Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 https://www.youtube.com/watch?v=4P5xSntVWQE
Agora que você deu características a esse lugar onde você é
totalmente independente e não deve nada para ninguém, permaneça um
instante nele, sinta essa liberdade absoluta. Vá para o seu lugar feliz e, é
claro, crie também seu papel nesse lugar feliz.
Você, neste lugarzinho, pode ser o herói, e seu cavalo só falava
inglês2, o rei, governante supremo, o príncipe encantado, a rainha má, a
princesa em perigo, experimente e deixe sua mente criar sua autoimagem
residual nesse lugar, se observe por dentro e por fora, e aproveite
conhecer suas características (esse tópico também vai voltar). Se permita
ser o que tiver vontade.
Nesse lugar, lembre-se: “Faça o que desejar, pois tudo o que
desejas é a lei”. O que nos leva ao próximo ponto das práticas iniciáticas.
2 https://www.youtube.com/watch?v=596g2wg4uXQ
Nada é verdadeiro. Tudo é permitido.
Laa shay'a waqi'un moutlaq bale kouloun moumkine – a
sabedoria do nosso credo se revela nessas palavras. OK, eu admito que
boa parte de vocês pode não ter entendido esse começo, e que bom que
não entenderam. Contextualizando, essa frase é o credo dos assassinos
de Assassin’s Creed, que se traduz como Nulla reale. Tutti lecito. – ou,
Nada é verdadeiro. Tudo é permitido.
Antes de mais nada, a gravidade ainda é uma coisa, você não
pode voar. Nem pense em repetir essa frase e pular da janela, pelo menos,
não agora.
A partir da iniciação e da declaração de independência podemos
perceber que a realidade é uma falsidade, uma impressão de forças
maiores que nós mesmos que nos obriga a perceber as coisas de uma
forma. A realidade, enquanto existência natural é, nada mais, do que
uma limitação imposta dentro de nossas mentes.
Entender isso é fundamental. Dizer que nada é verdadeiro não
é negar a realidade, nem tampouco afirmar essa falsidade. Isso está
reservado para exercícios muito além dos exercícios iniciáticos que
proponho. Mas repetir essa primeira frase é entender que existem tantas
realidades quanto existem consciências no mundo, e todas elas são,
ligeiramente diferentes das outras, ainda que percebendo os mesmo
fenômenos existenciais.
A realidade, de fato, está na forma como interpretamos os
fenômenos físicos da existência, e como ordenamos eles para fazer
sentido do mundo físico.
Eu digo, sem medo algum, que a forma como percebemos o
mundo físico depende de seis sentidos. Visão, audição, tato, olfato e
paladar, esses cinco sentidos nos permitem perceber o mundo físico,
enquanto a consciência, o suposto sexto sentido, nos permite ordenar no
tempo e espaço o que é percebido, ajudando a, de forma racional,
perceber presente, passado e futuro.
Ao elevarmos nossa consciência, podemos compreender que
não existe uma ordem natural ou uma relação direta entre os fenômenos,
mas apenas a nossa percepção, pelos demais sentidos (que podem ser
enganados) temperada pelas nossas experiências prévias e os
sentimentos que elas atribuem.
Isso quer dizer que, a realidade é um mega mix de estímulos
físicos e sentimentos, que apenas percebemos de forma superficial, sem
experimentar a totalidade da realidade.
E aí o exercício imaginativo da declaração de independência
vem nos ensinar que tudo é permitido, a partir do momento que
percebemos que podemos controlar a percepção de realidade através
justamente do controle da percepção que a consciência impõe, nos
livrando do terrível escotoma que nossos sentimentos impõem a realidade
apreendida pelos nossos sentidos ordinários.
Esse exercício, em si, não se trata de mera negação da
realidade, mas de compreender que a realidade como percebida só existe
para você, e que você detém o controle dessa realidade, de uma forma ou
outra, e que a escolha (que já foi feita na iniciação) de assumir o controle
e determinar como ela deve se comportar é totalmente possível.
Por fim, a parte alta do exercício é o questionamento. Neste
ponto, eu convido ao pratickante que lê a questionar tudo o que lê aqui e
a não tomar como verdade. Na verdade, o convite é a questionar
absolutamente tudo, desde o porquê as coisas são, até mesmo as razões
que levaram algo a ser feito.