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ÍNDICE
Apresentação
1. O dom da vida
2. Os filhos: sinal e fruto do amor conjugal
3. A dignidade sublime da criança
4. Paternidade-maternidade, participação na criação
5. A responsabilidade de transmitir a vida e proteger as crianças
6. Os direitos da criança
7. As crianças ante a cultura de morte
8. A gravidade do crime do aborto
9. Filhos, órfãos de pais vivos
10. O direito das crianças a serem amadas, acolhidas e educadas em família
11. A educação sexual da criança: verdade e significado
12. O direito dos filhos a serem educados na fé
13. Oração da Evangelium Vitae
14. Bibliografia
Apresentação
Os encontros que seguem, em número de 12, têm como objetivo desenvolver alguns dos
temas mais significativos relacionados às crianças, consideradas como filhos, em sua
relação com os pais e com a família, no âmbito de toda a sociedade. As propostas
apresentadas, de forma sintética e fácil, repropõem temas fundamentais do ensinamento
da Igreja e foram extraídas dos documentos mais recentes, especialmente do Concílio
Vaticano II e do Pontificado de João Paulo II.
Estes subsídios podem ser utilizados como guias pelos agentes de pastoral familiar, num
encontro de reflexão e de diálogo, que se pode realizar preferencialmente nas
assembléias familiares, adaptando os temas às diversas culturas e aos contextos sociais
locais. Essas assembléias familiares consistem em reuniões de algumas famílias, pais e
filhos, durante as quais, com a ajuda de um dirigente, se reflete sobre os temas
propostos.
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Tu formaste os meus rins, tu me teceste no seio materno. Eu te celebro por tanto
prodígio, e me maravilho com as tuas maravilhas. Conhecias até o fundo do meu ser:
meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra
mais profunda. Teus olhos viram o meu embrão. No teu livro estão todos inscritos os
dias que foram fixados, e cada um deles nele figura" (Sl 139,13-15).
Reflexão
É mesmo verdade que o novo ser humano constitui um dom para os pais? Um dom para
a sociedade? À primeira vista, nada o parece indicar. Por vezes, o nascimento de um ser
humano parece reduzir-se a um simples dado, registrado como tantos outros nas
estatísticas demográficas. Certamente, o nascimento de um filho significa para os pais
ulteriores canseiras, novos encargos econômicos, outros condicionamentos práticos:
motivos esses que podem induzi-los na tentação de não desejarem outro nascimento.
Em alguns ambientes sociais e culturais, então, a tentação faz-se ainda mais forte. Mas o
filho não é um dom? Vem só para consumir, e não para dar? Eis algumas perguntas
inquietantes, de que o homem de hoje tem dificuldades em libertar-se. O filho vem
ocupar espaço, quando espaço no mundo parece haver cada vez menos. Mas, é mesmo
verdade que ele não dá nada à família e à sociedade? Porventura não é uma "parcela"
daquele bem comum, sem o qual as comunidades humanas se fragmentam e correm o
risco de morrer? Como negá-lo? A criança faz de si um dom aos irmãos, às irmãs, aos
pais, à família inteira. A sua vida torna-se dom para os próprios doadores da vida, que
não poderão deixar de sentir a presença do filho, a sua participação na existência deles,
o seu contributo para o bem comum deles e da família. Não obstante toda
complexidade, ou mesmo a eventual patologia da estrutura psicológica em certas
pessoas, esta verdade permanece óbvia na sua simplicidade e profundidade.
Dúvida e perplexidade.
Sim à vida.
Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é
sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo, que
obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida: e em cada vida humana sabe
descobrir o esplendor daquele "Sim", daquele "Amém" que é o próprio Cristo
(cfr. 2Cor 1,19; Ap 3,14). Ao "não" que invade e aflige o mundo, contrapõe este "Sim"
vivente, defendendo deste modo o homem e o mundo de quantos insidiam e mortificam
a vida. A Igreja é chamada a manifestar novamente a todos, com uma firme e mais clara
convicção, a vontade de promover, com todos os meios, e de defender contra todas as
insídias a vida humana, em qualquer condição e estado de desenvolvimento em que se
encontre. Por tudo isso a Igreja condena como ofensa grave à dignidade humana e à
justiça todas aquelas atividades dos governos ou de outras autoridades públicas, que
tentam limitar por qualquer modo a libertade dos cônjuges na decisão sobre os filhos.
Diálogo
Cada filho é para nós um dom? Deixamo-nos influir pela mentalidade comum
que rejeita a criança, especialmente se foi concebida num ato de violência, ou se
vai nascer deficiente?
Qual é nossa atitude para com os pais que têm dificuldades em acolher o dom
dos filhos? Estamos dispostos a ajudá-los?
Compromissos
Canto Final
"Os filhos são a herança de Yahweh, é um salário o fruto do ventre. Como flechas na
mão de um guerreiro são os filhos da juventude. Feliz o homem que encheu sua aljava
com elas; não ficará envergonhado frente às portas, quando litigar com o inimigo" (Sl
127,3.5).
Reflexão
Com a criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança, Deus coroa e leva à
perfeição a obra de suas mãos: Ele chama-os a uma participação especial do seu amor e
do seu poder de Criador e de Pai, mediante uma cooperação livre e responsável deles na
transmissão do dom da vida humana. Assim, a tarefa fundamental da família é o serviço
à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a
imagem divina pela geração de pessoa a pessoa (Cfr. Gên 5,1-3).
Lógica do dom.
O filho não é algo devido, mas um dom. O dom mais excelente do matrimônio é uma
pessoa humana. O filho não pode ser considerado como objeto de propriedade, a que
conduziria o reconhecimento de um pretenso «direito ao filho». Nesse campo somente o
filho possui verdadeiros direitos: o de ser o fruto do ato específico do amor conjugal de
seus pais, e também o direito de ser respeitado como pessoa desde o momento de sua
concepção. Portanto além de rechaçar a fecundação artificial heteróloga, a Igreja
permanece contrária, do ponto de vista moral, à fecundação artificial homóloga, ou seja,
entre os próprios cônjuges; esta é, em si mesma, ilícita e contrária à dignidade da
procriação e da união conjugal, mesmo quando se tomam todas as providências para
evitar a morte do embrião humano.
Diálogo
Por que o único lugar digno para gerar uma pessoa humana é o ato conjugal?
Como os filhos enriquecem o bem dos pais?
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada
Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o
nome da virgem era Maria... Entrando onde ela estava, disse-lhe: ‘Eis que conceberás
no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus....’. Maria,
porém, disse ao anjo: ‘Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?’ O
anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá
com sua sombra....’. Disse, então, Maria: ‘Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim
segundo a tua palavra!’ E o anjo a deixou" (Lc 1,26 ss).
Reflexão
O mistério da pessoa humana
Deus "quer" o homem como um ser semelhante a si, como pessoa. Este homem, cada
homem, é criado por Deus por si mesmo. Isto aplica-se a todos, incluindo aqueles que
nascem com doenças ou deficiências. Na constituição pessoal de cada um, está inscrita a
vontade de Deus, que quer o homem. Os pais, diante de um novo ser humano, têm, ou
deveriam ter, plena conciência do fato que Deus "quer" este homem "por si mesmo".
Esta sintética expressão é muito rica e profunda. Desde o momento da concepção, e,
depois, do nascimento, o novo ser está destinado a exprimir em plenitude a sua
humanidade - a "encontrar-se" como pessoa.
Isto diz respeito absolutamente a todos, também aos doentes crônicos e deficientes. "Ser
homem" é sua vocação fundamental: "ser homem" à medida do dom recebido. À
medida daquele "talento" que é a própria humanidade e, só depois, à medida dos outros
talentos. Mas, no desígnio de Deus, a vocação da pessoa humana ultrapassa os confins
do tempo. Vai ao encontro da vontade do Pai revelada no Verbo encarnado: Deus quer
oferecer ao homem a participação na sua própria vida divina. Por isso Cristo diz: "Eu
vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (Jo10,10).
A pessoa humana é chamada a uma plenitude de vida que se estende para muito além
das dimensões da sua existência terrena, porque consiste na participação da própria vida
de Deus. A sublimidade dessa vocação sobrenatural revela a grandeza e o valor
precioso da vida humana, inclusive já na sua fase temporal. Com efeito, a vida temporal
é condição basilar, momento inicial e parte integrante de todo o processo global e
unitário da existência humana: um processo que, para além de toda expectativa e
merecimento, é iluminado pela promessa e renovado pelo dom da vida divina, que
alcançará a sua plena realização na eternidade (cf. 1Jo 3,1-2).
Diálogo
Por que cada cada criança é um dom para cada um dos membros da família e
para toda a sociedade?
Compromissos
Ave Maria, cheia de graça...; Rainha da Família, rogai por nós!
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Yahweh Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que
lhe corresponda...’. Da costela que tirara do homem, Yahweh Deus modelou uma
mulher e a trouxe ao homem. Então o homem exclamou: ‘Esta sim, é osso de meus
ossos e carne de minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada o homem!’"
(Gên 2,18.22-23).
Reflexão
A imagem e semelhaça
Colaboradores de Deus
Trata-se pois de uma certa participação da pessoa humana no domínio de Deus que
manifiesta também a específica responsabilidade que lhe está confiada no referente à
vida propriamente humana. Essa responsabilidade atinge o auge na doação da
vida através da geração por obra do homem e da mulher no matrimônio.
Diálogo
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher
Ele os criou. E Deus os abençoou e disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a
terra’..." (Gên 1,27-28a).
Reflexão
O dever de transmitir a vida e educá-la é a missão própria dos esposos. Deus, o Senhor
da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida e protegê-la com o
máximo cuidado desde a concepção. A sexualidade própria do ser humano e a faculdade
humana de gerar excedem maravilhosamente o que se encontra nos graus inferiores de
vida. Estejam todos certos de que a vida dos humana e a missão de a transmitir e educar
os filhos não se confinam ao tempo presente, mas estão sempre relacionadas com a
destinação eterna dos homens.
Sexualidade responsável
Diálogo
Por que o dom recíproco dos cônjuges está orientado e aberto à vida? A
EncíclicaHumanae Vitae defende o casal da intervenção dos poderes públicos.
Por quê?
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
Reflexão
A vida humana atravessa situações de grande fragilidade, quer ao entrar no mundo, quer
quando sai do tempo para ir ancorar-se na eternidade. A existência de cada indivíduo,
desde as suasorigens, obedece ao desígnio de Deus: "Antes que fosses formado no
ventre de tua mãe, eu já te conhecia; antes que saísses do seio materno, eu te consagrei"
(Jr 1,5): a existência de cada indivíduo, desde suas origens, está no plano de
Deus. Como pensar que esse maravilhoso processo de germinação da vida possa
subtrair-se, por um só momento, à obra sapiente e amorosa do Criador para ficar
abandonado ao arbítrio do homem?
Todo homem sinceramente aberto à verdade e ao bem pode, pela luz da razão e com o
secreto influxo da graça, chegar a reconhecer, na lei natural inscrita em seu coração
(cf. Rm 2,14-15) o valor sagrado da vida humana desde o seu início até seu termo, e
afirmar o direito que todo o ser humano tem de ver plenamente respeitado esse seu bem
primário. Sobre o reconhecimento de tal direito é que se funda a convivência humana e
a própria comunidade política.
Hoje, uma grande multidão de seres humanos débeis e indefesos, como o são, em
particular, as crianças ainda não nascidas, é espezinhada no seu direito fundamental à
vida. A vida do homem provém de Deus, é dom seu, é imagem e figura dele,
participação do seu sopro vital. Desta vida, portanto, Deus é o único senhor: o homem
não pode dispor dela. Da sacralidade da vida dimana a sua inviolabilidade, inscrita
desde as origens no coração do homem, na sua consciência.
A vida humana é o maior bem humano que todos devemos proteger. Por isso
a Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que "todo indivíduo tem direito à
vida" (art. 3), e a Carta dos Direitos da Família da Santa Sé (1983) confirma que a
"vida humana deve ser totalmente respeitada e protegida desde o momento da
concepção" (art. 4). Portanto, as "crianças, tanto antes como depois do nascimento, têm
direito a uma especial proteção e assistência…" (art. 4, d). O fruto da geração humana,
portanto, desde o primeiro momento da sua existência, exige o respeito incondicional
que é moralmente devido ao ser humano na sua totalidade corporal e espiritual. O ser
humano deve ser respeitado e tratado como pessoa desde a sua concepção e, por isso,
desde aquele mesmo momento devem-lhe ser reconhecidos os direitos da pessoa, entre
os quais, antes de tudo, o direito inviolável à vida de cada ser humano inocente.
Diálogo
Qual é o fundamento dos direitos da criança? São direitos adquiridos (que
pertencem à criança por sua condição de criança) ou surgem do reconhecimento
social?
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Então Herodes, percebendo que fora enganado pelos magos, ficou muito irritado e
mandou matar, em Belém e em todo seu território, todos os meninos de dois anos para
baixo, conforme o tempo de que havia se certificado com os magos. Então se cumpriu o
que fora dito pelo profeta Jeremias: Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande
lamentação: Raquel chora seus filhos e não quer consolação, porque eles já não
existem" (Mt 2,16-18).
Reflexão
A procriação artificial
Diálogo
Compromissos
Canto Final
8. A gravidade do crime do aborto
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Que se diluam como água escorrendo, murchem como erva pisada, como lesma
derretendo ao caminhar, como aborto que não chega a ver o sol! Antes que lancem
espinhos como espinheiro, verdes ou secos, que o furacão os carregue!" (Sl 58,8-10).
Reflexão
Crime abjurável
Dentre todos os crimes que o homem pode realizar contra a vida, o aborto provocado
apresenta características que o tornam particularmente grave e abjurável. O Concílio
Vaticano II define-o, juntamente com o infanticídio, como "crime abominável". Mas
hoje a percepção da sua gravidade vai-se obscurecendo progressivamente em muitas
conciências. A aceitação do aborto na mentalidade, nos costumes e na própria lei é sinal
eloqüente de uma perigosíssima crise do sentido moral que se torna cada vez mais
incapaz de distinguir o bem do mal, mesmo quando está em jogo o direito fundamental
à vida. Diante de tão grave situação, impõe-se mais que nunca a coragem de olhar
frontalmente a verdade e chamar as coisas pelo seu nome, sem ceder a compromissos
com o que nos é mais cômodo nem à tentação do auto-engano.
"Interrupção da gravidez"
A propósito disso, ressoa categórica a censura do Profeta: "Ai dos que ao mal chamam
bem, e ao bem, mal!; que têm as trevas por luz e a luz por trevas" (Is 5,20).
Precisamente no caso do aborto, verifica-se a difusão de uma terminologia ambígua,
como "interrupção da gravidez", que tende a esconder a verdadeira natureza dele e a
atenuar a sua gravidade na opinião pública. Talvez esse fenômeno lingüístico já seja, em
si mesmo, sintoma de um mal estar das conciências. Mas nenhuma palavra basta para
alterar a realidade das coisas: o aborto provocado é a morte deliberada e direta,
independentemente da forma como venha realizada, de um ser humano na fase inicial
de sua existência, que vai da concepção ao nascimento.
Muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a
decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas
ou de comodidade, mas nenhum motivo, ainda que seja grave e dramático, pode
justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente.
O diagnóstico pré-natal que respeita a vida e a integridade do embrião e do feto humano
e se orienta para a sua salvaguarda ou para a sua cura individual é moralmente lícito.
Mas está gravemente em contraste com a lei moral quando contempla a eventualidade,
dependendo dos resultados, de provocar um aborto. Por conseguinte, qualquer pessoa
que solicitasse ou interviesse em tal diagnóstico com a determinada intenção de realizar
o aborto caso o seu resultado confirmasse a existência de uma deformação ou anomalia,
cometeria uma ação gravemente ilícita.
Responsabilidade de outros
Na decisão sobre a morte da criança ainda não nascida, além da mãe, aparecem com
freqüência outras pessoas. Antes de mais nada, culpado pode ser o pai da criança, não
apenas quando claramente constringe a mulher ao aborto, mas também quando favorece
indiretamente a decisão ao deixá-la sozinha com os problemas de uma gravidez. Outras
vezes as pressões provêm do âmbito familiar mais alargado e dos amigos. Responsáveis
também são os médicos e restantes profissionais da saúde, sempre que põem ao serviço
da morte a competência adquirida para promover a vida, os legisladores que
promoveram e aprovaram leis abortistas e os administradores das estruturas clínicas
onde se praticam os abortos. Uma responsabilidade geral, mas não menos grave, cabe às
instituições internacionais, fundações e associações que se batem sistematicamente pela
legalização e difusão do aborto no mundo.
Diálogo
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher,e os dois serão uma só
carne"
(Mt 19,5).
Reflexão
Radicada na doação pessoal e total dos cônjuges e exigida pelo bem dos filhos, a
indissolubilidade do matrimônio encontra a sua verdade última no desígnio que Deus
manifestou na Revelação: Ele quer e concede a indissolubilidade matrimonial como
fruto, sinal e exigência do amor absolutamente fiel que Deus Pai manifesta pelo homem
e que Cristo vive para com a Igreja.
Os órfãos e os filhos privados da assistência de seus pais ou tutores devem gozar de uma
proteção especial por parte da sociedade. No que se refere à tutela ou adoção, o Estado
deve procurar uma legislação que facilite às famílias idôneas acolher as crianças
necessitadas de cuidado temporal ou permanente e que ao mesmo tempo respeite os
direitos naturais dos pais.
Os cônjuges que vivem a experiência da esterilidade física saberão inspirar-se nesta
perspectiva, para todos rica de valor e de empenho. As famílias cristãs, que na fé
reconhecem todas as pessoas como filhas do Pai comum dos céus, irão generosamente
ao encontro dos filhos das outras famílias, sustentando-os e amando-os não como
estranhos, mas como membros da única família dos filhos de Deus. Os pais cristãos
terão assim oportunidade de alargar o seu amor para além dos vínculos da carne e do
sangue, alimentando os laços que têm o seu fundamento no espírito e que se
desenvolvem no serviço concreto aos filhos de outras famílias, muitas vezes
necessitadas até das coisas mais elementares.
Diálogo
Quais são as alternativas para ajudar os filhos "órfãos de pais vivos"? A adoção,
o acolhimento de padrinhos... e outras. Quais?
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é justo. Honra a teu pai e a tua
mãe - é o primeiro mandamento com promessa - para seres feliz e teres uma longa vida
sobre a terra. E vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas
criai-os na disciplina e correção do Senhor" (Ef 6,1-4).
Reflexão
Escola de humanidade
A família é, em certo sentido, uma escola de enriquecimento humano. Mas para atingir
a plenitude de sua vida e de sua missão requer a comunhão de alma no bem-querer, a
decisão comum dos esposos e a diligente cooperação dos pais na educação dos filhos. É
de grande proveito para a formação desses a presença ativa do pai. Mas, sem desprezar
a legítima promoção social da mulher, deve pôr a salvo o cuidado da mãe em casa do
qual necessitam principalmente os filhos menores.
O direito-dever educativo dos pais qualifica-se como essencial, ligado como está com a
transmissão da vida humana; como original e primário, em relação ao dever de educar
dos outros, pela unidade da relação de amor que subsiste entre pais e filhos;
como insubstituível e inalienável e, portanto, não delegável totalmente a outros ou por
outros usurpável. Mas o elemento mais radical que qualifica o dever de educar dos pais
é o amor paterno e materno, o qual encontra na obra educativa o seu cumprimento ao
tornar pleno e perfeito o serviço à vida: o amor dos pais, de fonte torna-se alma e,
portanto, norma, que inspira e guia toda a ação educativa concreta, enriquecendo-a com
aqueles valores de docilidade, constância, bondade, serviço, desinteresse, espírito de
sacrifício, que são o fruto mais precioso do amor.
Para os pais cristãos a missão educativa tem uma nova e específica fonte no sacramento
do matrimônio, que os consagra para a educação propriamente cristã dos filhos, isto é,
que os chama a participar da mesma autoridade e do mesmo amor de Deus Pai e de
Cristo Pastor, como também do amor materno da Igreja, e os enriquece de sabedoria,
conselho, fortaleza, e de todos os outros dons do Espírito Santo para ajudarem os filhos
no seu crescimento humano e cristão.
Valores essenciais
Os pais devem, com confiança e coragem, formar os filhos para os valores essenciais da
vida humana. Os filhos devem crescer numa justa liberdade diante dos bens materiais,
adotando um estilo de vida simples e austero, convencidos de que a pessoa vale mais
pelo que é do que pelo que tem. Frente aos diversos individualismos e egoísmos, os
filhos devem enriquecer-se não só do sentido da verdadeira justiça que, por si só conduz
ao respeito pela dignidade pessoal de cada um, mas também e, ainda mais, do sentido do
verdadeiro amor, como solicitude sincera e serviço desinteressado para com os outros,
em particular os mais pobres e necessitados.
Diálogo
Por que os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos? Que
sentido tem a responsabilidade da escola, da Igreja e do Estado?
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
"Finalmente, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro,
amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer modo mereça louvor" (Fil 4,8).
Reflexão
A verdade, somente a verdade, vos preparará para um amor, que se possa chamar
"belo". Um amor reduzido à mera satisfação da concupiscência (cfr. 1Jo 2,16), ou a um
"uso recíproco" do homem e da mulher, torna as pessoas escravas das suas fraquezas.
Certos "programas culturais" modernos favorecem essa escravidão; "jogam" com as
fraquezas do homem, tornando-o assim sempre mais débil e indefeso.
Diálogo
Por que é primordial a educação sexual dos filhos? Que valores estão unidos à
sexualidade?
Por que é necessário que os pais estejam presentes nas escolas dos próprios
filhos e controlem os cursos ou palestras sobre educação sexual? Como formar
os filhos, desde pequenos, para a sua futura possível vocação ao matrimônio?
Compromissos
Canto Final
Canto inicial
Oração do Pai Nosso
Leitura Bíblica
Reflexão
Gratuidade e educação na fé
Evangelização na família
A fim de que os pais cristãos possam cumprir dignamente seu ministério educativo, o
Estado e a Igreja têm obrigação de prestar às famílias todos os meios possíveis a fim de
que posssam exercer adequadamente os seus deveres educativos. E por isso é preciso
sublinhar a exigência de uma particular solidariedade entre as famílias, que se pode
exprimir através de diversas formas organizadas, como as associações de famílias para o
bem das famílias. É importante que as famílias procurem construir entre si vínculos de
solidariedade. Isto, para além do mais, consente-lhes de se prestarem uns aos outros um
serviço educativo: os pais são educados através de outros pais, os filhos através dos
filhos. Cria-se assim uma peculiar tradição educadora, cuja força lhe vem do caráter de
"igreja doméstica", que é próprio da família.
Diálogo
Como transmitir aos filhos, desde os primeiros anos, a formação cristã coerente
com o dom do batismo?
Além dos atos de piedade em família, como iniciar os filhos para participarem
de outras atividades de fé: na paróquia, nos grupos e em várias outras
iniciativas?
Compromissos
Canto Final