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Sistemas práticos vs sistemas racionais

O mundo vivo carateriza-se


por uma enorme diversidade,
que os biólogos têm
necessidade de classificar,
isto é, de organizar,
agrupando os seres vivos de
acordo com determinadas
características, e atribuindo
um nome a cada um dos
grupos formados.

Existem vários sistemas de classificação dos seres vivos, de acordo


com os critérios que presidem ao seu estabelecimento.
Sistemas de classificação

Classificações biológicas

podem ser

Práticas Racionais

podem ser

Horizontais Verticais

são são

Filogenéticas
Artificiais Naturais
Sistemas práticos vs sistemas racionais

Os sistemas de classificação que surgiram antes de Aristóteles


denominam-se sistemas de classificação práticos e foram criados na
tentativa de satisfazer necessidades básicas, como a defesa e a
alimentação.

Seres vivos

Seres vivos Venenosos Não venenosos

Selvagens Domésticos

Seres vivos

Comestíveis Não comestíveis


Sistemas práticos vs sistemas racionais

Apesar de serem os mais primitivos, perduram


até aos dias de hoje.
Já os sistemas de classificação de
Aristóteles e de Lineu, apesar de separados
por dois milénios, têm uma base racional
semelhante, baseando-se em características
estruturais evidenciadas pelos seres vivos.
Por este facto, denominam-se sistemas de
classificação racionais.
Sistemas de classificação artificiais

As classificações de Aristóteles baseiam-se num número


relativamente pequeno de características (cor do sangue, tipo de
ovos, etc.), o que faz com que exista um pequeno número de grupos.
Esses grupos englobam, necessariamente, organismos muito
diferentes uns dos outros, pois diferem em muitas outras características,
que não as consideradas.
Por este motivo, estes são designados sistemas de classificação
artificiais.
As classificações artificiais têm por base um número restrito de
caracteres (por vezes, só um), escolhidos, geralmente, devido à sua
evidência.
Desta forma, ignoram-se todas as outras características dos
organismos, acabando por reunir no mesmo grupo organismos pouco
relacionados entre si.
Sistemas de classificação artificiais

Aristóteles dividiu os seres vivos conhecidos em dois Reinos: o Reino


dos Animais, móveis, e o das Plantas, imóveis; este pressuposto foi
aceite até ao século XVII.

Teofrasto (371-287 a. C.), um discípulo de Aristóteles, na sua Historia


Plantarum (História das Plantas), classificou as plantas em ervas,
subarbustos, arbustos e árvores.
Cada grupo foi, ainda, dividido em subgrupos, com base na forma das
folhas, no tipo de vida e no local onde a planta crescia. Este sistema incluía a
descrição de cerca de 480 plantas.
Sistemas de classificação artificiais

A conquista de novas terras, noutros continentes,


incrementou significativamente o conhecimento dos seres
vivos existentes no Planeta; no início do século XVII, eram
referidas cerca de dez mil espécies (o que tornava bastante
difícil a utilização dos primitivos sistemas de classificação).
O botânico sueco Carl Lineu (Linnaeus ou Von Linné,
1707-1778) admitiu, como Aristóteles, a divisão do mundo vivo
em dois grandes grupos: o Reino Animal e o Reino das
Plantas.
Este naturalista, que era fixista, criou as bases da
classificação, colocando os organismos numa hierarquia, ainda
utilizada actualmente.
No seu livro Systema Naturae (10.aedição, 1758), Lineu
admitia a existência de seis classes de animais: Mammalia
(mamíferos), Aves, Amphibia (anfíbios e répteis), Pisces
(peixes), Insecta (insectos) e Vermes (todos os outros
invertebrados).
Sistemas de classificação artificiais

Lineu incluiu na classificação dos mamíferos algumas


alterações importantes.
Utilizou, por exemplo, o tipo de dentes como critério de
classificação, tendo sido o primeiro naturalista a incluir as
baleias e os morcegos nos mamíferos.
Em 1735, na primeira edição de Systema Naturae,
Lineu apresentou o seu sistema sexual para a
classificação das plantas, no qual os grupos eram
formados com base no número e arranjo dos estames
(órgãos masculinos) e nos carpelos (órgãos femininos)
que estas possuíam.
Como consequência desta classificação, os grupos
formados eram bastante artificiais: frequentemente, um
mesmo grupo reunia espécies não relacionadas - por
exemplo, as plantas sem órgãos sexuais óbvios foram
todas incluídas na classe Cryptogamia (que agrupava
algas, fungos, musgos e fetos).
Noutros casos, espécies bastante relacionadas foram
inseridas em classes diferentes.
Sistemas de classificação naturais

O conhecimento relativo à quantidade e à variedade de seres vivos continuou


acrescer, e nos finais do século XIX era reconhecido mais de um milhão de
espécies, o que levou à necessidade de uma classificação baseada num
número de características bastante mais elevado - classificação natural.
As classificações naturais têm por base uma organização dos grupos
segundo o maior número de caracteres possível.
Os grupos assim formados conseguem reunir organismos com maior grau de
semelhança.
No entanto, este tipo de classificação também apresenta desvantagens.
A ausência de um conhecimento pormenorizado das características de um
indivíduo pode dificultar (ou mesmo impedir) a identificação do grupo a que o
organismo pertence.
Quer as classificações artificiais, quer as naturais surgiram numa época na
qual dominavam as ideias fixistas pelo que partem do princípio da
imutabilidade das espécies, privilegiando as características estruturais dos
organismos e não entrando em linha de conta com o factor tempo.
Por este facto, são designadas classificações horizontais.
Sistemas de classificação verticais

O desenvolvimento das ideias evolucionistas veio a reflectir-se sobre


os sistemas de classificação.
Como as espécies se foram diversificando ao longo do tempo, as
classificações deviam reflectir as relações filogenéticas entre os
organismos.
Desta forma, surgem os sistemas de classificação filogenéticos, que
tentam agrupar os seres vivos de acordo com o grau de parentesco entre
eles, permitindo construir árvores filogenéticas.
Sistemas de classificação verticais

As árvores filogenéticas ilustram uma perspectiva filogenética de


evolução a partir de um ancestral comum.
As árvores filogenéticas, de leitura vertical, relacionam os indivíduos
entre si e com o ancestral, expressando os momentos de divergência.

O grau de semelhança entre os


grupos reflecte o tempo em que a
divergência ocorreu, sendo essa
divergência tanto maior quanto maior for
o tempo que decorreu.
Sistemas de classificação verticais

A importância do tempo nas classificações filogenéticas leva a designá-


las como classificações verticais, sendo ainda consideradas classificações
dinâmicas.
As semelhanças entre os organismos surgem como consequência da
existência de um ancestral comum, a partir do qual os vários grupos foram
divergindo ao longo do tempo.
O grau de semelhança entre eles está relacionado com o tempo em que
ocorreu a divergência.

Para além das características


estruturais, os dados fornecidos
pela Paleontologia são muito
importantes neste tipo de
classificações.
Os sistemas de classificação
filogenéticos são bastante úteis
na classificação de formas
fósseis, cujas relações de
parentesco são mal conhecidas.
Sistemas de classificação verticais

Actualmente considera-se a existência de dois tipos principais de


classificação biológica:
fenética
filogenética (por vezes, designada filética, evolutiva ou cladística).

Fenético Filético
• Baseia-se nas semelhanças morfológicas • Reflecte a relação evolutiva dos seres
que os vários indivíduos evidenciam. vivos.
• As características seleccionadas devem • Apoiada em argumentos paleontológicos,
ser objectivas e facilmente qualificáveis. genéticos, citológicos, etc.
• Permite a identificação rápida dos seres • È um sistema de classificação dinâmico
vivos; despreza a filogenia evolutiva. que considera o factor tempo.
• Não considera o factor tempo. • Normalmente representado por um
• Pode ser representada por uma chave cladograma onde estão assinalados os
dicotómica, em que o comprimento dos pontos de divergência entre as espécies,
traços não simboliza o tempo decorrido sendo o comprimento dos traços
após a divergência nem o o local da proporcional ao tempo decorrido entre
bifurcação no momento da divergência. cada divergência.
Sistemas de classificação verticais
Sistemas de classificação verticais

Os sistemas de classificação fenéticos têm como principal objectivo


permitir a identificação rápida de um ser vivo, sem se preocupar com as
relações evolutivas desse organismo com outros.
Este tipo de classificação baseia-se no grau máximo de semelhança
entre organismos, tendo em conta a presença ou ausência de uma série de
caracteres fenotípicos.
Independentemente da relevância dos caracteres considerados, estes
devem ser facilmente descritos, mensuráveis e objectivos.
Sistemas de classificação verticais

Uma desvantagem das classificações verticais reside no facto de nem


todas as características fenotípicas semelhantes corresponderem a uma
proximidade evolutiva, além de que é um sistema de classificação
subjectivo, pois baseia-se na interpretação de factos utilizado hipóteses sobre
relações de parentesco para estabelecer filogenias.
A semelhança pode dever-se, por exemplo, a uma evolução
convergente, que originou estruturas análogas.
Os sistemas de classificação filogenéticos pretendem traduzir com rigor
as relações entre os organismos, tendo em conta a história evolutiva dos
seres.

Classificação vertical Classificação horizontal


Sistemas de classificação verticais

Comparação entre quatro grupos (todos vertebrados) de acordo com a


presença ou ausência de um conjunto de características.
Sistemas de classificação verticais

Se o factor tempo for


associado ao cladograma,
este transforma-se numa
árvore fllogenética.
Em cada ponto de
ramificação, a árvore
filogenética possui um
ancestral, real ou
hipotético, e cada ramo
representa a linha
evolutiva de um dado
grupo.
Sistemas de classificação verticais
Sistemas de classificação verticais

As classificações modernas
baseiam-se na teoria da
evolução dos seres vivos.
Para descobrir as relações
que existem entre os seres
vivos, devem comparar-se
diferentes estruturas dos
mesmos, que apresentem valor
evolutivo, e que permitam
evidenciar o ancestral comum e
as relações de parentesco entre
eles.
1º Período – Período Pré-Lineano (Da Antiguidade até ao século XVIII)
Não se baseiam em características observadas, mas por exemplo, na ordem
Empíricas alfabética dos seres vivos.
Baseiam-se em características práticas, ou seja, utilizam características com
Práticas interesse para o Homem.
Baseiam-se em características estruturais observadas nos seres vivos.
Racionais Classificações utilizadas por Aristóteles e Teofrastos.
Baseiam-se na observação de poucos caracteres.
Artificiais Classificações usadas por Aristóteles, Teofrastos, Lineu.
2º Período – Período Lineano ou Pré-Darwiniano
Baseiam-se na observação de muitos caracteres, procurando exprimir as inter-
relações ou afinidades naturais entre os seres vivos.
Naturais Classificações que vão de Lineu a Darwin.
Não interessa o tempo.
Classificações horizontais.
Privilegia os caracteres directamente observáveis.
Horizontal Privilegia os critérios morfológicos.
O factor tempo não é importante, não admitindo a evolução nos seres vivos.
3º Período – Período pós-Darwiniano

Vertical, Traduzem a posição de um ser vivo em relação aos seus antepassados.


São interpretações de factos subjectivos.
evolutivos, Atribui grande valor às relações evolutivas.
filogenéticos O tempo interessa.
Diversidade de critérios

A partir dos anos 20 do século XX, com a descoberta da teoria


cromossómica da hereditariedade, surgiu uma nova ciência,
designada por Sistemática, que utiliza todos os novos dados, não
se limitando às características morfológicas dos seres vivos.
Na década de 60 do século XX começaram a utilizar-se métodos
de estudo relativos às biomoléculas e programas informáticos para
fazer a análise dos dados obtidos.
Todos os sistemas de classificação têm subjacente uma série
de critérios.
Estes foram evoluindo à medida que o estudo dos seres vivos se
tornou cada vez mais pormenorizado.
Diversidade de critérios

Até mesmo as primeiras classificações eram


baseadas em características facilmente observáveis, tal
como a morfologia externa dos organismos.
Mais tarde, critérios como a morfologia interna e
aspectos ligados à fisiologia dos organismos foram
amplamente utilizados para classificar seres vivos.
Inicialmente, os critérios usados eram os da morfologia
externa; posteriormente, recorreu-se à análise da
morfologia interna e da Fisiologia; mais recentemente,
foram usados estudos de Embriologia, Paleontologia,
Citologia, Etologia e Bioquímica.
Diversidade de critérios – Critérios morfológicos

A morfologia externa corresponde ao


aspecto de um ser vivo.
Este pode, por vezes, ser bastante
diferente entre seres vivos da mesma
espécie, como acontece nos cães, nos
girinos e nos adultos das espécies de
anfíbios ou nas diversas formas das formigas
de um formigueiro.
Noutros casos, indivíduos de espécies
diferentes têm aspecto morfológico muito
semelhante, como os lobos e os cães.
Embora os critérios morfológicos e
fisiológicos sejam, ainda hoje, muito
importantes para a classificação dos seres
vivos, eles devem ser usados com algum
cuidado.
Diversidade de critérios – Critérios morfológicos

Os cães apresentam
polimorfismo, isto é, várias formas
morfologicamente diferentes nos
indivíduos adultos, dependendo da
sua raça.

O girino e a rã adulta também


pertencem à mesma espécie, no
entanto, como este animal sofre
metamorfoses, passa por fases
morfologicamente muito distintas
ao longo do seu ciclo de vida.
Diversidade de critérios – Critérios morfológicos

Uma característica morfológica importante na classificação dos seres é o


tipo de simetria corporal que os mesmos apresentam.
Alguns organismos são assimétricos, como as esponjas; outros têm um
único plano de simetria (simetria bilateral), como os coelhos; outros
possuem vários planos de simetria (simetria radial), como o ouriço-do-mar.

O avanço do conhecimento científico permitiu o desenvolvimento de


outros dados que permitem estabelecer relações de afinidade entre
organismos.
Diversidade de critérios – Paleontologia

A Paleontologia permite conhecer grupos de seres vivos hoje


totalmente extintos e estabelecer relações de parentesco entre outros
grupos.
Diversidade de critérios – Tipos de nutrição

O modo de nutrição dos seres vivos é um critério de classificação


importante, dando também indicações acerca das interacções entre
organismos nos ecossistemas.
Diversidade de critérios – Tipos de nutrição

A energia para a Vida provém, em primeira instância, do Sol.


Os seres fototróficos utilizam a energia luminosa para realizarem a
síntese de matéria orgânica.
Já os seres quimiotróficos utilizam a energia de compostos
químicos para a síntese de matéria orgânica.
O carbono é um elemento químico essencial à Vida, já que está na
base dos compostos orgânicos.
Os seres autotróficos utilizam um composto inorgânico (CO2 ou CO)
como fonte de carbono.
Os seres heterotróficos utilizam matéria orgânica como fonte de
carbono.
O tipo de nutrição está relacionado com a posição trófica que os
seres ocupam nos ecossistemas.
Os seres fotoautotróficos, sendo produtores, ocupam a base das
teias alimentares, na maioria dos ecossistemas.
Nos ecossistemas onde a luz solar não existe, uma posição
equivalente é ocupada pelos quimioautotróficos.
Diversidade de critérios – Tipos de nutrição

Os seres heterotróficos são consumidores


(macroconsumidores ou
microconsumidores), utilizando, directa ou
indirectamente, matéria orgânica sintetizada
pelos produtores.
Existem dois processos de obtenção de
matéria orgânica por parte dos consumidores: a
ingestão (macroconsumidores) e a absorção
(microconsumidores).
Na ingestão, o alimento é digerido no
interior do organismo (digestão intracorporal).
Quando a digestão intracorporal ocorre
dentro de células, diz-se que há digestão
intracelular.
A digestão intracelular ocorre, por exemplo,
em protistas como as amibas, e em alguns
animais simples, como as esponjas.
Diversidade de critérios – Tipos de nutrição

Quando a digestão
intracorporal ocorre em cavidades
especializadas, diz-se que há
digestão extracelular.
Isto acontece na maioria dos
animais.
Diversidade de critérios – Tipos de nutrição

Na nutrição por absorção, o organismo lança enzimas digestivas para o


exterior do corpo, dando-se aí a decomposição dos nutrientes complexos em
moléculas mais simples.
Após esta digestão extracorporal, o organismo absorve os nutrientes
mais simples, entretanto formados.
Este tipo de nutrição é característica nos fungos.
Diversidade de critérios – Critérios embriológicos

A Embriologia consiste no estudo do desenvolvimento embrionário dos


organismos e tem-se revelado, à semelhança da Paleontologia e do modo de
nutrição, um critério muito útil na classificação dos seres vivos, especialmente
dos animais.
Diversidade de critérios – Cariologia

A Cariologia consiste no estudo dos cariótipos dos seres vivos.


As células somáticas de cada espécie têm o mesmo número de
cromossomas, pelo que este critério se toma útil para classificar seres vivos.
No entanto, existem espécies diferentes que possuem o mesmo número
de cromossomas, pelo que este critério tem muitas limitações na sua
aplicação.
Para além do número de cromossomas, existem outros aspectos do
cariótipo que são úteis para classificar organismos.
Diversidade de critérios – Critérios etológicos

A Etologia é o estudo do comportamento animal.


As diferenças encontradas em padrões de comportamento de grupos
semelhantes são úteis na classificação desses grupos.
Alguns comportamentos, como o comportamento dos chimpanzés, a
emissão de padrões de som por insectos ou o comportamento migratório
das aves, servem para estabelecer relações entre organismos e podem definir
espécies diferentes.

Os grilos havaianos Laupala


paranigra e Laupala kohalensis, são
semelhantes morfologicamente mas
possuem padrões de som diferentes.
Ao emitir o som, o macho procura
atrair as fêmeas; o que se verifica é
que só as fêmeas da mesma espécie
são realmente atraídas, existindo,
desta forma, isolamento reprodutor
entre os indivíduos das duas
espécies.
Diversidade de critérios – Critérios bioquímicos

Os critérios bioquímicas são dos dados mais


recentes utilizados em classificação.
O estudo comparativo de biomoléculas,
especialmente de proteínas e de ácidos nucleicos de
diferentes organismos, tem revelado dados muito
significativos.
Este tipo de critérios tem-se revelado especialmente
útil, quando se trata de microrganismos.
Existem bactérias morfologicamente muito
semelhantes, que são classificadas em grupos distintos,
de acordo com certas características bioquímicas.
Os critérios bioquímicos também são utilizados com
sucesso em outros tipos de seres vivos.
Actualmente, é comum utilizar dados como a
constituição de determinadas proteínas, ou a
sequência de nucleótidos do DNA, para separar
grupos de seres muito semelhantes.
Diversidade de critérios – Critérios bioquímicos

Entre os estudos bioquímicos que se podem fazer, encontra-se a


comparação de sequências de aminoácidos num polipéptido em
diferentes espécies.
O grau de semelhança na sequência de aminoácidos indica o grau
de parentesco entre os organismos.
Com estas comparações, é fácil constatar que os genes
responsáveis por essas proteínas evoluíram a partir de um gene
comum, herdado do mesmo ancestral, que se transformou à medida
que as espécies se afastavam.
Nem todas as proteínas evoluíram com a mesma rapidez, pois
algumas parecem ter variado muito pouco, como o citocromo c, que
apresenta relativamente poucas diferenças entre organismos
próximos, e outras modificaram-se rapidamente e de forma
significativa, como algumas albuminas do sangue.
Diversidade de critérios – Critérios bioquímicos

A maneira mais directa de determinar o grau de parentesco entre organismos


é a comparação dos ácidos nucleicos constituintes.
O método mais directo e preciso de comparar os ácidos nucleicos é a análise
da sequência do DNA.
Desta maneira, é possível determinar as semelhanças e as diferenças
existentes entre duas espécies.
Esta comparação pode ser feita entre as moléculas de DNA mitocondrial.

Pode ainda ser analisada a


sequência do RNA ribossómico.
Como o DNA que codifica o RNA
ribossómico se modifica mais
lentamente do que o restante, as
diferenças que existem na
sequência do RNA ribossómico
podem ser usadas para
encontrar os ramos mais antigos
da árvore filogenética de todos
os seres vivos.
Diversidade de critérios – Organização estrutural

Este critério estabelece as bases da classificação actual e pode


dividir os seres vivos em:
Procariontes e eucariontes - os seres procariontes não têm núcleo
individualizado por membrana nuclear nem possuem organitos do
sistema endomembranar; já os seres eucariontes têm o núcleo
individualizado e possuem organitos constituídos por membranas;
Unicelulares e multicelulares - os seres unicelulares são
constituídos par uma única célula, como as bactérias ou as
euglenas, enquanto os seres multicelulares possuem várias células;
Indiferenciados e diferenciados - a diferenciação celular atinge
vários graus de complexidade, existindo seres multicelulares que
não têm diferenciação tecidular, como as algas; seres em que a
diferenciação está reduzida, atingindo somente alguns tecidos, e
ainda, no caso de outros organismos, como, por exemplo, os
animais seres em que a diferenciação é muito complexa, com vários
tecidos, órgãos e sistemas de órgãos.
Diversidade de critérios – Organização estrutural

A organização estrutural dos seres é, talvez,


dos critérios de classificação mais importantes.
A diferença estrutural a nível celular que se
verifica entre procariontes e eucariontes marca
a divisão dos mais abrangentes grupos de seres
vivos.
Por outro lado, o nível de complexidade dos
variados organismos, bem como a
especialização estrutural e fisiológica das células,
fornecem dados muito importantes em
classificação.

Cada um destes critérios, isoladamente, tem


uma importância relativa, devendo ser utilizado
em conjunto com vários outros, de forma a
permitir uma perspectiva global acerca das
características (bioquímicas, estruturais,
fisiológicas, evolutivas, ...) dos organismos.
Taxonomia e Nomenclatura

As classificações biológicas utilizadas


actualmente ainda são influenciadas pelos trabalhos de
Aristóteles, mas sobretudo de Lineu, que é, assim,
considerado o pai da Taxonomia.
A Taxonomia é o ramo da Biologia que se ocupa da
classificação dos seres vivos, à identificação e à
atribuição de nomes aos grupos de seres vivos
estabelecidos.
A Nomenclatura define as regras a usar para
nomear os grupos formados.
Em Taxonomia, tenta-se utilizar um sistema uniforme
que expresse o grau de semelhança entre os seres
vivos.
Taxonomia e Nomenclatura

Com o desenvolvimento da Biologia


Evolutiva, surge a Sistemática, como um
conceito mais abrangente que a Taxonomia.
A Sistemática pode considerar-se como
uma Biologia Comparativa, que engloba
dados da Taxonomia e da Biologia Evolutiva,
para tentar compreender a história evolutiva
dos organismos e as suas relações de
parentesco.
Carl Lineu, no século XVIII, implementou o
actual sistema de classificação de seres
vivos, tanto a nível da hierarquia da
classificação destes seres como da sua
nomenclatura.
Taxonomia e Nomenclatura

Os principais taxa utilizados nas classificações actuais são:


• Reino
• Filo
• Classe,
• Ordem,
• Família,
• Género
• Espécie

Estas categorias taxonómicas são universais.

Na hierarquia das classificações biológicas, cada uma das categorias


taxonómicas é também designada por taxon (plural taxa).
Além das sete categorias principais de taxa usadas em classificação - os
taxonomistas têm, por vezes, necessidade de considerar categorias
intermédias. Para as distinguir usam prefixos, como super, sub e infra.
Taxonomia e Nomenclatura

A espécie, unidade básica da classificação, é constituída por um


conjunto de indivíduos que partilham um mesmo fundo genético, que
lhes permite cruzarem-se entre si e originar descendência fértil.
Os indivíduos que pertencem a uma dada espécie estão em
isolamento reprodutivo relativamente a indivíduos de espécies diferentes.
A designação atribuída a cada espécie é constituída pelo nome
genérico, que designa o género (grupo mais abrangente que engloba
um conjunto de espécies com muitas afinidades) seguida do restritivo
específico que a define e a distingue das restantes.
Os organismos encontram-se então agrupados em categorias
taxonómicas dispostas hierarquicamente, em que o Reino representa o
taxon (singular de taxa) mais abrangente, pois inclui uma grande
diversidade de organismos, e a espécie é o grupo mais restrito, que
engloba apenas indivíduos com as mesmas características morfológicas
e fisiológicas, mostrando grandes semelhanças bioquímicas e no
cariótipo, que se podem reproduzir entre si e originar descendentes
férteis.
Taxonomia e Nomenclatura

Enquanto que a espécie é um grupo natural, as restantes categorias


taxonómicas tentam agrupar taxa inferiores semelhantes.
Desta forma, espécies semelhantes agrupam-se para constituir um
género.
De igual modo, os Géneros mais relacionados estão agrupados em
famílias e assim sucessivamente.
A chave dicotómica permite identificar os seres vivos através de um
conjunto de características que eles possuem.
Quanto mais semelhantes são os organismos, maior é o número
de taxa comuns a que pertencem.
Taxonomia e Nomenclatura

Tome-se como exemplo o cão e o


lobo que, sendo os organismos mais
semelhantes, pertencem ao mesmo
Género, pertencendo, também, por
isso, à mesma Família, à mesma
Ordem, ao mesmo Filo e ao mesmo
Reino (aos mesmos taxa
superiores).
As contribuições de Lineu para a
Taxonomia não se ficaram pelo
estabelecimento de uma hierarquia
taxonómica.
Taxonomia e Nomenclatura
Taxonomia e Nomenclatura

Em Ciência, o uso do nome vulgar dos organismos pode constituir um


obstáculo à comunicação, pois muitas vezes o nome varia de país para país
e mesmo de região para região.
Por outro lado, existem muitos seres vivos que não possuem nome
comum.
Os primeiros sistemas de nomenclatura eram em latim, o que é
facilmente explicável pelo facto dessa língua ser usada de forma quase
universal nos meios académicos.
Actualmente, ainda se usa o latim em nomenclatura.
Esta tradição decorre do facto do latim ser uma língua morta, não se
encontrando, por isso, sujeita a evolução.
Taxonomia e Nomenclatura

Até ao aparecimento do sistema de nomenclatura binominal proposto


por Lineu, os nomes científicos consistiam numa longa descrição em latim da
espécie.
Os nomes eram mesmo aumentados, à medida que se encontravam
espécies semelhantes
. Assim, por exemplo, a catária, ou erva-dos-gatos era conhecida por
Nepeta jloribus interrupte spiculatus pedunculatis (ou seja, Nepeta com flores
numa espiga pedunculada interrompida).
Com o sistema de nomenclatura binominal de Lineu, passou a ser
conhecida por Nepeta cataria.

O sistema de nomenclatura
de Lineu ainda hoje é utilizado
e tem por , base um conjunto
de regras.
Taxonomia e Nomenclatura
Taxonomia e Nomenclatura

Actualmente, existem associações internacionais de


taxonomistas que gerem a atribuição de nomes científicos, de
forma a não existirem repetições de nomes para organismos
diferentes ou designações diferentes para o mesmo
organismo.
Desta forma, garante que os nomes científicos são
universais, facilitando a comunicação entre biólogos de todo o
mundo.
Apesar da grande variedade de sistemas, de classificação,
nenhum deles é perfeito.
O conhecimento científico encontra-se em permanente
evolução, pelo que nenhum sistema de classificação é
definitivo.
Taxonomia e Nomenclatura

Grupo
Taxonó
mico

Andorinha-das- Gorila-da- Orangotango de


Borboleta laranja Cavalo marinho
chaminés montanha Samatra
Reino Animalia Animalia Animalia Animalia Animalia
Filo/Divi
Arthropoda Chordata Chordata Chordata Chordata
são
Classe Insecta Osteichthyes Aves Mammalia Mammalia
Ordem Lepidoptera Gasterosteiformes Passeriformes Primata Primata
Família Riodinidae Syngnathidae Hirundinidae Pongidae Pongidae
Género Emesis Hippocampus Hirundo Gorilla Pongo
Hippocampus
Espécie Emesis fatima Hirundo rustica Gorilla gorilla Pongo pygmaeus
kuda

Subespé Gorilla gorilla Pongo pygmaeus


Emesis fatima fatima
cie beringei abelii
Taxonomia e Nomenclatura

Grupo Cerejeira
Cerejeira brava Pinheiro silvestre Musgo
Taxonómico japonesa
Reino Plantae Plantae Plantae Plantae
Filo/Divisão Tracheophyta Tracheophyta Tracheophyta Bryophyta
Classe Angiospermae Angiospermae Gimnospermae Musci
Ordem Rosales Rosales Coníferales Briida
Família Rosaceae Rosaceae Pinaceae Funariaceae
Género Prunus Prunus Pinus Funaria
Espécie Prunus serrulata Prunus avium Pinus sylvestris Funaria hygrometrica
Taxonomia e Nomenclatura

O sistema de nomenclatura, possui regras que estão consignadas no


Código Internacional de Nomenclatura Botânica e no Código
Internacional de Nomenclatura Zoológica, são seguidos por todos os
cientistas.

O nome da espécie escreve-se com duas palavras latinas


(nomenclatura binomial), sendo a primeira um substantivo escrito
com inicial maiúscula, que corresponde ao nome do género a que a
espécie pertence; a segunda palavra, escrita com inicial minúscula,
designa-se por epíteto ou restritivo específico. O nome da espécie
escreve-se em itálico e, quando manuscrito, é sublinhado.
O nome da subespécie escreve-se colocando à frente do nome da
espécie um terceiro termo designado por epíteto ou restritivo
subespecífico (nomenclatura trinominal). O nome da subespécie
escreve-se com três palavras, escritas em latim, em itálico ou
sublinhadas se manuscritas. A primeira palavra, com inicial maiúscula,
representa o género; a segunda palavra, com inicial minúscula
representa o epíteto específico; a terceira palavra, com inicial
minúscula, representa o epíteto subespecífico.
Taxonomia e Nomenclatura

O nome dos grupos superiores à espécie consta de uma única


palavra, um substantivo escrito com inicial maiúscula (nomenclatura
uninominal).
Os nomes genéricos, específicos e subespecíficos devem ser escritos
em itálico e quando em manuscritos devem ser sublinhados.
O nome do género corresponde à primeira palavra da espécie, é um
substantivo, simples ou composto, escrito com inicial maiúscula;
Nas Plantas o nome das classes termina em ae; o nome das ordens
termina em ales; o nome das famílias termina em aceae; o nome das
sub-famílias termina em oidae.
Nos Animais o nome dos grupos superiores à família terminam em
a; o nome das famílias termina em idae ou ineae.
Taxonomia e Nomenclatura

À frente da designação científica deve escrever-se, deve referir-


se (em letra do texto com inicial maiúscula, sem sublinhado
nem itálico, por extenso ou abreviadamente, e sem qualquer
pontuação intermediária) o nome do autor que primeiro a
descreveu e denominou, seguindo-se uma vírgula e a data em
que a descrição foi publicada pela primeira vez (por exemplo,
«Lutra lutra L., 1758» significa que Lineu foi o primeiro a
descrever e dar nome à espécie e que tal aconteceu em 1758);
Taxonomia e Nomenclatura
Sistema de classificação de Whittaker modificado
Seres Vivos

Acelulares Celulares

Vírus

Procariontes Eucariontes

Reino Monera

Tecidos indiferenciados ou com reduzida Tecidos com maior ou menor diferenciação,


diferenciação celular, unicelulares ou unicelulares e pluricelulares
pluricelulares

Reino Protista Heterotróficos Autotróficos

Reino Plantæ
Absorção Ingestão

Reino Fungi Reino Animalia


Sistema de classificação de Whittaker modificado

Desde a Antiguidade Clássica até


meados do século XIX os seres vivos
eram agrupados em dois Reinos: o
Reino Animal e o Reino Planta.
O Reino Planta abrangia os seres
vivos fotossintéticos, sem locomoção,
sem ingestão, com parede celular
(plantas, fungos e bactérias).
O Reino Animal abrangia os seres
vivos não fotossintéticos, com locomoção
e que obtêm os alimentos por ingestão
(seres unicelulares – protozoários e
seres multicelulares – metazoários).
Sistema de classificação de Whittaker modificado

Ernest Haeckel (1834-1919) foi um


dos vários autores que propôs a
introdução de um terceiro reino – o
Reino Protista.
O Reino Protista inclui as formas
mais primitivas e ambíguas (bactérias,
fungos unicelulares, protozoários) cujas
características não são claramente
nem de animais nem de plantas,
possuindo, por vezes, simultaneamente
características dos dois reinos.
O facto de os fungos não
apresentarem clorofila, não sendo
portanto, fotossintéticos, e de alguns
protozoários terem essa capacidade
ainda que possuíssem movimento,
forneceu a Haeckel argumentos para
sustentar a sua proposta.
Sistema de classificação de Whittaker modificado

Herbert Copeland (1902-


1968) introduziu o quarto
reino, o Reino Monera.
O Reino Monera inclui os
seres procariontes
(bactérias).
Este reino surge devido
ao aparecimento do
microscópio electrónico que
permitiu distinguir a
presença (eucarionte) ou a
ausência (procarionte) de
um núcleo.
O Reino Protista inclui
os seres eucariontes
unicelulares e fungos.
Sistema de classificação de Whittaker modificado

Whittaker (1924-1980) em
1969, propôs um sistema de
classificação em cinco reinos, no
qual os fungos passam a constituir
um reino independente – o Reino
Fungos.
No Reino Protista considerou
apenas os organismos eucariontes
unicelulares.

Whittaker baseou o seu


sistema de classificação em três
critérios:
nível de organização estrutural
tipo de nutrição
interacção nos ecossistemas
Sistema de classificação de Whittaker modificado

Whittaker, em 1979,
alterou o seu anterior
sistema de classificação,
introduzindo modificações
principalmente no Reino
Protista, já que este
apresentava várias linhas
evolutivas quebradas.
O Reino Protista inclui os
seres eucariontes
unicelulares e eucariontes
multicelulares
indiferenciados ou com
diferenciação reduzida.
Alguns autores, após estas
alterações, propuseram a
alteração de nome de Reino
Protista para Reino
Protoctista.
Sistema de classificação de Whittaker modificado

O sistema de classificação de Whittaker


distingue três linhas evolutivas com base no
modo de nutrição: fotossíntese, absorção e
ingestão.
Estes critérios permitem considerar este
sistema ecológico e não filogenético, uma vez
que reflecte a forma como os organismos
obtêm alimento e não as relações evolutivas
entre eles.
Sistema de classificação de Whittaker modificado

Critério Característica Reino


Sem núcleo bem organizado (Procariontes) Reino Monera
Nível de
organização Reinos Plantæ, Fungi,
Com núcleo bem organizado (Eucariontes)
Animalia, Protista
Ingestão (captam e digerem Reino Animalia e alguns
Heterotróficos intracorporalmente o alimento) seres do reino Protista
(utilizam carbono
orgânico) Absorção (captam o alimento já Reino Fungi, alguns seres
digerido extracorporalmente) dos reinos Monera e Protista
Modo de nutrição
Fotossintéticos (utilizam Reino Plantæ, alguns seres
Autotróficos energia luminosa) dos reinos Monera e Protista
(utilizam carbono
inorgânico) Quimiossintéticos (utilizam Alguns seres do Reino
energia química) Monera
Reino Plantæ, alguns seres
Produtores (são autotróficos)
dos reinos Monera e Protista
Macroconsumidores (são heterotróficos por Reino Animalia, alguns seres
Nível trófico
ingestão) do reino Protista
Microconsumidores (são heterotróficos por Reino Fungi, alguns seres
absorção) dos reinos Monera e Protista
Monera Protista Fungi Plantae Animalia
Tipo de
Procariótica Eucariótica Eucariótica Eucariótica Eucariótica
célula

Organização Unicelulares Unicelulares Unicelulares


coloniais ou coloniais ou Multinucleados
celular Multicelulares Multicelulares
solitários solitários Multicelulares
Multicelulares

Sem diferenciação
Sem diferenciação
Diferenciação de tecidos Progressiva
de tecidos ou Progressiva
Sem diferenciação somáticos diferenciação de
tecidular reduzida diferenciação
de tecidos Com diferenciação tecidos
diferenciação de tecidos
de tecidos
reprodutores
Mobilidade Móveis Móveis Imóveis Imóveis Móveis
Imóveis Imóveis

Reprodução Assexuada Assexuada Sexuada Sexuada


Assexuada
Sexuada Sexuada

Heterotróficos por
Tipo de Heterotróficos por
absorção Autotróficos Heterotróficos por
absorção e ingestão Heterotróficos por
nutrição Autotróficos fotossintéticos ingestão
Autotróficos absorção
quimiossintéticos e
fotossintéticos
fotossintéticos
Produtores
Macroconsumidores
Nível trófico Produtores Macroconsumidores Microconsumidores Produtores
Microconsumidores
Microconsumidores Microconsumidores
Sistema de classificação de Whittaker modificado

Reino Características

Seres procariontes; unicelulares solitários ou coloniais;


heterotróficos por absorção e autotróficos por quimiossíntese ou
Monera fotossíntese; não possuem ingestão; são os únicos seres vivos
que possuem quimiossíntese; produtores e microconsumidores.
Seres eucariontes; unicelulares solitários ou coloniais e
Protista pluricelulares indiferenciados; não possuem quimiossíntese;
Produtores, macroconsumidores e microconsumidores.
Seres eucariontes; multicelulares; são os únicos seres vivos
multinucleados (estrutura sincial); a sua parede celular é
Fungi quitinosa, não possuem clorofila; heterotróficos por absorção;
microconsumidores.
Seres eucariontes; multicelulares; a sua parede celular é
Plantae celulósica; possuem clorofila; autotróficos fotossintéticos;
produtores.
Seres eucariontes; multicelulares; não possuem parede celular
Animalia nem qualquer plasto; heterotróficos por ingestão;
macroconsumidores.
Evolução dos sistemas de classificação
Outros sistemas de classificação

Lynn Margulis e Karlene Schwartz, em


1980, apresentaram uma classificação que
considera a existência de dois super-reinos
ou Domínios – Super-Reino Prokarya (em
que incluía todos os seres procariontes) e
Super-Reino Eukarya (em que reunia todos
os seres eucariontes).
Nestes dois domínios incluem-se os cinco
reinos: Reinos Proctotista, Fungos, Planta e
Animal (Super-reino Eukarya) e Reino
Monera (Super-Reino Procarya).
Margulis e Schwartz basearam-se,
essencialmente, em dados de ultra-estrutura
microscópica das células e respectivos
organitos citoplasmáticos, dados
morfológicos, de desenvolvimento e
moleculares, para determinarem as relações
filogenéticas entre os seres vivos.
Outros sistemas de classificação

Carl Woese e seus colaboradores a


partir de análises comparativas da
sequência de nucleótidos em ácidos
nucleicos, consideraram ser pertinente
dividir os seres vivos em três grandes
Domínios: Eubacteria, Archæbacteria e
Eukaria, contendo cada domínio vários
reinos.
O domínio Archæbacteria contêm os
seres procariontes que vivem em
condições extremas, o domínio
Eubacteria contêm os seres procariontes
mais comuns e o domínio Eukariota
inclui os restantes seres vivos.
Este sistema de classificação baseia-se
na filogenia molecular, essencialmente
sequências nucleotídicas de RNAr.
Sistema de classificação de Whittaker modificado

Estudos recentes de genética permitiram-lhe ainda concluir que:


há um ancestral comum a todos os seres vivos, procariontes e
eucariontes;
existem dois tipos distintos de procariontes, que foram designados
por Eubacteria (ou simplesmente Bacteria) e Archaea (ou
Archaeabacteria);
a relação de ancestralidade é mais próxima entre os Archaea e os
Eukaria (eucariontes) do que entre os Archaea e os Eubacteria.
Sistema de classificação de Whittaker modificado
Outros sistemas de classificação

Enquanto o sistema de classificação


de Whittaker inclui todos os procariontes
num só reino a classificação em três
domínios reconhece dois domínios
incluindo organismos procariontes
Apenas um domínio para os
eucariontes.
As duas linhagens de procariontes terão
divergido muito cedo na história evolutiva
e a linhagem do Domínio Eukarya diverge
do Domínio Archae depois de Archaea e
Eubacteria terem divergido.
As sequências genéticas indicam que
Archaea tem uma combinação de genes
semelhantes a Bacteria e a Eukarya,
estando mais relacionado com Eukarya
do que com Bacteria.
Outros sistemas de classificação

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