Boas práticas em ar comprimido
ENTENDENDO o SISTEMA
DE AR COMPRIMIDO
É
muito comum o ar comprimido
ser visto, dentre as utilidades
industriais, como a quarta uti-
lidade. As outras são energia elé-
trica, gás e água.
Nas três primeiras o controle
do usuário sobre elas é relativo.
Enquanto que, em relação ao ar
comprimido, o usuário pode efe-
tivamente possuir o controle to-
tal, desde o início em sua geração,
passando pela distribuição, rea-
lizando o tratamento e definindo
sua qualidade até a aplicação final.
A atenção ao uso do ar compri-
mido deve ser muito mais criterio-
sa e controlada. Imagine que para
produzir uma unidade de ener-
gia pneumática são necessárias,
em média, oito de energia elétri-
ca. Portanto, se o ar como maté-
ria prima é abundante, como fonte
de energia é muito cara de ser pro-
duzida. A energia elétrica no Brasil
é uma das mais caras do mundo.
Devemos usufruir toda sua po-
tencialidade de aplicação, mas
em contra partida devemos admi-
nistrá-la de uma forma profissio-
nal e competente. Amadorismo,
ausência de seriedade e desleixo
não podem ocorrer em um tipo de
energia que custa tão caro. Ainda
mais nos dias de hoje que os re-
cursos naturais devem ser cada vez
mais preservados e a competição é
cada vez mais acirrada.
Sua geração é relativamente
muito simples, mas enfatizando, é
muito cara. É dever do profissional
ligado a esta área se perguntar:
• Como determinar o melhor
sistema para as aplicações exis-
tentes dentro das indústrias?
• Como projetar um sistema
que seja confiável, eficiente e
com menor custo de produção?
• Como montar um sistema que
seja simples, fácil de usar, se-
guro, produtivo e que possa
aproveitar todas as vantagens
que o ar comprimido oferece?
A resposta é muito fácil:
Entendendo, avaliando resul-
tados, agindo cuidadosamente e
profissionalmente passo a passo.
Fazer isso acontecer está em
suas mãos. Você tem o poder de
decidir pelo melhor. Podemos aju-
dá-lo a fazer isso acontecer.
Sobre este assunto existe muito
que pode ser estudado. Neste arti-
go, em particular, vamos abordar
de uma forma compacta três está-
gios de um sistema de ar:
Estágio 01: Compressão
Estágio 02: Distribuição
Estágio 03: Tratamento
Muitas empresas ao redor do
mundo produzem uma enorme va-
riedade de produtos e equipamen-
tos pneumáticos, apresentando vá-
rios tipos de tecnologia, modelos e
conceitos. Cada uma tem suas ca-
racterísticas e benefícios, associa-
dos aos seus produtos. O conceito
mundial sobre produção de ar com-
primido, distribuição e tratamento
é muito parecido em todos os luga-
res, seja um sistema que está sen-
do ampliado, melhorado ou sendo
um projeto totalmente novo. Os
parâmetros utilizados são pratica-
mente os mesmos. O importante é
planejar bem, de forma inteligente,
prática e com o menor custo.
1

Sobre o primeiro estágio,
que é a compressão do ar,
vamos entender um pouco
as máquinas que realizam
esse serviço: o
Os compressores são as máqui-
nas geradoras de ar comprimido. O
início para o dimensionamento de
um compressor é quando se define
a quantidade de ar que precisa ser
produzida e a pressão máxima que
este ar deve ser comprimido aten-
dendo a demanda e a pressão de
trabalho exigida pelos componen-
tes do sistema. Portanto, devemos
definir vazão e pressão.
As necessidades da vazão e da
pressão do ar comprimido a ser
consumido determinarão quais se-
rão a potência do motor e o volu-
me de ar comprimido efetivo que
deverá ser gerado pelo compressor.
Será então definida a quantidade
de ar comprimido e em qual pres-
são que o sistema será atendido.
Na definição do tipo de compres-
sor que será utilizado, vários fato-
res são considerados. Normalmen-
te, são especificados em função das
exigências demandadas pelos pro-
cessos, quais serão as ferramentas
utilizadas e quais os equipamentos
pneumáticos que serão aplicados.
A melhor forma para iniciar o
projeto de dimensionamento do
compressor é listar em forma de ta-
bela, a quantidade de ferramentas
existentes, os equipamentos em
uso e outras aplicações projetadas.
O uso do ar comprimido somado irá
determinar o volume de ar compri-
mido necessário para abastecê-los.
É importante que seja definida a
pressão de trabalho máxima e mí-
nima que atenda ao sistema e o fa-
tor carga de trabalho a que estarão
submetidas todas as ferramentas e
os equipamentos. A tabela será
composta pelos seguintes itens:
Quantidade, tipo de ferra-
menta, consumo, fator de car-
ga, consumo estimado e pres-
são de trabalho.
O fator de carga é determina-
do pelo percentual de tempo que a
ferramenta ou equipamento esta-
rá em operação em relação ao tur-
no de trabalho que ela esta rela-
cionada. Este percentual aplicado
à quantidade de ar necessária para
atender a demanda da ferramenta
ou equipamento por um determi-
nado período de tempo irá definir
a demanda necessária de ar com-
primido para aquela operação.
Os catálogos dos fabricantes
devem conter as informações de
consumo e a pressão de traba-
lho ideal para seus componentes.
Também existem livros e publi-
cações técnicas que informam o
consumo estimado de várias fer-
ramentas, equipamentos e apli-
cações que podem auxiliar nessa
2
As indústias alimentícia e farmacêutica
exigem que o ar seja 100% limpo
tarefa de dimensionamento de
consumo na ausência de informa-
ções mais específicas.
Depois de calcular o volume to-
tal da demanda de ar comprimido e
definir a pressão máxima de produ-
ção, que é a soma de todas as ferra-
mentas e equipamentos com o fator
de carga aplicado e as aplicações
do ar comprimido mais específicas.
O próximo passo será determi-
nar o número de compressores ne-
cessários para produzir essa quan-
tidade de ar.
É interessante saber o consumo
específico por turnos de trabalho,
que podem variar a cada intervalo e
considerá-lo no dimensionamento.
Também ter em mente o surgimen-
to de novas aplicações, novas má-
quinas que utilizem ar comprimido
e a expansão da fabrica para au-
mento de produção e a necessidade
de instalação de novas redes de ar.
Devemos também considerar quais
são os prós e os contra de ter um
único compressor ou vários compres-
sores menores para atender toda a
demanda. Normalmente o benefício
de possuir um único compressor que
atenda toda a demanda é conseguir
um menor custo inicial de equipa-
mento e menor custo de instalação,
Boas práticas em ar comprimido
mas isso cria uma dependência mui-
to grande de todo o processo ape-
nas nessa máquina. Uma pane pode-
rá causar um transtorno imenso.
Na instalação de um sistema
com múltiplos compressores me-
nores, um dos mais importantes
benefícios é a capacidade de adi-
cioná-los ao sistema, gradativa-
mente, à medida que sejam neces-
sários. Isso significa que se pode
começar com uma máquina tra-
balhando para atender a deman-
da mínima inicial e ter outras má-
quinas, em repouso, que podem
ser adicionadas ao sistema à me-
dida que a demanda vai aumentan-
do. O custo de investimento em
máquinas será maior e a instala-
ção também, mas haverá uma se-
gurança maior no sistema, em re-
lação a qualquer necessidade de
manutenção e o consumo de ener-
gia será menor. É importante res-
saltar que em 10 anos de uso dos
compressores, 75% dos gastos
são com energia elétrica. A ma-
nutenção desses equipamentos
representa 15% e o investimen-
to inicial no equipamento em si
é de apenas 10%. Ou seja, ¾ dos
custos da geração de ar compri-
mido é energia elétrica.
Se desejarmos economizar, fica
claro que se atuarmos no compo-
nente energético iremos obter
resultados mais expressivos.
Tendo sido determinado o tama-
nho do compressor e a quantida-
de deles, o próximo passo é deter-
minar qual o tipo mais adequado
para a operação do sistema.
Em geral os tipos de compresso-
res mais usados são: alternativos de
simples ação, alternativos de du-
pla ação, compressores tipo para-
fuso, compressor tipo centrífugo.
• Os compressores alternativos
(pistão) são mais comuns para
aplicações de pequenas e mé-
dias vazões: até 200 m3/h.
• Os compressores tipo parafuso
são mais indicados para mé-
dias e grandes vazões:
150 m3/h a 2.000 m3/h.
• Compressores tipo centrífugo
são mais indicados para grandes
vazões: acima de 1.500 m3/h.
A escolha de um compressor é
baseada na vazão que ele é capaz
de produzir, em metros cúbicos por
minuto efetivos e na pressão de
trabalho que ele é capaz de gerar,
em bar, para atender às especifi-
cações necessárias dos processos.
Outra análise é saber se o com-
pressor será com ou sem lubrificação
e qual o tipo de secador que será
necessário aplicar ao ar comprimido.
Temos que determinar também qual
será o tipo de tratamento do ar: um
tratamento básico ou tratado para
atender exigências especiais.
A casa de máquinas onde o
compressor será instalado tem
muita importância, pois vários fa-
tores podem influenciar seu de-
sempenho e eficiência. Levar esses
fatores em consideração irá pro-
porcionar maior economia, mais
produtividade e intervalos de ma-
nutenção mais longos.
No local da instalação do compres-
sor verifique os seguintes fatores:
• Temperatura ambiente
• Nível da pressão atmosférica
• Condições físicas da área de
instalação, que deverá ser
limpa, seca e bem ventilada
• Acesso fácil para instalação
e manutenção
• Que haja proteção para
evitar acidente
• Que não tenha sujeira, vapor
ou elementos voláteis no
ambiente que possam ser
aspirados
A temperatura ambiente interfere
muito na eficiência dos compresso-
res. Estima-se que uma redução de
3oC na admissão do ar no compres-
sor possa originar uma economia de
1% no consumo de energia elétrica.
Também, dependendo da alti-
tude que um compressor estiver
instalado, a pressão atmosférica
Boas práticas em ar comprimido
influenciará bastante seu desempe-
nho. Um compressor ao nível do mar
tem uma maior eficiência em relação
a uma cidade que esteja a 1000 me-
tros acima do nível do mar em razão
da densidade do ar aspirado. Esses
fatores devem ser considerados no
dimensionamento dos compressores.
Por último, é desejável que as
definições de compra do compres-
sor sejam baseadas em critérios que
não considerem apenas o menor
preço, mas principalmente aquela
oferta que atenda a todas as exigên-
cias, especificações e garantias ne-
cessárias e pré-estabelecidas. Não
permita que o mais barato se trans-
forme em curto prazo no mais caro.
O segundo estágio é proje-
tar como será feita a dis-
tribuição do ar comprimido
a partir de onde estão ins-
talados os compressores.
Queda de pressão entre o com-
pressor e o ponto de uso é uma
perda de energia irrecuperável.
Esta é a principal razão para se
projetar uma linha de distribuição
bem feita. Não jogue fora ener-
gia. Evite desperdício. Uma que-
da de pressão de 0,07 bar (1 psig)
em uma vazão de 340 m3/h (Com-
pressor de 50HP) pode representar
um custo anual equivalente a R$
500,00 considerando uma alimen-
tação de 7 bars (100 psig) de pres-
são, em turnos de 16 horas, tre-
zentos dias por ano.
O projeto ideal começa pelo exa-
to dimensionamento da tubulação
que montará a rede de ar. Dimen-
sionamento perfeito garante uma
distribuição equilibrada e eficien-
te. É muito comum se encontrar em
um sistema grande de ar comprimi-
do, perdas através da tubulação de
20% ou mais, a partir da pressão
inicial do sistema. Uma forma de
garantir o melhor desempenho do
sistema é estar certo de que o ta-
manho da tubulação seja grande o
suficiente para que não haja, des-
de o ponto de geração até o ponto
de uso, uma queda de pressão su-
perior a 8% da pressão inicial.
Outra forma de reduzir queda
de pressão, além do correto di-
mensionamento da tubulação é
projetar uma rede de ar em for-
ma de anel na área coberta pela
utilização das ferramentas e equi-
pamentos, pois ela possibilita a
utilização de dois caminhos para
abastecer o sistema onde a de-
manda é maior. O tipo de mate-
rial mais apropriado para a tubu-
lação irá depender das exigências
do sistema. Existe uma variedade
muito grande de materiais que po-
dem ser utilizados.
Uma medida também importan-
te é identificar as tubulações com
o código de cores. Elas evitarão
equívocos e confusões da rede de ar
comprimido com as outras redes de
utilidades, diminuindo a possibili-
dade de acidentes. A codificação de
cor para o ar comprimido é o azul.
O reservatório de ar bem dimen-
sionado é outra questão muito im-
portante na distribuição de ar.
Ele tem algumas funções muito
importantes:
• Amortece as pulsações
na linha de descarga do
compressor.
• Serve para precipitar a
umidade em seu interior
depois do resfriador
posterior (after cooler).
Deve possuir um sistema de
purga confiável e eficiente.
Preferivelmente com perda
de ar zero.
• Manterá a pressão estável
nos momentos de pico de
demanda.
Projetar reservatórios de ar com-
primido específicos e localizados
para aplicações que demandem
uma quantidade muito grande de ar
por curto espaço de tempo e acio-
nadas em intervalos distantes um
do outro é uma medida muito inte-
ressante e deve ser avaliada. Assim,
o reservatório atende a alta deman-
da momentânea e pode ser abas-
tecido pelo sistema lentamente,
através de uma válvula que contro-
le o fluxo de entrada no reservató-
rio, até a próxima demanda, evitan-
do assim, que a alta demanda de
pico momentânea tenha influência
na rede principal, caso não haja o
reservatório especificado para esse
fim. Será um reservatório dedicado
a uma aplicação específica.
Preste também muita atenção às
normas exigidas para fabricação de
reservatórios. Verifique se estão den-
tro das exigências padronizadas para
esse fim e para o seu sistema de ar.
Essa segurança é fundamental. Ve-
rifique periodicamente o estado em
que ele se encontra, com relação à
ferrugem e o estado das soldas.
Com relação à rede de ar, saiba
que um orifício de apenas 3 mm
de diâmetro pode vazar aproxi-
madamente 172.800 metros cú-
bicos de ar comprimido sob as
seguintes condições: 7 bars - 16
horas de trabalho – 300 dias ao
ano. Isso pode representar um
custo equivalente a R$ 5.200,00
por ano. Visualize uma rede de
ar e vá somando quantos orifí-
cios bem pequenos podem es-
tar vazando ar comprimido e o
quanto eles podem representar
no final como se fosse um úni-
co orifício. Agora imagine o cus-
to que isso pode estar represen-
tando. Assustador não é?
Agora, pense na necessidade
de ter um medidor de vazamen-
tos ultra-sônico para fazer parte
do roteiro de manutenção. Faça as
contas de quanto isso pode repre-
sentar de lucro dentro do sistema
de custos das empresas.
Tenha manômetros em pontos es-
tratégicos para avaliação de perdas
de carga existentes na rede de ar e
válvulas de isolamento instaladas
em pontos críticos para facilitar a
manutenção e identificar o compor-
tamento da pressão na rede de ar.
O controle de condensados no
ar comprimido também deve ser
feito com muito rigor. Ele é um
enorme inimigo de ferramentas e
equipamentos pneumáticos. Cau-
sador de muitos prejuízos em ra-
zão de dano a equipamentos e
ferramentas e forçar parada de má-
quinas não programadas. É indis-
pensável prever na rede de tubula-
ção do sistema de ar comprimido a
remoção dos condensados com fa-
cilidade e eficiência.
Um compressor de 50 HP gera
cerca de 180 litros de água em
16 horas de trabalho?* Não há
como fugir disso. *(38ºC – 70%
de umidade na admissão do ar
no compressor)
Atenção: o material condensa-
do da rede de ar deve ser tratado
antes de ser despejado no sistema
de efluentes.
Há muito mais que se levar em
consideração, dentro de um siste-
ma de distribuição de ar, do que
foi mencionado até aqui. Outras
informações podem ser encontra-
das em livros e publicações técni-
cas que poderão ajudá-lo a estudar
mais sobre o assunto.
O terceiro estágio em sis-
temas de ar comprimido é
entender as razões de se
fazer o Tratamento do Ar.
No tratamento do ar comprimi-
do podemos agir da seguinte ma-
neira: remover a umidade e remo-
ver aerossóis de óleo e partículas
sólidas contidas nele. As quantida-
des que decidirmos remover des-
ses elementos estarão definindo a
classe de ar que iremos obter. Há
um padrão ISO 8573-1 que define
as classes, tomando como parâme-
tros as quantidades de água, par-
tícula e aerossóis de óleo.
Em relação à umidade há algu-
mas formas de medir as condições
de umidade do sistema de ar com-
primido. A mais comum é utilizar-
mos o ponto de orvalho, que é a
temperatura na qual o vapor de
água começa a transformar-se em
condensado sob determinada pres-
são e temperatura.
As fábricas utilizam secadores
para remover a umidade do ar. Na
maioria delas, a exigência de seca-
gem do ar é que se tenha o ponto
de orvalho de 2 graus centígrados
ou um pouco superior. Por isso,
normalmente é feita a opção por
secadores de ar por refrigeração.
O tipo de secador regenerati-
vo (adsorção) é utilizado quando é
exigido ponto de orvalho com tem-
peraturas de -40 graus centígrados
ou mais. Utiliza-se silicagel (-20oC)
ou alumina ativada (-40oC) ou sei-
va molecular (-70oC). Nesse tipo de
secador é importante que água ou
óleo não atinjam os elementos des-
secantes, pois iria danificá-lo im-
pedido que o processo de remoção
dos vapores venham a acontecer.
O tipo de secagem por absorção
utiliza uma substância sólida (clo-
reto de cálcio ou cloreto de lítio)
com capacidade de absorver ou-
tra substância líquida ou gasosa. É
um processo químico de secagem.
A substância remove a umidade
através de uma reação química e
3

se liquefaz removendo o vapor da
umidade e deve ser drenada. Nesse
tipo de secador a reposição do ele-
mento de adsorção deve ser feita
à medida que vai se consumindo.
Esse tipo de secador não é utiliza-
do com muita freqüência.
Após secadores é necessária a uti-
lização de filtros de partículas para
eliminar partículas sólidas ou de fil-
tros coalescentes para remover ae-
rossóis. Isso evita que sejam lança-
dos contaminadores na rede de ar.
É fundamental dimensionar o
secador de acordo com a capaci-
dade e necessidade da demanda
do sistema de ar comprimido para
evitar muitos problemas.
Da mesma forma que a escolha
de um compressor, a escolha de um
secador pelo menor preço, pode ser
desastrosa. Ele deve ser escolhido
pelas necessidades do sistema e pelo
grau de confiabilidade que atenderá
na secagem do ar na demanda que
está sendo prevista ser processada
por ele. Tenha muito cuidado com as
especificações necessárias. Esse é o
tipo do equipamento que mal espe-
cificado sai muito caro.
É importante ressaltar que,
quanto mais tratado for o ar para
ser seco, maior será o consumo de
energia para isso. Em razão dis-
so, tenha muito cuidado ao defi-
nir os padrões de secagem que se-
rão necessários.
Atenção quanto à instalação
dos secadores:
• Se o consumo de ar for razo-
avelmente constante instale
o secador depois
do reservatório de ar.
• Se houver flutuação de
vazão com certa intensidade
instale o secador antes
do reservatório.
No tratamento de ar temos ainda
os filtros de linha que fazem parte do
processo de remoção de partículas
sólidas e aerossóis do ar comprimido.
Contaminadores, tais como: par-
tículas sólidas e aerossóis, ferrugem
de tubulação, lubrificantes e água
líquida podem agir diretamente so-
bre ferramentas e equipamentos
pneumáticos, dependendo do grau
de tratamento que é dado as siste-
ma de ar comprimido. A solução é
utilizar os filtros mais adequados a
cada aplicação na rede de ar.
O tipo do elemento filtrante a
ser aplicado no filtro depende da
exigência do processo. Em algumas
aplicações e dependendo do trata-
mento inicial que foi realizado, não
há a necessidade de uso de filtros.
Veja algumas regras para utili-
zação de filtros:
Regra número 1:
Não exagere na filtragem. Filtros
são equipamentos que causam
queda de pressão no sistema de
ar comprimido.
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Linha de montagem de veículos necessita de ar limpo
Regra número 2:
Sempre que possível, utilize indi-
cadores com manômetros diferen-
ciais para queda de pressão. Eles
indicam o estado do elemento
filtrante. Troque o elemento sem-
pre que necessário. Eles custam
menos do que a queda de pressão
que podem causar no sistema.
Regra número 3:
Secadores do tipo dessecante exi-
gem o uso de filtros coalescentes
antes dele, para proteger o ele-
mento dessecante e o uso de filtro
de partículas após a secagem para
retirar partículas do elemento des-
secante que possam ter seguido
junto com o fluxo de ar.
Regra número 4:
Secadores por refrigeração nor-
malmente necessitam de filtros
coalescentes após o secador
para remover aerossóis. Siga as
recomendações do fabricante para
efetuar as filtragens necessárias.
Regra número 5:
O uso de ar comprimido industrial
para respiração não é recomen-
dado e é muito perigoso para a
saúde, mesmo sendo gerados em
compressores livres de lubrifica-
ção. O tratamento do ar gerado
por compressores para ser respirá-
vel exige equipamentos especiais
destinados para essa finalidade.
Conheça os padrões, junto ao Mi-
nistério da Saúde, aplicáveis para
o uso de ar comprimido respirável
e também para uso odontológico.
Entender, Avaliar e Agir
Boas práticas em ar comprimido
Uma grande parte das indús- comprimido. Administre o sistema
trias usa esta fonte de energia, mas de ar comprimido com competên-
como ela não apresenta uma gran- cia. Torne-o mais lucrativo do que
de visibilidade é tratada com menor ele já é, em razão de sua capaci-
importância. Existe a impressão de dade produtiva de alta velocidade.
que há um aspecto cultural domi-
nante sobre o ar comprimido, de
que ele é grátis. Definitivamente
ele não o é, ele é muito caro.
Você profissional e consciente
da responsabilidade com o meio
ambiente, em manter sua empresa
competitiva e conservar empregos,
haja com uma atitude positiva em
relação ao ar comprimido, fazendo
com que ele seja considerado uma
importante fonte de energia. Cui-
de como se ela fosse a número um
para obter o máximo de resultado.
Estude todas as necessidades e
possibilidades antes de tomar qual-
quer decisão que envolva demanda
de ar comprimido. Estude, enten-
da, avalie os resultados e aja sobre
os problemas. Seja um profissio-
nal competente na administração e
avaliação do ar comprimido, obten-
do resultados extremamente lucra-
tivos. Não seja omisso e aja no sen-
tido de adicionar mais lucratividade
aos produtos que estejam envolvi-
Luiz Saulo P. de Aquino
dos com o uso do ar comprimido.
é especialista em sistemas
Qual é o próximo passo?
de ar comprimido formado pelo
A resposta é simples: Agir Compressed Air Challenge
Dê continuidade às informações e Compressed Air Gas Institute,
aqui adquiridas. Vá buscar mais co- formado em mecânica, adminis-
nhecimento. Faça com que o uso tração de empresas, Marketing
desta forma de energia seja a mais e diretor de empresa de equipa-
mentos pneumáticos.
inteligente e profissional. Incorpo-
E-mail:
re ao sistema maior confiança, mais
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