLA +”;


“Eu posso ser saudável e ter HLA +”;
“Eu posso ser celíaco e não ter HLA +  outros genes”;
Avaliação de sinais e
Análise do genótipo de
sintomas
risco
Intestinais: diarréia crônica, Avaliação de exames HLA-DQ2, HLADQ8
distensão abdominal, constipação,
redução de peso (cças), entre outros; bioquímicos/fezes
Vitaminas, minerais, hemograma,
Extraintestinais: anemia, enzimas hepáticas, marcadores
osteoporese, depressão, enxaqueca, inflamatórios, homocisteína, ácido
dor de cabeça, entre outros; metilmalônico, exame de fezes,
albumina, proteínas totais e frações,
Leffler DA et al., 2015.
entre outros;

Antecedente familiar de
autoimunidade;
BIÓPSIA DO INTESTINO
DELGADO
História pregressa de doenças;
Leonard M. M. & Vasagar B. US perspective on gluten-related diseases. Clinical and Experimental Gastroenterology, 2014.
Sinclair CJD & Geiger JD . Caffeine use in sport: a pharmacological review. J Sports Med Phys Fitness, 2000.
Crucíferas favorecem a síntese de CYP1A2;
Gunes A., et al. (2008)

Cigarro -  clearance 1,22-1,72 vezes (varia com a quantidade de cigarro)


(Gunes A. and Dahl M-L, (2008); Nehlig A., 2015)

Álcool e contraceptivos orais (↓ 0,72x) inibem CYP1A2, reduzindo o


clearance e aumentando a concentração plasmática;
CarrilloJ.A., et al. (2000); Nehlig A., (2015);

Hábito de consumir cafeína -  clearance 1,45 vezes/litro


consumido; Burke L., (2013); Nehlig A., (2015);
Gestantes possuem o clearance de cafeína aumentado para 7-11
horas (2º e 3º trimestre – competição entre Prog e Estrogênio por
CYP1A2) Knutti R. et al. (1982)

Individualidade genética;
O que eu tenho! O que eu sou!
Conjunto estático de genes Conjunto dinâmico de suas
características observáveis!

Você também pode gostar