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Segurança da Informação

QUESTÃO 1 XPLOIT - Internet sob ataque


Barbara Teixeira
A série “Xploit - Internet sob ataque” discute a maneira como as redes fazem parte
integral da realidade dos brasileiros e mostra sua relação com a democracia e o poder
político. A realidade do mundo digital no Brasil é uma constatação de que quem controla as
redes controla também o mundo físico. Xploit significa recurso que permite explorar as
vulnerabilidades de um código podendo, inclusive, modificá-lo em benefício próprio.
O ponto de partida para que a internet passasse a “existir” para o governo, foi o ano
de 2013, quando houve as manifestações e a denúncia do Snowden, seja pela articulação
possibilitada pelas redes, seja pela evidência de espionagem da qual o Brasil era alvo. O 1º
episódio descreve como foi construída a proposta inicial do Marco Civil da Internet de ampla
participação colaborativa. Esse episódio mostra como diversas propostas no Governo a
partir de 2013 começaram a incluir a pauta da internet e seu uso. Entretanto, eram uma faca
de dois gumes porque enquanto era positivo essa discussão em meio político, tais
mecanismos foram utilizados para fins de vigilância, contradizendo ou não respeitando a lei
do Marco Civil e discutindo questões criminais graves incomparáveis, como foi o caso da PL
215, da CPI de cibercrimes, e do direito ao esquecimento, até a CPI do PT sobre violações
de direitos humanos foi controlada por setores vigilantistas. Além disso, critica o
posicionamento da Polícia Militar em varreduras policiais que destacam um Estado de
Exceção e de violência generalizada. Demonstra como os impactos da politização da
internet vão além da dinâmica digital, influenciando a democracia brasileira como um todo e
por isso a importância das redes como fonte de resistência. Discute-se aqui a tentativa do
governo de controlar a internet e, por outro lado, a população à favor de uma internet livre e
segura.
O 2º episódio dá continuidade explicando como as autoridades de legítima força se
relacionam com a internet e como o mapeamento de manifestações e o monitoramento
social de ativistas e manifestantes foi feito por meio de suas redes sociais. Enquanto a
internet demonstra uma forte possibilidade do cidadão exercer sua liberdade de expressão,
é também fruto de uma ferramenta militar de vigilância e por isso até hoje é utilizado com
esse intuito. Entretanto, é necessário a reavaliação desse sistema, pois não é justo um
cidadão ser penalizado simplesmente por expor a sua opinião em redes sociais, exercendo
seu direito à liberdade de expressão.
Já o 3º episódio explicita as relações de poder ocasionadas pela maneira como são
construídas as redes mundiais da Web e como o Sul Global ainda está sujeito ao controle e
a influência do Norte Global, na medida que servidores e aparatos de computação, isso sem
contar com os cabos que conectam o mundo, ora estão localizados nos EUA ou Europa, ora
qualquer informação deve necessariamente passar pelo Norte Global, expondo relações de
poder desarmônicas e a herança colonial de territórios soberanos. Tal dinâmica destaca
ainda as relações econômicas e suas implicações políticas. Há necessidade da construção
de uma rede computacional fora da lógica do Norte, de epistemologia do Sul, que garanta
nossos direitos e expresse nossa cultura e modo de viver.
O quarto episódio fala sobre o Big Data e Big Brother, que mostra o porquê de
algumas pessoas não problematizarem o monitoramento social, achando o máximo que
suas pesquisas chegam personalizadas aos seus aparelhos eletrônicos. Apesar disso, o
armazenamento desses dados geralmente não são informados plenamente ao usuário e
podem prejudicá-lo em sua vida, na hora conseguir um emprego, ter um plano de saúde ou
comprar uma casa. O quinto episódio fala sobre a liberdade e o controle e a dualidade das
redes e o sexto episódio fala sobre as possíveis resistências nesse cenário.
A série é fundamental para mostrar a complexidade das redes e seus
encaminhamentos políticos, econômicos e sociais. São parte da vida do brasileiro e afetam
nossas vidas cotidianamente e por isso é tão importante um debate amplo e aberto sobre
isso que é urgente e pede mudanças.

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