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Marcus Siviero

Sabão
Sabonete
&
Cia
PREPARO E FABRICAÇÃO

Sabonetes, xampu, condicionadores,


cremes, desodorantes, sabão em pó, em
pasta, desengordurante, líquido e
outros.
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– Editoração de iniciativa pessoal –

Edição elaborada e produzida


pelo próprio Autor.

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reprodução sob qualquer aspecto ou
forma, direitos reservados ao Autor,
(Lei nº 5.988, de 14/12/73).

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Apresentação

Ao Leitor

A saponificação industrial foi,


e é ainda, um dos maiores e mais sólidos
braços da indústria química, tendo
aproximadamente a idade da civilização
humana. Exerce, ainda hoje, um fascínio
quase “mágico” sobre os leigos no estudo
da Química e mesmo profissionais do ramo.
Enseja sonhos de sucesso com fórmulas
segredadas e transmitidas de pai para
filho por muitas gerações, cria
possibilidades de obtenção de pedras
polidas, opacas ou transparentes parecidas
com as mais preciosas gemas trabalhadas,
são acrescidas dos mais exóticos perfumes,
lembrando flores das mais remotas regiões.
Publicitariamente são, via de regra,
comparadas às estrelas de um céu infinito
ou vêm sempre às mãos de mulheres que só
podem ser imaginadas em contos de fadas.
Fala-se de uma atividade que possui a
peculiaridade, raras vezes encontrada em
outros setores empresariais, de “nascer” a
partir de um “embrião” ou “casulo”
industrial. Uma empresa de porte
imensurável que pode surgir de um quintal.
Apenas por analogia: – quem já ouviu falar

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de indústria petroquímica de “quintal”? ou
siderúrgica na garagem de uma casa?

Queremos lembrar ainda, ao caro


Leitor e interessado no ramo, tratar-se
aqui de uma das raríssimas indústrias
consideradas e entendidas como
absolutamente não poluentes, podendo ser
montada em qualquer lugar sem interferir
com o meio ambiente.

Os gigantescos complexos de
saponificação industrial, que a nível
mundial chegam a gerar um número de
empregos da ordem de sete dígitos, exibem,
com orgulho, fotografias dos tachos e
“panelões” onde seus patronos e pioneiros
criaram suas primeiras partidas de sabão,
conservam os lugares e ambientes fabris
que originaram os atuais conglomerados
mundiais como museus, mostrando como os
“sonhadores” daquele tempo “lambiam” os
dedos lambuzados de sabão para determinar
o grau de neutralização do que produziam.

É esse, e não outro, o motivo


deste ramo da Química ser conhecido por
“Arte e Ciência”, onde a magia da
imaginação e a capacidade de aplicar
conhecimentos determinam, nessa atividade,
o ritmo de crescimento, fornecendo aos
consumidores o asseio e a higiene
necessários à manutenção da saúde e, de
vantagem, acaricia a deliciosa malícia da
vaidade saudável, ressaltando e exaltando
o belo, razão que por si só, é uma
extraordinária mola propulsora desta
indústria.

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Esta obra é inteiramente
dirigida ao pequeno produtor ou ainda, ao
iniciante na Arte/Ciência da saponificação
industrial. Não tem, este ensaio, a
pretensão de ser um tratado, busca, no
entanto, levar, ao Leitor, conhecimento
técnico operacional ou seja, ser objetivo,
coerente e prático, intenta realmente ser
um manual, estar sempre à mão, ficar gasto
e até melado por ser manuseado durante o
processamento das partidas de materiais,
ser chamado de “livrinho”, ser emprestado
e não mais devolvido. Verdadeiramente, a
expectativa do Autor é a simplicidade de
consulta e o máximo de acerto na
fabricação dos produtos.

O Autor

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Sumário

Apresentação

Ao Leitor.............................. 5

Prefácio

Saponificação industrial............... 11

Capítulo I

Características físico-químicas dos


sabões................................ 17

Capítulo II

Funções técnicas e cálculo para


processamento industrial.............. 44

Capítulo III

Características comerciais dos sabões,


tipos e cargas........................ 55

Capítulo IV

Viabilidade econômica, industrialização 65

Capítulo V

Produzindo o sabão.................... 102

Capítulo VI

Pequeno receituário................... 125

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Capítulo VII

Procedimentos analíticos.............. 133

Capítulo VIII

Sabão básico ou industrial............ 142

Capítulo IX

Materiais graxos...................... 161

Capítulo X

Derivação dos materiais graxos na


indústria cosmética e de toucador..... 177

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Saponificação industrial

Referências históricas sobre a origem do


sabão1.

Pesquisando a origem do sabão,


verifica-se que os povos anteriores à era
cristã não o conheciam, somente mais tarde
o homem passou a empregar sucos vegetais
semelhantes ao sabão e a cinza de madeira.
Além disso, logo se concluiu que a urina
putrefaciente, em virtude do alto teor de
carbonato de amônio2, possui uma ação
detergente. Conheceu-se na Roma antiga os
fulões, homens estes, com o direito de
colocar em praças públicas e ruas,
recipientes para coletar urina.

Somente em Plínio, o antigo, na


sua “História Natural”, segundo a qual os
antigos germanos seriam considerados os
inventores do sabão. Segundo Plínio, esse
produto era preparado a partir do sebo de
cabras e cinza de madeira, não sendo, no
entanto, usado como detergente e sim como
ungüento para se tingir cabelos. Plínio
refere-se ainda, a sabões moles e duros,
donde se conclui que já se conhecia um
processo para se transformar sabão de
potássio “mole”, em sabão de sódio “duro”.

1
– Versado da tradução de Carlos Burger Júnior da 3ª edição alemã de “Die
Seifenfabrikatio” de Dr. Karl Braun, revista por Theodor Klug e publicada por
Walter de Gruyter & Co., Berlim, 1953.
2
– A amônia já era conhecida pelos gregos, romanos e persas – do Latim –
“Ammoniacu” e do grego “Ammoniakón” , “sal do país de Amon” –

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No primeiro século da nossa era,
os romanos devem ter preparado sabão, pois
se encontrou nas ruínas de Pompéia1, uma
espécie de saboaria.

No início, provavelmente, só se
misturou óleo e cinzas com água, sendo, a
massa resultante, usada como pomada.
Descobriu-se mais tarde, por acaso, que a
pomada era mais eficiente quando se
tratava primeiro a cinza com cal e só
então se juntava a gordura.

O sabão foi mencionado pela


primeira vez como detergente no século II,
pelo médico Galeno, na sua obra
“Simplicibus Medicaminibus”, pois a
higiene é, na verdade, a cura de muitos
males da pele sendo, então, o sabão,
considerado um medicamento.

Um posterior desenvolvimento na
preparação do sabão foi, simplesmente,
desconhecido até o século XII, quando se
encontrou em velhos documentos de
corporações em Colônia e Magdeburgo2,
segundo os quais a fabricação do sabão
ficava sujeita às leis impostas por estas
“corporações”.

No século XIV viríamos a saber,


pela primeira vez, de organizações e/ou
espécies de sindicatos de saboeiros
datados de 1324 Augsburgo, em 1331 Viena,

1
– Cidade da antiga Roma soterrada por uma erupção vulcânica do Vesúvio
no ano de 79, juntamente com Herculano e Estábia.
2
– Cidades da Alemanha.

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1336 Praga, 1357 Nurenberg, 1384 Ulmo ou
seja, quase toda a Germânia.

Em Veneza1, no século XV, depois


em Savonna e Gênova2, predominava o
comércio do sabão, com tal intensidade de
captação de recursos que no ano de 1622,
na Inglaterra, foi instituído o primeiro
monopólio para a indústria saboeira, sendo
logo taxada sua produção com elevados
impostos.

Nos séculos passados, preparava-


se sabão apenas através de pequenas
fábricas, por processos extremamente
primitivos. Esse estado de coisas chegou
até Leblanc, inventor do processo de
obtenção de hidróxido de sódio a partir do
cloreto de sódio3, pelo método
eletrolítico, o que veio proporcionar um
material de alto grau de pureza,
agilizando, dessa forma, a preparação do
sabão de qualidade superior.

Já naquele tempo, porém, o


saboeiro era, por tradição, logicamente
conservador, o que dificultou, em
princípio, a divulgação e utilização do
novo produto, que, sendo mais puro,
tornava tão diferente o modo de operar o
processo de saponificação. Aos poucos, no
entanto, o saboeiro habituou-se ao novo
material, principalmente, porque se

1
– Cidade do norte da Itália, Mar Adriático – Golfo de Veneza –.
2
– Cidades vizinhas no norte da Itália, Mar da Ligúria.
3
– Sal de cozinha.

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conseguia enormes quantidades desse e
muito mais barato.

A isso, devemos acrescentar


ainda, o grande impulso na importação de
gorduras vegetais, destacando-se que a
primeira vez que foi desdobrado em sabão,
o óleo de coco, o foi na terceira década
do século XIX.

As primeiras informações
técnicas e científicas a respeito do
sabão, nos foram transmitidas pelo químico
francês Chevreul em 1824, foi ele quem,
pela primeira vez, isolou das gorduras, os
ácidos graxos e a glicerina.

Por outro lado, a indústria


bélica veio trazer maior importância à
saboaria, pois o único meio de se obter
glicerina, à época, era por meio da
saponificação que, ao desdobrar as
gorduras em ácidos graxos que se ligam às
bases alcalinas1 deixando livre o glicerol2
deixa, na lavagem final para depuração do
sabão superior, como resíduo ou
subproduto, a água “glicerinada” para
posterior depuração.

O primeiro sabão em grão


separado sobre preparação em pasta foi
obtido por Grodhaus, em Darmstadt. Segue-
se, então, o sabão de Eschwege3 em 1846,
que foi propriamente descoberto ao acaso,

1
– Hidróxido de sódio, de potássio, etc...
2
– Glicerina (termo técnico, álcool propanotriol)
3
– N. A. – Provavelmente nome derivado do Mineralogista Alemão
Wilhelm Ludwig von Eschwege, por sua aparência com pedras.

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quando se recuperava material falhado para
pô-lo à venda, na mistura dos vários tipos
de sabão recuperados eles adquiriam a
aparência do mármore1, houve muita
aceitação e, logo, este passou a ser
produzido intencionalmente.

A partir do século XIX,


assistiu-se a um grande salto na
fabricação de sabões com a introdução,
principalmente, das gorduras vegetais,
como o óleo de amendoim, algodão, soja,
oliva, gordura de coco e ainda, o uso do
breu, primariamente, utilizado com a
finalidade de reduzir significativamente
os custos, dando de vantagem, a
desodorização parcial dos fortes odores
desagradáveis ainda presentes no produto
àquela época.

No fim do século XIX o processo


de refino e branqueamento das gorduras já
vinha bem adiantado, o que possibilitava
uma aparência de melhor qualidade e um
produto mais eficiente, tornando patente
que técnica e ciência aliadas a arte
permitiam um gigantesco salto na
industrialização do sabão.

Um fato porém, que levou aos


extremos a capacidade industrial da época
e que tornou obrigatório o desenvolvimento
tecnológico nos equipos e maquinaria do
ramo, foi a introdução do vapor em lugar
do fogo direto na confecção do sabão, até
a data, a única alternativa viável.

1
– No Brasil é conhecido por “sabão marmorizado”.

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Os meios de segurança foram
aperfeiçoados, os equipamentos totalmente
transformados, dinamizaram-se todos os
métodos de produção, substituíram-se as
velhas formas por eficientes processos de
transformação do produto liquido em altas
temperaturas para lascas secas e prontas
para tratamentos ulteriores em laminadores
ou compressores contínuos e sucessivos sob
efeito de alto vácuo, onde se obtém
uniformidade, qualidade e aparência de
mercado para o produto final.

Enormemente entravada por


guerras e por falta de alimentos, o que
limitou muito o fornecimento de gorduras,
a indústria saboeira buscou sucedâneos e
sintéticos, o que a levou a outros campos
tornando impositivo um controle químico
para a execução desses objetivos.

Assim, o velho artesanato,foi


hoje transformado num dos mais importantes
braços da indústria química, sendo o
pequeno sabão, um cosmético fino, um
detergente de grande poder ativo, um
produto medicinal, um sabonete perfumado
de toucador ou ainda, uma matéria-prima de
extrema importância para hospitais,
lavanderias, grandes centros industriais e
comerciais, deixa ainda na sua sobra a
glicerina, indiscutivelmente indispensável
nos laboratórios farmacêuticos, na
industria de explosivos para mineração e
mesmo bélica. Aquelas “pedrinhas” geram
muitos milhões de empregos em todo o
mundo.

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Capítulo I
Características físico-químicas
dos sabões
Esclarecimento: - Tem este
trabalho, a direção objetivada à técnica
industrial diretamente aplicada, no
entanto, existe a necessidade implícita do
conhecimento básico da matéria em pauta;
para tanto, havemos, obrigatoriamente, que
fazer contato com os dados científicos a
ela relacionados, ainda que seja
superficialmente e sem o caráter de
profundidade teórica.
Dedicaremos este capítulo ao
estudo dos materiais envolvidos e à
compreensão dos fenômenos físicos e
químicos que participam destas reações até
a obtenção do produto final.
1.1 – Sabões: Características
físicas principais.
O sal metálico de um ácido graxo
de cadeia longa é um sabão, sendo o
estearato de sódio (C17H35COO-Na+)1 o mais
comum exemplar conhecido. O sabão é um
eletrólito coloidal que em soluções a
baixas concentrações se caracteriza por
dispersar íons sódio e o ácido graxo
correspondente do mesmo modo que ocorre a
uma solução salina ordinária.
Com o aumento da concentração,
conhecida pelo nome de “micela”, cresce a

1
– (C17H35COO-Na+), fórmula química de um sabão.

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tendência desta em aglomerar-se
esfericamente pela coesão uniformemente
distribuída, formando “bolos”. A direção
geral é o centro para a cadeia carbônica
(apolar) e a superfície do esferóide para
o grupo polar onde fica a ligação
metálica.

Fig. 1 – Esquema imaginário

Essa micela tem as medidas de


uma partícula coloidal, porém, apresenta
carga, é por isso, um íon coloidal que
traz presa à sua superfície uma grande
quantidade de íons positivos, os chamados
opostos, reduzindo, portanto, sua carga
significativamente.

Pois bem, com o crescimento da


concentração e conseqüentemente à formação
da micela, observamos uma acentuada queda
na condutividade elétrica por equivalente
do eletrólito ou seja, uma mesma
quantidade de sabão pode apresentar uma
grande quantidade de íons isolados ou um

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número mínimo destes mesmos íons, e isso é
a concentração quem determina. Temos,
portanto, que para altas concentrações se
observa baixa condutividade e para o
oposto ocorre o inverso. Em sentido
objetivo, temos que; em um recipiente
contendo água com sabão em solução
dispomos de um “condutor”, com uma pedra
de sabão seca, no entanto, temos um
isolante fraco.

A concentração de micelas leva


também à redução da pressão osmótica1 da
solução, assim é possível se obter o
número médio de íons “saponato” na micela
ou seja, o peso molecular médio.

A ação de um sabão tem relação


direta e parcial com a capacidade deste em
manter uma gordura em suspensão no seu
meio físico (solução), parcial porque a
gordura age de forma indireta na limpeza,
pois quando o sabão retira uma partícula
de gordura esta trás agregada a sujidade
não gordurosa.

A capacidade de provocar
emulsões é outro fator particular a ser
observado. A mistura mecânica de água e
óleo é um exemplo de emulsão, a energia
consumida para se obter a emulsão é igual
a energia de resistência da tensão
interfacial da água e do óleo, estas
forças sã apolares e elásticas, i. é,
cedem, porém, retornam à origem ou seja,
uma emulsão não é normalmente estável,

1
– Processo de filtragem de solvente em membrana fechada ao soluto.

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para isso ela é dependente de outros
fatores. O sabão é um agente ativo
superficialmente, sua molécula é polar e
apolar, tem volume concentrado em uma
extremidade e afilamento em outra, isso é
o suficiente para que esta sirva de
“ponte” de ligação interfacial, a parte
polar se “liga” à água e a parte apolar
(cadeia carbônica) ao óleo reduzindo
verticalmente a energia necessária à
emulsificação, é esse o fato que esclarece
o parágrafo anterior, o mecanismo está
detalhado no item (1.4) deste capítulo.

Fig. 2 - Esquema teórico da polarização

1.2 – Características químicas dos


sabões.

1.2.a – Lípidos ou lipídios:

Lípidos ou lipídios São nomes


dados aos produtos naturais de origem

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animal ou vegetal onde predominam ésteres
de ácidos graxos superiores, muito
conhecidos pelos nomes de “óleo ou
gordura”.

Os ésteres são produtos de


ácidos mais álcool, assim, é possível
conhecer o ácido original a ele ligado.
Daí separa-se os lípidos em diversos
grupos, a saber:

Glicéridos, céridos, fosfátidos


e cerebrósidos.

Glicéridos:

Álcool ► Glicerina =

ou

C3H5(OH)3

Ácido ► Ácidos graxos =

Superiores

(molécula com mais de


10 carbonos)

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(fórmula geral de um
éster constituinte de
um glicérido)

Céridos:

Estes são conhecidos como ceras.


Podem ser de origem vegetal ou animal.

As suas moléculas são


constituídas de ácidos graxos e áloois
superiores.

Existem porém, em menor


quantidade que os glicéridos, deixa de ser
interessante para a fabricação dos sabões,
exceto como algum aditivo.

Fosfátidos:

Conhecidos como fosfolípidos,


onde se encontra: - glicerina, ácido
graxo, ácido fosfórico e amino-álcool.

Cerebrósidos:

Lípidos semelhantes aos


fosfátidos cujas diferenças são: - no
lugar da glicerina encontramos glicose,
não possui ácido fosfórico.
1.2.b – Ácidos graxos superiores:

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Características principais: -
possuem mais de 10 carbonos na cadeia,
sendo esta normal contendo ou não duplas
ligações, são monocarboxílicos, possuem
número impar de átomos de carbono.

Do ponto de vista físico eles


são insolúveis na água e têm um elevado
ponto de ebulição.

Os principais são:

Saturados:

Ácido láurico C11H23 - COOH


Ácido mirístico C13H27 – COOH
Ácido palmítico C15H31 – COOH
Ácido esteárico C17H35 – COOH
Ácido cerótico C25H51 – COOH

Insaturados:

Ácido oleico C17H33 – COOH


(uma dupla)

Ácido ricinoleico C17H32OH – COOH


(uma dupla)

Ácido linolênico C17H29 – COOH


(três duplas)

Ácido linoleico C17H31 – COOH


(duas duplas)

Os glicéridos representam os
óleos e as gorduras naturais e predominam:

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Nas gorduras: - ésteres de
glicerina mais ácido graxo saturado.

Nos óleos: - ésteres de


glicerina mais ácido graxo insaturado.

Quando há interesse em se obter


de um óleo, uma gordura basta, para tanto,
saturar a cadeia carbônica, coisa que
veremos à frente como se faz.

Assim, se processa hidrogenando


cataliticamente (H2/Ni) o óleo (um exemplo
muito comum é a margarina).

Alguns óleos e gorduras naturais


são:

Óleos: - óleo de amendoim, de


oliva, de soja, de algodão, de rícino, de
linhaça, de milho, etc...

Gorduras: - toucinho, sebo,


manteiga, gordura de coco, de palmiste,
etc...

1.3 – Propriedades dos glicéridos.

1.3.a – Saponificação:

Trata-se da reação dos


glicéridos com carbonatos ou hidróxidos
metálicos, os mais comuns são os de sódio
e potássio. Com isso se obtém sabão.

Um glicérido reage com uma base


alcalina produzindo glicerina e sais de
ácidos graxo superiores.

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O sabão é a mistura desses sais.

Um exemplo:

Tripalmitato de glicerina + hidróxido de sódio

Tripalmitina + Sódio = Glicerina + sabão

Glicérido + Base = Glicerina + sabão

Numa reação com NaOH (hidróxido


de sódio) obtêm-se sabões duros ou
sólidos, onde se emprega KOH (hidróxido de
potássio) obtêm-se sabões moles ou
pastosos.

1.3.b – Índice de saponificação (I.S.).

Para se determinar certas


características de um óleo ou gordura,
deve-se submetê-lo a processos analíticos
dos quais resultam alguns “índices”. Um
desses resultados é o índice de
saponificação (I.S.).

O índice de saponificação
(I.S.), é o número de miligramas de
hidróxido de potássio (KOH) que são
necessários para saponificar completamente
um grama de óleo ou gordura.

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O procedimento indicado passa
pelo cálculo estequiométrico como segue:

Triestearina Hidróxido de potássio


(P.M.790g) (P.M. 56g)

Portanto:

P.M.2…………………………P.M.1 X 1000a X a
1g…………………………………I.S. ----►

-----► I.S. = 1 X P.M.1 X 1000a x a


P.M.2

onde:

P.M.1 = Peso molecular do KOH

P.M.2 = Peso molecular do óleo

1000a = Índice p/ obter resultado em miligramas

a = Número de moléculas de KOH

I.S. = Índice de saponificação

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Exemplificando:

790g 56g X 1000 X 3


1g I.S. --------►

--------► 1g X 56g X 1000 X 3 = I.S.


790g

Portanto: I.S. = 212,7

Deve-se observar que quanto


maior o peso molecular do glicérido menor
será o seu índice de saponificação.

1.3.c – Índice de iodo (I.I.):

O índice de iodo (I.I.) é o


número de gramas de iodo (I2) capaz de
reagir rompendo as duplas ligações em 100g
de óleo ou gordura.

| |
C = C + I – I -----► - C – C -
| |
I - I

O iodo substitui o hidrogênio


assim, um alto índice de iodo denuncia um
óleo e não uma gordura.

O índice de iodo avalia o grau


de insaturação do óleo ou gordura.

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É, portanto, claro que o índice
de iodo é bastante baixo nas gorduras e
ocorre o inverso para os óleos.

Quanto mais ligações duplas na


cadeia molecular, maior será o índice de
iodo.

1.3.d – Rancificação:

Trata-se de uma série de reações


complexas que se efetuam em presença do
oxigênio (O2) do ar catalisadas por
bactérias da atmosfera. Uma característica
desta reação é o odor desagradável de
ranço. Os óleos, por causa das duplas
ligações, são mais facilmente rancificados
que as gorduras.

1.4 – Sabões: mecanismos e argumentos.

Como já se verificou, os sabões


são ligações de sais de ácidos graxos
superiores e uma base alcalina.

São chamados de sabões “duros”


os que possuem sódio na molécula.

Exemplificando:

Estearato de sódio

Como age um sabão:

A molécula de um desses
compostos é como um alfinete meio

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defeituoso. Ela possui uma parte apolar
que é capaz de “espetar” num lipídio,
possui em outra extremidade uma parte
polar que pode interagir (hidrólise) na
água.

Aspecto imaginário:
-
COO
+ -
Na

Fig. 3 – Molécula de dupla polaridade

Uma sujidade geralmente é um


lipídio (gordura ou óleo), às vezes, um
hidrocarboneto (óleo mineral), que também
são emulsionáveis em maior ou menor grau
ou ainda, outras partículas que impregnam
o que deve ser lavado são argilosas e
totalmente filtráveis ou sais solúveis em
água. Logo, é fácil observar que a ação
detergente de um sabão tem como atuar no
meio a ser tratado, vejamos; - quando
falamos em um lípido ou mesmo de um
hidrocarboneto estes trazem em suspensão
própria, inúmeros tipos de partículas e
micro organismos, quando a molécula de
sabão entra em contato com estes materiais
acaba agindo semelhantemente a uma “bóia”
com ganchos ou alfinetes “espetando” a
sujeira com o “alfinete” apolar e mantendo
a “bóia” polar na água, as inúmeras
“bóias” mantém a partícula em suspensão na
água que quando escorre leva consigo todo
o material suspenso deixando o que foi
lavado, apenas molhado.

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Visualização:

Fig. 4 – Partícula em suspensão


mantida por várias “bóias espetadas”

É esse mecanismo de limpeza que


recebe o nome de “ação detergente”.

O sabão comum foi o primeiro


detergente fabricado pelo homem e é, ainda
hoje, o mais difundido e barato, além de
ser absolutamente inofensivo à natureza,
pois é naturalmente biodegradável.

Há hoje também, os detergentes


artificiais, denominados “tensoativos”,
pois estes baixam a tensão superficial da
água.

Os mais conhecidos pertencem ou


possuem o grupo –SO3Na (sulfonato de
sódio).

Desse grupo, o mais comum é o p-


dodecil-benzeno sulfonato de sódio e a sua
fórmula é: C12H35 SO3Na

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1.5 – A formação dos sabões:

Os sabões formam-se com mais de


uma base, para tanto, é conveniente se ter
contato com as mais comuns.

A montagem de um saponato segue


conforme a equação:

Saponato de potássio

R.COOH + KOH ------► R.COOK + H2O


ác. graxo potassa sabão de pot. água

Saponato de sódio

R.COOH + NaOH -----► R.COONa + H2O


ác. graxo H. sódio sabão de sódio água

O mesmo que a anterior, porém,


com carbonato de sódio em lugar do
hidróxido.

R.COOH + Na2CO3 ----► 2R.COONa + H2O + CO2


ác.graxo c. sódio s.de sódio água gás c.

Nota-se a água presente em todas


as reações com saldo destas.

Como se vê nos exemplos acima,


todas as fórmulas partem de ácidos graxos,
na prática porém, para se chegar a um
ácido graxo deve-se separa-lo da glicerina
que é seu meio de origem.

As gorduras não se encontram


puras sob a forma de ácidos graxos como já
sabemos, torna-se portanto, necessário que

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se desdobrem estas em ácidos graxos e
glicerina e um dos vários processos para
esse fim é a própria saponificação
completa dessas gorduras ou óleos.

Assim, teremos a transformação e


desdobramento segundo a ordem que se segue
na equação:

(R.COO)3C3H5 + 3NaOH ----► 3R.COONa + C3H5(OH)3


éster á. gr. Soda s. Sodio glicerina

Sob a influencia de um
catalisador mecânico, calor, pressão,
etc.., essa reação se processa em grande
velocidade convertendo-se em saponato de
sódio e liberando a glicerina, ficando
esta em solução na água de formação do
sabão.

Esse tipo de desdobramento, hoje


em dia, é pouco ou nada praticado. Existem
outros métodos desde há muito tempo
conhecidos. Estudaremos alguns abaixo:

1.5.a – processo de Milly – 1831:

Deve-se processa-lo em
autoclave1 protegida, igualmente, da
corrosão em altas temperaturas, no seu
interior que deve conter, no máximo, a
metade da sua capacidade de conteúdo, os
materiais a serem desdobrados, mistura-se
pó de zinco ou óxido de zinco ou ainda, os
dois ao um só tempo, como agentes de
desdobramento (catalisadores), na
proporção de 0,5% a 1,0% da gordura.
1
– Caldeira resistente á altas pressões.

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Enquanto se consegue um desdobramento mais
eficiente com o óxido de zinco, chega-se a
ácidos mais límpidos e claros com o pó de
zinco puro. É a provável formação de
hidrogênio na elevada temperatura de
desdobramento que oferece proteção à massa
de material, quando se utiliza pó de zinco
finamente dispersado no material, inibindo
naturalmente a oxidação.

Vale para o processo de


desdobramento, a lei da ação das massas ou
seja, a velocidade da reação é diretamente
proporcional à formação de glicerina na
caldeira. Esclarecendo ainda, temos que: -
quanto maior for o volume de glicerina já
isolada, maior será a dificuldade de
isolar a que resta ligada ao ácido,
chegando a parar o processo quando ocorrer
o equilíbrio que é determinado pela lei da
ação das massas1.

A obtenção de material de
qualidade superior e muito claro exige
gorduras bem filtradas e trabalho
intensivo sob vácuo, vapor indireto e
temperatura elevada, agitadores rápidos e
enérgicos que “abracem” grandes volumes
por rotação tornam o processo mais
eficiente. Fator de extrema importância é
a observação do tempo de duração do
tratamento, pois a exposição prolongada ao
calor provoca a degeneração dos materiais
e acarreta elevadas perdas sem

1
– É uma questão de compensação de potencial e cinética, pois quando a
energia cinética é limitada pela pressão a energia potencial restante não age
mais.

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possibilidade de recuperação, além, é
claro, do alto risco de explosão do
sistema.

1.5.b – Desdobramento ácido:

É feito a seco com ácido


sulfúrico de 66° Bé1 na proporção de 4% a
6%, sendo posteriormente, o material,
fervido com água de modo a se dispor de
água glicerinada com ácido sulfúrico, o
óleo agora tingido de preto devido a
carbonização das partículas albuminóides,
deve ser lavado com vapor seco (250/300°C)
pelo processo de destilação.

Os equipamentos por onde se


processa tal operação devem,
obrigatoriamente, serem inoxidáveis.

1.5.c – Desdobramento de twitchell:

Segundo o seu inventor Ernest


twitchell é ele aprimoramento do
desdobramento ácido, sendo este dividido
em duas fases: uma depuração prévia e o
desdobramento. Sendo ainda, um processo
bastante zeloso e também demorado, pouco
acrescentando ao anterior.

1.5.d – Processo fermentativo:

O princípio desse método


consiste em uma mistura de sementes
oleaginosas destacando-se a de mamona

1
– Graus Baumé, lidos em um areômetro de Baumé. (densímetro com escala
própria)

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(rícino), obtém-se desse modo um
desdobramento hidrolítico por efeito de
fermentação catalisado por bactérias
anaeróbicas, sendo que, apesar de simples,
trata-se de processo bastante limitado
pela temperatura que deve situar-se entre
25°C e 35°C, o que dificulta o trabalho
com muitos tipos de gordura,
principalmente as completamente ou quase
saturadas. Salienta-se ainda, o fato de
que tal método acarreta um grande
acréscimo de ácidos graxos livres no
produto final o que degrada a qualidade do
resultado.

1.5.e – Processo de Krebitz:

Obtido pela saponificação com


3CA(OH)2, hidróxido de cálcio (cal viva),
esta, depois de terminada, deve ser lavada
com água fervente em molho de 24 horas por
duas ou três vezes. Na água recolhida fica
a glicerina.

1.5.f – Processo sugerido pelo autor:

Partindo-se de gordura neutra e


bem filtrada na caldeira (que pode e deve
ser aberta), adiciona-se água em igual
volume e temperatura (85°C a 95°C),
provoca-se, então, a emulsão artificial
entre a gordura e a água, isso se consegue
facilmente com um emulsionante (p. ex.
nonil-fenol óxido de etileno a 9,5
moléculas) muito comum no mercado, na
proporção de 1% a 1,5% do total de óleo,
coloca-se o pó de zinco (melhor do que o
óxido), na proporção de 0,5% a 1% do óleo.

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A mistura deve ser processada através de
um reciclador de alta pressão de trabalho
e isso é facilmente proporcionado por uma
bomba centrífuga de vários estágios ou
melhor, uma “bomba homogeinizadora”,
também se presta ao mesmo fim uma bomba de
rotor aberto com a saída estrangulada para
aumentar a pressão do sistema. Dessa forma
se obtém altíssimas pressões sem nenhum
risco (desde que, é claro, a tubulação
seja compatível) e grande velocidade de
produção, reduzindo a minutos o que se
fazia em horas e mesmo dias, restringindo
a preocupação com matérias inoxidáveis à
tubulação e bomba (alguns detalhes de um
reciclador à frente). Nesse processo, a
glicerina pode ser diretamente destilada
por arraste sob vácuo intenso ou por
congelamento e cristalização do produto
aproveitável.

Observação importante:

O parágrafo acima é resultado de


ensaios empíricos laboratoriais, não sendo
o relato, conclusão de produção a níveis
industriais.

Cabe ainda, informar que na


saponificação contínua processada
diretamente com gordura integral, na
passagem do produto acabado e, ainda
líquido e quente, pode-se extrair por
arraste sob vácuo intenso, a glicerina.
Isso se processa por meio de “spray” que
reduz o material sólido a micro partículas
e a glicerina em vapor lacrimejante.

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1.6 – Propriedades dos sabões:
Os principais componentes de uma
gordura ou óleo ou seja, um éster, são os
ácidos graxos superiores e um álcool.
Isolando o álcool, temos por ordem
aproximada de importância os seguintes
ácidos:
Os principais e constantes em todas as
gorduras vegetais ou animais são:

• 1 – ácido oléico
• 2 – ácido esteárico
• 3 – ácido palmítico
Os secundários em constância e com
variação de propriedades temos, ainda que
fora de ordem:

• 1 – ácido láurico
• 2 – ácido mirístico
• 3 – ácido ricinoleico
• 4 – ácido linoleico
• 5 – ácido linolênico
• 6 – ácido clupanodônico
• E muitos outros ainda de variadas
importâncias.
Do ponto de vista técnico só
importam para a fabricação de sabões os
ácidos que contenham de 7 a 18 átomos de
carbono, os que se situam abaixo ou acima
desses valores não entram em cogitação.
A partir dessas informações,
estudaremos algumas propriedades comuns
aos sabões, referidos estes últimos, aos
conhecidos de mercado e não tecnicamente.

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1.6.a – Solubilidade:

Em álcool; total, pois as


gorduras são solúveis neste e as bases
idem, portanto, pela lógica, o álcool vem
a ser um solvente dos sabões. Em
hidrocarbonetos no geral os sabões são
insolúveis, total ou parcialmente, nesse
último caso em quantidades quase
imperceptíveis.

Em água.., bem, isso deve ser


discutido, pois é justamente neste detalhe
que residem os vários motivos para a
utilização dos sabões.

Separando os sabões pelo seu


conteúdo, temos que, os de potássio e de
ácidos graxos não saturados são mais
solúveis que os de sódio e ácidos graxos
saturados; daí os nomes sabão mole
(potássio) e sabão duro (sódio).

Os sabões isentos de água são


muito higroscópicos, i. é, absorvem água
do meio em que se encontram, do ar p.ex.,
os de oleato de potássio, chegam a retirar
do ar umidade equivalente a 160% do seu
peso, os de estearato de potássio até 30%,
enquanto que o oleato de sódio chega, no
máximo a 12%. O sódio, portanto, produz
sabões menos higroscópicos do que o
potássio.

A água quente torna a solução de


sabão límpida e transparente, enquanto que
fria torna essa mesma solução turva. Na
dissolução observa-se, inicialmente, um

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amolecimento ou intumescimento. No início
do processo verifica-se que os sabões de
ácidos graxos não saturados já dão
soluções límpidas, enquanto que os
saturados só chegam a isso em vias da
ebulição.

O sabão em solução aquosa está


sujeito a hidrólise e, nesse caso, ele
separa-se em ácido graxo e álcali livre. O
ácido graxo livre, porém, combina-se,
imediatamente, com o sabão não decomposto
a saponato ácido de sódio, comportando-se
como os sais alcalinos de ácidos fracos.
Observa-se, então, a seguinte reação:

RNA + HOH = NaOH + RH -----► RH = RNA = RNaRH,

onde (R) é o radical do ácido graxo.

O sabão ácido é insolúvel em


água fria, portanto, um sabão deve turvar-
se ao esfriar, é óbvio, pois o sabão
contaminado pelo material hidrolizado
apresenta as características do sabão
ácido. Porém, a adição de álcali livre ou
álcool inibe ou até interrompe a
hidrólise, sabendo-se que o espumejar de
uma solução de sabão consiste em se ter
sabão dissolvido em presença de ácido
graxo livre ou seja, um sabão ácido;
interrompendo essa dissociação, ela não
espumará, uma solução alcoólica de sabão
não espuma.

Temos também, que os ácidos


caprônico, caprílico, nonílico e
ricinólico não espumam, no entanto,

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adicionando-se a esses sabões, um ácido
graxo livre teremos espuma em abundância.
Fica, portanto, demonstrado que não é
necessário soda livre para um sabão
espumar e, ainda, que a espuma é um
fenômeno físico e não químico, pois o
sabão tende a formar membranas que se
dilatam e se mantêm e, por isso,
encontramos estabilidade na permanência da
espuma numa solução.

Concentrando o sabão, este se


contrai a uma geléia com tendências
esféricas (ver1.1,cap.I), bem espessa e
dura, gelatiniza-se retendo grande volume
de água em seu corpo sólido, e, na
verdade, é mesmo muito difícil de se
eliminar essa água mesmo a temperaturas
acima dos 100°C. Essa “geléia” quando
cortada não é homogênea, nota-se,
nitidamente, num fundo claro veios mais
claros e perolados, aqui o saboeiro fala
de grão ou de fluxo.

A capacidade de gelatinização do
sabão é uma das características dos
colóides (ver1.1,cap.I). Outro aspecto
digno de nota é o comportamento do sabão
em relação ao sal na solução, o sabão
forma uma solução coloidal do tipo gel com
dispersão em fase contínua, isso significa
um estado de equilíbrio energético no meio
físico atuante. Por ser solução do tipo
gel, a micela é envolvida por camadas de
água caracterizando um agregado estrutural
próprio das gelatinas. A adição de sal na
solução faz desequilibrar esse estado de
energia atuante entre as fases, ele desfaz

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a relação interfacial das macro-moléculas
em repouso (sabão/água), o sal age
“roubando” a água, formando uma fase
diferente e definida com peso específico
maior que a da micela original, obrigando
esta a flutuar e, por coesão, aglomerar-se
num único núcleo que se ajusta
esfericamente por força da distribuição
gravitacional uniforme no meio líquido. A
diferença de potencial elétrico
interfacial garante a estabilidade das
fases separadas, inclusive da glicerina,
pois esta é totalmente polar e solubiliza
completamente sem traços de separação na
água, mesmo salgada. Assim, se observam no
sistema em evidência duas fases; a da
micela se concentrando em contrações
contínuas e bem definidas em direção ao
centro e a da água com o sal e a glicerina
em solução nas bordas da caldeira. A
glicerina, por sua vez, dissemina-se tão
fortemente incorporando-se à água, que se
o sal vier a saturar no meio líquido,
acabará por depositar-se no fundo sem
abrir as fases água/glicerina como fossem
estas, uma única fase. O motivo de a
micela estar dissociada em bloco da
solução leva a última a agir como um sal
graxo, formando camadas ao tato (película
engordurada) e, logicamente, não fazendo
espuma por falta de plasticidade do meio,
o que impede a formação de membranas
resistentes e estáveis (espuma).

As gorduras chamadas de “grão”,


i. é, com índice de saponificação (I.S.)
até 200 suportam uma concentração salina
próxima de 6° Bé, acima desse valor o

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equilíbrio se rompe e a solução precipita.
Já no caso das gorduras de “pasta”, i. é,
com (I.S.) até 260 resistem a
concentrações que atingem valores da ordem
de 23° Bé (ponto de saturação na água).

As concentrações-limite são,
conforme tabela:

Eletrólito Sabão de coco S.de palmiste S. sebo


(I.S.254) (I.S.248) (I.S.)
NaOH 19,10% 14,20% 5,10%
KOH 26,70% 19,80% 7,20%
NaCl 24,00% 20,10% 5,40%

Notar que as soluções alcalinas


agem analogamente à solução de sal, porém,
em concentrações diferentes para os
limites.

1.7 – Classificação industrial dos sabões:

• a) Sabões em paste, onde se dá uma


solidificação de toda a massa do
material contido no recipiente. Entre
estes estão os sabões preparados a
frio com gorduras de pasta ou não.

• b) Sabões de semigrão, onde se dá a


concentração de lixívia limite apenas
quando a pasta já se encontra em fase
de solidificação.

• c) Sabões de grão, cuja definição


geral é a seguinte:

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• - São todos os sabões preparados por
processo de cozimento das gorduras ou
ácidos graxos sólidos ou líquidos, que
sejam separados das lixívias por sais
tecnicamente limpos e contendo no
mínimo 60% de ácidos graxos. Entre
estes podemos incluir os sabões
preparados a partir dos ácidos graxos
puros, que são produzidos por empaste
por não haver necessidade de separação
de glicerina pelo processo de
salinização.

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Capítulo II

Funções técnicas e cálculo para


processamento industrial

Este capítulo é dedicado às


formulações e tabelas de uso prático,
cotidiano e imediato, devendo estar sempre
à mão para consulta e aplicação dos seus
dados com eficiência e rapidez durante o
processamento dos materiais.

2.1 – Constantes:
2.1.a – Constante de Baumé (Bé) = 145,88.

Utilizada para determinar o peso


específico de soluções aquosas;
P = __145,88__ c = __145,88__
(145,88 – n) (145,88 + n)
onde n = graus Baumé; p = peso específico
> água; c = peso específico < água.
2.1.b – Constante de saponificação
comercial = 0,0716.

Aproximação por excesso de 0,04%


a 0,5% pela média das gorduras comerciais.

Exemplo de utilização:

Para neutralizar 100 Kg de sebo,


quanto é necessário de hidróxido de sódio
(soda cáustica) comum encontrado no
mercado?

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Determina-se o índice de
saponificação (I.S.), (ver1.3.b,cap.I).

Supondo que o índice obtido seja


198, teremos:

Multiplicando-se o valor obtido


pela constante, o produto será a
quantidade já em quilogramas de soda
cáustica tecnicamente pura, ou seja:

(I.S.) = 198 pureza do produto = 96%

Assim, procedemos;

198 X 0,0716 = 14,1768---► 14,1768 X 100 =


1417,68---► 1417,68 ÷ 96 = 14,7675,

ou 14,80 kg (arredondamento sem risco).

Com esse valor obtido se


determina a concentração da lixívia
pretendida.

2.2 – Determinação de lixívias:

O que é a lixívia?

Quando dizemos que para


neutralizar uma gordura ou óleo precisamos
de 14,80 kg de soda cáustica, como no
exemplo acima, devemos entender que essa
“soda” não reage com o “óleo” simplesmente
sendo adicionada e misturada. As “bases”
são materiais alcalinos cujo potencial
elétrico positivo é muito alto em relação
a um ácido graxo (ácido fraco). Assim,
quando entra em contato com um óleo ou

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gordura, a superfície reage com tanta
energia que produz uma película (um filme)
ao redor das “escamas” secas, como fosse
um verniz protetor e não permite a
continuação da reação que é interrompida
por falta de contato.

Portanto, o modo correto para se


obter uma reação completa, é abaixar esse
potencial elétrico e aumentar a superfície
de contato entre os materiais. Isso se
consegue, simplesmente adicionando água às
bases. Ocorre que a água em abundância
permite uma reação de ótima eficácia
porém, de baixo rendimento pois quanto
mais “diluído” o potencial da soda mais
lenta será a reação, além disso, o excesso
de água produz um sabão de baixa qualidade
e quase impossível de ter uma forma
definida, pois “vira um mingau”.

Logo, a experiência de longos


anos na produção de sabão, permitiu ao
homem definir e quantificar a água
conforme o produto que pretende
apresentar.

Este aprendeu a produzir o sabão


de grão (cap.1), fabricado com grandes
quantidades de água adicionadas em várias
etapas até a conclusão do sabão, para
obter uma boa reação entre os materiais e,
para eliminar a água e ainda aproveitar a
glicerina, “salinizava” (colocava muito
sal), por meio de várias lavagens do
material na caldeira, chegando, por fim ao
“grão”, sabão de alta qualidade e ótima
durabilidade. Conheceu, também, a

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fabricação dos sabões reduzidos à pasta,
produzidos com baixa quantidade de água e
reação rápida que, para conseguir que esta
seja completa, depende de mecanismos
potentes que efetuem uma mistura íntima
dos materiais e acabem produzindo sabão de
alta qualidade.

E, finalmente, hoje se produz


sabão por meio de equipamentos que recebem
e eliminam a água e mesmo a glicerina, se
interessar a separação desta do sabão
produzido.

Assim, sabemos agora, que a água


é um fator importante na fabricação do
sabão e que “lixívia” é apenas uma solução
alcalina, logo, iremos aprender abaixo em
que quantidades ela melhor se adapta à
produção para cada tipo de trabalho.

2.2.a – concentração das lixívias:

Determinar a quantidade de NaOH


puro (100%) para o ácido graxo a ser
neutralizado (proceder conforme 2.1.b).

Dividir o valor obtido pelo peso


em gramas por litro de NaOH correspondente
em graus Baumé (Bé) da tabela (2). O
resultado será em litros.

Conforme valor acima, 14,1768 kg


de NaOH (puro), teremos, para uma lixívia
forte (38°Bé), conveniente para produzir
um sabão de “pasta”:

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Indo à tabela (2) na coluna que
lemos (38°Bé), veremos seu correspondente
em gramas por litro de solução de NaOH,
441g, portanto:
14,1768 ÷ 0,441 kg ≈ 32,1470 litros de lixívia

Observar que o resultado é


fornecido em litros e precisamos trabalhar
com (Kg).
Para a obtenção da quantidade em
quilos localiza-se na mesma tabela o peso
específico correspondente aos 38°Bé e
multiplica-se pelo resultado acima, que
foi fornecido em litros, assim se obterá
os quilos necessários, como segue:

32,1470 X 1,352 = 43,4630 kg de lixívia de 38°Bé

1,352 = peso específico (p.e.) = densidade

Desse modo é possível a


determinação da quantidade de lixívia em
qualquer concentração para que se
neutralize completamente um material graxo
determinado.

É claro que os acertos virão


apenas com a prática na fabricação, pois,
somente depois de pronto e completamente
curado um sabão, será possível a quem não
está habituado a produzi-lo, verificar
prováveis defeitos. Portanto, é
aconselhável ao iniciante, produzir o
mínimo possível em cada partida até saber,
de fato, trabalhar com o sabão.

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TABELAS AUXILIARES

Tabela 1

Densidades das soluções de NaCL (sal marinho)

SAL-NaCL P.específico SAL-NaCL P.específico


1% 1,0073 g/ml 12% 1,0886 g/ml
2% 1,0145 g/ml 13% 1,0962 g/ml
3% 1,0217 g/ml 14% 1,1038 g/ml
4% 1,0310 g/ml 15% 1,1115 g/ml
5% 1,0362 g/ml 16% 1,1194 g/ml
6% 1,0437 g/ml 17% 1,1273 g/ml
7% 1,0511 g/ml 18% 1,1352 g/ml
8% 1,0585 g/ml 19% 1,1431 g/ml
9% 1,0660 g/ml 20% 1,1511 g/ml
10% 1,0733 g/ml 21% 1,1593 g/ml
11% 1,0810 g/ml 22% 1,1676 g/ml

Na fabricação de sabões
preparados a frio pelo processo de
empaste, quando estes são feitos a partir
da gordura de coco, palmiste ou babaçu, é
interessante a aplicação desta tabela,
pois esses materiais permitem grandes
quantidades de água com sal sem perder a
consistência e a boa aparência final.

Obs. – Esses produtos são sempre


de qualidade inferior aos preparados com
alta pureza das matérias primas sem adição
de cargas (p.ex.água salgada). Também não
se prestam para ser processados em
equipamentos de compressão, possibilitam
apenas o corte com facas ou arame em mesas
próprias.

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Tabela 2

Relação entre graus Baumé (Bé) e a densidade de


concentração das lixívias de NaOH (soda
cáustica) e KOH (potassa cáustica) por litro.

Graus (Bé) Dens. P.e. NaOH g KOH g


0 1,000 0 0
1 1,007 6 9
2 1,014 12 17
3 1,022 21 26
4 1,029 28 36
5 1,037 35 46
6 1,045 42 58
7 1,052 49 67
8 1,060 56 78
9 1,067 63 88
10 1,075 70 99
11 1,083 79 109
12 1,091 87 119
13 1,100 95 132
14 1,108 104 143
15 1,114 112 153
16 1,125 123 167
17 1,134 134 178
18 1,143 144 188
19 1,152 156 203
20 1,163 167 216
21 1,171 177 228
22 1,180 188 242
23 1,190 200 255
24 1,200 212 269
25 1,210 225 282
26 1,220 239 295
27 1,231 253 309
28 1,239 266 324
29 1,252 283 338
30 1,263 299 353
31 1,274 316 368
32 1,285 332 383
33 1,297 348 398
34 1,308 364 416

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35 1,320 381 432
36 1,332 399 449
37 1,342 420 469
38 1,352 441 487
39 1,370 462 506
40 1,384 483 522
41 1,397 506 543
42 1,410 528 563
43 1,424 553 582
44 1,439 575 605
45 1,454 602 631
46 1,469 629 655
47 1,484 658 679
48 1,499 691 706
49 1,515 721 731
50 1,530 750 756
51 1,546 779
52 1,563 811
53 1,580 840
54 1,597 870
55 1,615 902

Destacamos as colunas
correspondentes aos 38°Bé e 50°Bé porque,
com o hábito, o Leitor perceberá que serão
as mais usadas para referência prática.

Dispondo da tabela (2) acima e


do peso molecular do óleo ou gordura é
possível determinar a quantidade
necessária para neutralizar qualquer tipo
de graxo disponível.

Na tabela a seguir forneceremos


os índices principais dos mais conhecidos
materiais graxos.

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Tabela 3

Índices principais dos óleos e gorduras


mais comuns

Graxos P.e. I.S. I.I. Aparência Obs.


Á.esteárico 0,910 212 5 Branco Agulhas
Oleína 0,900 202 86 Oleosa Escura
Linhaça 0,935 193 188 Amarelo Secante
Ó. Arroz 0,927 190 92 Claro Líquido
Girasol 0,925 194 135 Amarelado Secante
Milho 0,922 190 119 Claro Semi/sec
Soja 0,926 194 135 Amarelo Líquido
Algodão 0,925 198 117 Amarelo Líquido
Amendoim 0,919 197 99 Claro Líquido
Rícino 0,967 183 88 Verde Líquido
Oliva 0,917 193 88 Verde Líquido
Palma 0,945 207 58 Amarelo Sólido
B. porco 0,934 198 77 Branco Sólido
Sebo boi 0,947 198 46 Branco Sólido
Sebo ossos 0,925 190 55 Pardo Sólido
Palmiste 0,952 250 18 Branco Sólido
Coco 0,915 262 10 Branco Sol.bril
breu 1,08 178 0 Amarelo vítreo

P.e. = Peso específico


I.S. = Índice de saponificação
I.I. = Índice de iodo

Na tabela acima anotou-se o peso


específico médio de várias amostras, o índice
de saponificação mais alto de cada uma das
amostras, o índice de iodo mais alto das mesmas
amostras e a aparência orientou-se pela cor
predominante em temperatura ambiente.

Os materiais tabelados acima têm


predominância absoluta na fabricação de sabões
e derivados, sendo reservado a outros que dela
não constam algum tipo de trabalho específico
ou regiões que escasseiam estes, como, por
exemplo, o Japão que se especializou em
produzir sabões e sabonetes de óleo de peixe.

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Tabela 4
Quantidades de NaOH e KOH necessárias para
neutralizar os principais graxos
(considerar hidróxidos tecnicamente puros)
Materiais graxos I.S. NaOH % KOH %
Ácidos graxos do sebo 205 14,70 20,50
Ácidos graxos do palmiste 260 18,63 26,02
Ácidos graxos do coco 266 19,06 26,62
Ácidos graxos do rícino 188 13,44 18,80
Ácidos graxos da soja 199 14,25 19,90
Ácido esteárico 212 15,18 21,20
Oleína 202 14,45 20,20
Linhaça 193 13,80 19,30
Arroz 190 13,60 19,00
Girassol 193,5 13,83 19,35
Milho 191 13,64 19,10
Soja 192 13,70 19,20
Algodão 194 13,86 19,40
Amendoim 193,5 13,83 19,35
Mamona 181,5 12,97 18,15
Oliva 192 13,70 19,20
Palma 199 14,20 19,90
Banha (porco) 195,5 13,96 19,55
Sebo (bovino) 198 14,14 19,80
Sebo (de ossos) 191 13,64 19,10
Palmiste 248 17,70 24,80
Coco 253 18,07 25,30
Breu 178 12,70 17,80

2.3 – Peso molecular médio.

O peso molecular médio é facilmente


obtido através do índice de saponificação
(I.S.), pois o produto dos dois índices é
56.000. sendo assim, teremos:

(I.S.) X (P.M.) = 56.000

Exemplificando: - A gordura de coco tem o


(I.S.) = a 262 segundo a tabela 3, portanto:

(P.M.) = 56.000 ≈ 214


262

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Tabela 5

Peso molecular dos graxos mais comuns

Matéria graxa P.M. Material graxa P.M.


Á. graxos – sebo 273 Algodão 289
Á. graxos – palmiste 215 Amendoim 289
Á. graxos – coco 211 Mamona 309
Á. graxos – rícino 298 Oliva 292
Á. graxos – soja 281 Palma 281
Ácido esteárico 264 Banha (porco) 286
Oleína 277 Sebo (bovino) 283
Linhaça 290 Sebo (ossos) 293
Arroz 295 Palmiste 226
Girasol 289 Coco 221
Milho 293 Breu (claro) 315
Soja 292

Tabela com valores aproximados para uso prático

Uma observação importante é que


o (P.M.) é determinado para um radical do
glicérido e este está ligado a um álcool
tribásico, portanto, temos três radicais,
para efeito de cálculo do índice de
saponificação (I.S.). O valor obtido na
fórmula ou na tabela deve ser multiplicado
por (3) no denominador da fórmula do
(I.S.), ou considerar apenas uma molécula
de hidróxido de potássio.

Conforme o cálculo do (I.S.)


(1.3.b – pág. 20):

I.S. = 1g X 56g X 1.000 X 3


790g ou 264 X 3 = 792 ≈ 790

logo, 1g x 56g X 1.000 X 3 = 212 = I.S.


264 X 3

Desprezar casas decimais.

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Capítulo III

Características comerciais dos


sabões, tipos e cargas

3.1 – Apresentação

Os sabões são encontrados no


mercado de inúmeras formas e as mais
comuns são; barras cortadas em medidas
cômodas para uso geral, pasta para limpeza
de louças e talheres acondicionada em
embalagem própria, líquido para fins
determinados (sabonete líquido perfumado
p. ex.), pó ou micro granulado comumente
utilizado para lavagem de roupas ou pisos
(não confundi-lo com o detergente em pó),
costumam aparecer nas prateleiras de venda
com estampas e diversas formas, ainda com
belos desenhos e coloridos de várias
cores, muito perfumados são conhecidos
como sabonetes de toucador, usados,
inclusive, para decoração e artesanato
decorando e perfumando ambientes, cremosos
para barbear, pastas espumosas e
mentoladas em tubos utilizados como creme
dental, esterificados para alguns tipos de
xampus para cabelos. Existem ainda
determinados tipos com finalidades
especiais que excederiam o objetivo desta
apresentação, um exemplo seria o sabão de
lítio, utilizado como graxa lubrificante
para componentes mecânicos.

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3.2 – Finalidades:

Obviamente a principal é a
higiene sendo, ainda, o sabão, usado com
fins medicinais servindo de veículo para
determinados tipos de drogas, na indústria
têxtil para preparação de tecidos que
receberão mordentes químicos e posterior
tingimento, para remoção de algumas tintas
e colas e, também, a fabricação de tintas
e colas, desinfecção ambiental,
principalmente hospitais e logradouros
públicos, tem finalidades plastificantes e
adesivas em produtos agrodefensivos,
devendo-se, ainda, salientar que o sabão
tem larga ação germicida.

3.3 – Evidências comuns:

A que melhor se destaca é a


detergência, provoca ou ajuda a formação
de emulsões, normalmente espuma em
presença de água e atrito. Não é esse,
entretanto, um fator obrigatório, existem
muitos tipos de sabão que não espumam, na
água hidrolisa facilmente, no aspecto se
mostra de acordo com a forma apresentada
ou seja, sólido, líquido, pastoso, etc..,
geralmente é gelatinoso e pegajoso em
qualquer forma e por mais isento de água
que esteja, ao tato se demonstra úmido,
mesmo que completamente seco, isso se deve
ao fato deste ser higroscópico (absorve
água da atmosfera ambiente), na verdade,
ele até aumenta de peso quando muito
exposto ao ar e apresenta na superfície a
umidade absorvida, denominada erroneamente
de “suor” do sabão, pois este não “sua” de

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dentro para fora, absorve porém, de fora
para dentro a água que se observa na sua
superfície.
3.4 – Reação industrial e maturação:
Vários processos são utilizados
para a fabricação dos sabões.
Descreveremos os mais utilizados sem, no
entanto, aprofundar o tema, sendo este
abordado em capítulo próprio com maior
ênfase.
3.4.a Processados a frio:
É fabricado pelo sistema de
empaste e misturas de lixívias fortes a
frio (temperatura ambiente), reagindo,
portanto, exotermicamente (reação que
produz calor espontaneamente), atinge um
pico de temperatura e volta, então, a
esfriar.
Esse sabão é fabricado em
pequenos volumes, sendo, por esse motivo,
trabalhado em pouco tempo (horas ou mesmo
minutos), armazenados em lotes e aguardam
finalização da reação, onde se observa
algum movimento do material, rachaduras,
encolhimento, “suor” superficial (gotas de
água e glicerina) gelatinização, enfim, a
maturação é o tempo em que se observa a
ocorrência da acomodação molecular do
produto recém-formado.
3.4.b – Precipitação a quente:
O sabão é produzido com vapor
sempre indireto (nos dias atuais não se
tem conhecimento de quem produz com vapor

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direto, o que seria até contra-senso), a
reação pode ser de empaste, de grão, de
semigrão, sob pressão ou processo
contínuo.

Reação de empaste: - É o mesmo processo


descrito para a saponificação a frio. A
utilização do calor tem o objetivo de
catalisar a reação com o intuito,
exclusivo, de acelerar o processo.

Preparação em grão: - O produto é aquecido


em grandes quantidades em caldeiras
próprias com lixívias fracas e sucessivas
até a formação de uma emulsão, a qual fica
sob agitação constante e contínua durante
horas e mesmo dias. Quando essa massa toma
“o ponto”, passa-se cuidadosamente a
lavagem com soluções salinas (processo
conhecido por salinização). Esse
procedimento separa o material em duas
partes distintas; uma, o grão, sabão
tecnicamente puro, flutua sobre a outra, a
sublixívia, a água com sal, excesso de
soda e glicerina que deverá ser,
posteriormente, separada.

Esse tipo de fabricação está


praticamente em desuso, por ser,
extremamente antieconômico, atualmente.

Processo de semigrão: - É uma versão do


anterior, apenas que contém algumas
gorduras de empaste, é produzido com
lixívias fortes e sofre a lavagem
(salinização) na fase de pré-formação
(pasta em franco intumescimento).

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Processo contínuo: - Fabricação,
desdobramento, acabamento e embalagem em
um único processo totalmente automatizado.
É o mais usado atualmente e com muitas
variações mecânicas e procedimentais.

3.5 – Cargas como, quando, onde...

A utilização de cargas na
fabricação do sabão tem como finalidade
principal abaixar os custos. Há,
entretanto, conseqüências com tendências
mais negativas do que positivas nesta
prática. O que nos leva a um julgamento de
maior profundidade e muito criterioso
antes de optar por essa atitude
“econômica”. Pois, muitas das vezes, a
aparente vantagem não passa de um engodo
para o consumidor e mesmo para o produtor,
conduzindo o último a prejuízos, as vezes,
de difícil reparação, a imagem de mercado
por exemplo.

3.5.a – Comentários às cargas:

Água: - De longe, o mais interessante,


seria desnecessário dizer que é porque é a
mais barata das cargas possíveis de
aplicação. No entanto, essa carga vem
atrelada a tanta dificuldade, operações e
“truques” que se é obrigado a fazer para
manter determinados volumes desta no
produto que a aparente vantagem pode se
transformar num “pesadelo” que assusta,
inclusive, o consumidor.

Sal: - Na escala de preços baixos, é


ainda, um dos “campeões”, não deixa de

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ser, entretanto, “campeão” de causar
“dores de cabeça”, são muito restritos os
sabões que aceitam grandes quantidades
deste. Sabe-se, no entanto, que o sabão de
coco, por exemplo, suporta até (6) seis
vezes o seu volume em água de salmoura ao
ponto de saturação (água com 24% de sal
dissolvido), isso seria um milagre se o
produto não ficasse uma “indecência”
comercial, pois a qualidade final seria
medíocre. È, extremamente, trabalhoso
produzi-lo, verdadeira obra de “artista”,
existem, porém, produtores que vêem
vantagem nisso. Mas, é claro, que o
mercado consumidor atingido deve ser pouco
ou nada exigente.

Açúcar: - Tem grande interesse quando


se pretende obter transparência no sabão
produzido. Retém muita água, porém, como o
sal, estimula a “sudação”1, produz, também,
o contato “melado” grudando nas mãos
quando segurado e, quando seca a água
superficial, ficam os cristais de açúcar
agindo como “lixa” ao ser, o sabão,
esfregado na pele.

Cloreto de potássio: - Utilizado para


encorpar os produtos em pasta. Também
retém água e diminui a eficiência do
sabão.

Silicato de sódio: - Se utilizado com


muita moderação (muita mesmo), na
fabricação, o sabão melhora sensivelmente
em alguns aspectos, o produto fica com

1
– Ver 3.3 neste cap. –

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brilho suave e agradável, aumenta a
plasticidade no processamento mecanizado,
operando, assim, com melhor rendimento
produtivo, acentua o poder de detergência,
é, também, um ótimo conservante e
fungicida o que otimiza o tempo de
estocagem do produto aumentando, por outro
lado, o tempo de vida útil deste. As
proporções recomendadas devem situar-se
entre 1% e 5%, acima desses índices o
silicato começa a ser depreciativo,
apresenta, a partir daí, efeitos
colaterais como a conhecida “barba”, que é
resultado da cristalização lenta em forma
de agulhas em volta do produto, passa a
irritar a pele com o uso, entre outros
inconvenientes.

Talco: - Tem baixo custo, porém, torna


o sabão abrasivo e muito pesado,
prejudicando o visual do produto acabado e
danificando os equipamentos na produção.
Na verdade, as desvantagens são bem
maiores que as poucas aparentes vantagens.

Amido: - De milho ou mandioca, bem


refinado, é bastante interessante para ser
utilizado como carga na fabricação do
sabão. Retém quantidades apreciáveis de
água e, se bem dosado, melhora
consideravelmente a aparência, o
rendimento no uso e torna o material mais
mecanizável na produção pela plasticidade
ampliada (conseqüência da gelatinização
quase seca com o sabão). Recomenda-se
apenas que, na inserção do amido ao sabão,
se tenha muita cautela, pois, se mal
colocado, simplesmente estraga a partida

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inteira formando grumos duros impossíveis
de serem desmanchados e o sabão parecerá
ter sido feito com pedriscos. A melhor
forma de dissolver o amido será no óleo ou
gordura em temperatura moderadamente
quente (suficiente para por o dedo sem
queimar), este deve ser colocado
completamente seco aos poucos e com
batimento contínuo até formar uma espécie
de “mingau” bem homogêneo e sem grumos,
processa-se, então, a neutralização como
se nem existisse o amido no produto. Outra
recomendação é que a quantidade seja baixa
e a temperatura tenha controle, pois o
amido, facilmente carboniza ficando
escuro. Na ocorrência de carbonização e
escurecimento não excessivamente grave,
depois de pronto o sabão, é possível
corrigi-lo com peróxido de hidrogênio1 de
130 volumes na proporção de 0,5% da massa
total.

Com os comentários acima, fica


evidente entender a necessidade de muita
ponderação na hora de optar por uma carga,
ainda que se pretenda melhorar o produto e
não baixar custos.

Os aditivos farmacêuticos ou com


outras finalidades devem, sem exceção,
serem previamente estudados caso a caso e,
na eventual utilização, fazer partidas
empíricas para diversos testes antes de
por tudo a perder por falta de cuidados.

1
– água oxigenada –

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3.6 – Principais tipos de sabão:
Os tipos de sabão podem ser
classificados em (6) seis grupos
fundamentais, conforme abaixo:
1. Sólidos em barras, material compactado
em pedaços firmes e, aparentemente
secos, cortados, trafilados, estampados,
coloridos e perfumados. Nessa categoria
estão os sabonetes de toucador. Há,
ainda, a apresentação industrial do
material em lascas ou “nudo”, para serem
tratados e transformados em sabonetes,
normalmente por indústrias fornecem mão
de obra de acabamento, mas não produzem
o sabão a partir dos graxos e bases.
2. Pó de sabão, material aparentemente
seco, solto e volumoso (quando de boa
qualidade). Forma pequenos grumos macios
mais ou menos esféricos, recebendo, por
esse aspecto, o nome peculiar de
“microperolado”. Os produtos,
verdadeiramente em pó, estão
praticamente desaparecidos do mercado,
mesmo o sabão, está quase totalmente
substituído pelos detergentes, sendo
estes, mais eficientes para o uso geral,
e são produzidos com mais facilidade e
em grande quantidade.
3. Pasta de sabão, aparência gelatinosa,
quase sempre transparente, acondicionado
em recipientes plásticos fechados, tato
pegajoso. São, ainda, costumeiramente
coloridos e perfumados, seu uso é
restrito à limpeza de louças, talheres e
pequenas superfícies.

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4. Líquidos, comumente utilizados como
sabonete na limpeza das mãos em locais
públicos (banheiros), como hospitais,
cinemas, restaurantes, etc..,
acondicionados em frascos plásticos para
uso direto ou latas para transferência a
recipientes próprios para lavatórios.
São, normalmente, coloridos e
perfumados.

5. Cremosos ou espumosos, pasta de alta


concentração, perfumada ou ainda,
mentolada acrescida de aditivos anti-
sépticos ou abrasivos, podendo, sua
produção, ser dirigida para dentifrícios
ou, de outro modo, para cremes de
barbear, sendo, normalmente,
acondicionada em tubos de compressão
manual.

6. Lubrificantes, plastificantes para


inseticidas, veículo para produtos
químicos ou farmacêutico, são alguns
tipos de sabão produzidos. Entretanto,
fogem ao objetivo desse estudo.

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Capítulo IV

Viabilidade econômica,
industrialização

A indústria de saponificação
conta com matérias-primas relativamente
abundantes, exige espaço proporcionalmente
reduzido em relação à alta produtividade
obtida, requer, entretanto, grande
experiência, adquirida em muito tempo de
contato com esta técnica e largo
conhecimento tecnológico para investir em
qualidade e alta produção, duas
características que até podem ser obtidas
comercialmente através de técnicos
especializados, porém, a um alto custo
financeiro e grande demanda de tempo, ao
contrário do que possa parecer, a verdade
é que esse fator é de aspecto bastante
positivo do ponto de vista econômico,
restringindo e muito, a investida de
“aventureiros” ao ramo, possibilitando
assim, um mercado equilibrado e
previsível.

A automação do parque mecanizado


atual e os sistemas lineares de produção,
possibilitam a utilização racional e
controlada de mão-de-obra, proporcionando
assim, um rendimento altamente compensador
e grande flexibilidade financeira entre os
custos na origem e os valores atingidos
pelos materiais no mercado consumidor.

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Aos mercados de demanda dos
produtos dessa indústria, torna-se,
logicamente, desnecessária uma abordagem,
uma vez que um dos pilares da civilização
não deixa de ser, a higiene.

4.1 – Industrialização:

4.1.a – processamento linear

A indústria atual opera


largamente apoiada em sistemas dirigidos e
condicionais, onde se determina desde o
primeiro contato com as matérias-primas (e
isso refere-se até mesmo ao conhecimento
da existência destas), condições de
manipulação, aspectos físicos,
viabilidades técnicas, industriais,
comerciais, econômicas, etc... Baseados
nesses princípios, aprimoram-se os
procedimentos dinâmicos e os equipamentos
de modo tal, que se possa operar
seqüencialmente o produto e com o mínimo
contato manual até a saída deste das
unidades fabris.

Os equipamentos empregados a
esses processos industriais, serão
comentados à medida que se desenvolver o
assunto correspondente, e quando
necessário se verá um esquema com a idéia
aproximada das suas funções.

O processamento industrial
estará sendo descrito em ordem de
interesse prático, devendo-se salientar
que a orientação adotada visa um sistema
vertical e, portanto, poderá ser iniciado

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ou findo em vários estágios um determinado
ciclo independente, sendo considerado,
este ciclo, uma “indústria” intermediária,
como um dos elos de uma corrente.

4.2 – Matérias-primas básicas e periféricas:

Deve-se tratar, inicialmente,


das matérias-primas básicas, pois derivam-
se delas os vários produtos de consumo, as
secundárias ou periféricas deverão ser
comentadas conforme o momento de
aplicação, desse modo se tem um contato
mais proveitoso com a leitura dos próximos
capítulos.

4.2.a - Materiais graxos; obtenção e tratamento

Origem vegetal e animal:

a) origem vegetal: - Iniciaremos as


considerações a partir das sementes
oleaginosas em fase de recebimento
para estocagem industrial.

b) Procedência: - Fator de extrema


importância é a procedência das
“oleaginosas”, portanto, o momento
da compra é decisivo quanto à
condução da operação toda.
Observações muito importantes são:
- a verificação do teor de umidade
geral das sementes, quantidade de
resíduos estranhos, material já em
estado de fermentação (mínimas
quantidades contaminam lotes
inteiros).

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c) Estocagem: - O material recebido
deve, obrigatoriamente, ser
estocado em local seco e bem
arejado, livre de insetos e,
principalmente, roedores, não ficar
em contato direto com o piso (deve
ser paletizado) e esse piso deve
ser, no mínimo, cimentado. O
material adquirido deve ser
compatível com a produção
pretendida, para ficar o menor
tempo possível estocado cedendo,
depois de completamente limpo, o
lugar, espaço para novas partidas.
(Esquema de secador prévio e silo
de armazenagem pág.72 e 73)

4.2.b – Preparação das sementes para


extração:

As oleaginosas, inicialmente,
devem ser separadas de resíduos, cascas ou
quaisquer impurezas (separador pág.74). Em
seguida, serão quebradas em pequenas
partículas e, brandamente aquecidas
(triturador pág.75). É muito conveniente
que sejam laminadas (laminador pág.75),
para uma abertura eficiente dos alvéolos
celulares que contêm o óleo. Evitar a
moagem que produza pó, pois este provoca a
dispersão por capilaridade em elevadas
proporções, provocando perdas
desnecessárias do material na “torta” de
extração.

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4.2.c – Extração, solventização ou
mecânica?
a) Solventização: - O processo de
extração por solventes pode ser
contínuo ou não. Nas pequenas
instalações costuma-se empregar o
sistema descontínuo, i. é, por
bateladas ou lotes, onde se
dispõe de equipamento apto a
executar um “banho” por imersão
no solvente escolhido, de uma
determinada quantidade de
sementes, estas baterão por algum
tempo em várias etapas (extrator
pág.76), com o solvente sempre
limpo até estarem completamente
isentas do óleo, serão, então,
secas e separadas para comércio
próprio (adubos, rações, etc..).
Os solventes mais comuns são: -
álcool, tricloroetileno, sulfeto
de carbono, a hexana, etc..
No Processo contínuo
(extrator pág.77), o sistema
utilizado é a contracorrente,
onde se dispõe o material
oleaginoso percorrendo em um
sentido e o solvente em sentido
oposto. Os equipamentos diferem
apenas no modo em que executam
essa operação.
Nos dois casos, contínuo ou
não, o óleo obtido, que se
encontra dissolvido no solvente,
é recuperado por destilação,
preferencialmente sob vácuo.

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b) Mecânica: - A extração mecânica
é o processo mais difundido,
desde as pequenas até as grandes
unidades extratoras industriais,
ainda que na extração de grandes
volumes costuma-se usar a
extração por solventes do
resíduo oleaginoso que fica
retido na “torta” de prensagem,
este gira ao redor de 5%, o que
é muito nas grandes refinarias.

No
sistema de lotes ou
bateladas, nas pequenas instalações,
utiliza-se equipamentos hidráulicos ou de
aperto em parafuso, onde o material é
esmagado em várias etapas por muitas horas
aumentando sempre a compressão sobre este,
o óleo escorre para o reservatório e
aguarda tratamento ou transporte. O
processo é ineficiente, permite perdas
enormes, da ordem de 20% para mais e, para
diminuir um pouco essa perda, o custo
torna-se impraticável. No entanto, essa
prática é bastante utilizada nos pequenos
sítios ou fazendas ou ainda, nas
indústrias artesanais de locais afastados
dos grandes centros.

A prensagem contínua é de alto


rendimento e sem riscos (incêndios, caso
dos solventes). É praticada em larga
escala e considera-se, ainda, que a
“torta” de extração é altamente valorizada
para produção de ração animal, o que chega
a compensar o resíduo oleaginoso que
importa em, aproximadamente, 5% do total

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de óleo disponível nas sementes
(cozinhador e prensa, págs.78 e 79).

A prensagem contínua não deixa


traços de solventes no material extraído,
não havendo, portanto, necessidade de
destilação, o que é, na verdade, um
processo de alto custo. O produto obtido
da prensagem é, acima de tudo, de ótima
qualidade, tendo sempre a preferência do
consumidor, (Esquema de um Expeller
pág.79).

A próxima etapa é o tratamento


do material obtido na extração. Antes,
porém, na seqüência dos esquemas à pág.
(79) dedicaremos os parágrafos que lá
virão, aos comentários sobre a gordura
animal.

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Secagem para estocar sementes

Fig. 5 – Processador de secagem prévia

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Estocagem de oleaginosas

Fig. 6 – Silo de armazenagem

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Separação prévia para extração

Fig. 7 – Separador de resíduos por aspiração

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Laminação e quebra de sementes

Fig. 8 – Triturador e laminador

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Extração por etapas

Fig. 9 – Solventizador seqüencial

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Extração contínua

Fig. 10 – Extrator (Sistema Smet)

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Pré-aquecimento das sementes

Fig. 11 – Cozinhador de sementes

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Prensagem contínua de sementes

Fig. 12 – EXPELLER – Extrator contínuo

1. 4.2.d – Gorduras de origem animal:


Tradicionalmente conhecida como
“sebo”, é encontrada como subproduto dos
abatedouros, frigoríficos, curtumes,
aproveitamento de ossos e similares. Tem
várias origens, a se destacar: - os
bovinos, os suínos, caprinos, peixes, aves
e outros de menor importância. Entende-se
como sebo, o material gorduroso
encontrado, principalmente,na cavidade

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abdominal, rins e epíploo dos ruminantes,
nas espécies em destaque neste. (ver
fluxograma, pág.83).

Os maiores produtores mundiais


de sebo são a Austrália, América do Sul e
Estados unidos da América.

Como o sebo é subproduto de


outro tipo de indústria, trataremos apenas
de como se deve exigi-lo para posterior
tratamento e como acondiciona-lo nos
estoques.

Os índices e análises
mencionados a seguir serão tratados em
capítulo próprio. Devemos, entretanto,
executa-los, principalmente, quando se
produz em larga escala.

As análises de interesse na hora


da compra e recebimento de quaisquer
matérias gordurosas são; - amostragem
média de cada lote, determinação da
textura aparente, determinação dos pontos
de fusão e solidificação, determinação do
peso específico, título dos ácidos graxos,
teor de água, impurezas e cinzas, índice
de saponificação, índice de acidez, grau
de desdobramento, índice de esterificação,
composião da gordura, peso molecular
médio, rendimento em glicerina, oxiácidos
e ácidos graxos aproveitáveis na
saponificação, separação do saponificável
na gordura total, determinação do
insaponificável, índice de saponificação
dos ácidos graxos puros e, por fim, o
índice de iodo.

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Considera-se que as análises até
a determinação do índice de acidez sejam
práticas e de importância capital para a
segurança da qualidade do material
recebido ou preparado para produzir. De
resto, deve-se dar o máximo de atenção,
porém, podem ser executadas durante os
processos de produção criando condições
para adaptação dos métodos aplicados no
processamento e para exigir nas próximas
aquisições padrões compatíveis com a
qualidade pretendida.

Com o recebimento do material


efetuado, devemos proceder a estocagem
para posterior utilização tendo em mente
que o contato prolongado com o ar e a luz
leva sempre qualquer gordura ou óleo,
principalmente de origem orgânica, ao
“envenenamento” destes no que refere a sua
integridade original.

Quando o material recebido


estiver embalado em tambores de ferro, ou
como alguns produtores de gordura
(material sólido em temperatura ordinária)
costumam, em embalagens de filme plástico
ou papel (sacos de 50 kg normalmente),
deve-se proceder a estocagem em local
limpo , seco, fresco e com pouca ou
nenhuma iluminação constante no caso dos
sacos, colocando-os sobre “pallets”
(estrados de madeira ou plástico) e, se
tratando de entrega a granel devem existir
containeres compatíveis com a estocagem
pretendida.

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Quando o fornecimento é a
granel, sua estocagem deve ser imediata.
Os tanques devem estar bem limpos e,
preferencialmente, sem resíduos ou restos
da estocagem anterior (usa-se vapor para
essa finalidade). Devem, ainda, conter
bombas de drenagem ou ficarem em local
onde a gravidade possibilite o escoamento
natural. Serão , também, providos de
sistema de aquecimento interno
(serpentinas ou encamisamento para vapor).
Devem, principalmente, ser herméticos, com
exceção de uma válvula compensadora para o
escoamento, esta deve ser regulável para
manter uma leve depressão. No caso de
estocagem de óleos (material líquido),
onde não é necessário o sistema de
aquecimento, não é aconselhável o uso de
“containeres” (tanques) transparentes ou
leitosos, a não ser que estejam enterrados
ou em local sem iluminação alguma.

Ainda que os comentários acima


foram dirigidos particularmente ao sebo,
gordura de origem animal, principalmente a
bovina, por questões de predominância, as
análises e cuidados indicados cabem a
todas as matérias graxas cuja finalidade
precípua seja a saponificação.

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Fluxograma de distribuição do abate

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4.3 – Tratamento dos óleos e gorduras:

Tanto faz extrair ou comprar


gorduras, o tratamento é obrigatório. É,
também, a fase mais delicada e carente de
cuidados para obtenção de um material de
características definidas, padrão elevado
e, principalmente, constante, isso porque,
nada é pior na indústria, do que operar a
cada momento com um material diferente
para uma mesma finalidade. O quadro
agrava-se, e muito, quando a qualidade
oscila para baixo no padrão já definido
para produção.

4.3.a – Refinação:

Refinação é o nome que se dá ao


conjunto de operações necessárias à
obtenção de óleos e gorduras de qualidade
superior, isentas de impurezas e
características depreciativas, tornando
evidentes suas qualificações positivas
peculiares, tais como; aroma, paladar,
cor, brilho, etc.. Existem alguns óleos em
particular que, conforme os cuidados
dispensados quando da extração (no caso,
sempre mecânica), podem ser, simplesmente
filtrados, apenas cuidando que sejam
embalados imediatamente em recipientes
estéreis. Alguns exemplos são: - azeite de
oliva, gordura de coco, óleo de amendoim,
óleo de rícino (mamona), estes são
conhecidos como “azeites ou óleos
virgens”. Observamos, entretanto, que
essas, são exceções raras, e o material de
extração é exaustivamente selecionado e
mais, todo o processamento de extração e

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embalagem é quase “cirúrgico” no que
refere a cuidados, porém, o seu valor de
mercado sempre justifica tal
empreendimento.

O refino completo se processa,


normalmente, em quatro operações básicas,
a saber; filtragem, neutralização,
clarificação e desodorização. Existe,
ainda, um procedimento a parte quando se
deseja obter gordura de um óleo. Pratica-
se, para essa finalidade, a hidrogenação.
Como este capítulo está sendo diretamente
dirigido à fabricação de sabões, teceremos
comentários às duas primeiras operações ou
fases, deixando para capítulo próprio as
fases seguintes.

4.3.b – As 4 fases:

Depuração ou filtragem

Essa é a primeira operação de


refino para uma gordura, mesmo que após as
outras fases seja recomendável uma
filtragem final com a finalidade de
abrilhantamento do óleo obtido. Essa
filtragem pode ser executada por três
métodos diferentes e um tratamento
posterior para a retirada dos materiais
dissolvidos.

O primeiro e mais antigo


processo, é o da decantação, este é feito
em tanque próprio com fundo afunilado. O
material descansa por várias horas ou
mesmo dias. Assim, os elementos estranhos
de maior densidade vão ao fundo e são

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retirados através de válvula própria. Esse
procedimento, entretanto, é demasiadamente
lento e, também, ineficiente, tanto mais
quando o tratamento é dirigido às gorduras
que necessitam calor para permanecerem
líquidas e com isso as partículas mantêm-
se em suspensão indefinida, indo ao fundo
apenas as muito pesadas. Esse procedimento
acaba por ser, definitivamente,
desinteressante para a indústria.

O segundo método, ao contrário,


já atende as exigências bem a contento.
Consiste em se fazer a filtragem do
produto, que é efetuada em um equipamento
conhecido como “filtro-prensa” (esquema do
filtro à pág. 88). Este executa a operação
em grandes volumes e pode operar em regime
contínuo, desde que, é lógico, se disponha
de duas unidades, no mínimo, para que
sejam alternadas na troca dos elementos
filtrantes de um deles.

O terceiro método, é tanto ou


mais eficiente quanto a filtragem. Fala-se
da centrifugação. Dispõe-se para tal
tarefa, das chamadas “super-centrífugas”
(esquema à pág.89), que produzem,
ininterruptamente, volumes imensos de
material, sendo desligadas apenas vez por
outra para uma eventual manutenção. São
equipamentos de alto custo, porém, de
retorno muito rápido se a demanda for
compatível.

O tratamento ulterior da
depuração é considerado uma lavagem do
material pré-filtrado. A finalidade dessa

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operação intermediária é retirar do óleo
as gomas, mucilagens e as lecitinas
(normalmente chamadas de finos), que são
materiais inúteis e depreciativos às
gorduras, mas de grande valia para as
indústrias farmacêutica, alimentícia e
cosmética.
Entre os vários sistemas
aplicados (vapor saturado, aquecimento a
300°C ou agitação com soluções de ácido
sulfúrico), o procedimento predominante
atualmente é a “lavagem” ou seja, na
proporção de 1% a 2% da gordura total,
prepara-se uma solução de sais minerais ao
ponto de saturação com qualquer desses
materiais; cloreto, bicarbonato, carbonato
ou fosfato de sódio ou ainda, cloreto de
cálcio, sulfato de alumínio e até, ácido
clorídrico.
A temperatura da solução deverá
estar em equilíbrio com a do óleo sendo
jateada com boa pressão e lentamente em
forma de chuveiro sobre a massa de óleo
sob agitação intensa por tempo suficiente
para se observar uma emulsão aquosa (água
em óleo), o que permite um amplo contato
superficial entre os materiais. Mantendo-
se ainda, a agitação no tanque, deve-se
recalcar para uma nova centrifugação,
deixando dessa maneira, o óleo pronto para
a próxima etapa, a neutralização.

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Filtro prensa

Fig. 13 – partículas ficam retidas nas placas

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Super centrífuga

Fig. 14 – Depuração por centrifugação

Neutralização
Esta é a segunda operação mais
importante para obtenção de um óleo
refinado. Na verdade, em certas condições,
ela é suficiente e supre as próximas duas

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operações. Quando bem conduzida, a
neutralização, não só são eliminados os
ácidos graxos livres (o que mais deprecia
um óleo), como também se obtém as
características positivas que,
normalmente, se consegue apenas após as
próximas operações (neutralizadores
págs.92 e 93).

Há mais de uma via para se


neutralizar uma gordura. Estão divididas
em processos químicos e físicos,
destacando-se entre os químicos a
neutralização alcalina e entre os físicos
a destilação por arraste com vapor dos
ácidos graxos livres, o primeiro
procedimento, no entanto, é o mais
difundido, por ser o mais prático e o de
menor custo operacional.

O método alcalino consiste em


utilizar a soda cáustica (NaOH) dissolvida
em água na proporção de 8 a 35% ou seja,
entre 10 e 40°Bé (Baumé), conforme a
qualidade do óleo a ser tratado. É
conveniente a execução de alguns
experimentos empíricos com amostras do
óleo em processo.

Após efetuados os cálculos e as


observações experimentais chega-se à
conclusão da necessidade de uma quantidade
pouco acima da obtida nos cálculos. A
observação constante e o hábito de
calcular as várias alternativas
permitirão, ao profissional, conhecer uma
espécie de “macete” prático. É que quando
se tem lixívia à temperatura de

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aproximadamente 25°C e esta estiver em
concentração de 20°Bé (conferir com o
areômetro), pode-se aplicar em percentual,
exatamente o mesmo número do índice de
acidez (AGL) ou seja, o índice de ácidos
graxos livres, como segue:

(AGL) Lixívia (20°Bé)


1% 1%
2% 2%
3% 3%

Fica claro porém, que se o


índice de acidez ultrapassar muito desses
valores, o produto já deveria ter sido
recusado na aquisição ou então, dirigido a
outros fins, caso contrário, a perda
torna-se economicamente irrecuperável. O
procedimento seguinte é o mesmo utilizado
para a lavagem da operação anterior, sem a
necessidade dos sais e mantendo a
temperatura ao redor de 60°C.

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Neutralização por lotes

Fig. 15 – Solventização por “chuva”

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Neutralização contínua

Fig. 16 – Processador de alta produção

Clarificação e desodorização

Os processos de clarificação e
desodorização virão descritos em
“materiais graxos” (Cap.IX).

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Um fluxograma de refinação de
óleo ou gordura vem detalhado abaixo.

Hidrogenação

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A hidrogenação, como já foi


comentado, é um procedimento paralelo ao
refino que amplia, largamente, o leque do
consumo industrial de todos os tipos de
óleo, possibilitando total flexibilidade
de escolha e melhorando sensivelmente a
relação custo-rendimento.

Esse processo consiste em baixar


ou eliminar totalmente as duplas ligações
na cadeia carbônica dos óleos (material
líquido) acrescentando hidrogênio a estas
(tornam-se sólidos).

É aconselhável praticar a
hidrogenação após as duas operações
primárias de refino acima descritas
(filtragem e neutralização), isso por
razões simples, evitar ao máximo a
contaminação dos catalisadores e obter um
produto final de alto padrão de qualidade.

A seguir se descreve
sucintamente o processo de hidrogenação:

- Com o óleo em uma autoclave


própria (ver figura pág.97), inicialmente,
deve-se proceder à secagem, bastando para
tanto a elevação da temperatura (pouco
mais de 100°C) sob vácuo durante
aproximadamente uma hora (marcar tempo
depois de atingida a temperatura
desejada), a partir daí adiciona-se o
catalisador na proporção de (0,1%), no
máximo (níquel em pó), liga-se o agitador
e eleva-se a temperatura para um máximo de
130°C (não ir além), abre-se o jato de H2

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(hidrogênio) no fundo do tanque, mantendo
a partir de então, circulação de água fria
pela serpentina ou encamisamento do
equipamento o que irá evitar o
superaquecimento na reação (nunca permitir
mais do 140°C, o que já é arriscado). Esse
procedimento deverá ser mantido até que o
ponto de fusão desejado for atingido. Para
se conhecer o momento de parada basta
verificar, periodicamente, o índice de
refração, pois este tem relação direta com
o índice de iodo e é mais facilmente
obtido.

Para se obter texturas variadas


do material solidificado, costuma-se, na
prática, misturar óleo refinado ao óleo
hidrogenado em proporções predeterminadas.

Após a hidrogenação é condição


obrigatória a prática da neutralização,
antes porém, o produto deve ser filtrado
para a recuperação do catalisador e isso
se faz na passagem da autoclave para o
tanque de neutralização.

É sempre saudável lembrar que o


manuseio de hidrogênio é de altíssimo
risco de explosões e sofre rigoroso
controle oficial.

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Óleo sendo saturado

Fig. 17 – Processo de hidrogenação

Não devemos a este ponto,


considerar o estudo dos materiais graxos
esgotado, como porém, a pauta neste
compêndio objetiva a saponificação
industrial, já dispomos por hora de
subsídios suficientes para trilhar com
segurança o caminho almejado. Teceremos
comentários, portanto, sobre a segunda
matéria-prima básica nas linhas a seguir,
produtos alcalinos ou bases.

4.4 – bases:

Os próximos parágrafos serão


reservados aos comentários referentes às
bases (materiais alcalinos) e, com isso,

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orientar o Leitor para que este obtenha a
neutralização dos ácidos graxos produzindo
a saponificação e, finalmente chegando ao
sabão. Serão considerados os materiais de
uso mais comum nas fábricas, suas
finalidades, cuidados ou precauções,
manipulação e estocagem.

O hidróxido de sódio

É conhecido, na prática, como


soda cáustica, é produto encontrado em
abundância no mercado, hoje é produzido,
exclusivamente, a partir do cloreto de
sódio (sal marinho), este é processado em
uma unidade celular ligada a uma fonte
geradora de corrente contínua (normalmente
de diodos de selênio, silício ou
germânio), o material produzido escorre
continuamente em soluções concentradas que
vão para os “containeres”, caminhões-
tanque, tambores e, até navios ou ainda
para unidades evaporadoras onde,
posteriormente, serão transformadas em
escamas ou blocos sólidos e secos cujo
teor de pureza chega a 98% de NaOH.
Existem hoje, unidades industriais de
enorme capacidade de produção, que suprem,
até com folga, a demanda.

A estocagem do produto deve ter


critérios, pois trata-se de material que
oferece risco a integridade física das
pessoas que o manipulam, a terceiros e ao
meio ambiente, logo, é norma de segurança
a utilização de luvas e óculos protetores
e, no mínimo, o acondicionamento a granel
deve ser feito em tanques de ferro,

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polietileno resistente, cimento revestido
a epóxi, poliéster ou borracha clorada,
deve ter bomba de recalque ou ficar em
local favorável à ação gravitacional, onde
deve-se prever dois tipos de válvulas para
cada saída pois uma é de contenção e outra
de segurança, se o produto é fornecido em
tambores pode até ficar exposto ao tempo,
observadas as condições dos invólucros,
pintura, vazamentos, etc.., se estiver
acondicionado em sacos plásticos (25 ou
50kg), deverá ser estocado em local seco,
fresco e arejado, sobre “pallets” de
madeira ou plástico.
O hidróxido de potássio
Designada no mercado por potassa
cáustica, é produzido pela eletrólise do
cloreto de potássio, é apresentada,
comercialmente, em escamas ou líquida em
solução a 50%, é bastante higroscópica, é
utilizada na fabricação de sabões em pasta
ou líquidos. Sua estocagem merece a mesma
atenção dedicada ao cáustico anterior.

O carbonato de sódio

Também é conhecido por barrilha


leve quando anidro (isento de água), é
produzido a partir do sal de amônia e gás
carbônico, atingindo alto grau de pureza,
até 99% de carbonato de sódio. É menos
empregado que a soda cáustica na indústria
saboeira, ainda assim, é bem consumido,
principalmente, para a fabricação de sabão
em pó. Deve ser estocado e manuseado com
os mesmos quesitos exigidos pelos
alcalinos anteriores.

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Os orgânicos

Para um contato, ainda que


superficial, com as bases de uso habitual
os comentários levados a efeito acima,
oferecem uma visão geral suficiente para
se fabricar sabões comerciais. Dados de
maior profundidade se obtêm em edições
especializadas ou na Farmacopéia
brasileira e estrangeira em geral. Carece,
entretanto, este trecho do que se vos
apresenta, uma abordagem, mesmo que também
superficial sobre, pelo menos, à principal
base orgânica ligada ao ramo
particularizado nesta obra. Assim, cabe-
nos referir à trietanolamina.

Base amoniacal cuja fórmula


geral é (N(CH2CH2OH)3). É um líquido
viscoso, límpido, higroscópico, solúvel em
água, glicerina e álcool, é um bom
emulsionante, é bastante eficiente na
formação de tenso-ativos a partir de
ácidos graxos, sendo amplamente empregada
na produção de detergentes, cosméticos,
cremes de tratamento e outros. Sua
estocagem é simples, não exigindo
demasiada atenção dede que respeitados os
cuidados mínimos necessários que qualquer
produto reativo solicita. É fornecida em
tambores de ferro ou plástico reforçado,
não é muito agressiva, nem muito tóxica ao
manuseio devendo, no entanto, evitar-se o
contato direto com a pele, olhos e
mucosas.

Encerram-se, portanto, os
comentários sobre as matérias-primas

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básicas e fundamentais do produto,
restam, entretanto, as secundárias ou
periféricas como alguns exemplos a saber;
catalizadores, clarificadores, corantes,
perfumes, aditivos, sais, etc..,
considerando apenas o setor produtivo
inicial ou primário, logicamente, não
devemos ignorar o setor “agente de
ligação” com o mercado consumidor e este
absorve embalagens e outros. E, insistindo
para que a leitura não se torne exaustiva
e monótona, cada produto terá seu lugar de
destaque no exato momento de uso na
descrição do processo de fabricação, como
se o estivéssemos usando de fato e levando
em consideração as suas características e
propriedades.

O próximo capítulo será dedicado


à fabricação dos vários tipos de sabão,
para tanto, procuraremos vivenciar os
momentos relativos à leitura das próximas
dissertações, de modo que o Leitor
participe das experiências apresentadas,
tentando criar entre nós (autor e Leitor),
uma possibilidade de diálogo, como se o
caro Leitor estivesse dentro dos
acontecimentos e, virtualmente, fosse
parte integrante da narrativa.

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Capítulo V
Produzindo o sabão
Adentraremos assim, no pavilhão
fabril imaginário, onde iremos elaborar o
produto objeto desta obra; o sabão, com as
mais variadas versões possíveis. Para
chegarmos a ele, discutiremos várias
receitas, teremos contato com muitos
equipamentos, optaremos quase sempre, por
mais de um caminho para uma única solução,
decidiremos qual a melhor opção entre os
materiais diversos, cometeremos erros e
vamos buscar “concertá-los” com mais de
uma alternativa, como se isso, mesmo
durante a leitura, nos causasse prejuízos,
buscaremos ainda, “saídas” inovadoras ou
boas idéias antigas, às vezes, até
esquecidas, partiremos para a tentativa e
erro, em verdade, compararemos a indústria
a uma “salada” original cujo tempero
principal é a criatividade e o risco de
deterioração está no “ranço” das idéias
acomodadas.
Falaremos, inicialmente, sobre
as receitas, pois delas extrairemos nossa
experiência.
A receita “da vovó” de
antigamente, era o sabão de cinzas
(potássio). Depois de pronto, “ela”
colocava sal de cozinha no sabão “pra
ficar bão”, o que se sabe é que assim,
“ela”, inconscientemente, trocava as
bases; i. é, potássio saía, sódio entrava,
isso porém, é história.

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“A vovó” moderna, já tinha outra
receita, pois fazia o mesmo sabão, com
sódio, a “velha soda cáustica”. Com
certeza, as duas receitas são, de fato,
“das vovós”, pois ambas são muito antigas,
entretanto, “a vovó” que fazia sabão de
cinzas pode ser quase “pré-histórica”,
porque, “historicamente” a produção do
hidróxido de sódio é uma tecnologia
considerada “moderna”.

O sabão de potássio fabricado


das cinzas é folclórico em quase todo o
planeta, “quase” por precaução literária.
É sempre lembrado nos “contos” das velhas
fazendas e lugarejos interioranos. Porém,
partindo da potassa cáustica (hidróxido de
potássio), hoje se fabrica ótimos produtos
para uso geral.

O “velho” sabão de cinzas foi,


respeitosamente, lembrado com destaque na
introdução desta obra “referências
históricas...”. Uma observação importante
é não confundir “cinzas” com potassa
industrial (qualquer apresentação do
potássio), utilizada amplamente pela
indústria. O sabão de sódio gerou a
indústria atual, ele evoluiu e fixou
“morada” em nosso cotidiano. As receitas,
mesmo as antigas, serão referentes a esse
tipo de sabão, “quase sempre...”.

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As receitas

Uma antiga: - Sabão em grão de sebo

Hoje, completamente obsoleta,


entretanto, uma verdadeira obra-prima do
fim do século IXX, trata-se de um sabão de
ótima qualidade, porém, os meios de
produzi-lo levariam qualquer
empreendimento ao fracasso nos nossos
dias.

O sebo tem a preferência na


aplicação, no entanto, seriam aceitas além
dele, outras gorduras, como a de palma,
por exemplo, deve-se, contudo, evitar as
de empaste (I.S. bem acima de 200). Com a
gordura preparada no tacho (consideradas,
ao menos, as principais análises), inicia-
se o cozimento (vapor indireto), com
lixívia inicial de, no máximo, 10°Bé, o
batedor deverá estar ligado
constantemente, após algumas horas (± 3)
nota-se a formação da emulsão bem
homogênea, adiciona-se, então, outra parte
de lixívia, desta vez, no máximo de 15°Bé,
o mais lentamente possível (partindo de um
tanque lateral superior, em um filete bem
fino) mantendo o batimento sem parar,
nota-se novamente que a emulsão volta a
ficar estável e com aparência mais
definida que antes (isso, de 2 a 3 horas
depois), nesse momento, ela apresenta um
brilho perolado e escorre em grossos
filetes na colher de inspeção (madeira,
parecida com um remo), coloca-se aí, o
restante da lixívia com, no máximo, 20°Bé
e deixa-se bater por mais 6 ou 8 horas em

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uma temperatura próxima de 95°C, verifica-
se, então, o “ponto”, separando-se
pequenas amostras da massa sobre a beirada
da caldeira ou sobre uma prancheta de
madeira, essa amostragem solidificará como
cera “dura”, porém macia, apresentará
ainda, uma “auréola ou coroa” com vários
tons de vermelho, azul e brilho prateado,
desliga-se, então, os equipamentos e o
vapor, cobre-se o tacho (evitar o choque
térmico) e deixa-se em repouso por 12 a 24
horas,a quantidade de sabão é quem
determina o tempo (falando-se de mais de
10 toneladas de material). Assim, ocorrerá
a estabilização completa da massa,
confirma-se o “ponto” e retifica-se, se
necessário for, adicionando soda ou
gordura em pequenas porções, dependendo da
acidez ou alcalinidade observada, liga-se
novamente o batedor e leva-se à fervura o
conteúdo do tacho por curto período (30 a
60 minutos) até confirmar a neutralização
completa pela nova amostragem.
A partir desse ponto, a tarefa é
“salinizar” o conteúdo da caldeira, com
uma salmoura de 6 a 8% em fervura, “lava-
se” a massa por duas ou três vezes,
deixando descansar, a cada lavagem, o
tempo necessário à decantar a água
carregada de sal e glicerina que será
escoada por válvula apropriada. Como já se
explicou a “micela” ou “bolo” resultante
da lavagem irá ao centro do tacho ficando
a cada momento mais firme e limpo, mas,
ainda será um “creme” muito espesso,
porém, móvel, logo, assim que separada a
água de glicerina será possível envasar

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para as formas ou moldes onde o sabão puro
tomará forma e solidificará depois de
vários dias ou mesmo mais de uma semana. A
salmoura da lavagem contendo glicerina,
pode ser vendida diretamente aos
destiladores, se não houver interesse em
destilá-la na própria fábrica. Ao
desenformar o sabão, notar-se-á uma
tonalidade geral embaçada e, no meio, se
verá várias faixas brilhantes de aparência
metalizada ou cristalizada e a isso, se dá
o nome de fluxo (o embaçado) e grão (o
cristalizado).
Logicamente, a própria receita
deixa óbvio que ela é totalmente
impraticável hoje em dia, principalmente,
do ponto de vista econômico, quando, em
verdade, é só ele que conta, atualmente.
Entretanto, ela é muito útil sob o prisma
da didática, esclarece de modo singular,
vários detalhes práticos que podem ser
aproveitados como base experimental.
Vamos, portanto, comentar esta
receita, como se nós a tivéssemos
encontrado num “baú” e dela teríamos a
pretensão de tirar conhecimentos e formar
conceitos atuais para criar um processo
eficaz. Ela só, é insuficiente, mas, ainda
assim, um bom começo.
Para isso, a análise das
transformações físicas ocorridas é mais
importante do que a reação química, assim,
ácido + base = sal, fim da reação. Como
isso ocorreu e por que? é o que nos
fornecerá dados para um método
alternativo.

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No começo do século XX, a
conhecida lei da ação das massas era
entendida como um fator absoluto que
determinava com total rigidez a marcha de
uma reação, isso é uma verdade, desde que
não se interfira com ela. O homem,
entretanto, pode ser um agente de
intervenção e já descobriu que existem
outras “verdades” que influenciam esta lei
natural e que podem até anula-la em
condições artificiais. Vejamos, esta lei
se apóia no equilíbrio universal, ela diz
: “- Quanto maior a absorção, menor a
avidez” ou seja, usando a receita, no
início da saponificação a reação deveria
ser violenta e no fim, dificultosa e até
interrompida. Isso, contudo, não ocorreu,
por interferência do conhecimento humano,
pois a adição de lixívia fraca no início
da reação dificulta o contato superficial
em grandes proporções e menos álcali
penetra as moléculas de ácidos graxos
liberando glicerina, já ao final, a
colocação de lixívia forte (20°Bé)
compensa a dificuldade natural da reação,
logo, a velocidade da reação é a mesma do
começo ao fim.

Nós, entretanto, não nos daremos


por satisfeitos sem, pelo menos, praticar
uma experiência. O que aconteceria, se
nessa caldeira aberta e com sebo quente,
nós colocássemos a lixívia em alta
concentração de uma única vez?

Devemos relembrar a afirmação de


que, no início, a reação será violenta.

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Mas, a curiosidade é impetuosa
e a caldeira é imaginária, portanto, vamos
saber até onde vai a violência da reação.

Vamos usar uma lixívia de 38°Bé,


calcular a quantidade em função do sebo
disponível ligar o batedor, abrir
totalmente a válvula da lixívia e,
logicamente, sair rapidamente do recinto.

Depois de muitos minutos de


espera e suspense bem longe daquele local,
notaremos que não ocorreu explosão e nem
mesmo algum efeito estranho, com cuidado,
voltaremos à caldeira, imaginando que a
válvula da soda emperrou impedindo a
mistura. Porém, o que notamos é algo que,
aparentemente, não tem lógica, assim,
deduzimos, apressadamente, que essa tal
“lei da ação das massas” está
completamente errada, e “não sabe o que
faz”! Pois, como nós, “que entendemos de
tudo”, poderíamos ter nos equivocado..?
além de não cumprir a “promessa” de
violência, essa “tal lei”, encheu nossa
caldeira de pedrinhas de sebo flutuando na
solução de soda..! Isso, “é um abuso”..!

Na verdade, o que ocorreu, de


fato, foi uma ação de enorme violência,
aliás, tão violenta, que nem mesmo chegou
a se concluir.

A explicação lógica é que sendo,


o sebo, um material de menor peso
específico do que a lixívia, tende a
flutuar nesta. O batedor, porém, não
permite a separação em uma linha definida

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entre os dois materiais, pois o braço
mecânico não para de agitar o conteúdo do
tanque, assim, na lâmina de contato
superficial entre os reagentes, a reação
ocorre instantaneamente e se contrai na
mesma velocidade, mas o braço mecânico,
“quebra” a “casca” formada em vários
pedaços colocando outra porção dos
materiais em contato que reagirão
novamente formando nova lâmina que
quebrarão em novas lascas.., e assim, até
chegar a ponto de ser consumido o sebo em
quantidade suficiente para entrar em ação
a “lei das massas”, injustamente acusada
de ineficiente. As “pedras” que vemos na
caldeira são pequenas e muitas ao final,
assim, o braço gira e apenas muda-as de
lugar porque, por inércia, elas bóiam na
soda que não reagiu e o mecanismo não as
alcança deixando de exercer ação direta
sobre os minúsculos pedaços.

A reação não tem mais como


acontecer, o equipamento pode ficar ligado
“ad’eterno” , a soda secará por evaporação
e o que existirá na caldeira será um pó
mal misturado que irritará a pele quando
em contato.

Mas, por que as partículas não


se transformaram em sabão como se
previa..? - por pura falta de superfície
exposta! Podemos comparar as “pedrinhas” a
um “pãozinho” fresco, o contato com a soda
“forte” provoca uma reação muito enérgica
ao contato entre as faces (soda/gordura),
formando, desse modo, uma “casca” de sabão
desequilibrado cujo (p.h.) é muito elevado

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(alcalinidade alta), devido o excesso de
exposição à lixívia durante a flutuação.
Ora.., esse efeito age como escudo para o
resto do material, por isso temos uma
“casca” alcalina protegendo um “miolo”
ácido. Poderíamos até discutir a
possibilidade de que, com o “passar do
tempo” (meses ou anos), a soda por fim
atingiria o miolo, analogamente ao efeito
da ferrugem nos metais ferrosos, mas, no
caso da soda, isso seria impedido pela
formação do anidrido carbônico que
consumiria esta antes que “esta”
consumisse o ácido graxo do “miolo”.

Poderíamos, todavia, considerar


que tivéssemos, na caldeira, um sebo
inferior com muito ácido graxo livre,
nesse caso teríamos, no mínimo, muito
sabão de péssima qualidade espalhado pelo
recinto da caldeira, pois o ácido graxo
livre tende a reagir fermentativamente e
com facilidade, pelo fato de já estar
livre da glicerina, libera, durante o
processo, gás de amônia, resultado da
fermentação da gordura, onde micro
organismos atuaram realizando complexas
reações com o oxigênio e o nitrogênio do
ar, isso provoca espuma e, portanto, uma
superfície peculiar com medidas
estratosféricas e que crescem, diretamente
proporcionais a ∏ (pi) vezes o cubo da
soma do calor fornecido com o calor
produzido na reação, essa expansão é
contida apenas pela pressão atmosférica
que, pouco ou nada representa, contra a
força descomunal da reação, a superfície
formada ocasiona um contato íntimo

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fantástico entre os materiais (ácido e
lixívia) e essa reação, depois de
iniciada, não permite interrupção dada a
velocidade em que ela ocorre. Tais reações
já foram responsáveis por enormes
explosões em autoclaves, arrastando
fábricas inteiras para o “ar”.

O comentário sobre esta receita


já nos fez ver que a superfície no
processo de saponificação, é fundamental.
Ela é, sem dúvidas, a principal
responsável por uma reação molecular,
vamos guardar essa informação.

Outra receita

Sabão de empaste, semiquente

100 kg de gordura de coco ou palmiste


59 kg de lixívia de 38°Bé de NaOH (soda)
40 kg de silicato de sódio neutro

ou

100 kg de gordura de coco ou palmiste


62 kg de lixívia de 38°Bé de NaOH (soda)
80 kg de silicato de sódio neutro

Coloca-se na caldeira, a gordura


e eleva-se a temperatura por volta de até
80°C, num recipiente à parte podemos
misturar a lixívia ao silicato e,
lentamente, adiciona-se à gordura no
batedor, que trabalhará até a emulsão se
completar, corta-se o calor (vapor no
encamisamento), deixa-se bater por mais
uma hora ou pouco menos, o clima da região
é quem decide, coloca-se nas formas

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agitando, ainda um pouco quando se nota o
início da solidificação, esse procedimento
é desnecessário se o material for envasado
para placas de resfriamento, no segundo
caso, o tempo de formação é relativamente
curto, poucas horas e até minutos
dependendo do equipamento utilizado.
Depois as placas serão abertas sobres as
mesas de corte em “L” (fig. Pág.XX) e
forçadas contra um conjunto de fios ou
facas com medidas definidas, formam-se,
desse modo as pedras de sabão. Esse
sistema de cortes, apesar de antigo, é de
uso comum em pequenas instalações,
principalmente as rurais e, também, pelos
fabricantes de sabão de coco a frio.
Esse é o caso de uma receita bem
antiga, no entanto, em prática até os
nossos dias, por ser extremamente simples
e produz sabões populares baratos.
Dedicaremos os comentários dessa
receita à prática dos cálculos necessários
e que foram apresentados no (cap. II,
funções técnicas..). Vamos, novamente, nos
utilizar da participação do Leitor para
uma maior assimilação da técnica
operacional.
Voltamos então, novamente, à
nossa “fábrica” imaginária, onde já se
encontra na caldeira, a gordura à espera
de neutralização.
Conforme a primeira relação de
material da receita, nós dispomos, no
batedor, de 100 kg de gordura.
Pretendemos, por uma questão de custos,

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independente da qualidade final, que no
caso, é pobre nas duas relações, adicionar
40 kg de silicato de sódio neutro na
primeira receita e saponificar para
obtermos o produto.
Sabendo-se que esta gordura de
coco tem um índice de saponificação (I.S.)
253 e vamos trabalhar com uma lixívia de
38°Bé, conforme a receita, podemos ir à
tabela 4 (pág.53) e localizaremos lá a
quantidade de hidróxido de sódio (NaOH),
tecnicamente puro que serão necessários à
saponificação de 100 kg de gordura de
coco, faremos os cálculos para ajustarmos
os pesos correspondentes à solução de
38°Bé, multiplicaremos pelo fator de
pureza do produto (100%) e dividiremos
pelo fator de pureza comercial (≈98%).
Muito fácil, mas, e se não
dispusermos da tabela? Como vamos agir?
bem.., nesse caso, a organização
prevalece! Nas análises efetuadas para o
recebimento do produto consta o peso
molecular da gordura, e nós encontramos
lá, o número (P.M.221), então continua
fácil. Conforme o (Cap. I, 1.3.b – I.S.),
iremos proceder o cálculo da seguinte
maneira:
(P.M.) = 221 X 3 = 663 de acordo com
anotação da (pág.54).
Portanto:
663g-----56g X 1.000 X 3

1g--------I.S. -------► 1g X 56g X 1.000 X 3 = I.S.


663g

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E, por fim, nós obtivemos o
índice de saponificação mais “difícil” e
menos “conhecido” de todos os fabricantes
de sabão, o “incrível” (I.S.253), para a
gordura de coco.

Para continuarmos os nossos


cálculos, iremos, agora, ao (Cap.II,
funções técnicas...) novamente, e lá,
encontraremos no item (2.1.b) a constante
de saponificação comercial, i. é, “uma
constante prática”, ela é aproximada,
porém, muito útil. É a relação que existe
entre todos os óleos comuns de mercado e
os pesos necessários de hidróxido de sódio
tecnicamente puro para a neutralização
completa entre eles. Com esses dois dados
disponíveis, determinaremos as quantidades
de soda indicada, vejamos:

I.S. X 0,0716 = (NaOH)kg --►253 X 0,0716 = 18,11 kg

A partir desse valor


procederemos a compensação para o produto
comercial, como segue:

Produto puro 100%


Produto comercial 98% logo;

18,11 X 100 = 18,48 kg


98

18,48 kg de soda comercial a 98%


neutralizam 100 kg de gordura de coco.

Ainda nos resta reduzir a 38°Bé


esta quantidade de soda. Novamente indo ao
(Cap.II), agora no item (2.1.a), lá
encontraremos outra constante, esta porém,

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é exata (técnica), a constante de Baumé, e
com ela vamos determinar o peso específico
da lixívia de 38°Bé, de acordo com a
indicação do item referido, devemos
utilizar a 1ª fórmula, pois o peso
específico procurado, nós sabemos ser
maior que o da água, portanto:

__145,88___ = 1,352 aproximadamente


145,88 – 38

Pois bem.., já dispomos de todos


os dados, então vamos proceder os
cálculos. Conforme a tabela 2, nós
encontramos 0,441 kg de soda pura
(considerada seca) por litro de lixívia a
38° Bé que pesa 1,352 kg, portanto:

18,48kg = 41,90 litros, onde:


0,441

41,90 X 1,352 = 56,65 kg

56,65 kg de lixívia, aí está a


quantidade em quilogramas suficiente para
neutralizar 100 kg de gordura de coco.
Mas, como podemos observar, esse valor não
coincide com o da relação de materiais da
receita, pois lá lemos 59 kg. Bem, ocorre
que nessa receita optamos por silicato
como “carga” e isso altera o percentual de
soda na receita obrigatoriamente, o
silicato de sódio absorve o equivalente a
2,283% de soda (NaOH), aproximadamente 7%
de lixívia em concentração de 38°Bé,
logicamente, se não fornecermos a
quantidade exigida, ele a “roubará” do
sabão desequilibrando, assim, o balanço na

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neutralização e por isso nós aplicaremos o
percentual correspondente, como segue:

No primeiro caso, 7% de 40 kg de
silicato de sódio correspondem a 2,8 kg,
assim:

56,65 kg de soda calculada


2,80 kg p/ compensar o silicato
59,45 kg de soda total

Obviamente, houve um
arredondamento de 0,45 kg de lixívia,
porém, a esse tipo de receita é um
procedimento razoável, pois a qualidade
também é “razoável” como já afirmamos.

É claro que a “nossa fábrica”,


produzindo esta receita, dificilmente iria
dispor das análises referidas, mas cabe
notar que é esse o procedimento correto
para a obtenção de padrões de destaque
positivo no mercado consumidor.

Uma receita “jovem”; - máximo 130 anos, em


pleno uso

O sabão preparado a frio

A preparação desse sabão, é de


uma flexibilidade, verdadeiramente
“milagrosa”, esse é o principal motivo de
estar ainda hoje em plena propagação
industrial, considerando, quase que
exclusivamente, o pequeno produtor, é
preparado com “mil máscaras”, mas é,
fundamentalmente, o mesmo. A fórmula
básica é singular; - 100 partes de gordura
de coco, se neutraliza com 56 partes de

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lixívia de NaOH a 38°Bé, alguns autores
recomendam apenas 50 partes de lixívia,
sob a alegação de chegar a um produto mais
suave apesar de ficarem alguns ácidos
graxos livres, o que, em verdade, para a
gordura de coco, não exerce muita
influência no produto final.

Qualquer gordura ou óleo


saponifica a frio, a de coco porém, tem a
preferência absoluta, pois o preparo e
extremamente simples, os estabelecimentos
pequenos utilizam um sistema de grande
agilidade e quase sem custo operacional.

Quando recebem a gordura de


coco, normalmente em tambores de 200 kg de
material, eles, inicialmente, “juram sobre
a bíblia” que as análises foram
realizadas, então, com um simples
fogareiro a gás, fundem completamente a
gordura no próprio tambor, depois envasam
o conteúdo em um equipamento muito comum
nos porões das velhas padarias, conhecidos
pelo nome de “amassadeiras ou masseiras”,
cuja capacidade de mistura é de,
aproximadamente, 300 kg, ligam a máquina
e, lentamente, deixam escorrer 100 kg de
lixívia a 38°Bé, em menos de 60 minutos o
produto está nas formas, desde que não se
acrescentem cargas.

O comentário dessa receita, nós


dedicaremos ao comprometimento do “ganha-
pão” dos “Gurus do sabão” alinhados nos
classificados dominicais “...aprenda a fazer
sabão quase de graça...”! esse “quase de
graça...” deixa qualquer um na miséria.

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Como já afirmamos, essa fórmula
é de grande versatilidade, isso devido ao
fato de que a gordura de coco absorve
quantidades enormes de salmoura ao limite
da saturação (24%) ou seja, com 50 kg de
gordura de coco, nós conseguimos, se
quisermos, inserir 250 kg de solução de
sal a 23°Bé, e isso requer pouquíssimos
cuidados e é muito fácil; vejamos o
rendimento:
50 kg gordura
25 kg lixívia
250 kg salmoura a 23°Bé
325 kg total de sabão ou quase sabão

Esse é um resultado
impressionante e alentador para um consumo
popular de poucas exigências no que refere
a qualidade.
A estas categorias de sabão, os
profissionais “carinhosamente” apelidaram
de “água em pé”, o que nada mais é, do que
o aperfeiçoamento tecnológico do “ovo de
Colombo”.
Agradecendo a “paciência” com o
humor dessas linhas, nós iremos agora,
produzir uma versão desta receita que fará
“corar de inveja” os “Gurus do sabão”
apenas pelo preço pago pelo Leitor por
este manual.

Vamos então, voltar ao pavilhão


da “nossa fábrica”, para produzir um sabão
de coco verdadeiramente industrial,
prático e popular, terá a aparência e a
qualidade compatíveis com um custo
plenamente viável ao consumidor.

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Primeiramente, precisaremos do
equipamento, que deve, obrigatoriamente,
custar pouco, porque a “nossa fábrica” é
nova e com pequena disponibilidade
financeira.
Nós usaremos como “tacho” uma
“caixa d’água”, essas redondas de plástico
reforçado, são ótimas, sua capacidade deve
ser de 500 ou 1.000 litros. Mas.., como
iremos lidar com o aquecimento? - Lógico,
uma caixa d’água não é uma caldeira!
Bem.., uma vez que não se pode
“sair gastando” o jeito é não usar calor,
assim, economizamos energia e dinheiro e,
de “quebra” ganhamos tempo na produção.
Fazendo o produto a frio, este livro diz
que a “gente” só sai ganhando, vamos ver.
No “tacho” já demos “um jeito”.
E o batedor? Ele é um equipamento caro e
mais ou menos complexo para “dar um
jeito”. Devemos, então buscar outra saída,
alguma coisa que parece “esquisita” porém,
pode funcionar. No “porão da nossa
fábrica” tem uma bomba centrífuga velha,
“grandona” e meio desajeitada, usada
quando a água era “de poço”. Sua
“garganta” de entrada mede umas duas
polegadas de diâmetro e a saída por volta
de uma e meia polegada, qualquer material
líquido ou viscoso que passar por ela,
sofrerá uma alta compressão e um movimento
intenso, ora..! não é isso o que buscamos
com o “batedor”? apenas que, ao contrário
de colocarmos o “batedor” no líquido
viscoso, este é quem irá até ela, “a bomba
batedora”, por meio de tubulação própria

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que deverá ser de ferro para não
“arrebentar” com a pressão e o calor
produzido no caminho. Ligaremos tudo e
providenciamos um desvio na tubulação que
retorna ao “tacho”, para quando soubermos
que o produto esteja pronto para envase,
transferi-lo para as formas.
Pronto, batizaremos o “nosso
invento” de “reciclador”, pois o material
fica entrando e saindo continuamente
(reciclando) através da bomba até ser
desviado para a forma. E, tenham certeza,
muitos tipos de material são possíveis de
se fazer neste “equipamento” (abaixo, um
exemplo de reciclador).

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Batimento por reciclagem

Fig. 18 – reciclador com tanque lateral

Agora já podemos produzir o


“sabão nosso de cada dia”! Com um
fogareiro a gás ou elétrico fundiremos a
gordura de coco no próprio tambor, sem, no
entanto, aquece-lo demais (lembre-se do
“tacho” que é de plástico), aquecesse
apenas o suficiente para escoa-lo pelo
gargalo da embalagem, passamos o conteúdo

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para o reciclador através de uma peneira
ou podemos utilizar a própria bomba para
recalcá-lo fazendo passar por um filtro
que pode até ser improvisado, o que não é
muito difícil, termos assim, 200 kg de
gordura no tanque, no inverno ou em
regiões frias, não podemos esquecê-la por
muito tempo no reservatório sem trabalhá-
la, pois ela se solidificará rapidamente.

Num recipiente à parte, já


devemos ter preparados 200 kg de salmoura
a 23°Bé totalmente solubilizada sem
material sólido decantado no fundo (sal),
em outro depósito já dispomos de 100 kg de
silicato de sódio neutro misturados com 8
kg de lixívia de soda a 38°Bé, ainda
temos, também, 100 kg de lixívia de soda a
38°Bé. Com todo esse material a
disposição, o único problema é mistura-los
com estabilidade, pois é muito fácil
“quebrar” a emulsão e o sabão “talha” como
leite que “azeda”. A salmoura e o óleo
oferecem uma resistência muito acentuada
contra a estabilização da emulsão, ainda
que se acrescente o silicato e o hidróxido
de sódio, a dificuldade é grande, em
verdade, a emulsão é possível, porém a um
custo bem alto demandando excesso de tempo
e de energia. É preciso outra “saída
daquelas...”, viável e muito simples, pois
o dinheiro é “curto” e um erro põe tudo a
perder.

Existe no mercado, um produto


que mistura água e óleo, trata-se de um
poderoso emulsificante sintético o, “nonil
fenol de óxido de etileno”, o mais

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indicado, é o de 9,5 moléculas de óxido de
etileno, ele é muito eficiente, com 1% do
peso do óleo se consegue mais do que um
“simples milagre” ele faz o “impossível”,
mantém, por tempo quase indefinido uma
mistura perfeita da água com o óleo, como
o leite. Mais do que isso, ele proporciona
uma superfície literalmente “infinita”
entre as fases (água/óleo), lembram do que
falamos sobre a “superfície”, em verdade,
quando se liga a bomba, em questão de
minutos e muitas vezes, “em questão de
segundos” o material fica pronto sem
nenhum risco e nem mesmo apresenta
aquecimento, a reação é tão rápida que não
há tempo para a “exotermia” (aquecimento
espontâneo) se manifestar. O principal, é
que o custo desse produto é compatível com
a quantidade necessária não representando
nenhum acréscimo significativo no custo
primário.

Produzir sabão assim, virou um


verdadeiro “carnaval”. Coloca-se tudo no
reciclador de qualquer jeito, rapidamente,
lentamente, quente, frio, tudo de uma só
vez, uma coisa de cada vez, com mistura
prévia ou não, na verdade, seria
necessário inventar algo inusitado para
conseguir errar esse sabão, seria questão
de promover uma gincana para achar alguém
capaz de dificultar a saponificação.

O resultado é um sabão muito


branco, macio, agradável ao tato e muito
durável, se eliminada a salmoura e
abaixado o silicato ele será totalmente
mecanizável e “briga” de frente com

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qualquer multinacional. Sugerimos aos
profissionais uma análise da estrutura
cristalina desse produto.

No entanto, cabe uma observação


de suma importância, durante o processo,
quando se notar no reciclador, que a
emulsão começou a formar um creme
suavemente viscoso, deve-se abrir
imediatamente a válvula de desvio e,
através de uma mangueira ou tubo passa-se
o material para as formas se for o caso e,
em 30 minutos, no máximo, o material
poderá ser cortado.

É muito importante o
acompanhamento da reação para envasar na
hora certa, pois antes do “ponto” a
mistura não fica homogênea e, depois do
“ponto”, a reação ocorre num todo e
progride em velocidade uniforme. Se
descuidar, ganha-se um bloco redondo de
sabão no tanque, nos tubos e, o mais
“interessante”, na bomba, porém, nada que
um britador não resolva.

Se desejarmos um sabão mais


pobre, essa receita suporta “heroicamente”
mais 100 kg de salmoura. O silicato pode
ser, simplesmente suprimido, juntamente
com o percentual de lixívia. É conveniente
não aumenta-lo, pois a quantidade aqui
sugerida está já, bem acima da ideal,
muito silicato provoca o efeito da “barba”
depois de alguns dias, como já informamos.

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Capítulo VI

Pequeno receituário*

Sabão em pasta

Um produto muito prático de


confeccionar, normalmente produzido sob
fervura de vapor indireto, com gorduras e
hidróxido de potássio, é fornecido ao
mercado consumidor em embalagens
plásticas, indicado, principalmente, para
limpeza de louças e talheres lavados à
mão. Produto fabricado pelo processo de
empaste (3.4.b – Cap. III).

• A) Sebo.................44 kg
Óleo de algodão......50 kg
Lix. de potássio.....39,6 kg – 50°Bé

• B) Sebo.................40 kg
Óleo de coco.........30 kg
Óleo de algodão......25 kg
Óleo de palma.........5 kg
Lix. de potássio.....42,9 kg – 50°Bé

• C) Sebo.................80 kg
Soja.................20 kg
Lix. de potássio.....39,6 kg – 50°Bé

• D) Ácido esteárico......75 kg
Água filtrada........25 kg
Trietanolamina.......25 kg

*
– As receitas deste trabalho devem ser entendidas apenas como sugestões,
não cabendo ao autor ou editores responsabilidade sobre as mesmas.

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(Procedimentos em D) - Neutralizar
primeiramente o ácido com a trieta,
equilibrar o (p.h.) em 7,5 aumentando a
trieta ou acrescentando oleína clara,
agitar energicamente com a temperatura ao
redor de 80°C, adicionar, então, a água.
Produto especialmente indicado para tratar
prataria. Pode-se obter melhor resultado
baixando-se o (p.h.h) para 6,5 com ácido
oxálico.

As gorduras destas receitas


devem ser filtradas e de ótima qualidade,
serão escolhidas conforme a região de
maior facilidade e produção por motivo de
custos. Evitar o excesso de água, pois
esta deprecia demasiadamente o produto.

Sabão abrasivo

Este sabão pode ser produzido em


pasta como os anteriores ou ainda, sólidos
em barras, tendo a preferência, no
entanto, os primeiros.

Em pasta

Qualquer das receitas anteriores,


acrescidas de pó bem refinado de dolomita
ou talco de ótima procedência para limpeza
de materiais finos.

Abrasivo sólido

Sebo.............100kg
Amido seco.......20kg suspensão no sebo
Lixívia de soda...43,12, de 38°Bé (NaOh)
Dolomita ou talco.16kg

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O abrasivo é incorporado ao
material quando este já estiver em fase de
solidificação ou seja, uma pasta
consistente no misturador.

O produto acima descrito, é


indicado para processamento em extrusoras.

Desengraxantes

Trata-se de sabão comum, sólido


ou pasta, aditivado com nonil fenol de
óxido de etileno a 9,5 ou álcool ceto
estearílico a 10 moléculas de óxido
etilenico ou uma soma dos dois,
totalizando 1,5% do sabão produzido.

Desengraxante em pasta

Qualquer das receitas de pasta


acrescidas de 1,5 a 3% de um dos
emulsionantes referidos.

Desengraxante sólido

Sabão aditivado com 1,5 a 3% dos


produtos citados na hora de homogeneizar
nos compressores (extrusão).

Sabão líquido – Sabonete –

Pode ser utilizado como sabão ou


sabonete dependendo dos aditivos
aplicados, será consumido como sabonete em
cinemas, hospitais, restaurantes, etc..,
sendo explorado também, para uso em
máquinas de lavar roupas e para limpeza
geral, é, normalmente perfumado.

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Sabonete líquido transparente

• a) Gordura de coco...............50 kg
Óleo de rícino................10 kg
Lixívia potássica 50°Bé.......28 kg
Água filtrada................150 Lt

Depois de neutralizado e frio aditivar com:

Ácido cítrico..................0,25 kg
Mentol.........................0,25 kg
Corante, pasta de 30%..........0,03 kg
Perfume........................0,80 kg

São receitas de ótimos produtos


e extrema delicadeza para o contato com a
pele, não provoca o ressecamento desta.

Sabão líquido p/ roupas (máquinas)

• b) Gordura de coco..............100 kg
Lixívia potássica 50°Bé.......51,20 kg
Água quente filtrada.........450 Lt

Bater intensamente (mix), confirmar a


neutralização, deixar esfriar. Depois de
frio, com agitação forte adicionar:

Tripolifosfato de sódio.......12 kg
Metasilicato de sódio.........10 kg
Carbonato de sódio.............4 kg

Regular o (p.h.) entre 7,5 e 8,0


(levemente alcalino) com ácido oléico e
batimento enérgico.

Aditivar com 1,5 a 2,0 de nonil fenol


(9,5) ou álcool ceto estearílico (10) e se
terá um produto de excepcional qualidade.

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Sabão de “borras” (subproduto de refinaria)

Esse é o caso de produto de uso


popular de baixa qualidade, porém, devido
ao baixo preço de venda é um material de
boa demanda.
(soapstock) – Sabão de “borras”
Antecipadamente, deve-se saber
do refinador, o percentual de ácidos
graxos disponível no material ou então,
determina-lo, quando este for pobre (o que
sempre é), acrescenta-se de 20 a 50% de
uma gordura comum de (I.S. 200 a 250).

O sabão

Borra de soja a 15% á. graxos...100 kg


Sebo (bovino)....................30 kg
Lixívia 38°Bé NaOH...............21,67 kg

Se preferir, adicionar 0,05 kg


de corante em pasta e perfume “barato” 1%.
Produto para extrusão.

Sabão em pó

Produto quase totalmente


substituído pelo detergente sintético (p-
dodecil benzeno), ocorre ainda, alguma
procura em determinadas regiões e há, no
mercado em geral, uma confusão
generalizada em aceitar o detergente em pó
pela designação de sabão em pó, em
verdade, estes são incompatíveis e,
completamente diferentes, na concepção,
coincidindo, apenas, na forma de
apresentação e uso.

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• a) Sabão produzido em misturador “pesado”

Forma uma massa de alta consistência


e, no batimento, evolui até a secagem
transformando-se em pó.
Sebo......................100 kg
Lixívia forte, 50°Bé.......28 kg
Carbonato de sódio anidro...8 kg

Produto que pode ser aditivado com


amido de milho, 15% do peso de sebo,
este deve ser misturado e bem
homogeneizado à gordura antes de
colocar a soda ou carbonato, esta
“carga” deixa o sabão menos
agressivo.
No reator, quando começar a formação
da pasta, adicione:
Sulfato de sódio.......150 kg
Metassilicato de sódio...6 kg
Tripolifosfato de sódio..6 kg
Atenção: - Este produto é fabricado
completamente a frio, com exceção do
prévio aquecimento leve do sebo
(máximo 60°C) para torna-lo líquido.
A temperatura subirá espontaneamente
durante o processo.

• b) Um detergente sintético popular


Ácido sulfônico............15 kg
Água morna filtrada........80 kg
Silicato de sódio neutro...60 kg
Sulfato de sódio anidro...100 kg
Metasilicato de sódio.......5 kg
Tripolifosfato de sódio.....5 kg
Corante azul.............20 gramas

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Misturar muito bem no batedor
(forma um líquido viscoso), adicionar 0,8
kg de ácido sulfúrico fumegante com muito
cuidado e lentamente, deixar bater até
distribuir bem todo o ácido, desligar o
equipamento quando notar início de
“empastamento”, espalhar o material cuja
espessura da lâmina não ultrapasse 10
milímetros, em um piso liso e muito
limpo, em aproximadamente 4 horas o
material espalhado estará seco em forma
de agulhas (aparência de bolor super
desenvolvido) na cor azulada peculiar.

Sabão para cromados


Esse tipo de sabão é aplicado em
materiais a serem polidos quando da
lavagem.
Utiliza-se qualquer das receitas
de sabão em pasta e se adiciona 3% do seu
peso total de cera de carnaúba derretida,
colocada no óleo antes de ser
neutralizado.

Esta receita pode ser aditivada


com 10 ou 15% de talco finíssimo de ótima
qualidade.
Sabões de uso veterinário
São sabões consumidos para
higiene e tratamento de animais, têm
funções bactericida, inseticida,
fungicida, etc..
É fornecido líquido ou em barras
e basta executar as receitas acima
acrescentando os ingredientes fármaco-
ativos, por exemplo:

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Até 3% de enxofre, age contra sarna e
outras afecções da pele animal.
1% de lindane, age contra piolhos,
pulgas e vários outros insetos parasitas.
3% de extrato ou tintura de confrei,
age como cicatrizante da pele.
5% de cânfora farmacêutica, age contra
dores musculares provenientes de friagem
ou traumatismos leves.
6% de formalina a 40%, age com
excepcional eficácia como germicida geral.
3% de ácido fênico, age como
coadjuvante na secagem de feridas em fase
de cicatrização, ótimo bactericida.
5% de verniz “goma-laca” indiano, o
“asa de barata” mais 1% de cera de
carnaúba(flor de carnaúba), age produzindo
brilho e corpo na pelugem do animal de
exposição.

Sabonetes

Esse produto merecerá o capítulo


VIII inteiro, desde o “sabão básico”
fundamental até os mais sofisticados
cremes, pois se trata aqui de um ícone da
saponificação industrial.

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Capítulo VII

7.1 - Análises fundamentais

7.1.a – Amostragem média

É deveras importante que a


retirada de amostras obedeça a padrões de
uniformidade, pois desse modo se obtém
conteúdos fiéis do produto a ser
analisado. Deve-se, antes de qualquer
coisa, manter suspensão integral da massa
total, evitando o depósito de sólidos e
água no fundo dos tanques, o que permite
que se retire corretamente a amostra que
deve ser identificada a cada compartimento
de origem.

7.1.b – Determinação da textura

As gorduras e óleos, geralmente,


são fornecidos conforme amostras e o
procedimento imediato deve ser; I)Comparar
a intensidade da cor (cor de iodo) com uma
solução de iodo-iodeto de potássio de
igual intensidade de cor e com o número de
miligramas de iodo livre contido em 100 ml
da solução; II)Em seguida, com uma camada
de 25 ml depositada no fundo de um becker,
verificar se há turvações. Em caso
positivo é provável a adição de água,
resíduos, albuminóides ou todos a um só
tempo. III)Verificar a viscosidade ao
tato, o odor e o paladar, com certa
experiência estas simples avaliações

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assumem papel significativo e bastante
eficaz para confirmações práticas e
imediatas da qualidade de um óleo ou
gordura.

7.1.c – Ponto de fusão e solidificação

Com um capilar de vidro em forma


de “U” e diâmetro de 0,5 a 1,0 m/m, aberto
nas extremidades, aspira-se a gordura
fundida para o interior deste e deixa-se
entrar em equilíbrio barométrico; em
seguida, coloca-se esse capilar em uma
câmara de temperatura controlada a 10°C,
por 24 horas, para completa solidificação,
amarra-se, então, um termômetro, de forma
que a superfície da coluna de gordura de
um dos lados do capilar coincida com o
bulbo da coluna de mercúrio do termômetro,
depois se coloca este conjunto em um tubo
de ensaio com 40 m/m de diâmetro e com
água suficiente para aquecer o sistema;
não permita que a água penetre ao capilar.
Aquecer o mais lentamente possível em
estufa com porta transparente e iluminação
interna para acompanhamento do processo.
Quando a gordura do capilar estiver
límpida e subir, é tomada a temperatura do
termômetro. Este é o ponto de fusão.

O ponto de solidificação se
determina colocando 4 a 5 gramas da
gordura em um tubo de ensaio e,
arrolhando-se este, com um termômetro
através da rolha, coloca-se o sistema
montado, de pé em uma solução refrigerante
(25g de cloreto de amônio em 100ml de
água). A temperatura começará a decair e,

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em um determinado instante, estabiliza
para depois cair novamente. Este instante
é o que define o ponto de solidificação da
gordura.
7.1.d – Peso específico ou densidade
Pode ser diretamente auferido
através do areômetro, desde que este seja
cuidadosamente inserido no óleo à
temperatura de, exatamente, 20°C, senão,
para cada grau acima disso, seja
adicionado 0,00069 ao número lido, se for
abaixo de 20°C, subtrai-se o mesmo valor
da constante a cada grau abaixo. Pode-se,
também, misturar em vários recipientes
água destilada e álcool absoluto (99%) nas
proporções que alteram a densidade
predeterminada da mistura ou seja, 0,950,
0,951, 0,952.., goteja-se o óleo nas
misturas identificadas, uma gota em cada,
assim se este afundar em 0,950 e flutuar
em 0,951, o peso específico está
localizado nessa faixa por menos de
0,0005g da menor ou da maior banda
anotada, se ficar parada acima ou abaixo
do ponto médio da mistura que pode ser
feita em outro recipiente.
7.1.e – Determinação do teor de água
Em cápsula rasa de porcelana com
um pouco de areia calcinada, coloca-se 10g
de gordura e leva-se à estufa a 105°C até
se obter peso constante (aproximadamente
90 minutos). O resultado apresenta a perda
a 105°C, incluindo alguns voláteis.
% de umidade + voláteis = perda de peso X 100
peso da amostra

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7.1.f – Impurezas e cinzas

Coloca-se num copo 10g de


gordura fundida em banho-maria, adiciona-
se 25ml de éter para dissolver esta,
mistura-se bem e passa-se por um filtro
quantitativo, previamente seco, com tara
determinada e umedecido em éter. A solução
é recebida do filtro em um balão
erlenmeyer, seca-se o filtro a 95°C e
pesa-se, o acréscimo de peso é o teor de
impurezas.

7.1.g – Percentual de ácidos graxos livres

Referência: método oficial B.S. 684.

Nesse método,os ácidos graxos


livres são expressos como ácidos oléicos,
em óleos comuns brutos ou refinados.

Pesa-se de 2 a 10 g da gordura
em erlenmeyer de 250 ml conforme a acidez.

Acrescentar 50 ml de álcool
etílico 95%, neutralizado com uma solução
acuosa de NaOH (0,1 n), usando 0,5 ml de
solução etanólica de fenolftaleína a 1%,
como indicador.

Aquecer em placa térmica até


apresentar sinais de ebulição.

Titular ainda quente com solução


aquosa de NaOH(0,1 n), até coloração
rosada persistente por 15 segundos.

Calcula-se:

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% ácidos graxos = V X N X 28,2 onde:


P

V = volume em (ml) da solução titulante.


N = normalidade da solução titulante.
P = peso em gramas da amostra.

7.1.h – Índice de refração

O exame de um óleo ou gordura no


refratômetro substitui com vantagens, o
índice de iodo em muitos casos, pela
simples rapidez e comodidade.

Um dos aparelhos mais difundidos


é o refratômetro de Abbe, baseado na
medida do ângulo limite, utiliza apenas
uma gota do material a ser analisado.
Dispensa o uso de recipientes prismáticos
e visores próprios.

7.1.i – Índice de saponificação

Para o índice de saponificação


(I.S.) ser determinado, é preciso uma
solução alcoólica de potassa cáustica N/2
e ácido clorídrico também N/2, pesa-se 2 g
de gordura em um erlenmeyer de 200 ml,
adiciona-se 25 ml de solução alcoólica de
potassa cáustica, fixa-se um tubo longo
sobre o balão para servir de condensador.
Aquecer por trinta minutos em banho-maria
empregando como indicador, fenolftaleína,
depois titula-se com ácido clorídrico N/2
até descorar.

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A solução alcoólica de potassa
cáustica prepara-se co 28g de hidróxido de
potássio em 1.000 ml de álcool neutro.
Calculando:
Admitindo-se que para 25 ml de solução
alcoólica corresponda 25,2 ml de ácido
clorídrico N/2, teremos:
25ml de potassa alcoólica = 25,2 HCl N/2
Retrotitulando 10,1 HCl N/2
Combinado 15,1 HCl N/2
1 ml HCl N/2 = 0,28 X 15,1 = 0,4228g KOH
Amostra = 2,00g

(I.S.) = 0,4228g = 0,2114 ou (I.S. = 211)


2

7.1.j – (I.A.) Índice de acidez


Coloca-se 5g de gordura em um
copo, dissolve-se em álcool neutro com
adição de éter neutro e algumas gotas de
fenolftaleína como indicador, titula-se
com solução de potassa cáustica N/10 até
leve coloração rosada. Dos mililitros
consumidos se calculam os miligramas de
potassa cáustica e divide-se pelo peso da
amostra, e este será o índice.
Para se obter o grau de acidez
se calcula através do índice obtido como
segue:
I.A. X 0,100 onde:
0,056

0,056 = (gramas de KOH em ml de sol. KOH N/1

Como 0,100 é uma constante = 1,785


0,056

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O grau de acidez(G.A.)é:(I.A.) X 1,785 = (G.A.)

Análises principais, sabões


7.1.k – Amostragem
Recolher material do miolo do
bloco (usar um tubinho), reduzir a finas
lascas, acondicionar em recipiente de
vidro ou porcelana hermético, se for
pastoso deve ser amassado e homogeneizado
e do mesmo modo acondicionado, se for
líquido deve ser bem mexido antes de se
tirar amostras, o que se faz com o
material todo em movimento, separar e
acondicionar. Todo o material recolhido
deve ser identificado com o lote de
origem.
7.1.l – Teor de água
Numa cápsula rasa de porcelana
pesa-se 5g de sabão finamente raspado,
mistura-se a este uma quantidade definida
de areia fina calcinada, pesa-se um bastão
de vidro e coloca-se na cápsula. Deixa-se
secar então a 105ºC durante 30 minutos,
retira-se da estufa e mistura-se a areia e
o sabão e coloca-se novamente na estufa a
105ºC por 50 minutos, esfria-se então no
secador e se pesa o conjunto novamente. A
diferença de peso é o teor de água e
materiais voláteis a 105ºC.
7.1.m – Determinação de álcali livre
Pesam-se 5 g de sabão em um
erlenmeyer, dissolvem-se em 100ml de
álcool de 60%, em banho-maria com o
auxílio de um condensador de refluxo,

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adiciona-se ao material dissolvido, uma
solução de cloreto de bário a 10%, com o
que os ácidos graxos precipitam como
sabões insolúveis de bário e os carbonatos
como carbonato insolúvel de bário, titula-
se sem filtrar com ácido clorídrico N/10,
empregando-se fenolftaleína como
indicador. O ácido clorídrico deve gotejar
lentamente no material e o balão é bem
mexido durante a titulagem, e assim que a
coloração desapareça a titulagem está
pronta.
Para calcular o álcali livre
multiplica-se o número de ml de ácido
consumido por 0,004 para soda cáustica e
por 0,0056 para a potassa cáustica e
calcula-se para 100, assim se obtém o
álcali em percentual. A fenolftaleína se
prepara com 1 g de fenolftaleína em 100ml
de álcool anidro.
7.1.n – Determinação de cloreto de sódio
ou potássio
Incinerar 5 g de sabão e
dissolver o resíduo em água, adicionar a
mistura com ácido sulfúrico diluído para
decompor os carbonatos, aquecer a 60ºC. Na
presença de 1 gota de fenolftaleína
neutralizar com KOH N/10, acrescentar,
então, 10 goras de uma solução de cromato
de potássio (1:10), gotejar uma solução de
nitrato de prata N/10 até o precipitado
branco ficar levemente avermelhado. Este
precipitado de cromato e prata que se
forma logo no início da adição da prata
permanecerá assim, enquanto o cloro
precipita como cloreto de prata.

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O número de ml de solução de
prata consumida multiplica-se por 0,00355
para calcular o cloreto, por 0,00585 para
o sal de cozinha e por 0,00746 para o
cloreto de potássio.
7.1.o – Silicato de sódio, determinação
qualitativa
Para se determinar a presença de
silicato de sódio no sabão, deve-se
dissolvê-lo em água, filtrá-lo em presença
de substância de carga insolúvel em água,
adicionar ao filtrado ácido clorídrico até
reação fortemente ácida e aquecer em
banho-maria até a separação dos ácidos
graxos completamente, misturar uma
quantidade de parafina e deixar esfriar.
Quebra-se a casca formada e escorre-se o
líquido do interior para um copo e
evapora-se até a formação dos flocos de
ácido silícico precipitado, o que ocorrerá
se no sabão contiver silicato de sódio.
7.1.p – Determinação de talco
O sabão dissolvido em água
quente é passado por um filtro e
desprezado, o filtro deve ser incinerado
em cápsula de porcelana com tara
determinada. O aumento de peso da cápsula
corresponderá aos materiais insolúveis em
água, principalmente o talco.

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Capítulo VIII

Sabão básico ou industrial


Definição: Os sais dos ácidos
graxos superiores ligados a uma base
alcalina são, por definição, um sabão.Isso
implica obrigatoriamente na separação da
glicerina anteriormente ligada ao ácido
graxo. Teremos, então:

Glicérido + álcali = sabão básico + glicerina


(cap.I)

Na indústria, porém, o conceito


de sabão básico é de ordem prática: vai de
encontro a um material produzido
originalmente com a finalidade de
derivação conforme interesses técnicos,
econômicos ou outros. Deve, portanto, ter
características definidas, uniformes e
constantes: definidas para garantir a
produção, uniformes para garantir a
padronização e constantes para garantir a
qualidade. A partir dessas informações
iremos comentar as variáveis técnicas,
práticas e econômicas do produto,
processos industriais contínuos ou de
partidas (lotes), automação e mão-de-obra.

Como sabemos, as gorduras ou


óleos são glicéridos, i. é, o radical
graxo está ligado à glicerina. Quando
provocamos a saponificação, esta se separa
e fica em suspensão dissolvida na água
restante da reação. Podemos salinizar

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(lavar com salmoura) na caldeira a massa
total, eliminando assim, o máximo possível
da glicerina disponível, deixando o sabão
formado, praticamente puro. Esse método
porém, quase não é mais utilizado, sendo
preferível praticar o desdobramento dos
ácidos graxos previamente (cap.I) obtendo-
se produtos superiores e com maior
facilidade. Os ácidos graxos obtidos têm
maior índice de neutralização e limpeza
(conseqüência do tratamento) e é prático
saponificar os ácidos graxos com lixívias
fortes (39ºBé ou +). Em seguida, seca-se o
produto obtido nas colunas de vácuo,
simples e rápido, o produto sai
tecnicamente perfeito.

O interesse econômico crescente


pela glicerina torna esta prática
constante pelas grandes usinas, com
tanques de desdobramento com capacidade
acima de 100 toneladas, saponificando até
20 toneladas/hora em período integral.

Entretanto, em escalas modestas


de produção, ainda porque a glicerina
contida no produto acabado com fins de
toucador proporciona qualidade
incomparavelmente superior, conferindo ao
produto um maior valor de mercado,
compensando, assim, a desvantagem
econômica que se nota. Para produzir sem
desdobrar, é muito importante dar toda a
atenção à qualidade da gordura, qualquer
delas serve, o sebo bovino porém, é usado
quase exclusivamente, deve-se proceder às
análises prévias(cap.VII) para que a
saponificação transcorra sem “ tropeços” e

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a qualidade final seja impecável. O método
mais comumente empregado e muito prático é
o de empaste a quente com lixívias de
médias a altas (25 a 38 Bé ou +), quando
se completa a neutralização e com o
material ainda quente, pode-se secar em
vácuo moderado para não destilar a
glicerina.

Existem vários métodos


experimentais onde o sabão básico é
produzido continuamente, muitos já foram
praticados mesmo antes da II Grande
Guerra, obtendo êxito completo desde a
saponificação até a retirada da glicerina
através de alto vácuo produzidos em torres
de destilação e arraste em câmaras de
condensação barométrica, no entanto, esses
métodos não se propagaram industrialmente
devido a limitação tecnológica da época,
custo muito baixo da mão-de-obra e,
principalmente, a falta de divulgação, por
motivos óbvios, logicamente. Devemos
considerar que para um complexo industrial
já instalado, torna-se difícil investir
maciçamente em sistemas inovadores e ainda
pouco previsíveis. Devido a estes fatores,
nós percorremos o tempo e ainda hoje esses
processos são raros na prática,
entretanto, a níveis oficinais existem,
sistemas altamente produtivos e eficientes
para saponificação, desdobramento e refino
das gorduras. As pessoas ligadas ao ramo,
vez por outra, deparam-se com tais
métodos, ou mesmo os criam ou aperfeiçoam
os já existentes.

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Obtido o sabão técnico, este
deve ser transformado em industrial ou
básico. Esta fase é, de fato, a de maior
custo imobilizado (equipamento).
Inicialmente o produto é bombeado (ver
esquema às págs.146 e 147) para uma câmara
de vácuo onde instantaneamente elimina o
excesso de água, para um compressor aonde,
progressivamente, vai sendo esmagado
contra as paredes deste até ser expelido
por uma peneira com raspadores, afixada à
boca de saída do equipamento. No processo
conhecido como extrusão, cai sobre um
segundo e até um terceiro compressor,
sendo que o último contém um cone com
temperatura controlada e cortes desenhados
para obtenção de barra com perfis
variados, sendo esta secionada em tamanhos
definidos por cortadores automáticos.
Algumas empresas vendem o material apenas
processado pelas peneiras de compressão,
conhecido comercialmente pelo nome de
“nudos” de sabão, um produto muito
versátil para as indústrias do ramo de
menor porte.

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Processo de acabamento do sabão

Fig.19 – Da fase líquida ao empacotamento

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Processo de secagem contínua

Fig.20 – Bombeamento da fase de saponificação à


secagem e extrusão

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Sabonetes de toucador

O sabão básico é o ponto de


partida para a fabricação dos sabonetes,
que são, na prática, o resultado da
preparação desta matéria-prima.

Primeiramente, devemos colorir o


material, para isso é, extremamente
importante, que ele esteja puro, sem cor
residual ou seja, um branco neve ou, no
máximo, levemente acinzentado pérola,
disso depende a qualidade dos tons
desejados. O procedimento é colocar o
material em um misturador (tipo sigma ou
rotativo com braço mecânico), sobre este
se coloca a quantidade de corante
desejada, preferencialmente em pasta,
deixa-se o equipamento ligado até se
perceber o envolvimento uniforme da cor na
massa, deve-se, então, passa-lo por um
laminador (calandra), de 3,4 ou 5 rolos
(quanto maior o número de passagens,
melhor a homogeneização obtida). Os
equipamentos de vários rolos possibilitam
muitas passagens de uma só vez, tornando o
processo eficaz e econômico. É comum se
aproveitar a laminação para se inserir
aditivos que não sejam voláteis (pós ou
pastas medicamentosas, se for o caso,
entre outros). Não se deve colocar nesta
fase nenhum tipo de perfume, pois as
lâminas formadas são muito finas e de
grande superfície e ainda relativamente
quentes, mesmo com o controle da
temperatura provocariam uma evaporação
maciça destes. A perfumação é aconselhável
que se faça com o produto novamente no

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misturador, com este ligado até a secagem
aparente, passa-se então o material para
os compressores (extrusão) com as peneiras
para formar os nudos (espaguetes). Está
então, o processo concluído, ficando o
produto em condições de ser transformado
em barra, sendo esta cortada e estampada
na forma desejada em prensas de pedal ou
pastilhadeiras automáticas, isso quem
determina, normalmente, é o volume da
produção.

Nas grandes fábricas, o processo


é executado seqüencialmente (linear),
passando o sabão ainda líquido desde a
câmara de vácuo até a ponta da última
compressora recebendo os componentes
(corantes, perfumes, aditivos,etc) na
linha de produção, conforme o estágio de
conveniência, saindo a barra com corte
automático, acondicionamento ambiental,
estampagem, encaixotadoras, palletização e
transporte para o mercado consumidor, isso
tudo numa velocidade espantosa.

Duas receitas para sabão básico

Com ácidos graxos

A receita é muito simples, conta


mais a capacidade do equipamento, que deve
manter a massa móvel, sendo necessário
para este fim, calor suficiente e uniforme
no encamisamento durante toda a operação.
Contando também com batedores robustos e
bem distribuídos no tanque.

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Para cada 100Kg de ácidos graxos
de sebo bovino (I.S.205), são consumidos
45Kg de lixívia de hidróxido de sódio de
38ºBé. Com o equipamento ligado injetar
lentamente a soda até a neutralização
completa, efetuar uma leitura de pH, que
deverá estar entre 10,5 e 11 em uma
solução a 1% em água destilada a 25ºC,
bombeia-se então para o acabamento.

Com gordura integral

As mesmas observações anteriores


valem aqui.

Para cada 100 Kg de sebo bovino


(I.S.192), são consumidos 42,2 Kg de
lixívia de hidróxido de sódio de 38º Bé.
Proceder do mesmo modo que na receita
anterior.

A
estes casos é plenamente
viável a aplicação do sistema de
reciclagem, cuidando para que o tipo de
bomba e tubulações sejam adequados, pois
de outro modo o processo é impraticável
(reciclador, pág.151).

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Processo de reciclagem

Fig.21 – Sistema econômico para batimento e


mistura de materiais líquidos e viscosos

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O sabonete transparente

Produto considerado pela grande


maioria dos especialistas, como sendo uma
“obra-prima” na arte da saponificação, a
sua elaboração requer os mesmos quesitos
que são dispensados aos vinhos nobres,
procura-se constantemente deixá-lo o mais
parecido possível a uma gema lapidada. A
sua perfumação obedece a critérios que uma
classe consumidora requintada exige. Os
fabricantes costumam segredar receitas
particulares e peculiares por tradição.
Conseguiu-se assim, a conquista de uma
faixa de mercado com características
próprias e padrão elevado, tornando
compensador produzir este matéria.

Seria pura retórica retomar aqui


as recomendações quanto a qualidade das
gorduras e à atenção dedicada a elas no
que se refere ao tratamento, portanto
vamos à confecção deste tipo de sabão
básico.

Transparência: segredo ou técnica?

Devemos, primeiramente, nos


reportar ao fato de que, quimicamente, o
sabão é um produto definido, ou seja, um
sal, não havendo, portanto, reação que
altere este estado de coisas, a não ser a
obtenção de outros materiais. Obviamente,
nos restam, exclusivamente, alternativas
físicas para nos explicar sobre a
transparência ou não de um sabão. Para
melhor compreender o fenômeno é
necessário, antes de tudo, organizar,

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elencando em ordem, as várias
possibilidades de influências físicas
inerentes ao caso, observando em cada uma,
até que grau ela é responsável pela
alteração fisiológica referida.

Nós já sabemos que o sabão


quimicamente puro e, perfeitamente
equilibrado quanto à neutralização, é
branco. Por que? – A composição do sabão
comum é a de um ácido graxo superior
ligado a um metal, o ácido graxo ideal
deve partir de uma gordura, portanto rica
em hidrogênio. Um fator foi isolado. O
metal de maior incidência é o sódio e
nesta ligação, podemos considerar este,
como outro fator. Vejamos: – no
espectrômetro o hidrogênio reflete a luz
branca, o sódio no entanto, é um metal e
age como tal, uma característica metálica
é o brilho e a reflexão da luz, temos
então, um “efeito espelho” em escala
microscópica como um fator multiplicativo
uniforme, o sódio está ligado ao radical
graxo por um átomo de oxigênio e isso
oferece ângulo suficiente para refletir
vários átomos de hidrogênio da cadeia
linear e o branco sobressai facilmente.

Já podemos deduzir que há nesse


fato um percentual de influência
significativa. Outro aspecto a ser
considerado é o que nós denominaremos por
“aeração”.

No decorrer do processo fabril,


a massa obtida sofre agitação e movimentos
de toda natureza, isso provoca a

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micronização do ar atmosférico que está em
contato com esta, assim, este acaba sendo
envolvido em grandes quantidades e
dispersado no volume de massa durante o
trabalho de acabamento. Isso forma
infinitas “cavernas” microscópicas
contendo os gases atmosféricos, oferecendo
assim um “vazio” físico que permite
trânsito livre para a luz com todos os
comprimentos de onda, o que provoca
novamente o “efeito do branco”, a cor
levemente acinzentada é conseqüência da
presença do carbono e o perolado seria uma
leve metalização (já mencionada) e a
presença do ácido esteárico. Temos então,
conclusivamente, que a estrutura molecular
somada à estrutura física espacial formada
pelas “cavernas” oferecem um cenário
completo para viabilizar alterações que
modificam parte do resultado pretendido.
Continuando, se nós utilizássemos o
hidróxido de sódio quimicamente puro, sem
resíduos, nós obteríamos pontos
estruturais na montagem molecular que
refletiriam como pequenas “estrelas”
microscópicas fornecendo a claridade
suficiente para suplantar o reflexo branco
que nada é, senão, a palidez dos
“espelhos”, provocada pelas impurezas,
melhora-se essa condição utilizando-se uma
soda conhecida como “soda Bidds” ou
microperolada de alto refino e de custo
maior, logicamente. Outra observação, esta
de caráter experimental, é que o sabão
dissolvido em água fria é de aspecto turvo
e leitoso, na água quente, porém, torna-se
cristalino, quando se repete a experiência
som sabão de ácidos graxos não saturados

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(óleos), já na água fria se obtém
transparência e se o metal for o potássio
e não o sódio se nota que este efeito se
acentua. O motivo é que o sabão hidrolisa
na água, formando pontes de hidrogênio
segundo a seqüência:

RNA + HOH = NaOH + HR/HR + RNA = RNa.RH,


onde “R” é o radical, o que nos leva a
entender que o ácido graxo, mesmo
parcialmente livre, só consegue uma
emulsão, ainda que um tanto acentuada e na
água quente, a emulsão chega aos limites
da solubilidade, mas continua “emulsão”, o
óleo não se dissocia na água por simples
sobreposição de hidrogênio. Se tivermos a
hidroxila o mesmo não ocorrerá, pois (OH)
deve se completar para formar água (HOH) e
não é possível (H2OH) ou (H3O) pois o
oxigênio só possibilita 2 ligações, e isso
quer dizer que enquanto a mistura for uma
emulsão, o seu aspecto será turvo ou
leitoso. Pois bem, se a hidrólise ocorre
na água e é o que torna o fator físico
indesejável presente, há duas alternativas
possíveis: uma é reduzir ao máximo
possível a hidrolisação, isso se consegue
com a adição de álcool, que em
determinadas proporções inibe em muito a
hidrólise porém, prejudica a espumação
abundante ocultando uma característica
positiva do sabão. A outra alternativa é
radicalizar, elimina-se a água e pronto, o
único “porém” se reserva aos custos,
primeiramente, porque a água no sabonete
significa carga (peso), mas também o custo
da eliminação total da água é alto, mas,
se ganha em qualidade. O processo de se

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retirar o máximo de água também impõe
condições, uma delas é que, retirada esta,
não fique o espaço que era ocupado por ela
formando as “cavernas” na massa, assim, a
melhor maneira de se suprimir a água é
através do processo a vácuo. Um método
bastante eficiente é fazer o material
passar várias vezes pelas câmaras de vácuo
em compressores sucessivos em forma de
cascatas (3 ou 4 passagens), um
procedimento que proporciona ótima
transparência ao produto acabado. Existe
ainda, a possibilidade de se montar uma
estrutura cristalina artificial formando
uma trama entrelaçada à estrutura do
sabão. Por analogia, nós teríamos uma
espécie de colméia cheia de mel, assim, a
refração da luz vai a limites menos
distorcivos viabilizando a passagem das
ondas luminosas pelo bloco exposto desde
que o limite de espessura não ultrapasse o
ângulo de refração, observando:

Para se chegar a uma montagem


dessa natureza costuma-se utilizar açúcar
ou glicose que, por natureza própria,
tendem a montar estruturas contínuas e,

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sendo normalmente transparente, permite a
fixação dos radicais graxos e não
prejudicam a integridade do sabão, desde
que em doses determinadas com critério e
equilíbrio.

Outro artifício se relaciona aos


radicais ligados ao sódio, é relativamente
simples a idéia, consiste em substituir
entre 1% e 3% máximo, o sódio por potássio
ou uma base orgânica, trietanolamina por
exemplo, que é uma base amoniacal de óxido
de eteno, tornando-se cuidado de produzir,
à parte, a neutralização com ácidos graxos
puros na quantidade de base desejada.
Coloca-se, então, o material obtido na
massa total com a temperatura abaixo dos
60º C, bombeia-se para a câmara de vácuo e
o equipamento produz um ótimo resultado.

A esta técnica pode-se


acrescentar 5% do total da massa em
glicose preparada, antecipadamente, com 2%
desta em peróxido de hidrogênio de 130
volumes (água oxigenada), para, assim,
evitar o escurecimento do sabão. É muito
importante trabalhar em temperaturas
abaixo dos 60ºC.

Como última observação, podemos


colocar que o material graxo mais adequado
à esta aplicação é o óleo de rícino
(mamona), que, pelas suas características
naturais, transmite com muita facilidade
transparência ao sabão produzido, o que
não significa que outros tipos de gorduras
não possam servir.

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Alguns dados do óleo de rícino:

(C17H32OHCOO)3C3H5, Glicérido do ácido ricinólico

Óleo incolor, levemente verde


amarelado, odor suave, sabor leve,
fracamente picante, é bastante consistente
e ganha corpo (engrossa) exposto ao ar,
não secante mesmo em forma de finas
películas, é por isso, um ótimo
lubrificante, abundante em glicéridos do
ácido ricinólico, é completamente solúvel
em álcool, não dissolve em éter de
petróleo, difícil rançar, é muito
semelhante ao óleo de coco quanto ao
comportamento na saponificação, recebe
lixívias fortes a frio sem riscos de não
reagir. O seu sabão natural é branco e
transparente, suporta, também, altas
concentrações salinas.

Características físicas principais:

Ponto de solidificação; de –10 a


–18°C, de seus ácidos graxo; de 2 a –3°C,
índice de saponificação (I.S.); de 176 a
183, índice de iodo (I.I.); de 82 a 88,
peso molecular médio (P.M.); de 290 a 300.

Uma receita para sabonete transparente

(processo mecânico)

Para cada 100Kg de óleo de


rícino, usa-se 39,8kg de lixívia de
hidróxido de sódio a 38ºBé, aquecer o óleo
até 80ºC e, lentamente, injetar a lixívia
em jato fino sem muita pressão, com o

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batedor ligado, quando se completar a
neutralização o produto estará totalmente
líquido e formará uma fina película na
superfície se a máquina parar, em
separado, deve-se preparar duas misturas:
a primeira é de 5% a 7% do total da massa
em glicose de milho adicionada de 2% do
seu peso com peróxido de hidrogênio (água
oxigenada) de 130 volumes, a segunda é um
sabão de trietanolamina com 2% da massa
total em ácido oléico, com aproximadamente
30% do seu peso em trietanolamina ou
ainda, pode-se aplicar essa quantia em
dietanolamina de ácidos graxos de gordura
de coco. Este material terá a consistência
de uma pasta de cola escorrendo da
espátula em fios grossos, quando a
temperatura da massa estiver abaixo de
60ºC, com o batedor ainda ligado, colocam-
se as duas misturas, sendo a primeira o
sabão de trietanolamina. Depois de bem
misturada, então se coloca a segunda
mistura, deixa-se bater por poucos minutos
(5 a 10) e bombeia-se para o equipamento
com as torres de vácuo em funcionamento.
Antes do bombeamento pode-se colorir o
material, o perfume é, normalmente,
injetado no segundo estágio de compressão,
saem, então, as barras com ótima
transparência, que são cortadas e
estampadas.

O óleo pode ter sebo de ótima


qualidade misturado, apenas se deve
balancear a lixívia correspondente, e
pode-se também, fazer esta receita para
fôrmas e cortes, bastando para isso se
acrescentar em torno de 8% de álcool 96º,

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misturar bem e envasar nas fôrmas,
normalmente redondas ou ovais, aguardar a
solidificação, efetuar os cortes e deixar
maturar, depois se quiser pode-se
estampar. O produto está pronto.

Logicamente, não se deve esperar


o mesmo acabamento que se obtém no
equipamento sob vácuo. A qualidade, no
entanto, é equivalente, apenas o processo
é bem mais lento na produção.

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Capítulo IX

Materiais graxos

Aspectos gerais e referências aos principais.

Incidência

As gorduras e óleos incidem em


grandes quantidades na natureza. Em toda
porção de matéria vegetal ou animal
encontra-se certa quantidade de gorduras
em maior ou menor volume. Mesmo nos
microorganismos, encontra-se gordura. Um
exemplo é o dos fermentos naturais. Nos
animais a gordura provém de várias partes
do corpo, na região logo abaixo do couro
como toucinho, como sebo na cavidade
abdominal, como tutano nos ossos, nas
cavidades cranianas, no tecido muscular,
nervos e ainda que em quantidades menores,
consideram-se todas as partes do corpo,
pêlos, unhas, na porosidade do próprio
osso, como estrutura microscópica das
“cavernas” de cálcio.

Em grande ou pequena quantidade


todo animal contém gordura, não há exceção
conhecida. Nos vegetais a concentração de
gordura é, via de regra, encontrada nas
sementes e frutos, ultrapassando muitas
das vezes, os 50% do peso destes. Fato a
observar-se é que os frutos ou sementes
ainda verdes, são muito pobres em
gorduras, o amadurecimento destes é que
completa a quantidade padrão a cada tipo.

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A agricultura e a pecuária são,
ainda, as principais fontes de
fornecimento de gorduras. Por maior que
seja a produção de gordura, ainda a oferta
é bastante menor que a procura, levando
deste modo a um constante crescimento aos
preços de venda.

A indústria química vem


buscando, sistematicamente, a obtenção de
gorduras sintéticas, utilizando,
principalmente, o carvão mineral, chegando
mesmo, a obter material alimentício
largamente consumido no período da II
Grande Guerra, sendo ainda hoje bastante
difundida para consumo.

As propriedades coloidais é que


vieram a influenciar as opiniões a
respeito da formação das gorduras e óleos
nos animais. A gordura, inicialmente,
ingerida junto com carboidratos, sais,
albumina e água, não sofre alterações
imediatas na saliva bucal, onde se
encontra a ptialina como substância ativa,
forma no entanto, juntamente com as outras
substâncias uma emulsão (micro-partículas
em suspensão neste caso, em meio líquido),
a qual sofre uma espécie de “bombardeio”
das secreções ácidas do estômago, pâncreas
e fígado separando em glicerina e sabões,
estes últimos serão absorvidos pelas
paredes dos intestinos sob a forma de
cristalóides, algum conteúdo dessa gordura
é simplesmente armazenado no organismo sob
a forma de triglicérides. Nas células é
que vem a ocorrer a síntese da gordura a
partir da glicerina e do ácido graxo sob o

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efeito de ésteres. As gorduras vão daí ao
sangue pela corrente linfática. A gordura
é agora reserva alimentar para consumo
quando ocorrer esforço físico ou fome.
Esta, durante o consumo, se desfaz,
decompondo-se em anidrido carbônico (CO2)
e água ou seja “combustível” consumido.

Segundo pesquisas de Verworn e


Sachs, cujas informações a respeito foram
consultadas em publicações obtidas, tem-se
que a formação provável de um óleo segue o
seguinte sentido nestas equações:

CO2 + H2O ----► HCHO + O


an. Carb. água aldeído fórm. oxigênio

3HCHO ----► C3H6O3 ----► 2C3H6O3 ----► C6H12O6


al. fórm. formose formose glicose

3C6H12O6* ----► + 16H2 ----► C18H36O2 + 16H2O


glicose hidrog. es. esteár. água

C6H12O6 + 4H ----► 2C3H8O3 ou 2C3H5(OH)3**


glicose hid. at. Glicerina

3C18H36O2 + C3H5(OH)3 ---► (C17H35COO)3C3H5 + 3H2O


ác.graxo glicerina éster glicérico água

Esta seqüência demonstra a


provável formação da gordura ou óleo nos
vegetais não estando ela implícita na
formação do mesmo material, nos organismos
animais.

Devemos considerar com interesse


a seqüência intermediária onde a partir da
glicose (*) mais hidrogênio se obtém ácido

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esteárico e água. Talvez seja este, um
caminho à industrialização do ácido
esteárico, a glicose é hoje produzida em
grande volume a partir do amido de milho e
outros. Havemos de notar ainda, não se
tratar de um processo de hidrogenação,
pois a função do hidrogênio é formar
simplesmente água ligando-se ao oxigênio
disponível.
Uma segunda observação muito
interessante é que havendo glicose em
excesso o hidrogênio atua na sua forma
atômica formando pontes de ligação ou
hidrolisando a glicose na forma de
glicerina (**) o que acaba por
possibilitar a ligação desta ao ácido
esteárico formado. Esta seria também,
teoricamente, uma via de acesso industrial
na fabricação de glicerina sintética.
O clima interfere com grande
influência na formação dos óleos vegetais,
observando-se que nos climas tropicais
obtêm-se mais gorduras, isto é, cadeia
carbônica saturada (hidrogênio), baixo
índice de iodo, peso específico elevado e
pequenas moléculas, ao passo que nas
regiões onde as mudanças climáticas sejam
rápidas temos o inverso ou seja, obtemos
óleo, cadeia carbônica insaturada, alto
índice de iodo, peso específico baixo e
moléculas grandes.
Características principais
Constituição química
O destaque de maior relevância
no aspecto químico dos óleos e gorduras,

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provém do fato de que estes mostram uma
concordância impressionantemente grande,
isto é, se assemelham demais, por mais
diferentes que sejam suas procedências.
Todas as gorduras apresentam basicamente
três elementos diferentes entre si; -
estearina, palmitina e oleína, encontram-
se outros ainda, substâncias gordurosas
análogas, os corantes e os aromas
peculiares a cada fruto, que apenas pelo
olfato pode ser possível identificar uma
gordura, antes que esta seja tratada e
desodorizada.

As gorduras são glicéridos, isto


é, combinação de glicerina com ácidos
graxos superiores, formados segundo o
processo de formação de sais entre base e
ácido. A glicerina é um álcool tribásico
C3H5(OH)3 cujos 3 átomos de (H) ligados à
hidroxila podem ser mudados ou
substituídos por radicais graxos. Estes
compostos recebem o nome de triglicéridos,
cuja fórmula é:

Onde (R) é o radical de qualquer


ácido graxo. Teoricamente, são possíveis
ainda o mono e o diglicérido, conforme se
vê;

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O mono e os diglicéridos não são


encontrados em goduras frescas, ao que
tudo leva a crer que na natureza só a
formação de triglicéridos é possível.

Consistência aparente

Gorduras: sólidas, cadeia


carbônica saturada, índice de iodo baixo.

Óleos: líquidos, cadeia


carbônica insaturada, índice de iodo alto.

As gorduras fundem-se, sem


exceção, abaixo dos 100ºC, os óleos em
baixas temperaturas solidificam-se em
temperatura normal ambiente (14 a 39ºC) os
óleos mantêm viscosidade consistente,
sendo o óleo de rícino o de maior
evidência quanto a este particular.

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Origem o ponto de vista químico

Um simples exame analítico vem


demonstrar que toda a gordura de origem
animal contém colesterina, e a de origem
vegetal contém fitostearina, ambas álcoois
da série aromática e ainda que isômeros,
têm formas cristalinas diferentes e pontos
de fusão diferentes.

Saponificação

Generalizando as gorduras,
podemos separá-las em dois grupos
principais, quanto à saponificação.

Primeiro grupo; são as gorduras


de grão, facilmente salinizáveis e cujo
índice de saponificação não ultrapassa o
número 200.

Segundo grupo; são as gorduras


de pasta ou cola, dificilmente
salinizáveis, saponificação facílima
inclusive a frio e o seu índice de
saponificação fica ao redor do número 250.
A este grupo estão ligadas as gorduras de
coco, dica, palmiste, babaçu e outras.

Propriedades físicas

As gorduras ou óleos são


insolúveis em água, no entanto, permitem
emulsionarem-se com relativa facilidade.

Determinadas gorduras ou óleos


secam ao ar, são os chamados óleos
secantes, outras formam uma pasta ou bolo

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com cheiro acre, isto é, rancificam,
significando isso, só uma oxidação do
material, provocada pelo oxigênio do ar e
catalisada por bactérias comuns e
influenciada ainda, pela luz.
Conforme já foi demonstrado, uma
gordura é a combinação dos ácidos graxos
superiores com glicerina, entretanto, há
ainda na natureza outras substâncias
semelhantes às gorduras. Um exemplo são
ceras, onde a diferença fundamental é que
em lugar da glicerina encontramos outros
álcoois, por exemplo:
Cera de abelha, ácido palmítico
ligado ao álcool miricílico com ácido
cerotínico livre.
O espermacete apresenta em sua
porção líquida as glicéridos, a sólida ao
contrário é simplesmente formada por éster
palmítico do álcool cetílico monobásico.
Todas as gorduras não saturadas
podem passar a saturadas pela adição de
hidrogênio, halogênio, cianogênio,
oxigênio. Esta propriedade define também a
linha entre os óleos secantes e não
secantes. A propriedade de secagem dos
óleos é tanto maior quando menor for a
incidência de ácidos ou ésteres não
saturados no referido material.
Todos os óleos ou gorduras
naturais, possuem na molécula de ácido
graxo um número par de átomos de carbono,
reserva-se uma exceção muito restrita para
alguns ácidos conhecidos, por exemplo o
ácido isovaleriânico.

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Ácidos graxos principais

Ácido esteárico

A maior incidência deste ácido


verifica-se nas gorduras de maior dureza,
por exemplo, no sebo de carneiro, bovino,
ou ainda de cervo. É muito duro e tem
ponto de fusão de 69ºC. Cristaliza-se em
forma de agulhas brancas e brilhantes de
tato untuoso, que se deixam reduzir a pó.
No vácuo pode ser destilado sem
decomposição, insolúvel em água, porém
bastante solúvel em éter e álcool
fervente, não tem cheiro nem sabor, no
pavio queima como cera, motivo da procura
pelas fábricas de velas. Muitas vezes ele
é substituído pela parafina.

A obtenção do ácido esteárico


puro se consegue a partir da fervura de
sabão duro de sebo com ácido clorídrico
até a separação nítida do ácido graxo.
Depois de frio, separa-se o bolo de
gordura, lava-se, dissolve-se em álcool
forte e fervente e deixa-se esfriar a
solução. O ácido esteárico cristaliza-se,
recristaliza-se até chegar ao ponto de
fusão de 69,2ºC.

Ácido oléico

É o ácido graxo de maior


incidência, é parte integrante de todas as
gorduras e óleos, na indústria, ele é
obtido através da prensagem dos ácidos
graxos resultantes do desdobramento. Seu
ponto de fusão é 14ºC, oxida facilmente ao

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ar e só é destilável no vácuo, caso
contrário se decompõe, possui cadeia
carbônica normal passando a ácido
esteárico pela redução. A oxidação com
permanganato de potássio denuncia a dupla
ligação que fica no meio da molécula:

CH3(CH2)7.CH = CH.(CH2)7COOH

Grande parte do ácido oléico


produzido é transformado em ácido
esteárico por hidrogenação.

Ácido palmítico

Encontrado em grande parte das


gorduras animais e vegetais obtidos pelo
mesmo processo que o ácido esteárico
(recristalização). Ponto de fusão 62,6ºC,
cristaliza-se em forma de escamas de
brilho perolado.

Outros ácidos:

São os ácidos ricinólico


(C18H34O3) linoléico (C18H30O2), clupanodônico
(C18H28O2) e outros.

Separam-se em 3 grupos
principais, os ácidos encontrados ao lado
dos primeiros:

Primeiro grupo: - (CnH2nO2) não


hidroxilados, monobásico do ácido acético.

Segundo grupo: a série Cnh2n-2O2,


CnH2n-4O2, C2H2n-6O2, C2h2n-8O2 não hidroxilados,
não saturados, monobásicos, dos ácidos

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oléico, linoléico, linolênico,
clupanodônico e os correspondentes aos que
têm uma, duas, três ou quatro ligações
duplas.

Terceiro grupo: do ácido


ricinoléico, hidroxilado, não saturado,
monobásico Cnh2n-2O3

Glicerina

Líquido viscoso, adocicado,


incolor, muito higroscópico (absorve
água), solúvel em álcool e água em todas
as proporções, chega a acrescer 50% do seu
peso pela simples absorção da umidade do
ar, causa sensação de calor ao contato com
as mucosas. Peso específico: 1,265g a
15ºC, ponto de ebulição 290°C. É um álcool
trivalente, forma três séries de ésteres
conforme esterificação a um, dois ou três
grupos oxidrila.

Sua constituição química é:

CH2OHCHOHCH2OH ou C3H5(OH)3

Gordura animal

Sebo; compõe-se principalmente


de ácido esteárico, ácido oléico e ácido
palmítico, seguidos de outros de menor
importância, o percentual de cada um
depende da origem, é no geral composto de
50% de ácidos graxos saturados, cor
branco-amarelada, em temperatura média de
25ºC é meio untuoso, ficando duro e

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quebradiço quando resfriado (menos de
8ºC). Comercialmente é adquirido segundo o
chamado “título de sebo” ou seja, o ponto
de solidificação dos seus ácidos graxos.
No sebo bovino este situa-se entre 43 e
45°C.
O seu índice de saponificação
varia de 193 a 202, seu peso específico
fica entre 0,943 e 0,953.
Existem ainda o óleo de peixe,
de aves e vários outros que iriam além do
interesse deste trabalho, entretanto pode-
se localizar os índices de maior interesse
de vários óleos comuns de mercado na
tabela (3,cap.II).
Gorduras vegetais
Estão alinhadas a seguir algumas
das principais de consumo.
Óleo de babaçu:
Conhecido e chamado por “óleo”,
no entanto, é uma gordura, provém de uma
palmeira muito comum nas regiões centro,
norte e nordeste do Brasil a “Orbignia
speciosa” produz cocos com três ou quatro
castanhas com peso médio de 65% de óleo
extraído com grande facilidade por
prensagem ou solventização, sendo
preferível o primeiro método, que fornece
uma torta residual de excelente qualidade
para rações. Suas principais
características físico-químicas são: -
Peso específico a 15ºC, 0,924, índice de
iodo de 14 a 16, índice de saponificação
de 248 a 253, ponto de fusão de 23 a 25ºC.

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Óleo de amendoim:

Obtido das sementes de “arachis


hipogea”, que contém em média de 40 a 50%
de material graxo e até 30% de proteínas,
o óleo refinado é usado na alimentação e
indústria farmacêutica principalmente.
Características principais: - Densidade
0,912 a 0,915, índice de iodo de 85 a 95,
índice de saponificação de 185 a 192.

Óleo de arroz:

Extraído do farelo sobrante das


máquinas de beneficiamento e limpeza da
semente “Oriza sativa” cereal conhecido
como arroz, é incidente em média de 14%
neste material, o melhor método de
extração é através de solventes e é
utilizado na alimentação, principalmente.
Suas características são: - Densidade
média 0,918 a 0,928, índice de iodo de 92
a 109, índice de saponificação de 183 a
194.

Óleo de milho:

Óleo obtido de germe de milho


“Zea mayz”, participa em, aproximadamente,
20% do peso de germe chegando em alguns
casos a mais de 40% com material tratado.
Sua cor é alaranjada, é geralmente
extraído sob prensagem e consumido como
alimento. Características principais: -
Densidade de 0,920 a 0,927, índice de iodo
116 a 130, índice de saponificação de 188
a 193.

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Óleo de rícino (mamona)

A (Ricinus communis) fornece por


prensagem, principalmente, de 40% a 55% de
óleo muito procurado pelas indústrias
farmacêuticas e de lubrificantes e ainda a
indústria de combustíveis, por
características muito peculiares deste
óleo (dados principais,pág.158).

Óleo de soja:

Extraído da “Soja híspida” ao


redor de 20% do peso em matéria graxa,
utilizado largamente em alimentação é
hoje, com certeza, o óleo mais consumido
no mundo. A torta residual é da mesma
forma consumida pelo seu alto valor em
proteínas e outros nutrientes. Densidade
0,918 a 0,924, índice de iodo 124 a 136,
índice de saponificação 190 a 194.

Resíduos ou Borra (soapstock):

Trata-se este caso de subproduto


ou residual do tratamento dos óleos e
gorduras, no decorrer das várias etapas do
processo de refino, o material acumulado
como saldo é normalmente aproveitado pelas
saboarias. Esse material contém um teor
variável de oxiácidos graxos e sabão da
neutralização efetuada no material
gorduroso: contém ainda sais, álcalis,
água, sólidos, ácidos graxos, etc., é
normalmente de cor escura ou muito
acentuada.

174 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970
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Operações finais de acabamento

Descoramento

Operação realizada com a


finalidade de melhorar a aparência
comercial dos óleos ou gorduras, tornando-
os límpidos e com a cor original bastante
atenuada ou mesmo eliminada.

Este procedimento é executado,


normalmente, com terras clarificantes ou
carvão ativado, ou ainda uma mescla dos
dois materiais na proporção média de 1% a
3% do óleo a ser clarificado, com a
temperatura entre 80 e 110ºC por um
período de tempo situado entre 40 e 15
minutos de duração, dependendo do material
a ser tratado. Durante o processo são
examinadas amostragens do produto até que
este satisfaça o padrão exigido. O
material é então bombeado por um filtro-
prensa ou centrifugado, ficando assim,
apto para a desodorização.

Desodorização

É esta a última operação normal


de refino a que um óleo é submetido. O
processo consiste basicamente em eliminar
os compostos voláteis transmissores de
odor aos graxos em geral, costuma-se
aplicar para esse fim alto vácuo e
corrente de vapor seco (superaquecido)
numa seqüência conveniente ou seja, vácuo,
vapor e, novamente vácuo, em sistema
contínuo. Após a realização desta etapa o
material é bombeado através dos filtros de

F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970 175
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papel para serem abrilhantados. No
decorrer deste tratamento é favorável e de
uso comum a adição de 0,1% a 0,3% de ácido
cítrico quando a temperatura estiver
abaixo de 70ºC, deixando-se em contato por
30 minutos, podendo então submete-lo ao
vácuo final e proceder o abrilhantamento.
Este procedimento garante por tempo
bastante prolongado a desodorização
obtida.

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Capítulo X

Derivações dos materiais graxos


na indústria cosmética
Como já observamos nos capítulos
anteriores, a utilização das gorduras vai,
nos nossos dias, às raias do imensurável,
as aplicações são tantas que é,
verdadeiramente, impossível enumerá-las,
há, entretanto, um caso particular que
está, diretamente, ligado aos interesses e
objetivos pretendidos neste trabalho, a
referência é dirigida às derivações
obtidas dos materiais graxos, óleos e
gorduras, com a finalidade de se obter
matéria-prima para a produção de
cosméticos.

No desdobramento dos vários


materiais graxos, a partir dos glicéridos,
céridos, fostátidos e cerebrósidos, obtém-
se uma quantidade muito grande de
derivados que, por sua vez, são tratados
individualmente sofrendo, cada um,
ligações com outros materiais que
propiciam características próprias ao fim
a que se destinam.

Devemos ainda, considerar os


produtos sintéticos, produzidos atualmente
em larga escala pela indústria química e
que quando utilizados conjuntamente com os
primeiros (naturais), multiplicam em
várias as possibilidades de obtenção dos
produtos de consumo, oferecendo quantidade

F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970 177
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e qualidade, isso sem falar na imensa
variedade, favorecendo, portanto, uma
infinidade de aplicações para tratamento
estético e manutenção da higiene.

Para relacionar vários destes


materiais, nada é melhor do que uma série
de receitas, pois se conhece assim, a
matéria-prima, o modo, o momento e o lugar
que se aplica esta e também se aproveita a
própria receita.

Receituário de tratamento e manutenção


estética.

A confecção dos materiais


destinados à limpeza e tratamento estético
do corpo humano (xampus, cremes, colônias,
desodorantes e outros), requer ambiente de
trabalho extremamente limpo e os tanques,
reatores, tubulações e demais equipamentos
devem ser esterilizados a vapor sempre ao
se iniciar uma nova partida.

Os tanques e reservatórios
devem, obrigatoriamente, ser de material
inoxidável, ou plástico neutro resistente
a temperaturas elevadas (acima de 100ºC).

O recinto operacional deve ser


azulejado (branco de preferência) ou
receber revestimento acrílico ou epóxi
para facilitar a limpeza e isso inclui o
piso.

Os operadores devem vestir


capas (jalecos) e, principalmente, toucas.
No caso dos que operam com os materiais em

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fase de mistura ou reação, é sempre
conveniente o uso de luvas sintéticas
(PVC) ou látex ).

A iluminação deve ser eficaz e


as janelas e portas envidraçadas, fechadas
e com ventilação indireta ou forçada
através de filtros, preferencialmente
mantendo a pressão interna levemente
superior à externa.

Receitas sugeridas
Xampu líquido transparente para os
cabelos:

1)
Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0
Cloreto de sódio 4,0
Conservante 0,2
Água 55,8
100,0

2)
Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0
Dietanolamina de ác. graxos de coco 6,0
Conservante 0,2
Água 53,8
100,0

3)
Lauril- éter- sulfato de sódio 40,0
Dietanolamida de ác. graxos de coco 3,0
Cloreto de sódio 2,0
Conservante 0,2
Água 54,8
100,0

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4)
Lauril-éter-sultado de sódio com 2
moléculas de óxido de etileno 40,0
Cloreto de sódio 4,5
Dietanolamida de ác. graxos de coco 6,5
Conservante 0,2
Água 74,8
100,0

5)
Lauril-éter-sulfato de monoetanolamina40,0
Cloreto de sódio 4,0
Conservante 0,2
Água 55,8
100,0

6)
Lauril-éter-sulfato de monoetanolamina40,0
Dietanolamida do ácido linólico 3,5
Conservante 0,2
Água 46,3
100,0

7)
Lauril-éter-sulfato de amônia 50,0
Diatanolamida de ác. graxos de coco 3,0
Cloreto de sódio 0,5
Conservante 0,2
Água 46,3
100,0

8)
Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0
Diatanolamina de ác. graxos de coco 3,0
Resina de condensado de poliglicol e
poliamina 5,0
Cloreto de sódio 2,0
Conservante 0,2
Água 49,8
100,0

180 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970
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Xampu de efeito antiestático (condicionador)
9)
Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0
Alquildimetilamoniobetaína de coco 5,0
Reside de consendado de poliglicol e
poliamina 5,0
Cloreto de sódio 2,0
Conservante 0,2
Água 48,3
100,0
10)
Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0
Dietnolamida de ác. graxos de coco 3,0
Cloreto de sódio 2,0
Proteína animal hidrolisada 5,0
Conservante 0,2
Água 49,8
100,0

Xampu com proteínas


11)
Lauril-éter-suklfato de sódio 25,0
Dietanolamida de ác. graxos de coco 2,0
Resina do condensado de poliglicol e
poliamina 3,0
Conservante 0,2
Cloreto de sódio 3,0
Água 66,8
100,0

Uso diário
12)
Lauril-miristil-éter-sulfato de sódio 30,0
Dietanolamida de ác. graxos de coco e
aditivos 2,0
Conservante 0,2
Cloreto de sódio 3,0
Água 64,8
100,0

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Xampu contra caspa. Embalagem opaca,
sensível à luz.
13)
Lauril-éter-sulfato de sódio 45,0
Dietanolamina de ác. graxos de coco 2,5
Água 10,0
Mistura-se esta primeira fase
Magnesiopiriditiun (bactericida) 1,0
Água 2,0
Mistura-se esta segunda fase e adiciona-se
à primeira
Cloreto de sódio 2,0
Água 37,5
100,0

Xampu próprio para bebês (cabelos ou banho)


14)
Mescla éter-sulfato e álcoois graxos 20,0
Metilcelulose ( solução 2%) 80,0
Perfume compatível com as mucosas _____
100,0
15)
Mescla éter-sulfato e álcoois graxos 50,0
Metilcelulose (solução 2%) 50,0
Perfume compatível com as mucosas _____
100,0
16)
Mescla éter-sulfato e álcoois graxos 40,0
Alquildimetilamoniobetaína de coco 5,0
Monoetanolamida de ác. graxo de coco 3,0
Perfume compatível com as mucosas 1,0
Conservante 0,2
Água 50,8
100,0

Banho de espuma para bebês


17)
Lauril-sulfato de trietanolamina 60,0
Trietanolamina 10,0

182 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970
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Conservante 0,2
Água 29,8
100,0

Xampu para eliminar o laqueado dos cabelos


18)
Mescla de sulfato e álcoois graxos 35,0
Ácido esteárico (estearina) 10,0
Cloreto de sódio 3,0
Trietanolamina 4,0
Água 47,8
Misturar 1ª fase a quente (70ºC)
Conservante (depois de esfriar) 0,2
100,0

Xampu creme
19)
Emulsionante não iônico(óleo em água) 4,0
Octyl dodecanol (protetor universal) 2,0
Misturar 1ª fase
Composto quaternário de amônia 1,5
Glicerina bi-destilada 5,0
Ácido cítrico 0,5
Água 87,0
100,0

Condicionador
20)
Emulsionante não iônico(óleo em água) 4,0
Octyl dodecanol (protetor universal) 2,0
Misturar primeira fase
Composto quaternário de amônia 1,5
Ácido cítrico 0,5
Água 92,0
100,0
21)
Monoetanolamida de ác. graxo de coco 1,0
Composto quaternário de amônia 2,0
Misturar 1ª fase

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Glicerina bi-destilada 3,0
Ácido cítrico 0,3
Água 93,7
100,0

Cremes hidratantes (para a pele)


22)
Creme vitaminado (óleo em água)

Mono e diglicéridos de ác. graxos


superiores + estearato de potássio 16,0
Álcool ceto-estearílico a l2 mol.
de óxido de etileno 1,0
Octyl Dodecanol (protetor universal) 12,0
Óleo de gérmen de trigo vitam.(A+D3) 5,0
Éster glicérico de vitamina F 3,0
Misturar 1ª fase
Glicerina bi-destilada 5,0
Água 58,0
100,0
23)
Creme vitaminado (água em óleo)

Emulsionante (água em óleo) 30,0


Óleo vegetal 10,0
Grandelato R de vitamina E 5,0
Éster glicérico de vitamina F 5,0
Misturar 1ª fase
Glicerina Bi destilada 5,0
Água 58,0
100,0

Creme vitamdinado com extrato de placenta


(óleo em água)
24)
Mono e diglicéridos dos ácidos
palmítico e esteárico 15,0
Álc. ceto-estearílico a l1 mol. óxido
de etileno 3,0
Octyl Dodecanol (protetor universal) 10,0

184 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970
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Óleo mineral (viscoso) 3,0
Óleo de gérmen de trigo 2,0
Placenta líquida lipossolúvel 3,0
Misturar 1ª fase
Água 64,0
100,0

Creme não vitaminado com extrato de placenta


(água em óleo)
25)
Emulsionante (água em óleo) 30,0
Decyl oleato (protetor gorduroso
universal) 7,0
Cera de abelhas (clara) 2,0
Óleo vegetal 6,0
Placenta líquida lipossolúvel 2,0
Misturar 1ª fase
Água 53,0
100,0

Creme regenerador (óleo em água)


26)
Mono e diglicéridos de ácidos graxos
superiores+ estearato de potássio 12,0
Álcool ceto estearílico a l12 mol. de
óxido de etileno 1,0
Octyl Dodecanol (protetor universal) 10,0
Miristato de issopropilo 6,0
Óleo vitamínico 4,0
Placenta líquida lipossolúvel 3,0
Misturar 1ª fase
Glicerina bi-destilada 5,0
Água 59,0
100,0

Creme para a cutis com colágeno (óleo em água)

27)
Mono e diglicéridos dos ácidos
palmítico e esteárico 16,0

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Álcool ceto-estearílico a 20 mol.
de óxido de etileno 3,0
Octyl Dodecanol (protetor universal) 10,0
Misturar 1ª fase
1,2 propilenoglicol 5,0
Água 61,0
Misturar 2ª fase
Colágeno 5,0
100,0
Aquecer 1ª e 2ª fases a 80ºC, misturar
bem, esfriar a 35ºC e adicionar colágeno
batendo intensamente.

creme contra rugas secas (água em óleo)


28)
emulsionante a 30%(água em óleo) 25,0
Decyl oleato (protetor gorduroso
universal) 16,0
Éster de um ácido graxo ramificado com
álcoois graxos saturados (protetor
efeito hidrófobo) 5,0
Vaselina branca 35,0
Cera de abelhas (branca) 10,0
Óleo de gérmen de trigo 3,0
Óleo de gérmen de trigo vitam.(A+D3) 4,0
Extrapon*VC 1,0
Óleo portador de pró-vitamina A 1,0
100,0

Creme com glicerina (óleo em água,gel)


29)
Álcool ceto estearílico a 30 mol.
de óxido de etileno 13,0
Azeite solúvel em água 20,0
Óleo mineral viscoso 5,0
Misturar 1ª fase
Glicerina bi-destilada 20,0
Água 42,0
100,0

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Fundir o material gorduroso em banho-
maria a exatamente 95ºC; aquecer a água e
a glicerina também a 95ºC, misturar as
fases agitando lentamente, esfriar até
60ºC ainda batendo, adicionar o perfume
desejado e deixar esfriar completamente
sem parar de bater, evitando, porém a
aeração (formação de bolsas de ar).É
importante obedecer as temperaturas
indicadas. O gel é conseqüência direta
destas condições operacionais.

Preparados de proteção solar:


30)
Mono e diglicéridos dos ácidos
palmítico e esteárico 16,0
Álcool ceto estearílico a 12 mol.
de óxido de etileno 3,0
Octyl dodecanol(protetor universal) 10,0
Triglicérido de ácidos caprínico e
caprilico 5,0
Óleo portador de pró-vitamina A 3,0
Parsol* MCX 2,0
Misturar 1ª fase
Eusolex* 161 (filtro ultravioleta
hidrossolúvel) 2,0
Água 59,0
100,0
31)
Emulsionante (água em óleo) 30,0
Decyl oleato (protetor gorduroso
universal) 15,0
PARSOL* MCX 3,0
Misturar primeira fase
Água 52,0
100,0

32)
Emulsionante (água em óleo, tipo
brando) 8,0
Novata* Ab (triglicérido) 4,0

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Decyl oleato (protetor gorduroso
universal) 8,0
Óleo vegetal 8,0
Vaselina branca 10,0
Parsol* MCX 3,0
Misturar 1ª fase
Glicerina bi-destilada 3,0
Magnesiosulfato–7-hidrato
(estabilizante) 0,3
Água 55,7
100,0

Desodorante (creme)
33)
Mono e diglicéridos dos ácidos
palmítico e esteárico 18,0
Álcool ceto estearílico a 12 mol.
de óxido de etileno 1,5
Álcool ceto estearílico a 20 mol.
de óxido de etileno 1,5
Decyl oleato 15,0
Bactericida (hexaclorofeno, ex.) 0,5
Misturar 1ª fase
Água 63,5
100,0

Transparente em forma de gel:


34)
Álcool ceto estearílico a 30 mol.
de óxido de etileno 14,0
Azeite solúvel em água
(tensoativos e um álcool) 20,0
Octyl dodecanol (protetor universal) 5,0
Bactericida (nipagin*) 0,5
Misturar 1ª fase
Água 60,5
100,0

*
Marca registrada

188 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970
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Fundir 1ª fase em banho-maria a 95ºC,
aquecer a água também a 95ºC, misturar com
agitação lenta colocando a água aos
poucos, esfriar batendo até 60ºC,
adicionar então o perfume desejado,
continuar agitando até esfriar
completamente, cuidando para não aerar
(formar bolsas de ar). Observar
criteriosamente as temperaturas indicadas,
o gel é conseqüência direta destas
condições.

Receituário de produtos possíveis de serem


feitos domesticamente (produtos de cozinha).

RECEITAS DOMÉSTICAS DE DOMOSANITÁRIOS

NOTA IMPORTANTE:

ESTE PEQUENO RECEITUÁRIO É EMPÍRICO E, DE


FORMA NENHUMA, IMPLICA EM RESPONSABILIDADE
DO AUTOR QUANTO DE SUA CONFECÇÃO PELOS
INTERESSADOS NAS RECEITAS.

Formulação p/ fabricação caseira de sabão


de coco a frio:

INGREDIENTES:

Gordura de coco......................1 kg
Soda Cáustica (38°Bé)...............0,5 kg
Sal de cozinha (23°Bé)..............1 lt
Álcool...............................80 ml

(Se este item for eliminado, a durabilidade e a


qualidade compensam o aumento do custo)

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Fórmula rápida

Gordura de coco.......................1 kg
Soda cáustica.(lix.38°Bé)...........0,5 kg
Sal de cozinha (23°Bé)..............1 lt
(também pode ser eliminado)
Amido de milho (Maizena)...........0,20 kg
(Torna o produto mais suave)
Bé = Graus Baumé (confere-se com o areômetro
de Baumé, a 25° C)

Na prática é possível conseguir-se uma


razoável aproximação destes valores
procedendo-se da seguinte forma:
Com uma balança confiável
Para a soda:
Pesa-se com a maior precisão possível
450 gramas de soda cáustica comercial de
ótima qualidade (muitas marcas deste
produto são ineficientes), coloca-se em um
recipiente graduado até um litro (desses
de medir farinha, arroz, óleo, água,
etc..), lentamente sobre as escamas da
soda deve-se ir colocando água em jato
fino (através do bico de um bule de café
por exemplo), exatamente em um litro parar
de colocar água, se for medido pelo
areômetro, o valor que se encontra será
muito próximo de 38°Bé.
Para o sal:
Da mesma forma que se procedeu para a
soda, pesa-se 210 g de sal de cozinha de
boa qualidade (refinado é mais fácil, mas
sal grosso é o mais comum), colocar no

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recipiente graduado (medidor plástico de
cozinha), completar com água até um litro
de solução, bater com uma colher até não
ser notado mais nenhum sinal de sal sólido
na solução, separar e preparar outra dose
para completar os dois litros da receita.
Obedecer rigorosamente as medidas, ou o produto
não sairá perfeito!!

Fazer o sabão agora, é uma verdadeira


brincadeira, em uma bacia plástica
derrama-se o óleo de coco levemente
aquecido (mais ou menos 50° C no máximo,
temperatura agradável ao tato), mistura-se
o álcool, pega-se o recipiente com soda e
mistura-se com a solução de sal e, muito
lentamente vai se misturando ao óleo
batendo sempre sem parar e com muito
cuidado para não espirrar. Quando se notar
que a massa está consistente como um
“pudim” e já oferece resistência à colher
que mexe a mistura, está na hora de
envasar nas fôrmas (de plástico ou
madeira, evitar vidro e nunca usar
alumínio) e deixar curar até o fim, o
ideal será acomodar as fôrmas em lugar que
mantenha o calor como uma “estufa”, num
forno desligado por exemplo e está pronto
o sabão, basta esperar algumas horas ou
mesmo de um dia para outro e com certeza
não se comprará mais os produtos que
anunciam no mercado, pois que este fica
muito melhor. (No verão fica pronto em 1
dia, no inverno em 2 ou 3) “Rende mais”.
Na segunda fórmula, basta misturar
primeiro o amido na gordura sem deixar
fazer grumos, em seguida mistura-se a soda

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na solução de sal e lentamente na gordura
com amido sem parar de bater. (aconselha-
se reduzir a fórmula toda à metade e bater
no liqüidificador até a consistência de um
mingau bem espesso) (Este sabão fica
pronto em poucas horas, “mais ou menos 5
hs.”) “Rende menos porém, dura muito
mais”. (Se eliminar a solução de sal, não
bater no liqüidificador).

NOTAS IMPORTANTES

Nunca se deve fazer este material perto de


crianças.

Usar o fogo estritamente para aquecer a


gordura levemente.

Nunca, em nenhuma hipótese, deixe aquecer


demais a gordura e coloque a soda, pois
vai espirrar violentamente, produzir
sérias queimaduras e corrosão grave pela
soda sobre a pele.

Usar luvas de látex ou similar para


trabalhar.

Muito cuidado com os olhos, é aconselhável


o uso de óculos.

Se sobrar soda, deixe longe de crianças ou


animais domésticos.

Nunca utilizar panelas ou objetos de


alumínio neste trabalho.

Nunca trabalhar com o álcool perto de fogo


aceso.

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SABÃO LÍQÜIDO DE GORDURA DE COCO - IDEAL
P/ ROUPAS DELICADAS EM MÁQUINA DE LAVAR
ROUPAS OU LAVAR LOUÇAS NA PIA.

INGREDIENTES:
Gordura de coco...................1.000 gr
Lixívia potásica à 50° Bé...........470 gr
Água filtrada (morna).............2.500 gr
Perfume (essência)...................40 gr
Álcool comum de farmácia.............80 ml
Sumo de limão.....................20 gotas

Preparação da lixívia:

Em um recipiente graduado, coloca-se


exatamente 760 gr. de potassa cáustica
(compra-se em casas de produtos químicos),
completa-se um litro com água filtrada,
mistura-se com muito cuidado e deixa-se
descansar (esta mistura provoca calor,
“exotermia”). Separa-se desta solução os
470 gramas que deverão ser misturados à
gordura.

Procedimento:

Coloca-se a gordura previamente


aquecida (calor suficiente para suportar
ao tato 50° C aproximadamente), numa
vasilha plástica, mistura-se inicialmente
o álcool mexendo bastante (nunca fazer isso
perto de fogo aceso), muito lentamente,
acrescenta-se a lixívia já separada,
batendo sem parar, quando formar um mingau
bem espesso coloca-se muito devagar a água
morna e o perfume (sua preferência)
continuando a bater por mais alguns
minutos, ao notar que a mistura é estável

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(não separa) pare e deixe descansar,
coloque as 20 gotas de limão (só 20 gotas)
depois envase em frascos e use quando
quiser.

É mais fácil já misturar a solução de


potassa à água que se vai acrescer ao
produto, se quiser uma reação mais rápida
reduza-a à metade e bata tudo em um
liquidificador até esta apresentar
consistência de um mingau ralo (pouco
espesso), se quiser acrescente mais um
pouco de água tornando-o mais fraco.

É também, um ótimo produto para


lavagem de louças na pia e é muito
delicado para as mãos (não resseca). Pode
ser usado com ou sem perfume.

Se quiser um perfume natural e muito


agradável, bastante comum na cozinha,
descasca-se dois limões grandes um ou dois
dias antes de fazer o sabão e deixa-se a
casca de molho nos 80 mililitros de álcool
que serão usados na fórmula.

Se preferir, faça o mesmo com 12


cravos da Índia, ou até mesmo casca de
limão e cravos da Índia juntos.

Para a soda:

Pesa-se com a maior precisão possível


450 gramas de soda cáustica comercial de
ótima qualidade (muitas marcas deste
produto são ineficientes), coloca-se em um
recipiente graduado até um litro (desses
de medir farinha, arroz, óleo, água,

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etc..), lentamente sobre as escamas da
soda deve-se ir colocando água em jato
fino (através do bico de um bule de café
por exemplo), exatamente em um litro parar
de colocar água, se for medido pelo
areômetro, o valor que se encontra será
muito próximo de 38°Bé.

OS CUIDADOS DE FABRICAÇÃO SÃO OS MESMOS DO


SABÃO DE COCO.

As receitas que se seguem obedecem ao


mesmo procedimento para serem misturadas e
acabadas como produto para uso.

Sabão de óleo de soja em pasta: P/ lavar


louças

50 ml de álcool
900 g de óleo de soja
170 g de potassa cáustica em escamas
200 ml de água filtrada
Não colocar sal – Bater no liquidificador

Sabão de sebo (ou óleo de soja) em barra:

50 ml de álcool
1000 g de sebo (de açougue) ou óleo de
soja
140 g de soda cáustica em escamas
140 ml de água filtrada
100 g de amido de milho (maizena)
acrescentar ao óleo e bater bem, antes de
tudo.
Não colocar sal – Bater no liquidificador

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Amaciante de roupas
Dissolver 40 g de composto quaternário
de amôneo em 1 litro de água quente e
perfumar a gosto.

Sabonete transparente ou (de glicerina)

Sebo bovino (ou porco) de boa qualidade 1000 g


Lixívia (NaOH 38°Bé) 320 g
Álcool neutro 600 ml

Com o sebo quente misturar o álcool,


mexer muito bem, aí, aos poucos, misture a
soda. Quando notar que formou-se o sabão
acrescente perfume de seu gosto, máximo
1,5% do peso total, coloque nas formas e
só retire no dia seguinte. (Use tubo de
PVC e corte em fatias, ficarão todas com
formato redondo, faça uma embalagem
bonita).

SABÃO EM PÓ DE FABRICAÇÃO DOMÉSTICA

Gordura vegetal hidrogenada ou não...500 g


Amido de milho.......................300 g
Soda cáustica em escamas..............75 g
Água.................................90 ml
Silicato de sódio....................100 g
Carbonato de sódio...................150 g

Misturar a água na soda, bater bem,


acrescentar o silicato na solução obtida e
mexer até ficar homogêneo, separar.
Aquecer a gordura e misturar o amido,
bater bem ou colocar no liquidificador,
depositar em uma vasilha plástica de boa
resistência ao calor, misturar a solução
de soda à gordura nesta vasilha, bater

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bem, em seguida jogue o pó de carbonato e
não pare de bater.

Para reagir um pouco mais rápido é


possível colocar por três minutos no
microondas regulado no máximo, tirar e
continuar batendo por mais ou menos uma
hora, quando começar engrossar deixe
descansar por 20 minutos, em seguida de
uma revirada bem enérgica na massa e deixe
descansar novamente, no dia seguinte
estará pronto para quebrar e formar pó.

Este produto pode ser fabricado com


sebo animal ou óleo de soja de cozinha,
apenas se deve ter mais paciência para
bater pois a reação é bem mais lenta.

USO GERAL

Sabão de sebo (ou óleo de soja) em


barra:

50 ml de álcool
1000 g de sebo (de açougue) ou óleo de
soja misturado com 250 gr de gordura
hidrogenada.
140 g de soda cáustica em escamas
140 ml de água filtrada
Bater no liquidificador

A soda deverá estar previamente em


solução na água obedecendo ao seguinte
procedimento:

Coloque num recipiente (vidro ou


plástico) a soda em escamas (140 g),
lentamente e, em fino jato, derrame sobre

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ela a água (140 ml), estando em lugar
seguro para não derramar ou espirrar, mexa
lentamente com uma colher de sopa. Não
usar potassa cáustica KOH.

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR


ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO


COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

Depois de fria ou morna a solução,


levar o óleo ao liquidificador previamente
misturado com o álcool (50 ml), ligar em
baixa velocidade e, muito lentamente
(muito mesmo), derrame a solução cáustica
no copo sem parar de bater. Quando o
liquidificador começar a fazer força além
do normal na primeira velocidade aumente a
rotação com a tampa no lugar. Quando o
liquido engrossar bem estará pronto,
podendo ser adicionadas umas gotinhas de
perfume (que, em outra oportunidade, se
ensinará a fazer em casa).

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO


DEIXAR O COPO COM ÁLCOOL PERTO DO
LIQUIDIFICADOR, O FAISCAMENTO DO MOTOR
PODE INCENDIÁ-LO!

Envasar em potes de “margarina”


pequenos para desenformar após vinte e
quatro horas ou em uma bandeja plástica
ou de vidro para cortar com a faca.

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Sabão de óleo de soja em pasta: P/ lavar


louças

50 ml de álcool
900 g de óleo de soja
170 g de potassa cáustica em escamas
200 ml de água filtrada
Não colocar sal – Bater no liquidificador

A potassa deverá estar previamente em


solução na água obedecendo ao seguinte
procedimento:

Coloque num recipiente (vidro ou


plástico) a potassa em escamas (170 g),
lentamente e, em fino jato, derrame sobre
ela a água (200 ml), estando em lugar
seguro para não derramar ou espirrar, mexa
lentamente com uma colher de sopa. Não
usar soda cáustica NaOH

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR


ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO


COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

Depois de fria ou morna a solução,


levar o óleo ao liquidificador previamente
misturado com o álcool (50 ml), ligar em
baixa velocidade e, muito lentamente
(muito mesmo), derrame a solução cáustica
no copo sem parar de bater. Quando o
liquidificador começar a fazer força além
do normal na primeira velocidade aumente a
rotação com a tampa no lugar. Quando o
liquido engrossar bem estará pronto,

F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970 199
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podendo ser adicionadas umas gotinhas de
perfume (que, em outra oportunidade, se
ensinará a fazer em casa).

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO


DEIXAR O COPO COM ÁLCOOL PERTO DO
LIQUIDIFICADOR, O FAISCAMENTO DO MOTOR
PODE INCENDIÁ-LO!

Envasar em potes de “margarina” para


uso geral após vinte e quatro horas.

Sabonete cremoso de óleo de soja com creme


de leite e clara de ovos p/ pele seca e
quebradiça

SABONETE DE SOJA E CREME DE LEITE COM


CLARA DE OVOS

HIDRATANTE NATURAL PARA TRATAMENTO DE


PELE

INGREDIENTES:

óleo de soja....................900 ml
potassa cáustica (escamas)......160 gr
Álcool comum.....................80 ml
Creme de leite..................150 gr
Perfume (dispensável)............10 ml
Água filtrada...................200 ml
A clara de um ovo fresco

A potassa deverá estar previamente em


solução na água obedecendo ao seguinte
procedimento:

200 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970
Marcus Siviero – Sabão, Sabonetes & Cia -
Coloque num recipiente (vidro ou
plástico) a potassa em escamas (160g),
lentamente e, em fino jato, derrame sobre
ela a água (200 ml), estando em lugar
seguro para não derramar ou espirrar, mexa
lentamente com uma colher de sopa. Não
usar soda cáustica NaOH

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR


ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO


COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

Depois de fria ou morna a solução,


levar o óleo ao liquidificador previamente
misturado com o álcool (80 ml), ligar em
baixa velocidade e, muito lentamente
(muito mesmo), derrame a solução cáustica
no copo sem parar de bater. Quando o
liquidificador começar a fazer força além
do normal na primeira velocidade aumente a
rotação com a tampa no lugar. Quando o
liquido engrossar bem estará pronto,
podendo ser adicionadas umas gotinhas de
perfume (que, em outra oportunidade, se
ensinará a fazer em casa).

Depois de pronto o creme (3 horas),


misturar com uma colher inoxidável o creme
de leite frio e a clara do ovo; obs. Não
aumente a quantidade dos ingredientes,
pois a pele ficará oleosa .

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO


DEIXAR O COPO COM ÁLCOOL PERTO DO
LIQUIDIFICADOR, O FAISCAMENTO DO MOTOR
PODE INCENDIÁ-LO!

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Envasar em potes para uso geral logo
em seguida, usar 24 horas depois.

Sabonete cremoso de óleo de soja e mel: P/


lavar cabelos

SABONETE DE COCO OU SOJA E MEL


HIDRATANTE NATURAL PARA TRATAMENTO DE
CABELOS E PELE

INGREDIENTES:

Óleo de coco ou de soja.........900 ml


potassa cáustica (escamas)......180 gr
p/ coco ou 160 gr p/ soja
Álcool comum.....................80 ml
Mel de ótima procedência........100 gr
Perfume (dispensável)............10 ml
Cera de Carnaúba se desejar brilho.3gr
(só 3g)

A potassa deverá estar previamente em


solução na água obedecendo ao seguinte
procedimento: Não usar soda cáustica NaOH

Coloque num recipiente (vidro ou


plástico) a potassa em escamas (180g ou
160g), lentamente e, em fino jato, derrame
sobre ela a água (200 ml), estando em
lugar seguro para não derramar ou
espirrar, mexa lentamente com uma colher
de sopa.

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR


ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO


COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

202 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970
Marcus Siviero – Sabão, Sabonetes & Cia -

Depois de fria ou morna a solução,


levar o óleo ao liquidificador previamente
misturado com o álcool (80 ml), ligar em
baixa velocidade e, muito lentamente
(muito mesmo), derrame a solução cáustica
no copo sem parar de bater. Quando o
liquidificador começar a fazer força além
do normal na primeira velocidade aumente a
rotação com a tampa no lugar. Quando o
liquido engrossar bem estará pronto,
podendo ser adicionadas umas gotinhas de
perfume (que, em outra oportunidade, se
ensinará a fazer em casa).

Depois de pronto o creme (3 horas),


misturar com uma colher inoxidável o mel
frio e a carnaúba derretida; obs. Não
aumente a quantidade de carnaúba, os
cabelos ficarão “duros” como com laquê.

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO


DEIXAR O COPO COM ÁLCOOL PERTO DO
LIQUIDIFICADOR, O FAISCAMENTO DO MOTOR
PODE INCENDIÁ-LO!

Envasar em potes para uso geral logo


em seguida, usar 24 horas depois.

RECEITA PARA LAVAR E MANTER


CONSTANTEMENTE LIMPA A ALMA.

Esteja sempre rodeado de amigos,


distribua toneladas de sorrisos francos,
se tem algum inimigo, até esqueça-o se não
for capaz de perdoá-lo, mas nunca o odeie,
pois você é quem se consumirá pelo ódio.

F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970 203
Marcus Siviero – Sabão, Sabonetes & Cia -
Faça, gratuitamente pelo próximo, o
bem que de graça recebera, saiba que o
conhecimento cresce na exata medida que se
o distribui, este se multiplica ao ser
dividido, soma ao ser entregue, falta ao
ser negado e machuca se for corrompido.

Os sucessos que conquistamos no curto


período de uma vida, são somente a
somatória de todos os erros cometidos em
busca de um objetivo maior.

Só a comunicação é a fonte do saber.

Matéria-prima; - fornecedores onde encontrá-los

As matérias-primas mencionadas
neste trabalho são facilmente localizadas
em listas telefônicas classificadas ou
mesmo na internet, para tanto, basta
consultá-las em; – produtos químicos
fabricantes e distribuidores, óleos
vegetais, gordura animal, abatedouros,
máquinas e equipamentos, etc..

Os produtos de difícil acesso


didático ou literário poderão ser
encontrados para consulta em suas
respectivas farmacopéias.

Para conhecimento de maior


profundidade a respeito de determinados
materiais, as empresas produtoras, em sua
grande maioria, possuem departamentos
técnicos e literatura própria
especializada.

204 F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970

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