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Conceitos
prévios
História
• História: “o que é História?” - não existe uma
resposta fechada ou simples.
• Todo historiador e professor de história deve
refletir constantemente sobre essa questão.
• Ofício.
• Como a história se relaciona com o patrimônio?
História
• “A história da proteção e da transmissão do patrimônio - atinente às leis, a suas modalidades de
aplicação e aos critérios das intervenções - tem sido empreendida, frequentemente, no âmbito
de tarefas profissionais e por ocasião de aniversários e de retrospectivas. Essa história-
memória do patrimônio nacional, constituída progressivamente no decorrer dos últimos dois
séculos, limita-se comumente ao elogio de seus arautos mais notáveis, bons servidores e
grandes estadistas; servindo-se da fração, ela enaltece o labor da ciência e os avanços da
instrução pública. O historiador torna-se, então, expert em matéria de normas patrimoniais;
neste caso, a tomada de consciência, de modo progressivo, em relação à herança passa por um
imperativo moral universalmente compartilhado. Outra história do patrimônio, porém, pode
acompanhar o combate militante travado por associações ou movimentos envolvidos com a
conservação. Oriunda de um compromisso contra o vandalismo, ela é então, muitas vezes,
prisioneira das polêmicas próprias ao gênero, denunciando, naturalmente, as lacunas do
patrimônio oficial e suas eventuais falências, bem longe de celebrar a memória das instituições.
Essas duas historiografias, constituídas simetricamente, elaboram a posteriori uma
coerência ilusória - ao reunirem, sobre o termo "patrimônio" elementos que outrora não lhe diziam
respeito; por conseguinte, esboçam uma continuidade de doutrina e perdem-se, mais ou menos na
ilusão teleológica [relação entre um acontecimento e suas causas finais]” (POULOT, 2009, p. 10-
11).
História
• Historiador como profissional em relação ao
patrimônio.
• Patrimônio de ideia elitista a abarcar
manifestações que antes não eram consideradas.
História
• “a história do patrimônio não designa verdadeiramente um conteúdo de
pesquisas específicas, nem alega uma instância explicativa particular
para pensar a articulação entre cultural, social e político. Logo em
seguida, o campo da história do patrimônio se fragmentou em outros
tantos objetos de diferentes investigações, desde os museus até os
monumentos, passando pelo novo patrimônio imaterial. Esse rápido
desenvolvimento foi acompanhado por uma profusão semântica que,
finalmente, tornou bastante incerta, ao longo do tempo, a unidade de
semelhantes estudos.
Tal como é praticada há uma geração, com êxito incontestável, a
história do patrimônio é amplamente a história da maneira como uma
sociedade constrói seu patrimônio” (POULOT, 2009, p. 12).
Historiografia
• Reflexão sobre a produção e a escrita da História.
• “mais do que a descrição da sucessão das escolas históricas, é uma forma de
analisar os mecanismos que envolvem a produção do discurso dos
historiadores, percebendo esses discursos em relação ao tempo e à sociedade
em que cada historiador está inserido” (SILVA; SILVA, 2009, p. 190).
• Documentação básica da historiografia são os livros de História.
• Historiografia ocidental: importância da historiografia francesa.
• Historiografia brasileira e seu contexto.
História oral
• “O século XX viu florescer um período de grandes e rápidas mudanças mundiais. O
desenvolvimento da tecnologia transformou a História, acelerando os eventos. Da
mesma forma, a tecnologia modificou a própria produção historiográfica, trazendo à
cena o gravador como instrumento e produzindo a História Oral, uma metodologia
histórica que trabalha com depoimentos orais, realizando entrevistas a partir das
quais o historiador constrói suas análises (...).
Apesar do tratamento isolado que muitas vezes recebe, a História Oral não é
uma disciplina autônoma, constituindo-se em um conjunto de técnicas, um método,
para a pesquisa histórica e o tratamento documental. E como conjunto de técnicas,
ela pode ser adotada por diferentes abordagens históricas. Pelo seu interesse no
resgate da memória de grupos à margem da História escrita, por exemplo, tem
grandes afinidades com a História Social. No Brasil, importantes trabalhos de História
Oral foram construídos em torno de temáticas como cultura popular e crianças de rua,
seringueiros, pescadores e sem-tetos. Também o registro da memória de grupos
intermediários da elite constitui campo relevante, como os registros de memórias
militares, realizados pela Fundação Getúlio Vargas” (SILVA; SILVA, 2009, p. 186-187).
Memória
• “Segundo Jacques Le Goff, a memória é a propriedade de conservar certas
informações, propriedade que se refere a um conjunto de funções psíquicas que
permite ao indivíduo atualizar impressões ou informações passadas, ou
reinterpretadas como passadas. O estudo da memória passa da Psicologia à
Neurofisiologia, com cada aspecto seu interessando a uma ciência diferente,
sendo a memória social um dos meios fundamentais para se abordar os
problemas do tempo e da História.
A memória está nos próprios alicerces da História, confundindo-se com o
documento, com o monumento e com a oralidade. Mas só muito recentemente se
tornou objeto de reflexão da historiografia. Só no fim da década de 1970 que os
historiadores da Nova História começaram a trabalhar com a memória” (SILVA;
SILVA, 2009, p. 275).
- Campo de trabalho da história oral.
Tradição
• “tradição possui muitos significados: pode estar atrelada ao conservadorismo e
ao resgate de períodos passados considerados gloriosos; pode ser inventada
para legitimar novas práticas apresentadas como antigas. Muitas vezes é
pensada como imóvel, mas hoje cada vez mais estudiosos percebem suas
ligações com as mudanças. Está ligada ao folclore, à cultura popular e à
formação de identidades. Assim, é um tema muito prolífico, que dá margem a
discussões variadas” (SILVA; SILVA, 2009, p. 408).
• Tradição X modernidade (sociedades tradicionais e sociedades industriais).
• Forma de dominação: legitima valores, comportamentos.
• Para Hobsbawm: “uma das características das tradições inventadas é que elas
estabelecem uma continuidade artificial com o passado” (SILVA; SILVA, 2009, p.
406).
O que é cultura?
• Conhecimento; • Práticas/rituais;
• Tradição; • Crenças;
• Memória (coletiva / individual); • Educação;
• Valores;
• Comunicação;
• Costumes;
• Manifestações artísticas;
• Religiões;
• História;
• Objetos;
• Alimentação;
• Relações;
• Vestuário.
O que é cultura?
“Ser natural” significa “agir de acordo com o que lhe foi transmitido”
(CUCHE, 2002, p. 11).
• Questões:
• Existe uma cultura melhor do que outra? Superior ou
inferior?
• Como foi mudando historicamente a ideia de cultura?
• O que é cultura erudita e cultura popular?
• Como essas denominações foram criadas?
• Quais as relações dessa divisão com as questões sociais e
históricas?
• Como as estruturas dominantes se apropriam da cultura
popular?
Cultura de massa e indústria cultural
• Comportamento;
• Estilos de vida;
• Modos de organização:
vida cotidiana, arrumar a
casa, vestir-se, maneiras
de falar e de escrever, de
sonhar, de sofrer, de
pensar, de lutar, de amar.
• Padronização e controle.
• Gerar necessidades e
expectativas.
Cultura de massa e indústria cultural
• “A própria indústria cultural não e imune às contradições da vida social,
a começar do fato de que nela mesma os conflitos entre proprietários e
empregados são comuns. Do mesmo modo, o controle sobre as
mensagens transmitidas, ainda que muito forte, não é absoluto. Há
também que considerar que as populações a que esses meios de
comunicação se dirigem estão expostas a dificuldades sociais
concretas e às tensões da vida cotidiana. É certo que os meios de
comunicação também trabalham sobre essas esferas e procuram dar-
lhes explicações e soluções. Mas por mais homogêneo que fosse seu
conteúdo, não parece que sejam capazes de produzir uma massificação
tão eficaz a ponto de substituir totalmente a percepção que seus
consumidores têm de suas relações sociais e de suas vidas” (SANTOS,
2012, p. 69-70).
Cultura de massa e indústria cultural
- Resistência.
- Apropriação.
- Moda.
- Target (público-alvo) – consumidor potencial -
$$$$$.
- A cultura não está sintetizada no que dizem os
meios de comunicação (SANTOS, 2012, p. 71).
Atividades obrigatórias (p/ 26/08)
• Leitura textos em anexo (Dicionário de conceitos
históricos).
• Ver o filme: NÓS que aqui estamos, por vós
esperamos. Direção de Marcelo Masagão. Rio de
Janeiro: Riofilme, 1999. 1 DVD (73 min.).
• https://www.youtube.com/watch?v=QaNQR5wU46w
Atividades obrigatórias (p/ 26/08)
• CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. 2ª ed. Bauru: EDUSC, 2002.
• NÓS que aqui estamos, por vós esperamos. Direção de Marcelo Masagão. Rio de Janeiro: Riofilme, 1999. 1 DVD (73 min.).
• NÓS que Aqui Estamos por Vós Esperamos. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú
Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra70116/nos-que-aqui-estamos-por-vos-esperamos>.
Acesso em: 26 de Ago. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.
• POULOT, Dominique. Uma história do patrimônio no Ocidente, séculos XVIII a XXI: do monumento aos valores. São Paulo:
Estação Liberdade, 2009.
• SANTOS, J. L. S. O que é cultura. 16ª ed. 21ª reimp. São Paulo: Brasiliense, 2012.
• SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2 ª.ed., 2ª reimp. São Paulo: Contexto,
2009.