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Artigos
Quinta, 20 de Outubro de 2011 10h15

LTAS JURÍDICAS ADRIANA MECELIS: Procuradora Federal, professora universitária, especialista em direito público e interesses dif
coletivos.

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Conteúdo Jurídico -
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Da impossibilidade de exclusão do registro de sanção de advertência e multa d
udências SICAF - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
Recomendados

s de Contratos
» Adriana
afias/TCC/Teses
Jurídicas

ções oficiais
RESUMO: O presente trabalho busca a análise da legalidade da permanência, no SICAF - Sistem
ções Oficiais Cadastramento Unificado de Fornecedores, do registro das penalidades de advertência e multa, legitima
s Organizadas aplicadas às empresas contratadas pela Administração Pública, após o término da vigência do contrato que as g
ecum Brasileiro
ecum Estrangeiro A análise da legalidade da permanência do registro de penalidade junto ao SICAF, env
RSOS PÚBLICOS estudo da natureza da sanção imposta pela falha na prestação de serviço à Administração Pública, bem c
as e Resumos análise dos efeitos dessas sanções em relação à contratada.
de Questões
Vejamos:
es Comentadas

OS
Primeiramente, cumpre destacar que o registro da imposição da penalidade no SICAF co
SSINANTE
dever do administrador, de forma que a sua simples exclusão do cadastro não encontra amparo norm
conforme se conclui da Instrução Normativa nº 02/2010, que determina:
e o portal
o Portal Os órgãos/entidades integrantes do SISG, bem como os d
teis órgãos/entidades que optarem pela utilização do SICAF, ficam obrigados à adoçã
procedimentos estabelecidos nesta IN, visando à desejada otimização da sistemá
compras da Administração Pública.

(...)
Art. 3º (...)

§ 3º O SICAF deverá conter os registros das sanções aplicadas

Administração Pública, inclusive as relativas ao impedimento para contratar
Poder Público, conforme previsto na legislação.
Sendo assim, necessário analisar os efeitos das sanções administrativas impostas a fim
verificar a existência de instrumento jurídico que acarrete a retirada legítima da ocorrência do SICAF, a
término da relação contratual.
A Lei nº 8.666/93 dispõe nos arts. 86 e seguintes acerca das sanções administ
impostas às empresas contratadas por falhas na prestação de serviço, sendo que o art. 87 estabelece as sa

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que poderão ser impostas:

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração p

garantida a

prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de co
com a

Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis
Pública

enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que

promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que
concedida sempre
que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
A disposição legal guarda uma gradação quanto à gravidade da falha cometida, diferenc
se notadamente quanto à extensão de seus efeitos. Conforme destaca Marçal Justen Filho:

“ A lei alude a quatro espécies de sanções administrativas. Duas são intern

contrato, porquanto exaurem seus efeitos no âmbito de cada contratação. As
duas são externas, já que se aplicam fora dos limites do contrato de que se trate.
As sanções de advertência e de multa são, assim, penalidades previstas pela Le
inexecuções contratuais de menor gravidade, não ensejam restrição ao direito da empresa em co
futuramente com a Administração Pública.
“A advertência corresponde a uma sanção de menor gravidade e envolv
efeitos peculiares.
O primeiro é a submissão do particular a uma fiscalização mais atenta. O se
consiste na comunicação de que, em caso de reincidência (específica ou gen
haverá punição mais severa”[2].

A multa, por sua vez, consiste em penalidade pecuniária pela inexecução do contrato, e
constar do contrato firmado.
Essas duas modalidades de sanção são aplicadas no decorrer da relação contratual para
empresa regularize a prestação do serviço nos moldes contratados, e não atingem as partes contratantes,
Administração, seja a contratada, para além daquela relação contratual específica e, justamente por iss
sanções desprovidas de prazo.
Essas hipóteses diferenciam-se profundamente daquilo que ocorre com as demais sa
previstas no art. 87 da Lei 8.666/93, (suspensão temporária de participação em licitação e impedime
contratar com a Administração Pública e a declaração de inidoneidade para licitar ou contratar c
Administração Pública) em que, por restringir o direito do contratado para além daquela hipótese específic
gerou a aplicação da penalidade, estão submetidas a prazo (no caso da suspensão) ou à permanência enq
permanecerem os motivos que as impuseram (declaração de inidoneidade).
Nesses casos, ou seja, quando os efeitos da punição perduram por um período de
para além da relação contratual estabelecida, o cadastro do fornecedor no SICAF fica comprometido, da
falar em possibilidade de revogação dos efeitos da sanção imposta e, assim, em reabilitação quando “deco
prazo de penalidade ou admitido que cessaram os motivos que a impuseram” (art. 42 da Instrução Norma
02/2010).
Contudo, no caso de registro da advertência e da multa, não há falar-se em inabilitaç
contratada no SICAF e, via de conseqüência, não tem lugar a revogação dos efeitos do ato punitiv
reabilitação do fornecedor no Cadastro.
De fato, a revogação consistente na “extinção de um ato administrativo ou de seus efeit
um outro ato administrativo, efetuada por razões de conveniência a oportunidade, respeitando-se os
precedentes”. Assim, “tem lugar quando a autoridade, no exercício de competência administrativa, conclui q

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dado ato ou relação jurídica não atendem ao interesse público e por isso resolve eliminá-lo a fim de pro
maneira mais satisfatória às conveniências administrativas”[3].

E, no caso do registro das penalidades de advertência e multa no SICAF, há som

cadastro histórico da aplicação sanção, já que esses atos punitivos exaurem seus efeitos no âmbito da p
relação sendo impossível, portanto, falar-se em revogação de efeitos após o término da relação contratual.
Conclusão
Considerando que:

- o registro das ocorrências no SICAF configura dever da Administração, nos moldes da Instrução Nor
nº 02/2010.

- os atos de advertência e multa geram efeitos somente na relação contratual em que foram impostos;

- os atos sancionatórios de advertência e multa não estão submetidos a prazo para geração de efeitos;

- aplicação de advertência e multa não gera a inabilitação do fornecedor no SICAF;

- o registro das ocorrências não prejudica o fornecedor a contratar com a Administração Pública, const
mero histórico dos fatos.
Conclui-se pela legalidade da manutenção dos registros da aplicação das sançõ
advertência e multa no SICAF, após o término de vigência da relação contratual que as gerou.
Referências:

- JUSTEN FILHO, Marçal. CURSO DE DIREITO ADMINSITRATIVO. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

- MELLO, Celso Antônio Bandeira de. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. 3ª Ed. São Paulo: Mal
2008.

[1] JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
[2] JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
[3] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. 3ª Ed. São
Malheiros, 2008.

Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve s
da seguinte forma: MECELIS, Adriana. Da impossibilidade de exclusão do registro de sanção de advertência e multa do SICAF - Sis
Cadastramento Unificado de Fornecedores. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 20 out. 2011. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.
artigos&ver=2.33634&seo=1>. Acesso em: 22 fev. 2018.

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