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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA


COMARCA DE NOVA IGUAÇU/RJ.

CARLOS ROBERTO DA SILVA ROCHA,


brasileiro, casado, comerciante, portador da cédula de
identidade nº 012075891-7, inscrito no CPF/MF sob o nº
079.224.307-28, e sua mulher, JOSILENE MARIANO DA
SILVA ROCHA, brasileira, comerciante, portadora da CNH
nº 03975654916, cédula de identidade nº, inscrita no
CPF/MF sob o n? 084.357.847-54, ambos residentes e
domiciliados na Rua Mauro de Almeida Flores, 15 I aptº.
1.604, Centro, Nova Iguaçu IRJ, vêm, por intermédio do
advogado que a presente subscreve, propor a presente

AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ESCRITURA PÚBLICA CIC


REINTEGRAÇÃO DE POSSE
com pedido de liminar inaudita altera parte

em face de ROGÉRIO CAETANO DA SILVA, brasileiro,


solteiro, empresário, portador da CNH n° 01436880851,
inscrito no CPF/MF sob o nº 037.613.857-22, residente e
domiciliado na Rua Antônio Carlos Paiva, 275, casa 01,

Av. Rio Branco, 185 / 1.712, Centro, Rio de Janeiro/RJ.


Tels. (21) 3178-0655 / (21) 96450-8750 – E-mail: dr.agomes@hotmail.com
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Campo Grande, Rio de Janeiro/RJ, o que fazem, alicerçados


nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.
DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Os Autores em razão de decisão emanada do
d. Juízo de Direito da 1ª Vara Especializada da Comarca da
Capital, nos autos do Processo nº 0039879-
11.2020.8.19.0001, no momento, encontram-se com seus
bens bloqueados, em especial os recursos financeiros e, em
razão disso, não têm condições de arcar com as despesas
inerentes ao presente processo, sem prejuízo do seu
sustento e de sua família, necessitando, portanto, da
Gratuidade da Justiça, nos termos do art. 98 e seguintes da
Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil), requerendo,
ainda, que o benefício abranja a todos os atos do processo

DOS FATOS
Os Autores são proprietários do imóvel
constituído pela área remembrada da quadra 03 (três), de
forma retangular com 24m de frente para a Rua Porto União,
40m de ambos os lados, confrontando à esquerda com o lote
06 a direita com o lote 03, e nos fundos com a Avenida
Presidente Dutra, com área total de 960.00m2, de
propriedade dos Autores.
Título devidamente transcrito na matrícula nº
100.522 e AV-1-00.552, do 5° Ofício da Comarca de Nova
Iguaçu- RJ, situado em Cabuçu, Nova Iguaçu/RJ, conforme
escritura anexa.
E, por meio de escritura pública de compra e
venda, compromissaram-se ao Réu, este, compromissário
comprador do imóvel em apreço.
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A transação imobiliária em referência, se deu


por escritura pública, lavrada em notas do Cartório de Cava,
Ato nº 027, Folhas 029/029v, Livro 064, onde fora
estabelecido o valor de venda de R$ 800.000,00 (oitocentos
mil reais), a serem pagos em 08 (oito) parcelas de R$
100.000,00 (cem mil reais), por meio de 08 notas
promissórias, de igual valor e teor, em caráter pro soluto,
vencendo-se a primeira em 27/04/2020 e as demais a cada
30 (trinta) dias subsequentes.
Além do imóvel, o negócio celebrado entre as
partes também incluía a pessoa jurídica neste estabelecida,
que o Réu vem explorando regularmente, sem nada pagar!
Logo deverá responder pelas perdas e danos impostos aos
autores, inclusive os lucros cessantes.
O Réu foi imitido na posse do imóvel em
apreço no mesmo dia da celebração do negócio, a saber,
30/03/2020, não pagando nada até o presente momento.
Diante da reiterada inadimplência do Réu, os
Autores notificaram-no extrajudicialmente por duas, a
primeira em 19/05/2020 e a segunda em 27/05/2020 (cópias
anexas), tendo este confirmado o recebimento, sem, contudo,
solucionado suas pendencias para com os Suplicantes.
Na mesma borda, o Réu vem explorando
comercialmente o imóvel objeto, nada pagando aos autores,
se recusando a devolve-Io de forma voluntária, apesar de
notificado mais de uma vez para tanto, o que caracteriza
sua posse como injusta e de má-fé, a caracterizar na
forma da lei, o esbulho possessório.
Desse modo, há que ser anulada a escritura
pública de venda e compra inquinada, e consequentemente
reintegrados os Requerentes na posse do imóvel em tela,
inclusive com a declaração de aquisição de eventuais
construções e benfeitorias lá feitas, em seu favor, por

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acessão, em razão da clara má-fé no obrar do Réu,


além da condenação deste ao pagamento da taxa de
ocupação e nas perdas e danos, na forma acima exposta,
calculados até a efetiva imissão dos Autores na posse do
bem.
DAS RAZÕES DE DIREITO
Como sustentado no tópico anterior, o Réu
pactuou a compra do imóvel e não adimpliu o compromisso
de pagamento, apesar de imitido na posse do imóvel e
imbuído de clara má-fé, ex vi arts. 1.200, 1,201, 1.202 e
1.203 do Código Civil, vem se mantendo
na posse do bem sem nada pagar, a ensejar.
O Réu foi regularmente notificado pelos
Demandantes, duas vezes, e, manteve-se inerte, ao que,
temos de estar este, injustamente imitido na posse do
imóvel, além de estar imbuído em clara má-fé, pelo que
deverá ser desapossado deste por meio de ordem judicial,
além de ser compelido ao pagamento de aluguel mensal
e/ou taxa de ocupação a partir da primeira notificação que
se deu em 19/05/2020, esta, calculada a base de 2% do
valor do imóvel ao mês, parâmetro de locação de um imóvel
comercial na região.
DO PEDIDO DE LlMINAR
Os Autores, como dito reiteradamente, são
proprietários do bem imóvel objeto da presente demanda e
estão impedidos de exercer seus direitos inerentes à
propriedade, em razão do esbulho possessório que vem
sendo levado a efeito pelo Réu.
O esbulho caracteriza-se pelo ato no qual o
legítimo possuidor é privado da posse do bem,
violentamente, clandestinamente ou com abuso de
confiança.

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Nesse sentido, operou-se o esbulho da


posse do bem quando o requerido, apesar de ter sido
notificado pelos Autores em 19/05/2020 e 27/05/2020 para
que o mesmo desocupasse o imóvel em razão do não
pagamento pela compra deste, não o fez, praticando
esbulho, vez que sua posse, antes justa, passou a ser
injusta pelo vício da precariedade a partir do dia 17/05/2020,
ressaltando-se ser a posse nova, posto que, mantida a
menos de ano e dia.
Bem evidencia Cristiano Chaves: "Posse
precária: resulta do abuso de confiança do possuidor que
indevidamente retém a coisa além do prazo avençado para o término
da relação jurídica de direito real ou obrigacional que originou a
posse."
Rege o artigo 1.228 do Código Civil, dispõe
que aquele que tem propriedade sobre a coisa é legítimo a
usar, gozar e dispor da res, caracterizando os poderes
inerentes à propriedade:
Art. 1.228. o proprietário tem a faculdade de
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de
quem quer que Injustamente a possua ou
detenha.

Sendo a posse um atributo direto e


indiscutível da propriedade, aquele que a detém possui a
garantia e direito de exercer. Conforme o artigo 1.210 do
CC/02 o possuidor tem direito de restituição da posse
quando esbulhado, conforme é o caso:
Art. 1.210. o possuidor tem direito a ser
mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho,
e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.

O Código de Processo Civil - CPC, em seu

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artigo 560, ainda legitima a ação proposta ao dispor que:


Art. 560. o possuidor tem direito a ser mantido
na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de
esbulho. (grifamos)

Ao solicitar do requerido a devolução do bem


em razão do não pagamento, os Autores, foram
solenemente ignorados pelo Réu, o que nos leva a crer que
possivelmente possam ter sido vítimas de um golpe, a
caracterizar, a prima facie o esbulho, por quanto
constatada a precariedade e o vício por má-fé, conforme
definição legal.
Nas palavras de Maria Helena Diniz (2015,
p.1 04): "A ação de reintegração de posse é a movida pelo
esbulhado, a fim de recuperar posse perdida em razão da violência,
clandestinidade, ou precariedade e ainda pleitear indenização por
perdas e danos".
Logo, em observância ao artigo 561 do CPC,
necessário que haja comprovação da posse do bem.
Evidenciado está, Excelência, que o primeiro requisito é
comprovado pela Escritura Pública de Compra e Venda
acostada aos autos, para o aforamento da ação de
reintegração, de acordo com o inciso I do artigo supracitado.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV- ( ... )

O esbulho, requisito do inciso II do artigo 561


do CPC, está evidenciado quando do descumprimento do
compromisso de venda e compra pelo Réu, e ainda, apesar
das notificações dos Autores para a desocupação e
conseguinte devolução do imóvel manteve-se alheio às

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comunicações, continuando a explorar o bem.


Fixando-se assim a data do esbulho como
aquela da primeira notificação, a saber, 17/05/2020.
Como visto, restou demonstrado os
requisitos, estando a presente exordial devidamente
instruída.
Logo os Requerentes fazem jus a concessão
medida liminar de reintegração de posse, inaudita altera
parte segundo o artigo 562. caput c/c o artigo 563, ambos
do Código de Processo Civil, a fim de que possam reaver a
posse dos seu bem dos quais foram desapossados, em
razão da má-fé e simulação do Réu, que mesmo após ser
notificado, ignora os avisos e mantém-se na posse do bem
de forma ilegal e clandestina, sem nada pagar.
Neste diapasão, provados o esbulho e sua
data, imperiosa se torna a concessão da medida liminar,
independentemente da oitiva preliminar da parte promovida.

DOS PEDIDOS
Ante todo o acima exposto é a presente para
requerer:
a) a concessão do benefício de justiça
gratuita em favor dos autores, posto que no momento não
dispõem de condições de arcar com o pagamento das
custas e demais emolumentos;
b) a concessão liminar da Reintegração
de Posse em favor dos Autores, com a expedição do
competente mandato, para que possa o Autor reintegrar-se
totalmente na posse de seu bem esbulhado, ou seja a área
remembrada da quadra 03 (três), de forma retangular com
24m de frente para a rua Porto União, 40m de ambos os
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lados confrontando à esquerda com o lote 06. a


direita com o lote 03, e nos fundos com a Avenida Presidente
Outra. com área total de 960,OOm2, de propriedade dos
autores, título devidamente transcrito na matrícula nO
100.522 e AV-1- 100.552. do 5° Ofício da Comarca de Nova
Iguaçu- RJ;
c) a citação do réu, para, querendo, contestar
a presente ação, no prazo, sob pena de revelia e confissão;
d) a procedência da presente ação para o
efeito de decretar a anulação da escritura pública de compra
e venda lavrada nas notas do Cartório de Cava à folha
029/029v do Livro 064, Ato nº 027, celebrada em
30/03/2020 em razão do não cumprimento do compromisso
de compra e venda pelo Réu, e, reintegrando
definitivamente, bem como, a declaração da aquisição por
acessão de eventuais acréscimos que lá se encontrem, em
favor dos Requerentes;
e) a condenação do Réu ao pagamento de
taxa de ocupação e/ou aluguel correspondente a 2% do
valor do bem, por mês, a partir da primeira notificação em
17/05/2020 até a imissão na posse dos autores;
f) a condenação do Réu ao pagamento das
custas judiciais e, honorários advocatícios, estes calculados
à base usual de 20% sobre o valor da causa atualizado, e
demais cominações legais;
g) julgada procedente a ação na forma acima
requerida, requerem também sejam desde logo expedidos
os competentes mandados de anulação e cancelamento aos
Cartórios referidos, para que promovam as devidas
anotações.
Protestam provar o alegado por todos os
meios de prova em direito admitidos.

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Dá-se à causa o valor de R$ 858.000,00


(oitocentos e cinquenta e oito mil reais).
Nesses Termos, com os documentos juntos,
Pede Deferimento.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2020.

André Luiz Silva Gomes


OAB/RJ 98.672

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