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HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA

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Olá! Meu nome é Ingrid Lorena Argote Pedraza. Possuo


Mestrado em Ciências em Engenharia Mecânica pela Escola
de Engenharia de São Carlos (Eesc) da Universidade de São
Paulo (USP) na área de Dinâmica de Máquinas e Sistemas.
Tenho Graduação em Engenharia Eletrônica pela Universidad
de los Llanos – Colômbia. Atualmente curso Doutorado em
Engenharia Mecânica pela Eesc-USP. Tenho experiência em
Engenharia Eletrônica, atuando especialmente nas seguintes
áreas: Eletrônica Industrial, Automação Industrial, Instalações
Elétricas Residenciais, Controle Pneumático e Manutenção de
Equipamentos Médicos‎. Participo de grupos de pesquisa na
USP e na Unillanos, em congressos nacionais e internacionais.
Ingrid Lorena Argote Pedraza

HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA

Batatais
Claretiano
2019
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição
na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito
do autor e da Ação Educacional Claretiana.

Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva


Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro

CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL


Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera
• Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins
• Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo •
Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio
Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia
Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires
Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote
Cardoso

INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Hidráulica e Pneumática
Versão: dez./2019
Formato: 15x21 cm
Páginas: 206 páginas
SUMÁRIO

CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 13
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 18
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 18
5. E-REFERÊNCIA................................................................................................... 19

Unidade 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 23
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 23
2.1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DOS SISTEMAS HIDRÁULICOS............... 23
2.2. FLUIDOS HIDRÁULICOS............................................................................ 26
2.3. CÁLCULOS RELACIONADOS A FLUIDOS.................................................. 29
2.4. BOMBAS HIDRÁULICAS........................................................................... 38
2.5. BOMBAS DE ENGRENAGENS................................................................... 46
2.6. BOMBAS DE PALHETAS............................................................................ 53
2.7. BOMBAS DE PISTÕES............................................................................... 57
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 60
3.1. FLUIDOS.................................................................................................... 60
3.2. CÁLCULOS COM FLUIDOS........................................................................ 61
3.3. BOMBAS DE ENGRENAGENS................................................................... 61
3.4. BOMBAS DE PISTÃO E PALHETAS............................................................ 62
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 63
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 64
6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 65
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 65

Unidade 2 – ATUADORES, ACESSÓRIOS E CIRCUITOS HIDRÁULICOS


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 69
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 69
2.1. FILTROS HIDRÁULICOS............................................................................. 69
2.2. VÁLVULAS HIDRÁULICAS......................................................................... 72
2.3. ATUADORES HIDRÁULICOS...................................................................... 98
2.4. ACUMULADORES HIDRÁULICOS............................................................. 113
2.5. CIRCUITOS HIDRÁULICOS........................................................................ 116
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 129
3.1. FILTROS HIDRÁULICOS............................................................................. 130
3.2. VÁLVULAS HIDRÁULICAS......................................................................... 130
3.3. ATUADORES HIDRÁULICOS...................................................................... 131
3.4. CIRCUITOS HIDRÁULICOS........................................................................ 132
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 132
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 136
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 136

Unidade 3 – SISTEMAS PNEUMÁTICOS


1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 139
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 139
2.1. PREPARAÇÃO DE AR COMPRIMIDO........................................................ 139
2.2. COMPRESSORES DE AR............................................................................ 146
2.3. VÁLVULAS PNEUMÁTICAS....................................................................... 153
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 161
3.1. AR COMPRIMIDO..................................................................................... 161
3.2. COMPRESSORES DE AR............................................................................ 162
3.3. VÁLVULAS PNEUMÁTICAS....................................................................... 162
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 163
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 165
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 165

Unidade 4 – ATUADORES E CIRCUITOS PNEUMÁTICOS E


ELETROPNEUMÁTICOS
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 169
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA.............................................................. 169
2.1. ATUADORES PNEUMÁTICOS.................................................................... 169
2.2. CIRCUITOS PNEUMÁTICOS...................................................................... 177
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR................................................................. 199
3.1. CILINDROS PNEUMÁTICOS...................................................................... 199
3.2. MOTORES PNEUMÁTICOS....................................................................... 200
3.3. APLICAÇÕES DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS............................................ 201
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS........................................................................ 202
5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................. 204
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 204
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Conteúdo
Nesta obra, estudaremos sistemas hidráulicos e a utilização de bombas, vál-
vulas de controle de pressão, direção e vazão. Também apresentaremos os
conceitos de atuadores e acumuladores, a fim de indicar suas utilizações rela-
cionadas a fluidos e filtros hidráulicos; tais componentes formam os circuitos
hidráulicos e os sistemas pneumáticos que devem envolver a preparação do
ar comprimido. Por fim, estudaremos os compressores de ar, as válvulas e os
atuadores.

Bibliografia Básica
STRINGER, J. D. Hydraulic systems analysis. London: Macmillan, 1976.
PARKER. Tecnologia hidráulica industrial. Apostila M2001-1BR. São Paulo: Parker
Hannifin Corporation, 2005.
______. Tecnologia pneumática industrial. Apostila M1001-1 BR. São Paulo: Parker
Hannifin Corporation, 2004.

Bibliografia Complementar
KRIVTS, I. L.; KREJNIN, G. V. Pneumatic actuating systems for automatic equipment:
structure and design. Boca Raton: CRC Press, 2016.
PARR, A. Hydraulics and pneumatics: a technician’s and engineer’s guide. Elsevier,
2011.
SANTOS, A. Mecânica dos fluidos. Batatais: Claretiano, 2015.
ZHANG, Q. Basics of hydraulic systems. Boca Raton: CRC Press, 2008.

7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.

8 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

1. INTRODUÇÃO
Na maioria das aplicações industriais, é preciso realizar a
movimentação de partes e peças de um ponto para outro ou
aplicar forças que permitam realizar diferentes tarefas relacio-
nadas à produção. Em muitos locais, essas tarefas são realizadas
por atuadores elétricos, principalmente motores. Movimentos
rotativos e lineares podem ser obtidos utilizando motores elétri-
cos e alguns mecanismos que permitam a conversão da rotação
em movimento linear. No entanto, tecnologias elétricas não são
o único meio de realizar esse tipo de atividade. Dispositivos com
fluidos fechados (gás ou líquido) são amplamente utilizados para
transmitir energia de um local a outro. Essa energia pode ser
transformada em movimentos rotativos e lineares.
Os sistemas que utilizam líquidos para realizar a transmis-
são de energia são conhecidos como sistemas hidráulicos. A pa-
lavra "hidráulico" tem sua origem na mistura de duas palavras
gregas: "Hydra" que se refere a ‘água’ e "Aulos", que significa
‘tubos’. Apesar de a origem da palavra referir-se ao uso de água,
o principal fluido utilizado atualmente para aplicações industriais
é o óleo.
Os conceitos de Hidráulica são utilizados pelos homens
desde a Pré-História – mais especificamente, já no período en-
tre 100 e 200 a.C., quando o homem percebeu o potencial da
energia que era gerada pela correnteza dos rios. Foi quando um
dispositivo conhecido como roda-d’água permitiu converter a
energia do rio em energia mecânica, útil para várias tarefas. O
principal problema ou limitação desse tipo de sistema de roda-
-d’água eram as baixas pressões de água fornecidas pela nature-
za. Com o passar do tempo, foram desenvolvidos sistemas mais

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

eficientes de conversão da energia hidráulica em energia mecâ-


nica de trabalho.
Outro assunto importante no desenvolvimento dos siste-
mas hidráulicos foi a necessidade de criar meios de transmissão
eficientes. A evolução de múltiplos tipos de dispositivos mecâni-
cos se deu paralelamente ao estudo dos sistemas de transmissão
hidráulicos, e o uso de eixos de transmissão, sistemas de engre-
nagens, polias e correntes permitiu inserir o conceito de trans-
missão de energia através de fluidos sob pressão.
Assim, os sistemas hidráulicos de água passaram a ser
sistemas hidráulicos industriais, com a principal mudança sen-
do o fluido utilizado. Com a inserção de partes mecânicas para
realizar a transmissão de energia, foi preciso o uso de óleo para
garantir a integridade dos dispositivos utilizados, considerando
suas qualidades de resistência à corrosão, capacidade de permi-
tir o deslizamento e a lubrificação de partes móveis. E o principal
motivo para descartar a água para esse tipo de aplicação é o fato
de ela ser considerada praticamente incompressível.
O descobrimento da Lei de Pascal deu início ao estudo da
Hidráulica Industrial, também chamada de "Hidráulica do Petró-
leo", a qual é até hoje considerada a base fundamental dos sis-
temas hidráulicos. Posteriormente, foram inseridas as redes de
tubulações, que permitiam o transporte de fluido em alta pres-
são. O uso dessas tubulações levou à invenção de dispositivos
auxiliares que facilitam o transporte do fluido, como válvulas de
controle, acumuladores e vedadores.
O avanço no desenvolvimento de sistemas elétricos fez
com que o estudo e o desenvolvimento dos sistemas hidráuli-
cos perdessem força, diminuindo-se as pesquisas e produções
desse tipo de sistema. Por muito tempo, os sistemas elétricos

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

foram amplamente utilizados para aplicações industriais, pois se


apresentaram como uma solução prática e fácil de implementar.
Muitos avanços ligados à tecnologia elétrica fizeram dela uma
tecnologia dominante no século 19.
Já no início do século 20, surgiu novamente um interes-
se pelo uso de tecnologias hidráulicas para aplicações bélicas.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os desenvolvimentos de
tecnologias hidráulicas ganharam importância e mostraram um
crescimento acelerado. Na atualidade, a maioria das máquinas
utilizadas nas diferentes indústrias adotam tecnologias hidráuli-
cas como meio de transmissão de energia.
A história da utilização do ar comprimido para transporte
de energia teve início há muitos anos, e sua primeira aplicação
foi no uso de instrumentos que geravam sons quando o ar escoa-
va por tubos com furos. O primeiro registro que se tem do uso
de sistemas pneumáticos data de quando o matemático Hero
de Alexandria escreveu sobre suas invenções alimentadas com
vapor e vento. Porém, foi só nos anos 80 do século 20 que o
uso do ar comprimido como meio de transmissão de energia ga-
nhou importância. Alguns dos dispositivos que foram desenvol-
vidos incluem compressores de ar, tubos pneumáticos e brocas
pneumáticas.
Na atualidade, os avanços na produção de componentes
pneumáticos não parecem desacelerar, pois os principais produ-
tores surpreendem a cada dia com dispositivos cada vez mais
eficientes e inovadores.
O intuito desta obra é familiarizar o leitor a respeito dos
conceitos fundamentais de sistemas hidráulicos e pneumáticos.
Na primeira unidade, são apresentados os procedimentos para
preparo e utilização de fluidos hidráulicos, assim como as cara-

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

terísticas e propriedades das bombas hidráulicas utilizadas para


injetar o fluido no circuito.
Na segunda unidade, são estudados os diferentes tipos
de atuadores hidráulicos, suas aplicações e princípios de
funcionamento, bem como os critérios que devem ser utilizados
para a escolha do atuador apropriado para aplicação que se
pretende desenvolver. Além das válvulas, na Unidade 2, são
estudados dispositivos como acumuladores, motores e cilindros,
utilizados para a construção de circuitos hidráulicos. Esses
cilindros nos permitem visualmente entender o funcionamento
dos circuitos hidráulicos, pois são encarregados de transformar a
energia do fluido em movimento linear. No fim dessa unidade, são
apresentados alguns dos símbolos mais utilizados no desenho e
na construção de circuitos hidráulicos, e são apresentados alguns
exemplos de como podem ser projetados, implementados e
analisados os circuitos hidráulicos.
A Unidade 3 apresenta uma breve introdução à tecnologia
pneumática. O primeiro assunto a ser tratado é o preparo do
ar comprimido utilizado nesse tipo de tecnologia. Assim como
as bombas são consideradas o coração dos circuitos elétricos,
na tecnologia pneumática os compressores cumprem esse
papel. Nessa unidade, são apresentados os principiais tipos
e caraterísticas desses compressores. No fim da unidade, são
apresentados os tipos de válvulas utilizadas para aplicações com
ar comprimido. É importante frisar que as características de
funcionamento dos diferentes tipos de válvulas pneumáticas são
similares às típicas da tecnologia hidráulica.
Na Unidade 4, são apresentados os principais atuadores
pneumáticos, cilindros e motores, seus tipos e caraterísticas.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

No fim da unidade, são apresentados os símbolos utilizados nos


circuitos pneumáticos e alguns exemplos de aplicação.

2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Ar atmosférico: tipo de ar composto por diferentes ti-
pos de gases presentes na atmosfera – oxigênio, gases
nobres, nitrogênio e gás carbônico. Esse tipo de ar não
é usado para aplicações pneumáticas devido à quanti-
dade de impurezas e umidade que contém.
2) Ar de escape: ar liberado pelos diferentes componen-
tes pneumáticos na atmosfera. Normalmente o escape
de ar é produzido quando esses dispositivos atingem a
pressão máxima.
3) Atrito: força gerada na superfície de contato entre os
objetos; faz com que eles resistam ao movimento de
deslizamento.
4) Bomba hidráulica: dispositivo encarregado de trans-
formar a potência mecânica em potência hidráulica.
5) Calor: forma de energia que tem a capacidade de au-
mentar a temperatura de uma substância. Normal-
mente o calor é produzido pelo desperdício de ener-
gia. A unidade de medição do calor é o Joule (J).
6) Compressibilidade: propriedade de um fluido definida
como a mudança de volume do fluido quando este é
submetido a mudanças de pressão.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

7) Controladores: dispositivos responsáveis por reali-


mentação, controle e monitoramento de um processo.
8) Densidade: propriedade que define a quantidade de
massa por unidade de volume de um fluido.
9) Êmbolo: parte móvel com formato cilíndrico, comu-
mente metálica, localizada na parte interna de um ci-
lindro (atuador) que realiza um movimento de vaivém.
10) Energia: força capaz de causar o movimento de um
corpo.
11) Energia cinética: considerada energia em movimento.
Gera o movimento dos objetos ao entrar em contato
com eles.
12) Energia potencial: considerada energia acumulada.
Está sempre disponível no sistema para atuar e se con-
verter em energia cinética.
13) Fluido: meio utilizado para realizar transferência de
energia. Normalmente utilizado em sistemas que utili-
zam fluidos pressurizados para realizar trabalho.
14) Fluido sintético: fluido que apresenta resistência ao
fogo, composto geralmente de ésteres de fosfato ou
hidrocarbonetos clorados.
15) Força: pressão exercida sobre um corpo. Considerada
como qualquer influência que permita alterar o movi-
mento de um corpo.
16) Força útil: força em um cilindro medida no estado de
repouso.
17) Índice de viscosidade: a viscosidade de um fluido é um
parâmetro que muda com seu aquecimento ou resfria-
mento. O índice de viscosidade representa a mudança

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

da viscosidade do fluido para diferentes temperaturas


e é comparado a duas viscosidades de referência.
18) Líquido: substância composta de moléculas que, dife-
rentemente dos gases, têm uma estrutura compacta;
isto é, as moléculas são atraídas umas às outras.
19) Lubrificante: substância utilizada para diminuir o atrito
entre duas superfícies.
20) Manômetro: aparelho utilizado para medir diferenças
de pressão.
21) Perda de pressão: diferencial de pressão entre dois
pontos de referência em um dispositivo ou tubulação.
22) Peso específico: relação entre o peso e o volume de
determinado material. As mudanças do peso especí-
fico são determinadas pela variação da altura sobre o
nível do mar ou da distância em relação ao centro da
terra.
23) Pneumática: ramo da Física que se encarrega do estu-
do e das aplicações do ar comprimido.
24) Posição de repouso: posição que uma válvula adota
para iniciar as manobras previstas.
25) Potência: velocidade com a qual é realizado o trabalho
num sistema; isto é, a quantidade de trabalho realiza-
da por unidade de tempo.
26) Pressão: força exercida por unidade de superfície; a
força que um fluido exerce nos sistemas hidráulicos.
27) Pressão atmosférica: força exercida pelos gases pre-
sentes na atmosfera sobre uma superfície; a pressão
atmosférica varia em função da altitude.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

28) Reservatório hidráulico: dispositivo utilizado para


armazenar o fluido que será utilizado no sistema
hidráulico.
29) Resfriador: dispositivo utilizado para evitar o supera-
quecimento dos sistemas hidráulicos. O intuito é man-
ter o fluido à temperatura considerada normal.
30) Resistência: força que impede ou retarda o movimen-
to de um corpo.
31) Silenciador: elemento utilizado para diminuir o som
produzido pela saída de ar comprimido para o exterior.
32) Sistema hidráulico: sistema encarregado de gerar,
controlar e aplicar potência hidráulica para a execução
de uma tarefa específica.
33) Sistema hidrodinâmico: sistema no qual se usam altas
velocidades e pressões baixas, e no qual a energia ci-
nética é utilizada para gerar os movimentos.
34) Sistema hidrostático: sistema no qual a pressão no fun-
do de um recipiente é originada pela altura do fluido.
35) Sistema pneumático: sistema encarregado de gerar,
controlar e aplicar a potência do ar comprimido (pneu-
mática) para a execução de uma tarefa específica.
36) Trabalho: quantidade de movimento de um objeto ao
longo de uma distância determinada.
37) Umidade: concentração de vapor de água presente no
ar.
38) Umidade absoluta: massa de vapor de água presente
em cada unidade de volume.
39) Umidade específica: relação entre a massa de vapor
de água e ar seco contidos no mesmo volume.

16 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

40) Umidade relativa: quantidade de vapor de água con-


tido no ar e que varia com a temperatura. Quando a
umidade relativa atinge 100%, ocorrem precipitações
pelo excesso de vapor de água.
41) Vazão: velocidade com que certo volume de uma subs-
tância é deslocado.
42) Vedação: termo utilizado para denominar qualquer
material ou dispositivo utilizado para impedir o fluxo
de fluido nos sistemas hidráulicos e pneumáticos.
43) Velocidade: grandeza que identifica o deslocamento
de um corpo em uma unidade de tempo. Em Hidráuli-
ca e Pneumática, a velocidade é definida como o fluxo
de fluido por unidade de tempo.
44) Viscosidade: medida da resistência ao fluxo de um flui-
do quando ele desliza sobre um meio; um líquido com
alta viscosidade flui lentamente, e um líquido com bai-
xa viscosidade flui rapidamente.
45) Volume específico: inverso da densidade, isto é, o vo-
lume ocupado por uma unidade de massa.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 17
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE


O esquema a seguir possibilita uma visão geral dos
conceitos mais importantes deste estudo.
Pressão

Potência Vazão

Líquidos Fluidos Ar

Hidráulica Pneumática

Engrenagens

Palhetas Bombas Compressores Filtros


Cilindros

Pistões Resfriadores
Válvulas Atuadores
Motores

Controle de Controle
pressão de fluxo

Controle
Retenção
direcional

Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Hidráulica e Pneumática.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DODDANNAVAR, R.; BARNARD, A. Practical hydraulic systems. Amsterdam: Newnes,
2005.
HIBBELER, R C. Estática: mecânica para Engenharia. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2005.
PARKER. Tecnologia hidráulica industrial. Apostila M2001-1BR. São Paulo: Parker
Hannifin Corporation, 2005.
SANTOS, A. Mecânica dos fluidos. Batatais: Claretiano, 2015.
STRINGER, J. D. Hydraulic systems analysis. London: Macmillan, 1976.

18 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

5. E-REFERÊNCIA
ENGINEERING Dictionary. Disponível em: <http://www.engineering-dictionary.com>.
Acesso em: 17 jul. 2018.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 19
© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1
SISTEMAS HIDRÁULICOS

Objetivos
• Explanar a função principal dos fluidos hidráulicos e aprender sobre suas
propriedades básicas.
• Aprender sobre os tipos de fluidos hidráulicos utilizados em aplicações in-
dustriais e suas caraterísticas.
• Explanar vários termos e definições comumente utilizados para sistemas
hidráulicos.
• Entender a importância do fluxo e da pressão nos sistemas hidráulicos.
• Distinguir os diferentes tipos de bombas hidráulicas e seu princípio de
funcionamento.

Conteúdos
• Conceitos fundamentais dos sistemas hidráulicos.
• Fluidos hidráulicos.
• Cálculos relacionados a fluidos.
• Bombas hidráulicas.
• Bombas de engrenagens.
• Bombas de palhetas.
• Bombas de pistões.

21
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Orientação para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia a orientação a seguir:

1) Não se limite ao conteúdo desta obra; busque outras informações em si-


tes confiáveis e/ou nas referências bibliográficas apresentadas ao final de
cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pes-
soal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual.

22 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

1. INTRODUÇÃO
Os sistemas hidráulicos são amplamente utilizados em
aplicações industriais. Os sistemas hidráulicos, juntamente com
os sistemas pneumáticos, são considerados os músculos da in-
dústria moderna.
O propósito desta unidade é familiarizar o estudante com
conceitos de fluidos hidráulicos, suas caraterísticas, tipos e crité-
rios utilizados para escolher o fluido a ser utilizado em cada tipo
de aplicação. Além disso, será aprofundado o estudo de algumas
caraterísticas, como pressão, vazão e potência dos fluidos, pois
são os parâmetros mais importantes para entender o funciona-
mento das bombas hidráulicas.
Também será definido o princípio de funcionamento de
bombas hidrodinâmicas e hidrostáticas e serão apresentadas al-
gumas aplicações de cada tipo de bomba. Além disso, conhece-
remos os diferentes tipos de bombas hidrodinâmicas e hidrostá-
ticas: centrífuga, de engrenagens, de pistões e de palhetas.

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador.

2.1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DOS SISTEMAS HIDRÁULI�


COS

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 23
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Antes de explorar as partes e caraterísticas de um siste-


ma hidráulico industrial, existem alguns conceitos físicos, direta-
mente relacionados aos fluidos utilizados, que são considerados
importantes para o melhor entendimento da Hidráulica.
O primeiro conceito a ser estudado será o de fluido, que
pode ser definido como qualquer líquido que, para determinada
massa, terá um volume definido sem importar o formato do
recipiente em que está contido. Comparados aos gases, os líquidos
não são facilmente compressíveis, e é por essa caraterística que
o volume não muda o suficiente quando submetido a mudanças
de pressão. As mudanças de volume são tão pequenas que
podem ser desconsideradas para o desenvolvimento da maior
parte de suas aplicações na Engenheira.
Outro tipo de fluido amplamente conhecido são os
gases, os quais, diferentemente dos líquidos, são facilmente
compressíveis – isto é, o volume de determinada massa de gás
aumentará o suficiente para encher o recipiente em que está
contido. Podemos considerar que todos os gases são altamente
influenciados pelas mudanças de pressão, o que faz com que seu
volume aumente ou diminua de acordo com essas mudanças.
Alguns conceitos físicos fundamentais para o estudo
da Hidráulica que serão amplamente utilizados no estudo dos
conteúdos desta obra incluem:
1) massa;
2) volume;
3) densidade;
4) velocidade;
5) aceleração;
6) força;

24 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

7) peso;
8) trabalho;
9) energia;
10) potência;
11) calor;
12) torque.
Esses conceitos são definidos no Glossário incluído nesta
obra.
Os fluidos podem ser classificados em quatro grupos,
dependendo das suas caraterísticas:
1) Fluido ideal: tipo de fluido não compressível e não
viscoso. Não é real, sendo normalmente utilizado para
fins didáticos.
2) Fluido real: qualquer tipo de fluido que possua
viscosidade pode ser considerado um fluido real.
3) Fluido newtoniano: todo tipo de fluido no qual a
tensão de cisalhamento é proporcional ao gradiente
da velocidade.
4) Fluido não newtoniano: fluido no qual a tensão de
cisalhamento não é proporcional ao gradiente de
velocidade.
Como caraterística dos fluidos, há a viscosidade, que
pode ser medida utilizando o SSU – Segundos Saybolt Universal
(ASTM, 2013). Essas medições são obtidas utilizando um viscosí-
metro de Saybolt como o desenvolvido por Moreira et al. (2015).
O nome da unidade é em homenagem ao professor Saybolt, que
fez um experimento como apresentado na Figura 1, que permi-
te determinar o tempo de escoamento de 60 ml de um líquido

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 25
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

que flui através de um orifício universal calibrado sob condições


específicas.

Fonte: Parker (2005).


Figura 1 Experimento realizado pelo professor Saybolt para determinar a viscosidade de
um fluido.

O texto e os vídeos indicados no Tópico 3. 1 tratam dos


conceitos fundamentais relacionados a fluidos. Neste momen-
to, você deve acessar esses materiais para se aprofundar no
tema abordado.

2.2. FLUIDOS HIDRÁULICOS

Quando se trabalha com tecnologias hidráulicas, é impor-


tante conhecer conceitos fundamentais a respeito dos fluidos:
como se comportam, quais são suas propriedades e como po-
dem ser utilizados em aplicações específicas. Um fluido hidráu-

26 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

lico é um componente vital de um sistema hidráulico de uso in-


dustrial, sendo os fluidos à base de petróleo os mais utilizados.
Além de ser um meio de transmissão de energia, o fluido hidráu-
lico é lubrificante, vedador e um meio de transferência de calor
no sistema.
Algumas das caraterísticas que o fluido hidráulico apro-
priado deve possuir para aplicações industriais são:
1) Índice de viscosidade de 90 ou mais: esse índice indi-
ca como a temperatura pode afetar a viscosidade de
um fluido. Quanto maior o índice de viscosidade de um
fluido, menor será a influência da temperatura em sua
viscosidade.
2) Inibidores de oxidação: comumente os fluidos utiliza-
dos para aplicações em sistemas hidráulicos industriais
são óleos derivados do petróleo. Contudo, além do
óleo, são utilizados aditivos que permitem compor um
fluido com caraterísticas apropriadas para ser utilizado
nesse tipo de aplicação. Quando o óleo entra em con-
tato com o oxigênio do ar, ocorre um processo conhe-
cido como oxidação. A ocorrência desse processo faz
com que o fluido perca capacidade de lubrificação e
tenha sua viscosidade aumentada. Existem três fatores
que podem gerar um aumento na oxidação do fluido:
alta temperatura, uso de catalizadores metálicos e au-
mento no fornecimento de oxigênio.
3) Inibidores de corrosão: a função principal dos inibi-
dores de corrosão é proteger as superfícies de metal,
criando um filme que neutraliza o material corrosivo.
4) Antidesgastantes: também chamados de aditivos de
extrema pressão, normalmente são utilizados em apli-

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 27
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

cações em que a temperatura e a pressão do sistema


são consideradas altas.
5) Antiespumantes: utilizados para impedir que haja bo-
lhas de ar no fluido. A aparição desse tipo de bolha
pode gerar falhas na lubrificação do sistema. O anties-
pumante basicamente combina as pequenas bolhas de
ar em bolhas maiores, o que permite que se despren-
dam da superfície do fluido.
6) Resistência ao fogo: como já dito, os fluidos lubrifican-
tes utilizados em sistemas hidráulicos são óleos com
aditivos derivados do petróleo. Isso faz com que esse
tipo de fluido seja altamente inflamável. Para evitar
que os sistemas entrem em combustão na presença de
chamas ou partes quentes, foram desenvolvidos dife-
rentes tipos de fluidos resistentes ao fogo. Entre eles,
há:
• Emulsão de óleo em água: resultado de uma mis-
tura de óleo em certa quantidade de água. Existem
diferentes misturas que variam entre 1% de óleo e
99% de água e 40% de óleo e 60% de água. Nes-
se tipo de fluido, a água é sempre o elemento do-
minante, ou seja, a porcentagem de água sempre
deve ser maior.
• Emulsão de água em óleo: resultado de uma mis-
tura de água com certa quantidade de óleo. Nesses
fluidos, o óleo é o elemento predominante e tam-
bém é conhecido como emulsão invertida. Comu-
mente, a mistura é composta por 40% de água e
60% de óleo. Como a percentagem de óleo presen-
te nesse tipo de fluido é maior, suas caraterísticas

28 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

de lubrificação são melhores do que as emulsões


de óleo em água.
• Fluidos sintéticos: os mais caros dos fluidos resis-
tentes ao fogo. Basicamente, são ésteres de fosfato
ou organofostato (ésteres do ácido fosfórico), hi-
drocarburos clorados (muito utilizados pelas suas
caraterísticas não corrosivas, não inflamáveis e não
explosivos) ou misturas dos dois componentes com
pequenas quantias de petróleo.
• Fluido de água-glicol: solução de glicol (compos-
to químico utilizado como anticongelante) e água.
Normalmente, as partes misturadas são 60% de gli-
col e 40% de água.
• A escolha do fluido depende diretamente das cara-
terísticas do sistema hidráulico a ser utilizado.

2.3. CÁLCULOS RELACIONADOS A FLUIDOS

Agora vamos estudar um pouco as caraterísticas mais


importantes dos fluidos e as expressões matemáticas que as
definem.
A primeira caraterística a ser estudada será a potência. A
unidade mais utilizada para medir essa caraterística dos fluidos
é N*m/s (newtons metro por segundo), a qual é a unidade de
potência no sistema internacional (SI). Isso se traduz na força
exercida – newton (N), distância do movimento (m) e tempo em
segundos (s). A medida da potência está diretamente relacionada
à pressão do fluido e ao seu volume de vazão, como apresentado
na equação a seguir.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 29
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Potência= P × q
Para exemplificar, podemos considerar um sistema que
opera a uma pressão de 200 bar (200*10–5 N/m2) com uma vazão
de 0.25 l/s (0.25*10–3 m3/s), tendo potência de 5 kW ou 5*103
Nm/s.
A unidade de newton-metro é utilizada para determinar
a quantidade de trabalho realizado por um objeto. Então, outra
definição para potência é a quantidade de trabalho realizada por
unidade de tempo. Outra unidade amplamente utilizada para
definir a potência é HP (horsepower), a qual foi determinada
a partir do experimento realizado por James Watt, no qual
eram comparadas a potência produzida pela máquina de vapor
criada por ele e a potência que um cavalo poderia produzir. No
experimento, ele descobriu que um cavalo pode erguer 250 kgf
(quilograma-força) à altura de 30,5 cm em um segundo, o que
equivale a:
Nm
745.7
s
Sendo assim:
Força exercida ( N ) * Distância do movimento ( m )
HP = *745.7
Tempo ( S )

Concluindo, há várias unidades com as quais podemos


expressar a potência de um sistema hidráulico. Elas estão
relacionadas à unidade utilizada para representar cada um dos
parâmetros envolvidos no cálculo da potência. Para resumir
um pouco melhor quais unidades podem ser utilizadas para
representar força, distância, tempo e potência, é feito um resumo
delas e de seus respectivos equivalentes no SI no Quadro 1.

30 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Quadro 1 Unidades de medida para comprimento, força, tempo


e potência.
Unidade Símbolo No SI

Quilômetro* km 1 km → 1000 m

Metro m Sistema Internacional

Centímetro* cm 1 cm → 0.01 m

Comprimento Decímetro* dm 1 dm → 0.1 m

Milímetro* mm 1 mm → 0.001 m

Polegadas** in 1 in → 0.0254 m

Pé** ft 1 ft → 0.3048 m

Newton N Sistema Internacional

Quilograma-
kgf 1 kgf → 9.81 N
Força força**

Libra-força** lbf 1 lbf → 4.45 N

Dinas** dyn dyn → 0.00001 N

Segundo s Sistema Internacional

Nanossegundo* ns 1 ns → 0.000000001 s

Microssegundo* us 1 us → 0.000001 s
Tempo
Milissegundo* ms 1 ms → 0.0001 s

Minuto* min 1 min → 60 s

Hora* h 1 h → 3600 s

Horsepower** HP 1 HP → 745.7 W

Watt W Sistema Internacional


Potência
Unidade térmica
BTU 1 BTU → 1055.056 W
britânica**
* Unidades do sistema internacional que utilizam prefixos.
** Unidades do sistema de medidas imperiais.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 31
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

A segunda caraterística que será estudada é a pressão (P),


que pode ser definida como a força exercida (F) por unidade de
superfície (A), como é apresentado na equação a seguir:
F
P=
A
A unidade de medida utilizada para expressar a pressão no
SI é N 2 , também conhecida como Pascal (Pa).
m
A pressão é um parâmetro importante para o estudo dos
sistemas hidráulicos e representa a resistência ao fluxo de fluido.
Para exemplificar o conceito de pressão, considere a vazão de
uma bomba hidráulica como apresentado na Figura 2. A bomba
hidráulica gera só vazão e não pressão, mas qualquer restrição
na vazão do sistema gerará pressão. Essa restrição à vazão do
fluido normalmente é o resultado da carga induzida pelo atua-
dor presente na bomba. A presença de diferentes componentes,
como tubulações e cotovelos no sistema hidráulico, é conside-
rada como ponto de resistência à vazão e afeta diretamente a
pressão total presente no sistema.

Bomba
hidráulica

Fonte: adaptado de Doddannavar e Barnard (2005, p. 15).


Figura 2 Acúmulo de pressão em um sistema hidráulico.

32 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Assim como a potência, a pressão pode ser expressa em


diferentes unidades, como é apresentado no Quadro 2.

Quadro 2 Unidades de medida para pressão.


Unidade Símbolo No SI
Pascal Pa Sistema Internacional
Libras por polegada quadrada psi 1 psi → 6894.76 Pa
Bares Bar 1 bar → 100000 Pa
Pressão
Atmosferas atm 1 atm → 101325 Pa
Milímetros de mercúrio mmHg 1 mmHg → 133,3 Pa
Torricelli torr 1 torr → 133,3 Pa

A pressão exercida em um ponto qualquer de um fluido


estático é transmitida em todas as direções e permanece invariá-
vel. Além disso, ela exerce a mesma força em áreas iguais. Isso é
explicado pela Lei de Pascal, que pode ser amplamente estudada
em Mecânica de Fluidos.
A última das caraterísticas dos fluidos a ser estudada é a
vazão, que pode ser definida como o volume do fluido que passa
ou escoa pela tubulação em determinado período de tempo.
Pode ser calculada conforme a equação a seguir:
Q = V .A

A unidade do SI utilizada para medir a vazão volumétrica é


3
m
s . A vazão é considerada um dos parâmetros mais importan-
tes para o desenho dos sistemas hidráulicos. Quando se analisa o
conceito de vazão em uma tubulação, notamos que ela se divide
em dois tipos:

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 33
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

• Vazão volumétrica: quantidade de volume de um fluido


que escoa por uma seção de uma tubulação em deter-
minado intervalo de tempo:
Volume
Qvolumétrica =
tempo
• Vazão mássica: quantidade de massa de um fluido que
escoa por uma seção de uma tubulação em determina-
do intervalo de tempo:
Massa
Qmássica =
tempo
Algumas outras unidades utilizadas para medir as vazões
volumétrica e mássica são apresentadas no Quadro 3.
Quadro 3 Unidades de medida para vazão
Unidade Símbolo No SI

Metros cúbicos por segundo m3 s Sistema Internacional

Pés cúbicos por segundo ft 3 s ft 3 s → 0.03 m3 s


Vazão
volumétrica Galões por segundo gal s
Litros por segundo l s
Polegadas cúbicas por segundo in3 s
Libra por hora lb/h 1 lb/h → 0.000126 kg/s
Vazão
Toneladas por hora ton/hora 1 ton/hora → 0.252 kg/s
Mássica
Quilograma por segundo kg/s Sistema Internacional

Existem diferentes tipos de escoamento de fluidos, que


podem ser classificados como segue:

34 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

1) Escoamento permanente: o fluxo de fluido pode ser


considerado permanente ou estacionário se, em qual-
quer ponto analisado, caraterísticas como pressão,
densidade, velocidade, entre outras que descrevem o
comportamento do fluido, não variarem com o tempo.
2) Escoamento não permanente: o fluxo pode ser consi-
derado não permanente quando as caraterísticas que
descrevem o comportamento do fluido são variáveis
no tempo em determinado ponto.
3) Escoamento uniforme: há um fluxo uniforme, quando
a velocidade do fluido, sua magnitude e direção não
mudarem em qualquer ponto do escoamento.
4) Escoamento não uniforme: há um fluxo não uniforme
quando um fluido apresentar mudanças na velocidade
de vazão em diferentes pontos.
5) Escoamento laminar: a principal caraterística desse
tipo de escoamento é o movimento das partículas do
fluido ao longo do meio pelo qual são transportadas.
Essas partículas se movimentam em camadas, garan-
tindo que uma camada do fluido se movimente suave-
mente sobre uma camada adjacente, como apresenta-
do na Figura 3. A viscosidade é uma das propriedades
do fluido que determina o escoamento laminar do
fluido. A velocidade de um fluido que tem um escoa-
mento laminar é menor nas proximidades das paredes
e atinge seu valor máximo no centro, seguindo o perfil
apresentado na Figura 3.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 35
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Escoamento
Laminar
Perfil de
velocidade

Fonte: adaptado de Doddannavar e Barnard (2005, p. 26).


Figura 3 Escoamento laminar.
6) Escoamento turbulento: fluxo em que o movimento
das partículas do fluido se dá em curvas, não em pa-
ralelo, mudando de sentido, o que gera um fluxo de
fluido como o apresentado na Figura 4. Esse movimen-
to turbulento das partículas do fluido é gerado pelas
mudanças de velocidade. Um escoamento turbulento
em um sistema hidráulico gera uma maior resistência
à vazão do fluido e uma alta perda de energia quando
comparado a um escoamento laminar.

Escoamento
Turbulento
Perfil de
velocidade

Fonte: adaptado de Doddannavar e Barnard (2005, p. 27).


Figura 4 Escoamento turbulento.

Em aplicações práticas, o escoamento dos fluidos é


turbulento, salvo algumas exceções. Algumas das cau-
sas de escoamentos turbulentos em sistemas hidráu-
licos são: rugosidades das tubulações, obstruções nas
tubulações, uso de muitas curvas nas tubulações.
7) Escoamento rotacional: um fluido tem escoamento
rotacional se suas partículas se movimentarem em

36 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

volta do seu próprio eixo, isto é, se as partículas forem


submetidas a uma velocidade angular em relação ao
centro de massa como apresentado na Figura 5.

Escoamento
Rotacional

Figura 5 Escoamento rotacional.


8) Escoamento não rotacional: um fluido tem escoamen-
to não rotacional se as partículas do fluido seguirem
um padrão laminar e não tiverem nenhum tipo de ro-
tação, nem mesmo no próprio eixo, como apresentado
na Figura 6.

Escoamento
Não-Rotacional

Figura 6 Escoamento não rotacional.

Vale destacar que as bombas não produzem pressão; elas


só produzem fluxo de fluido (vazão). A resistência a esse fluxo de
fluido em um sistema hidráulico é o parâmetro que determina a
pressão.
Existem outras propriedades e caraterísticas dos fluidos
que são importantes para realizar uma análise detalhada de seus
comportamentos em diferentes condições e meios. Esses con-

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 37
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

teúdos podem ser estudados em Mecânica dos Fluidos e Fenô-


menos de Transporte.
O texto e o vídeo indicados no Tópico 3. 2 tratam de al-
gumas caraterísticas para realizar uma correta análise mate-
mática e compreender melhor o comportamento dos fluidos
nos sistemas hidráulicos. Neste momento, você deve acessar
esses materiais para aprofundar o tema abordado.

2.4. BOMBAS HIDRÁULICAS

As bombas hidráulicas são consideradas o coração dos


sistemas hidráulicos. Sua principal função é fornecer vazão ao
sistema, e seu princípio de funcionamento é converter energia
mecânica (rotacional) em energia hidráulica. Devido à ação me-
cânica na bomba, cria-se um vácuo parcial na entrada, o que per-
mite que a pressão atmosférica force o fluido que está contido
no reservatório para a entrada da bomba. Quando o fluido entra
na bomba, esta se encarrega de passar o fluido para a abertu-
ra de saída e o força sob pressão através do sistema hidráulico
(PARKER, 2005). O princípio de funcionamento de uma bomba
hidráulica é apresentado na Figura 7.

38 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Fonte: adaptado de Doddannavar e Barnard (2005, p. 38).


Figura 7 Ação de bombeamento de uma bomba de pistão simples.
Como apresentado na imagem, as bombas hidráulicas têm
duas válvulas de retenção: a válvula de retenção 1 se encontra
na entrada da bomba e se encarrega de controlar a entrada de
fluido; a válvula de retenção 2 está conectada à linha de saída
da bomba e se encarrega de controlar a saída de fluido para o
sistema hidráulico.
As bombas hidráulicas podem ser classificadas em dois
tipos:
• Hidrodinâmicas ou bomba de deslocamento não
positivo;
• Hidrostáticas ou bomba de deslocamento positivo.

Bombas hidrodinâmicas
A principal caraterística desse tipo de bomba é que a pres-
são produzida é proporcional à velocidade do rotor. O fluido é

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 39
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

transferido utilizando a inércia do fluido em movimento. Esse


tipo de bomba é pouco utilizado na prática para sistemas hi-
dráulicos, pois é incapaz de suportar altas pressões, seu poder
de deslocamento de fluido é reduzido quando aumenta a sua
resistência, e também porque é possível bloquear completamen-
te seu pórtico de saída em pleno regime de funcionamento da
bomba (PARKER, 2005).
Exemplos desse tipo de bomba hidráulica são as centrífu-
gas e as bombas axiais. Na Figura 8, é apresentado o princípio de
funcionamento de uma bomba centrífuga, na qual, utilizando lâ-
minas impulsoras, é gerado um movimento rotacional no fluido
que entra na bomba, o que propicia uma força centrífuga, rea-
lizando a ação de bombeamento que permite a saída do fluido
para o sistema hidráulico.

Fonte: adaptado de Parker (2005, p. 54).


Figura 8 Bomba do tipo centrífuga com impulsor.
As bombas centrífugas são normalmente utilizadas para
o transporte de água em aplicações domésticas e em pequenas
indústrias. Mesmo não sendo muito utilizadas em aplicações hi-

40 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

dráulicas industriais, é importante ressaltar algumas vantagens


das bombas hidrodinâmicas:
• Baixo custo e manutenção mínima.
• Operação simples e alta confiabilidade nas aplicações
de baixa pressão.
• Capacidade de transportar diferentes tipos de fluidos.

Bombas hidrostáticas
Também chamado de bomba de deslocamento positivo,
esse tipo de bomba descarrega uma quantidade fixa de fluido
por revolução do eixo da bomba. A maioria das aplicações indus-
triais hidráulicas utiliza esse tipo de bomba, pois tem como prin-
cipal caraterística sua capacidade de superar as pressões geradas
pelas cargas mecânicas no sistema. Além disso, consegue supe-
rar a resistência ao fluxo devido ao atrito. Com essas caraterísti-
cas, é possível garantir que o fluxo (vazão) de saída do sistema é
independente da pressão, isto é, há um fluxo constante de saída.
Algumas das vantagens das bombas de deslocamento po-
sitivo sobre as bombas de deslocamento não positivo, segundo
Doddannavar e Barnard (2005), são:
• Capacidade de gerar altas pressões.
• Alta eficiência volumétrica.
• Formato pequeno e compacto, com uma alta relação de
potência e peso.
• Alterações relativamente menores na eficiência em to-
das as faixas de pressão.
• Faixa de operação mais ampla, ou seja, capacidade de
operar em uma ampla faixa de pressão e velocidade.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 41
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Nas bombas de deslocamento positivo, se a linha de des-


carga da bomba estiver obstruída parcial ou totalmente, teori-
camente a resistência ao fluxo do fluido vai tender ao infinito,
gerando um rápido aumento da pressão na bomba, o que teria
como consequência a quebra do componente mais fraco no cir-
cuito hidráulico. Para evitar esse tipo de acidente e a quebra dos
componentes, as bombas de deslocamento positivo são forne-
cidas pelos fabricantes com um controle de segurança que evi-
ta o aumento de pressão além de um valor determinado pelo
fabricante.
Existem alguns parâmetros e caraterísticas importantes na
hora de dimensionar a bomba que será utilizada para um sis-
tema hidráulico. As bombas são especificadas por duas carate-
rísticas: a sua capacidade de pressão máxima de operação e o
deslocamento em litros por minuto para determinada rotação
por minuto.
A capacidade de pressão máxima de operação é determi-
nada pelas relações de pressão, as quais são estipuladas pelo
fabricante com base na vida útil que a bomba pode ter. Se uma
bomba for operada a pressões superiores às estipuladas na fo-
lha de informações fornecida pelo fabricante, sua vida útil será
reduzida.
O deslocamento pode ser definido como o volume de flui-
do transportado durante uma rotação do sistema. Nas folhas de
dados fornecidas pelos fabricantes, o deslocamento é comumen-
te expresso em centímetros cúbicos por rotação. E a capacidade
nominal da bomba é expressa em litros por minuto.
Baseado nas informações contidas em Parker (2005), outro
parâmetro importante das bombas hidráulicas é a sua eficiência
volumétrica, a qual é definida como o deslocamento real divi-

42 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

dido pelo deslocamento teórico, e é dada em porcentagem. A


expressão matemática da eficiência volumétrica é apresentada
na equação a seguir:

deslocamento _ real
Eficiência _ Volumétrica = x100
deslocamento _ teórico

Quando se assume que a bomba desloca uma quantidade


de fluido igual ao seu deslocamento para cada ciclo ou revolução,
pode-se chamar esse fenômeno de deslocamento teórico. Já o
deslocamento real é menor que o deslocamento teórico, pois na
prática existem vazamentos internos no sistema hidráulico.
A eficiência volumétrica da bomba está inversamente rela-
cionada à pressão. Para sistemas com alta pressão, as perdas por
vazamento serão maiores, o que leva a uma redução significativa
da eficiência volumétrica da bomba.
A posição da bomba no sistema hidráulico também é mui-
to relevante na hora de dimensionar a bomba. Em aplicações in-
dustriais, a bomba se localiza normalmente na parte superior do
reservatório, na qual se encontra o fluido, como apresentado na
Figura 8. Uma linha de sucção se encarrega de levar o fluido do
reservatório à bomba utilizando a energia aplicada pela atmos-
fera para tal fim.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 43
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Fonte: adaptado de Parker (2005, p. 55).


Figura 8 Localização da bomba em um sistema hidráulico industrial.
Para entender um pouco melhor como a linha de sucção
do sistema funciona, vamos considerar que a bomba não está
em operação. Quando isso ocorre, a linha de sucção se encon-
tra em equilíbrio, porque a diferença de pressão entre a entrada
(pressão atmosférica) e a saída da linha (entrada da bomba) é
zero. Para garantir a entrada de fluido no rotor da bomba, esta
deve gerar uma pressão menor do que a pressão atmosférica,
causando um desbalanceamento no sistema e permitindo que
exista o fluxo do reservatório para a bomba.
A pressão que se aplica ao fluido é utilizada pela bomba
para duas tarefas. A primeira delas é fornecer o líquido à entrada
da bomba e a segunda é acelerar o líquido e encher o rotor da
bomba, como apresentado na Figura 9.

44 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Fonte: Parker (2005, p. 56).


Figura 9 Uso da pressão atmosférica aplicado ao fluido.
A linha de sucção pode apresentar alguns problemas quan-
do o fluido começa a evaporar a baixas pressões dentro dela.
Esse fenômeno é conhecido como cavitação, quando ocorre in-
terferência na lubrificação da linha e destruição na superfície dos
metais. Se a cavitação não for prevenida e continuar acontecen-
do por um longo período de tempo, a vida útil da bomba será se-
veramente afetada e os cavacos gerados nela podem se deslocar
e prejudicar outros componentes do sistema hidráulico.
Um dos indicadores de que está ocorrendo cavitação em
alguma parte do sistema hidráulico é o ruído, gerado pelas vibra-
ções comuns quando existe colapso simultâneo das cavidades.
Outro indicador de cavitação no sistema é a perda de vazão. A
causa da formação de cavitação no sistema é a evaporação do
fluido, mas isso não é gerado pelo aumento de temperatura no
sistema, e sim porque o fluido alcança uma pressão atmosférica
muito baixa. Essa irregularidade na pressão do fluido pode ser
gerada, segundo Parker (2005), pelos seguintes fatores:
1) Dimensionamento incorreto da tubulação de sucção.
2) Filtro ou linha de sucção obstruídos.
3) Reservatórios despressurizados.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 45
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

4) Filtro de ar obstruído ou com dimensionamento


incorreto.
5) Óleo hidráulico de baixa qualidade.
6) Procedimentos incorretos na partida a frio.
7) Óleo de alta viscosidade.
8) Excessiva rotação da bomba.
9) Conexão de entrada da bomba muito alta em relação
ao nível de óleo no reservatório.
A cavitação é extremamente prejudicial a todos os com-
ponentes do sistema hidráulico, especialmente para a bomba;
por isso, os fabricantes especificam certas limitações para o bom
funcionamento das bombas. Comumente os fabricantes pedem
para que, em bombas de tipo hidrostático, a pressão na entrada
da bomba seja menor do que a pressão atmosférica.

2.5. BOMBAS DE ENGRENAGENS

Esse tipo de bomba utiliza o princípio de duas engrenagens


conectadas para gerar a ação de bombeamento. Uma das engre-
nagens está ligada a um eixo, que, por sua vez, está ligado a um
elemento acionador. Esse tipo de bomba é considerado de baixo
custo e possui a vantagem de ter poucas partes móveis. Além
disso, é compacto, leve, eficiente para operar a altas pressões,
resistente aos efeitos da cavitação, pode ser utilizado com diver-
sos tipos de fluidos e pode ser utilizado em aplicações a baixas
temperaturas.
As bombas de engrenagens podem ser divididas em quatro
tipos:
1) bomba de engrenagem externa;

46 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

2) bomba de engrenagem interna;


3) bomba de lóbulo;
4) bomba tipo gerotor.
Vejamos cada uma em detalhe.

Bomba de engrenagem externa


A bomba de engrenagem externa é chamada assim por
conta do fato de ambas as engrenagens da bomba terem dentes
na parte externa da sua circunferência (normalmente o tama-
nho das duas engrenagens é igual). O princípio de funcionamen-
to desse tipo de bomba é o apresentado na Figura 10: o fluido
entra na bomba e é transportado pelos dentes das engrenagens,
porque se cria um vácuo na entrada da bomba quando os den-
tes das engrenagens se desengrenam, fazendo com que o fluido
seja sugado do reservatório. Esse fluido é transportado através
da carcaça em câmaras formadas entre os dentes, a carcaça e as
placas laterais da bomba. Na saída da bomba, as engrenagens se
engrenam novamente, o que força o fluido a sair para o sistema
hidráulico pela linha de saída.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 47
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Fonte: Parker (2005, p. 61).


Figura 10 Princípio de funcionamento de uma bomba de engrenagens externas.
A quantidade de fluido deslocado nesse tipo de bomba de-
pende diretamente da quantidade de dentes na engrenagem, do
volume de fluido entre cada par de dentes e da velocidade de ro-
tação da engrenagem motriz. As principais limitações desse tipo
de bomba são a quantidade de vazamentos que podem aconte-
cer devido à sua estrutura e a capacidade que a bomba tem de
suportar a diferença de pressão entre a câmera de entrada e a
de saída.
Para realizar uma análise teórica da vazão nesse tipo de
bomba, pode ser utilizada a equação a seguir:

Qr = Vd N
Pela geometria da engrenagem, o deslocamento volumé-
trico Vd pode ser calculado utilizando-se a equação a seguir:

48 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

π
Vd
=
4
(D
2
o − Di2 ) L

Nessa equação, tem-se:


1) Do = diâmetro externo dos dentes da engrenagem.
1) Di = diâmetro interno dos dentes da engrenagem.
2) L = largura dos dentes da engrenagem.
3) Vd = volume deslocado pela bomba.
4) N = velocidade da bomba.
5) Qr = vazão teórica.
Como já foi dito anteriormente, a vazão real pode ser
menor que a vazão teórica, por conta das perdas causadas pelos
vazamentos internos na bomba.

Bomba de engrenagem interna


Esse tipo de bomba também utiliza duas engrenagens para
gerar a ação de bombeamento. Diferentemente das bombas de
engrenagem externa, nessa bomba uma das engrenagens tem
dentes na parte externa da circunferência e ela se encaixa na
circunferência interna de outra engrenagem maior, como apre-
sentado na Figura 11.
Quando se aplica uma potência em qualquer uma das en-
grenagens da bomba, o movimento gera zonas pressão mais bai-
xas que a pressão atmosférica, o que força o fluido para dentro
da bomba. Parte do fluido é conduzida entre os dentes da en-
grenagem interna e a outra parte é conduzida entre os dentes

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 49
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

da engrenagem externa ou rotor. A meia-lua na bomba funciona


como sistema de vedação, o que impede o fluido de retornar à
entrada da bomba. Quando os dentes das duas engrenagens se
encaixam, o fluido é forçado para fora da bomba.

Figura 11 Princípio de funcionamento de uma bomba de engrenagem interna.

Bomba de lóbulo
As bombas de lóbulo são uma variação das bombas de
engrenagens tradicionais. O princípio de funcionamento desse
tipo de bomba é bastante semelhante ao de uma bomba de
engrenagem externa; a principal diferença é que, nesse tipo de
bomba, as engrenagens são substituídas por lóbulos. Esse tipo
de bomba é apresentado na Figura 12. A principal vantagem
desse tipo de bomba é que o bombeamento é suave, com fluxo
linear e não pulsado.

50 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Figura 12 Princípio de funcionamento de uma bomba de lóbulo.


O deslocamento volumétrico desse tipo de bomba é geral-
mente maior do que o das outras bombas. Mesmo sendo clas-
sificadas como bombas de baixa pressão, elas são amplamen-
te utilizadas em aplicações que envolvem fluidos sensíveis ao
cisalhamento.

Bomba tipo gerotor


Esse tipo de bomba é considerado uma das bombas de en-
grenagem interna mais utilizadas nos sistemas hidráulicos indus-
triais. Possui uma engrenagem interna motora e uma engrena-
gem movida externa. Uma caraterística das engrenagens desse
tipo de bomba é que a engrenagem interna possui um dente a
menos que a engrenagem externa, como apresentado na Figura
13. O elemento acionado está ligado à engrenagem interna, a
qual transmite o movimento para a engrenagem externa.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 51
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Fonte: adaptado de Doddannavar e Barnard (2005, p. 50).


Figura 14 Bomba do tipo gerotor.
O volume que sai desse tipo de bomba está definido como
a relação entre o volume de fluido que cada engrenagem deslo-
ca multiplicado pelo número de rotações por minuto (rpm) do
sistema.
É importante destacar que o volume que sai das bombas
de engrenagem pode ser alterado pela substituição das engre-
nagens originais por engrenagens de dimensões diferentes, ou
pela variação da rpm. As bombas de engrenagens, de variedade
interna ou externa, não podem ser submetidas à variação no vo-
lume deslocado enquanto estão operando.
Os vídeos indicados no Tópico 3. 3 tratam de alguns de-
talhes de funcionamento das bombas de engrenagem. Neste
momento, você deve assistir a esses vídeos para aprofundar o
tema abordado.

52 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

2.6. BOMBAS DE PALHETAS

As bombas de palhetas são constituídas por rotor, palhe-


tas, anel e placa com aberturas de entrada e saída, como apre-
sentado na Figura 14, o que garante uma minimização da quan-
tidade de vazamentos internos, se comparadas às bombas de
engrenagens.
Para gerar a ação de bombeamento nesse tipo bomba, as
palhetas deslizam durante o movimento de rotação do rotor e
entram em contato com um anel excêntrico, devido ao efeito da
força centrífuga. Esse contato entre as palhetas e o anel propor-
ciona um tipo de vedação hidráulica na bomba, o que impede o
fluido de voltar à entrada. O movimento rotacional das palhetas
permite que o fluido seja transportado da entrada até a saída,
pois, ao posicionar o rotor fora do centro do anel e fazê-lo girar,
um volume crescente e decrescente é formado dentro do anel.

Fonte: Fialho (2004, p. 68).


Figura 14 Bomba de palhetas.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 53
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

A capacidade desse tipo de bomba é determinada pela


velocidade de rotação, pela seção transversa da palheta e pela
capacidade de carregamento da palheta.
As bombas de palhetas podem ser classificadas como:
• Bombas de palhetas balanceadas.
• Bombas de palhetas com deslocamento variável.

Bombas balanceadas
Em bombas desbalanceadas, metade da bomba experi-
menta pressões menores que a pressão atmosférica, enquanto
a outra metade é submetida à pressão total do sistema. Essa di-
ferença das pressões de entrada e saída gera cargas muito altas
nas palhetas da bomba, que são transmitidas diretamente ao ro-
tor, o que pode gerar falhas no sistema.
A função de uma bomba balanceada é a mesma da de
bombas desbalanceadas; a diferença está na estrutura da bom-
ba: para estar balanceada, é preciso que o anel excêntrico te-
nha um formato elíptico e que haja duas entradas e duas saídas
conectadas na carcaça, como apresentado na Figura 15. Essas
entradas e saídas são utilizada para cancelar possíveis cargas la-
terais no eixo.

54 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Fonte: Parker (2005, p. 64).


Figura 15 Bomba de palhetas balanceada.

Bombas de deslocamento variável


As bombas de palhetas descritas até agora deslocam o
mesmo volume de fluido para cada revolução, mas, em termos
práticos, em muitos casos é preciso ter um volume de fluido
variável no sistema. Trocar a velocidade do elemento acionado
pode ser uma solução para isso, mas também não é algo prático.
A melhor forma para ter volume variável na bomba é modifican-
do seu deslocamento.
A quantia de fluido deslocada por uma bomba de palhetas
é determinada pela largura das palhetas e pela distância máxi-
ma e mínima de extensão das palhetas. Para conseguir realizar
mudanças na largura das palhetas, a bomba precisaria ser des-
ligada, o que torna pouco efetivo realizar mudanças da largura
das palhetas. A única mudança que pode ser realizada enquanto
a bomba está em operação é nas distâncias máxima e mínima
pelas quais as paletas se estendem.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 55
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Uma bomba de deslocamento variável que permite reali-


zar essa mudança é a apresentada na Figura 16. Ela é constituída
basicamente por palhetas, anel circular, rotor, mancal axial (que
serve de guia para o anel) e um compensador de pressão (cha-
mado de “regulagem por parafuso” na imagem), o qual se encar-
rega de mudar a posição do anel em relação ao rotor.

Fonte: Parker (2005, p. 67).


Figura 16 Bomba de palhetas de deslocamento variável.
Já na Figura 17, é apresentado um exemplo do efeito na
pressão interna da bomba quando é realizado um deslocamento
que reposiciona o anel em relação ao rotor. É possível enxergar
como a distância de extensão das palhetas muda em relação à
configuração apresentada na Figura 16. Na configuração apre-
sentada na figura, o anel está centrado no rotor, o que faz com
que o deslocamento de volume na bomba seja nulo.

56 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

Fonte: Parker (2005, p. 67).


Figura 17 Bomba de palhetas de deslocamento variável após realizar uma mudança na
posição do anel.

2.7. BOMBAS DE PISTÕES

Esse tipo de bomba utiliza o movimento de extensão e re-


tração de pistões de um cilindro para realizar a ação de bom-
beamento. Quando o pistão se retrai no cilindro, absorve fluido
e, quando se estende, descarrega. Esse tipo de bomba converte
o movimento rotativo do elemento de acionamento na entrada
em um movimento axial realizado pelo pistão.

Bombas de pistões radiais


Nesse tipo de bomba, os pistões estão posicionados de for-
ma radial no bloco de cilindro da bomba. A estrutura e o modo
de operação de uma bomba radial são apresentados na Figura
18.
Para gerar a ação de bombeamento nesse tipo de bomba,
é necessário fazer com que o anel de reação seja movido
excentricamente em relação ao eixo. Enquanto os cilindros giram,

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 57
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

os êmbolos saem dos pistões, o que atrai o fluido que estava no


rotor da bomba. Quando os êmbolos entram no pistão, o fluido
é descarregado para dentro da câmara de descarga, localizada
dentro do eixo do tambor. Na bomba apresentada na Figura
18, existem duas entradas e duas saídas localizadas no eixo do
tambor.

Fonte: Parker (2005, p. 74).


Figura 18 Bomba de pistões radiais.

Bombas de pistões axiais


Os componentes desse tipo de bomba são basicamente
um tambor de cilindro adaptado com um pistão, uma placa de
deslizamento e o sapato do pistão. A ação de bombeamento é
realizada quando o tambor de cilindro gira e o sapato do pistão
gira e segue a superfície da placa de deslizamento (a qual não
gira).
A placa de deslizamento serve como suporte e define a tra-
jetória do movimento realizado pelo sapato do pistão, o que gera

58 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

um movimento de vaivém axial do pistão em relação ao tambor


do cilindro, como pode ser observado na Figura 19.

Fonte: Parker (2005, p. 67).


Figura 19 Funcionamento de uma bomba de pistão axial.
Em uma das metades do ciclo de rotação, o pistão sai do
bloco do cilindro e gera o que chamamos de volume crescente.
Na outra metade, o pistão entra no bloco do cilindro, gerando
um volume decrescente (PARKER, 2005).
Os vídeos indicados no Tópico 3. 4 tratam de caraterís-
ticas de funcionamento e alguns outros tipos de bombas de
palhetas e pistão. Neste momento, você deve assistir a esses
vídeos para aprofundar o tema abordado.
Vídeo complementar ..................................................................

Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.


• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula,
localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso
(Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar).
Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos.

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UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione:
Hidráulica e Pneumática – Vídeos Complementares – Complementar 1.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador é condição necessária e in-
dispensável para você compreender integralmente os conteúdos
apresentados nesta unidade.

3.1. FLUIDOS

A fim de relembrar e complementar os conceitos acerca


das propriedades físicas dos fluidos, leia a seguinte obra:
• SANTOS, A. Mecânica dos fluidos. Batatais: Claretiano,
2015. p. 25-49. Disponível na Biblioteca Digital do Clare-
tiano – Centro Universitário.
A tensão de cisalhamento é outro parâmetro importante
no comportamento dos fluidos e muito relevante na análise
dos sistemas hidráulicos. Para conhecer mais sobre o assunto,
acesse:
• TAYLOR, J. Mecânica dos fluidos – Aula 02 – Tensão
de Cisalhamento – Propriedades dos Fluidos.
2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=vWyOgzhGm9Q>. Acesso em: 2 jul. 2018.
Outra propriedade dos fluidos importante de se estudar
é a viscosidade. Ela é um dos parâmetros mais importantes na
hora de escolher o tipo de fluido a ser utilizado em determinada
aplicação. Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema,
acesse:

60 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

• CAMARGO, M. O que é viscosidade, viscosidade dinâ-


mica e viscosidade cinemática? 2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=YHqI5PKmG-A>.
Acesso em: 2 jul. 2018.

3.2. CÁLCULOS COM FLUIDOS

A fim de exemplificar o cálculo da vazão de um fluido em


um sistema, assista ao vídeo indicado a seguir:
• VICENTE, P. Hidrodinâmica – vazão e equação da con-
tinuidade. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=88Aoa9aqhgg>. Acesso em: 2 jul. 2018.
Para entender melhor qual é a importância do cálculo da
vazão e quais podem ser as consequências para a indústria quan-
do o cálculo dessa grandeza for errado, leia o seguinte artigo:
• TECHNOFLOW. Qual a importância de fazer o cálculo
de vazão corretamente? 2017. Disponível em: <http://
technoflow.com.br/blog/importancia-do-calculo-de-
-vazao/>. Acesso em: 2 jul. 2018.

3.3. BOMBAS DE ENGRENAGENS

As bombas de engrenagens são amplamente utilizadas em


sistemas hidráulicos industriais. Esse tipo de bomba tem algumas
características que devem ser consideradas na hora de dimensio-
nar a bomba que vai ser utilizada para uma aplicação específica.
Além disso, é importante conhecer quais são as possíveis falhas
que esse tipo de bomba pode apresentar. Para entender um pou-
co melhor essas caraterísticas e possíveis falhas, assista ao vídeo
indicado:

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 61
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

• NEVES, R. F. Vídeo 03 – Bombas de engrenagens externas


– Funcionamento. 2017. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=xy-DpCmxebQ>. Acesso em: 2
jul. 2018.
A fim de exemplificar e ilustrar dinamicamente os detalhes
de funcionamento de uma bomba de engrenagem externa, as-
sista ao vídeo indicado:
• NEVES, R. F. Vídeo 04 – Bombas de Engrenagens –
Características e modos de falha. 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=eJMOAO-AkYA>.
Acesso em: 2 jul. 2018.

3.4. BOMBAS DE PISTÃO E PALHETAS

Com o intuito de exemplificar o funcionamento e caraterís-


ticas de uma bomba de pistões axiais, assista ao vídeo indicado:
• NEVES, R. F. Vídeo 05 – Bombas variáveis de pistões axiais
– Funcionamento e características. 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=n-9cyxPD4nA>.
Acesso em: 2 jul. 2018.
Com o intuito de exemplificar o funcionamento de uma
bomba de palhetas de curso simples e de uma bomba de palhe-
tas de pressão variável, assista aos vídeos indicados:
• SENAI – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM
INDUSTRIAL. Bomba de palhetas – Curso simples.
Rotor excêntrico. 2009. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=XNac5EX5zW0>. Acesso em: 2
jul. 2018.

62 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

• ______. Bomba de palhetas – Pressão variável.


2009. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=n7fK-5AXO_k>. Acesso em: 2 jul. 2018.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
2
1) Suponha uma bomba a 70 kgf cm , que deve deslocar teoricamente 40
litros de fluido por minuto, mas desloca apenas 36 litros por minuto. Qual
é a eficiência volumétrica da bomba?
a) 85%.
b) 75%.
c) 90%.
d) 95%.

2) Pode ser definida como a quantidade de volume de um fluido que escoa


por uma seção de uma tubulação em determinado intervalo de tempo.
Estamos falando da:
a) pressão.
b) potência.
c) vazão volumétrica.
d) vazão mássica.

3) As bombas hidráulicas são utilizadas para gerar:


a) pressão de fluido.
b) potência de fluido.
c) força centrífuga.
d) vazão de fluido.

© HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA 63
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

4) As bombas de engrenagem são divididas em quatro tipos:


a) engrenagem interna, externa, lóbulos e gerotor.
b) engrenagem interna, externa, gerotor e palhetas.
c) pistões, engrenagem interna, gerotor, balanceadas.
d) engrenagem interna axial, engrenagem externa radial, palhetas e
gerotor.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) c.

2) c.

3) kgf cm 2 d.
4) a.

5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade apresentou conceitos, parâmetros, caraterís-
ticas e propriedades fundamentais para o bom entendimento do
comportamento dos fluidos hidráulicos. Mesmo havendo várias
caraterísticas físicas que estão diretamente relacionadas ao es-
coamento dos fluidos, o foco desta unidade foi apenas em pres-
são, potência e vazão – conceitos fundamentais para entender o
funcionamento das bombas hidráulicas, as quais são considera-
das o coração dos sistemas hidráulicos, pois são as encarregadas
do transporte do fluido do reservatório até todos os componen-
tes do sistema hidráulico.
O tema estudado é extremamente amplo e por isso é
fundamental complementar seus estudos consultando as Refe-

64 © HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA
UNIDADE 1 – SISTEMAS HIDRÁULICOS

rências Bibliográficas e o Conteúdo Digital Integrador. Para dar


continuidade ao assunto, na próxima unidade serão estudados
outros componentes dos sistemas hidráulicos e serão apresenta-
dos alguns exemplos de circuitos hidráulicos.

6. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
Figura 11 Princípio de funcionamento de uma bomba de engrenagem interna.
Disponível em: <http://www.rzrbombas.com.br/wp-content/uploads/2014/10/
Bombadeengrenagem.gif>. Acesso em: 29 jun. 2018.
Figura 12 Princípio de funcionamento de uma bomba de lóbulo. Disponível em:
<http://2.bp.blogspot.com/-7HpWUDgl5MU/T7t4QBuqTYI/AAAAAAAABjU/
uL6kQRNTMSE/s1600/Bomba+hidr%C3%A1ulica+de+lobulos.jpg>. Acesso em: 29 jun.
2018.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASTM D2422-97(2013), Standard Classification of Industrial Fluid Lubricants by
Viscosity System, ASTM International, West Conshohocken, PA, 2013.
DODDANNAVAR, R.; BARNARD, A. Practical hydraulic systems. Amsterdam: Newnes,
2005.
FIALHO, Arivelto Bustamante. Automação hidráulica: projetos, dimensionamento e
análise de circuitos. São Paulo: Editora Érica, 2004.
MOREIRA, Alex Ferreira et al. Desenvolvimento de um viscosímetro Saybolt Furol em
temperaturas variadas, utilizando o conceito da ABP na disciplina de instrumentação
eletrônica. In: XLIII Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (Cobenge).
PARKER. Tecnologia hidráulica industrial. Apostila M2001-1BR. São Paulo: Parker
Hannifin Corporation, 2005.
SANTOS, A. Mecânica dos fluidos. Batatais: Claretiano, 2015.
STRINGER, J. D. Hydraulic systems analysis. London: Macmillan, 1976.

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