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História das

Ciências

Gaston
Bachelard.

Élen Cristiane Schneider

Epistemologia e Método nas


CS
31/03/2017
História das Ciências
• A ciência moderna nasce com as ciências Naturais – Física, Química, Astronomia.
[Galileu Galilei 1564-1642] [René Descartes 1596-1650] [Francis Bacon 1561-1626].
Empiricistas.
[400 anos de empirismo] = COMPROVAR ATRAVÉS DA
EXPERIÊNCIA.

• Albert Einstein [1879-1650] – Teoria da Relatividade (1905)


[relatividade especial e geral; teoria quântica] [trajetória vesus espaço e tempo]

• Historicistas: Dada a natureza dual da ciência como um conhecimento


objetivo e como uma construção humana – utiliza-se métodos históricos.
Segundo Bachelard: A epistemologia histórica nos faz
questionar a possibilidade de definirmos - de forma definitiva e
universal - o que é ciência.
Nessa perspectiva CIÊNCIA é um objeto construído
socialmente e historicamente.

O CONHECIMENTO É PRODUÇÃO HISTÓRICA.


(ESTÁ EM RELAÇÃO/ CONTRA A HISTÓRIA).

CONCEITOS
As teorias passam a ser “instrumentos científicos” –
teorias materializadas.
Quem é Gaston Bachelard? – o
fundador desse campo epistemológico
• Bachelardconstruiu uma filosofia histórica e questionadora das
coerções de um racionalismo unitário – que teria como base a tradição do
pensamento.

Influenciou Althusser, Foucault, Bordieu, Kuhn, entre outros.

• em 27 junho de 1884, na França campesina e morreu em


Bachelard nasceu
16 de outubro de 1962, na Paris cosmopolita e industrializada. Vivenciou a
ruptura entre o século XIX e o século XX, entre o campo e a cidade, o contato com
os elementos básicos que inspiram os devaneios – a água, o ar, o fogo, e a terra –
expressos em seus trabalhos no campo da Poética.

Obra diurna e obra noturna.


Trabalhava nos telégrafos e estudava. Aos 44 anos publicou suas primeiras teses: “Ensaio sobre
o conhecimento aproximado e Estudo sobre a evolução de um problema de física, a
propagação térmica dos sólidos”.
Física (Quântica), Química e Biologia

• Examinando as implicações epistemológicas das revoluções científicas em


química, biologia e, acima de tudo, da física (teoria da relatividade e física
quântica), Bachelard concluiu que estes acontecimentos minaram tanto o
apriorismo dos retratos individuais da razão científica quanto o
“empiricismo ingênuo das caracterizações positivistas das ciências”.

• Em oposição ao positivismo, uma tradição anti-naturalista, que encontra


sua ancestralidade filosófica em Vico, Kant, Hegel, Husserl e Wittgenstein,
Bachelard postulou uma clivagem de método
entre ciências naturais e sociais, fundada na
diferenciação de seus objetos.

• Bachelard oferece acima de tudo uma reconstrução da filosofia cotidiana


dos cientistas, isto é, da filosofia implícita em sua prática espontânea,
que ele opõe criticamente à filosofia “noturna” dos filósofos, forjada nas
escolas do positivismo empírico, filosofia para a qual os cientistas
tendem a retomar quando refletem sobre sua prática.
• Em que medida a sociedade pode ser estudada da
mesma forma que a natureza?
• “Sem exageros, é possível afirmar que a questão acerca da
possibilidade do naturalismo nas ciências sociais constitui o problema
central da filosofia das ciências sociais. Uma tradição naturalista, cujos
antecedentes filosóficos são Hume, Comte [1798 -1857], Mill [1806-
1873]... defende que as ciências são (efetiva ou idealmente) unificadas
na sua concordância com os princípios positivistas, baseados, em
última instância, na noção humiana de lei como sucessão regular de
dois eventos observáveis”. (VANDENBERGHE, Frédéric).

[ DAVID HUME (1711 – 1776) - ESCÓCIA – EMPIRISMO E CETICISMO]


Coleção de idéias X Associação de Ideias / Regra da Natureza X Regra das
Representações / Princípios da Natureza X Princípios Ocultos da
Natureza

• Positivismo: teoria é como uma rede de pescar dados


• O processo de conhecer reflete o real – tanto mais objetivo será,
quanto maior for o grau de reflexão alcançado.
• As ciências, para Bachelard, não pretendem chegar a leis
universais por meio da generalização indutiva da sucessão
regular de fenômenos observáveis, mas antes inteligir
o que está “por trás” ou além dos fenômenos
revelados pela experiência sensorial, de modo a oferecer-
nos conhecimentos das “estruturas numênicas”
(Bachelard) ou “mecanismos gerativos” (Harré) que, de
algum modo, necessitem esses fenômenos.

Bachelard, com esta ideia, inspira-se no materialismo –


essência e aparência.
Obra epistemológica de Bachelard
Espírito Científico Filosofia
Erro e descontinuísta
Verdade Racionalismos
RUPTURA setorias
Obstáculos
Epistemológicos
Filosofia do Razão
Não Polêmica
Vigilância
epistemológica
Recorrência
Histórica
• a ABSTRAÇÃO desobstrui o ESPÍRITO
CIENTÍFICO
 Mas o ABSTRATO não é uniforme – NÃO
PODEMOS SEGUIR A GEOMETRIZAÇÃO – ela é
insuficiente
[representar, delinear e ordenar – uma série de
acontecimentos decisivos de uma experiência]
Bachelard Localizada a história das ciências
em três períodos.
Estado pré-científico XVI, XVII, XVIII .
• O primeiro período compreende a antiguidade clássica e os tempos de
renascimento e novos esforços .
• Conhecimento unitário.

Estado científico XVIII, XIX, e XX.


• Fins do século XVIII, em preparação a fins do século XVIII.

Novo Espírito científico 1905


• No momento da Relatividade de Einsten (e ciências abstratas).
• O pensamento “fixo” não é a prova da Razão Humana.
• E sim é a sonolência do saber.
Pensamento sintético
• Segundo Bachelard: cientistas praticantes não são
incomodados por disputas e antinomias filosóficas.

• Espontânea e ecleticamente, eles combinam a


imaginação construtiva dos idealistas (racionalismo)
com a experiência instruída dos empiristas (realismo),
as quais os filósofos tendem a separar declarando-as
incompatíveis.

• Assim, a filosofia sintética com base na qual eles agem,


e que combina a teoria abstrata (racionalismo) e a
pesquisa concreta (empiricismo), é aquela que
Bachelard denomina “racionalismo aplicado” ou
“materialismo racional”.
Espírito Científico

Tornar geométrica a representação: delinear os


fenômenos e ordenar em série os
acontecimentos – eis a tarefa primordial em
que se firmou o Espírito científico até então;

“Quando se trata de experiências sugeridas ou


construídas pela razão a ordem é uma verdade e a
desordem um erro.” – (BACHELARD; p. 8).
• Mas para o espírito científico:

• Nada é evidente;
• Nada é gratuito;
• Tudo é construído.
o espírito científico passaria
necessariamente pelos três estados:
• 1º O estado concreto: “em que o espírito se entretém com as primeiras
imagens do fenômeno e se apoia numa literatura filosófica que exalta a Natureza ,
louvando curiosamente ao mesmo tempo a unidade do mundo e sua rica
diversidade”.

• 2º O estado concreto-abstrato: “em que o espírito ainda está


numa situação paradoxal: sente-se tanto mais seguro de sua abstração, quanto mais
claramente essa abstração for representada por uma intuição sensível”. [-
acrescenta-se esquemas geométricos – não se está seguro de sua abstração.]

• 3º O estado abstrato: “em que o espírito adota informações


voluntariamente subtraídas à intuição do espaço real, voluntariamente desligadas da
experiência imediata e até em polêmica declarada com a realidade primeira, sempre
impura, sempre informe.”

• A experiência científica contradiz a experiência comum – pois esta é


TAUTOLÓGICA.
Mas...
• O processo abstrato não é uniforme: há
obstáculos...

O obstáculo científico está no conhecimento não


questionado.

Característica comum da epistemologia de


Bachelard: SER POLÊMICO.
“[...] Ninguém pode arrogar-se o espírito científico
enquanto não estiver seguro, em qualquer momento
da visa do pensamento, de reconstruir todo o próprio
saber”. (p. 10).

 Já que: todo saber científico deve ser reconstruído a


todo momento.

O ato de conhecer se dá CONTRA um


conhecimento anterior [não se parte do
O].
- Racionalidade material -
Filosofia do Erro - desilusão
• A epistemologia de Bachelard é como o autor
mesmo define: “dialética” e discursiva”.
É dialética, não porque proceda de modo
hegeliano em direção a uma totalidade fechada
que abarque tudo, mas porque o movimento do
pensamento é visto como um infindável
“movimento de englobamento” (mouvement
d’eveloppement), no qual as limitações de um
quadro conceitual particular são descobertas,
superadas e integradas em um quadro mais
amplo que inclui o aspecto previamente excluído.
Filosofia do Erro - desilusão
• O PENSAMENTO “FIXO” NÃO É A PROVA DA
RAZÃO HUMANA >> É A SONOLÊNCIA DO SABER.
• Poucos PODEM COMPREENDER “que não se
compreende”. FILOSOFANDO ERRO.
#@ Psicoanálise dos ERROS INICIAIS: saber atingir
obstáculos epistemológicos – contribui para essa
psicoanálise da Razão.
## O Espírito não começa DE UMA LIÇÃO
CIENTÍFICA (repetindo aulas) Mas do
CONHECIMENTO ABERTO/DINÂMICO/DIALÉTICO
Erro e Verdade
• O erro passa a assumir uma
função positiva;
• Bachelard confere mais primazia ao erro – em
retificá-lo – do que a verdade;
• Não poderíamos assim, nos referir à verdade,
instância que se alcança em definitivo, mas
apenas às verdades, múltiplas, históricas,
pertencentes à esfera da veridicidade, da
capacidade de geral credibilidade e confiança.
• As verdades só adquirem sentido ao fim de uma
polêmica após a retificação dos erros primeiros.
Erro e Verdade
A ciência é um discurso verdadeiro sob fundo de erro;
Os erros compõem um magma desorganizado e as
verdades se organizam em um sistema racional;
A ciência é o processo de reorganização da experiência em
um esquema racional;
 a CIÊNCIA É O PROCESSO DE PRODUÇÃO DA VERDADE–
é o trabalho dos cientistas – os trabalhadores da prova –
no processo de reorganização da experiência em um
esquema racional.
Erro e Verdade
Desta maneira a ciência não reproduz a verdade. SEJA ELA
A VERDADE DOS FATOS OU DAS FACULDADES DO
CONHECIMENTO.
 não existem critérios universais ou exteriores para julgar
a verdade de uma ciência.
 cada ciência produz sua verdade e organiza os critérios
de análise da veracidade de um conhecimento.
 mas a lógica da verdade atual da ciência
não é a lógica da verdade de sempre: as
verdades são sempre provisórias.
Erro e Verdade
• A EPISTEMOLOGIA, ENQUANTO HISTÓRIA – presta mais
atenção ao erro/ao fracasso/as hexitações que a verdade
– por isso – SEU ESPAÇO É ABERTO. E não sistemático.

• A filosofia do NÃO, se manifesta como uma FILOSOFIA


NÃO-FILOSOFIA.
RUPTURA
• Ruptura entre conhecimento comum e
conhecimento científico.
• Questionamento das teorias empírico-
positivistas [o real é um todo único, composto
de fatos e fenômenos].
• Para Bachelard não devemos ver no real a
razão determinante da objetividade: o
problema da verdade não deriva do
problema da sua realidade.
RUPTURA
O autor afirma que devemos colocar o problema
da objetividade em termos de métodos de
objetivação – uma prova de objetividade
existe sempre em relação a um método.
Para o senso comum a realidade é uma só.
Aquela que se apresenta aos sentidos. Será
essencialmente a partir do rompimento com
esse conhecimento comum que se construirá
o conhecimento científico.
“tudo é real, o elétron, o núcleo, o átomo, a
molécula, o mineral, o planeta, o astro... Em
nosso ponto de vista, nem tudo é real da mesma
maneira, a substância não tem, em todos os
níveis, a mesma coerência; a existência não é
uma função monótona; não pode se afirmar por
toda parte e sempre no mesmo tom.”

COMPLEXIDADE
FENOMENOTÉCNICA
• Para compreendermos a noção real nas ciências
precisamos ter muito clara a noção de
fenomenotécnica.

“É preciso haver outros conceitos além dos conceitos


‘visuais’ para montar uma técnica do agir-
cientificamente-no-mundo e para promover a
existência, mediante uma fenomenotécnica,
fenômenos que não estão naturalmente-na-natureza.
Só por uma desrealização da experiência comum se pode
atingir um realismo da técnica científica.”
• A ciência é invenção humana, é
“fenomenotécnica”, fenômeno humano,
artefato cultural. E o fato científico se
“conquista”, contra o senso comum – nosso e
do meio; se “constrói” – não é dado natural;
e, se “comprova”, através da substituição das
metafísicas intuitivas e imediatas pelas
metafísicas discursivas, passando
constantemente da descrição ao
comentário teórico.
• Os cientistas não coletam fatos simplesmente,
mas constroem elaborados modelos teóricos
abstratos de estruturas numênicas que
necessitam os fatos fenomênicos, montando
experimentos que “realizam” tecnicamente e
tornam concretamente manifesto o fenômeno
que a teoria aponta hipoteticamente como um
efeito possível das estruturas numêmicas.
Portanto, instruído pela teoria abstrata e
aplicando a FENOMENOTÉCNICA o cientista cria
ou “realiza” tecnicamente um fenômeno.
Método – O OBSTÁCULO
EPISTEMOLÓGICO
• Aquilo que CREMOS saber ofusca o que
DEVERÍAMOS saber.
• O Espírito Científico proíbe que tenhamos
OPINIÃO – é preciso destruí-la – É PRECISO
SABER FORMULAR PROBLEMAS.
• Para o espírito científico todo
CONHECIMENTO é a resposta a UMA
PERGUNTA.
Método – O OBSTÁCULO
EPISTEMOLÓGICO
• O obstáculo epistemológico está no conhecimento não
questionado // é preciso plantear o PROBLEMA em termos
de obstáculos epistemológicos.

• FUGIR DA CERTEZA DA UNIDADE.

• O Ser humano animado pelo Espírito Científico necessita


saber mais >>> para poder INTERROGAR MELHOR.

• Se conhece contra o CONHECIMENTO ANTERIOR, a


VERDADE DO PASSADO, é sempre UM ERRO.
Método – O OBSTÁCULO
EPISTEMOLÓGICO
• A HISTÓRIA do pensamento científico FOI
hostil a todo JUÍZO NORMATIVO >> é
necessário colocar-se num PONTO DE VISTA
NORMATIVO. Se houver intenção de julgar a
eficácia de um pensamento.
• Somente a razão dinamiza a pesquisa, porque
é a única que sugere, para além da
EXPERIÊNCIA COMUM (imediata e sedutora) a
experiência científica (indireta e fecunda).
Método – O OBSTÁCULO
EPISTEMOLÓGICO

O pensamento deve largar a experiência imediata.

Racionalismo como uma abstração: LIVRAR-SE DOS


OBSTÁCULOS
Obstáculos Epistemológicos
• São entraves à aprendizagem, para que a
construção do espírito científico se efetive;
• O conhecimento comum seria um obstáculo
epistemológico, pois este lida com o mundo
dado, constituído por fenômenos;
• O conhecimento científico trabalha em um
mundo recomeçado, estruturado em uma
fenomenotécnica.
Obstáculos Epistemológicos
1- A Experiência Primeira (Básica):

A pessoa fica mais apegada à beleza do experimento do que


à sua explicação científica.
Nesse obstáculo, dá-se preferência às imagens e não às ideias.
Principalmente no conteúdo de Química, quando o professor busca fazer
um experimento, ele deve tomar o cuidado para que este seja apenas uma
ferramenta auxiliar ao conhecimento ensinado, por assim dizer, no
“quadro-negro”.
E não deixar que esse experimento seja só uma sucessão de resultados
visualmente interessantes.

- Experiência colocada anteriormente à crítica;


- Vislumbrar-se com o natural; Fascinar-se pelas aparências;
- Entender a aparência como um primeiro estado – sem romper;
- Conhecimento por admiração;
- “É cômodo, para a preguiça intelectual, refugiar-se no empirismo.
Obstáculos Epistemológicos
1- A Experiência Primeira (Básica):
• O Espírito científico deve formar-se CONTRA A
NATUREZA, contra o que é, dentro e fora de
nós, o impulso do ensino da natureza.
CONTRA O ENTUSIASMO NATURAL.
• É cômodo para A PREGUIÇA INTELECTUAL se
refugiar no empirismo.
Obstáculos Epistemológicos
1- A Experiência Primeira (Básica):
EVITAR: conhecimento por admiração; ideias
por imagens.

• Uma ciência que aceita imagens é mais do que


qualquer outra, VÍTIMA DAS METÁFORAS. Por
isso, o espírito científico deve
incessantemente LUTAR CONTRA AS
IMAGENS, contra as ANALOGIAS, contra as
METÁFORAS.
Obstáculos Epistemológicos
1- A Experiência Primeira (Básica):
• INCONSCIENTE DO ESPÍRITO CIENTÍFICO
Pode-se, entretanto captar pensamentos
científicos – É PRECISO reanimar a crítica e
VOLTAR CONSTANTEMENTE A ESSSE ESTADO
NATURAL.
- Examinar essas racionalizações prematuras –
que se desempenham na formação do espírito
pré-científico.
Obstáculos Epistemológicos
1- A Experiência Primeira (Básica):

• “ Ao espetáculo dos fenômenos mais


interessantes, mais chocantes, o homem vai
naturalmente com todas suas paixões, com
toda sua alma. Não deve se assombrar que o
primeiro conhecimento objetivo seja um
primeiro erro”.
Obstáculos Epistemológicos
2- O Conhecimento Geral:

A ausência da explicação, no obstáculo citado anteriormente, faz


com que haja uma generalização.

Essa ocorre quando uma lei fica tão clara, completa e fechada, que
dificulta o interesse pelo seu estudo mais aprofundado e pelo seu
questionamento.

Isso significa que leva à imobilidade do pensamento. Todas as


outras explicações vão derivar desse primeiro conhecimento geral;
as mesmas respostas são dadas a todas as questões.

São, portanto, generalizações pré-científicas, que podem tornar-se


um conhecimento extremamente vago.
Obstáculos Epistemológicos
3- Obstáculo Verbal:
• Nesse obstáculo há uma tendência de se associar uma palavra concreta a
uma abstrata. “uma só palavra, funcionando como uma
imagem, pode ocupar o lugar de uma explicação.”
• Ou seja, muitas vezes o professor acha que para facilitar a compreensão
do conteúdo a ser estudado, por parte dos alunos, ele deve usar
algumas analogias, metáforas, entre outros.
• No entanto, o mau uso destes recursos pode, muitas vezes, na realidade,
dificultar e criar obstáculos para o aprendizado.

• Isso não significa que Bachelard é contrário ao uso de metáforas e


analogias no ensino, porém, estas devem ser usadas depois da teoria e
não antes, pois devem ser um auxílio e não o foco principal.
ESPONJA: palavra obstáculo [ sua função é tão clara que não se
sente a necessidade de explicá-la]
• Benjamim Franklin tenta também aplicar as experiências elétricas a partir da
experiência primitiva da esponja que ele considera como uma verdadeira categoria
empírica. Para ele
"a matéria comum é uma espécie de esponja para o fluido elétrico; A
esponja não absorveria água se as partes da água não fossem menores
que os poros da esponja; (...) enfim, a absorção seria muito rápida se
em vez de atração, houvesse entre as partes da água uma mútua
repulsão que concorresse com a atração da esponja. É exatamente o
caso em que se encontra a matéria elétrica e a matéria comum”
(Franklin citado por Bachelard, p.95).
• Bachelard considera que a utilização excessiva de imagens que se acumulam
prejudica a razão, pois seu lado concreto, apresentado sem prudência, impede a
visão abstrata e nítida dos problemas reais. No período pré-científico “por um
movimento pura e simplesmente lingüístico, os autores associavam uma palavra
concreta a uma palavra abstrata, pensando ter se feito avançar as idéias”. Ele
afirma que “para ser coerente, uma teoria de abstração necessita afastar-se
bastante das imagens primitivas”
• Para Bachelard

O que sabemos não é fruto somente de nosso


conhecimento de imediato, de nossas
habilidades inatas, mas o constante e
descontínuo processo de retificação que nosso
espírito sofre no decorrer da existência.

CONHECIMENTO DESCONTÍNUO x
Continuidade
FICHA DE LEITURA
Consiste em
>>sintetizar os CONCEITOS principais do autor
>>> sua definição [conforme o autor]
>>>> sua significação [conforme você define].

Será um instrumento para embasar UM TEXTO


escrito por você – pesquisador/a –
Obra epistemológica de Bachelard

Espírito Científico RUPTURA

Erro e Obstáculos
Verdade Epistemológicos
Razão
Polêmica

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