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SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL

Processo nº E-35/192/167/2020
Data: 23/03/2020 Fls.
Rubrica:

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado Polícia Militar - SEPM
Assessoria Jurídica

Promoção ASSEJUR/SEPM n° 2020 – CMV


Processo Administrativo nº E-35/192/167/2020

CONTRATAÇÃO DIRETA. DISPENSA DE


LICITAÇÃO. LEI NACIONAL 13.979/2020. HIPÓTESE
PREVISTA NO ART. 24, INCISO IV, DA LEI
NACIONAL Nº. 8.666/1993. DECRETOS ESTADUAIS
Nº 46.996/2020; nº 46.991/2020 E Nº 47.051/2020.
AQUISIÇÃO DE QUADRICÍCULOS PARA USO NO
COMBATE AO COVID-19. ENUNCIADOS DA PGE/RJ
NOS 18 e 20. NECESSIDADE DE CUMPRIMENTO DOS
REQUISITOS LEGAIS. VIABILIDADE JURÍDICA
CONDICIONADA.

Senhor Assessor Jurídico,


–I–

Trata-se de procedimento administrativo encaminhado para análise desta


ASSEJUR, visando a aquisição emergencial, com fulcro, notadamente, na Lei Nacional
nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, bem como no art. 24, inciso IV, da Lei nº.
8.666/1993, passando, ainda, a obedecer às prescrições normativas estaduais trazidas
pelos Decretos nº 46.966/2020, nº 46.991/2020, e nº 47.0511, de 10 (dez) quadricíclos,
ações de combate à epidemia de Coronavírus, ao fornecer meio logísticos para a Polícia
Militar “intensificar o policiamento das praias, lagoas, rios e piscinas públicas, visando
orientar turistas e usuários dessas áreas públicas a não frequentarem esses
logradouros”.

Ao final de toda a instrução processual, chegou ao valor de R$ 320.000,00


(trezentos e vinte mil reais) para a aquisição de 10 (dez) unidades do quadricíclo marca
CFORCE, modelo 450 L, a ser fornecido pela empresa Maschietto Comércio de Produtos
OFF Road - EIRELLI, CNPJ 12.507.420/0006.52, localizada no município de Nova
Friburgo.

1
Esses dois últimos voltados especificamente para as contratações diretas.

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Os autos encontram-se devidamente autuados em 157 (cento e cinquenta e sete)


laudas, juntados em 01 (um) volume.

Encontra-se instruído com os seguintes elementos:

i) Fls. 04/06 – Manifestação do Sr. Subsecretário de Gestão Administrativa,


informando que o presente processo de contratação será constituído de elementos que
estão presentes no Processo Administrativo nº E-35/181/14/2019, que possui como objeto
a aquisição de 58 (cinquenta e oito quadricíclos, para fins de viabilizar a atuação da
PMERJ em praias e lagoas;
ii) Fls. 08 a 16 – Estudo Técnico Preliminar;
iii) Fl. 18 – manifestação do Sr. Subsecretário Administrativo, realizando redução do
objeto em fase de aquisição;
iv) Fls. 19 a 30 – Termo de Referência;
v) Fls. 31 a 40 – Complementação do Estudo Técnico Preliminar;
vi) Fl. 42 – Aprovação do Termo de Referência;
vii) Fls. 49 a 52 – Requisição no Sistema SIGA e pesquisa de preços referenciais;
viii) Fls. 54 a 101 – Pesquisa de Mercado;
ix) Fls. 102 a 118 – Documentação da empresa que apresentou proposta aceita pela
Administração;
x) Fls. 119 e 120 – Mapa de Preços e Requisição Física;
xi) Fls. 121 a 124 – Justificativa da Pesquisa de Preços;
xii) Fls. 126 a 129 – Pesquisa site da Controladoria Geral do Estado;
xiii) Fl. 130 – Documentação de Habilitação da empresa;
xiv) Fls. 131 a 133 – Justificativa da contratação;
xv) Fls. 135 e 136 – Aprovação e declaração do Ordenador de Despesas, Sr.
Subsecretário de Gestão Administrativa, conferindo a Empresa Maschietto Comércio de
Produtos Off Road a melhor proposta para a Administração;
xvi) Fl. 138 – Reserva Orçamentária;

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xvii) Fls. 141 a 153 – minuta de contrato.

Feito o breve relatório, passo à análise.

– II –

Saliente-se, primeiramente, que, à luz da Lei Estadual nº 5.414/2009, não compete


a esta Assessoria Jurídica adentrar no mérito da conveniência e oportunidade dos atos
praticados pela Administração Pública nem analisar aspectos de natureza eminentemente
técnico-administrativa, razão pela qual a presente Promoção se limita a analisar a
juridicidade da celebração das contratações emergenciais em voga, com excepcionalidade
trazida pela Lei 13.979/2020, regulada pelos decretos estaduais que tratam do tema, a
serem formalizadas por meio da minuta de contrato de fls. 141/153, nos moldes do que
preleciona o art. art. 38, parágrafo único, da Lei n.º 8.666/93.

II.1 – DA PREVISÃO NORMATIVA PARA A DISPENSA DE LICITAÇÃO

Consoante ao que se infere tanto pelo Estudo Técnico Preliminar (fls. 08/16),
quanto pelo Termo de Referência (fls. 19/29), as contratações emergenciais que ora se
pretende realizar, com fulcro na Lei 13.979/2020, bem como no art. 24, inciso IV, da Lei
nº 8.666/93, normativas estaduais trazidas pelos Decretos nº 46.996/2020, nº 46.991/2020
e nº 47.051/2020, são apresentadas como necessárias, tendo em vista a necessidade de
atuação da Polícia Militar nos locais em que a utilização das viaturas convencionais não
se poderia realizar.

A nova legislação que trata das medidas que se fazem necessárias para o
enfrentamento da pandemia de COVID-19, Lei nº 13.979/2020, dispõe, em síntese,
quando trata das contratações emergências que:

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Art. 4º É dispensável a licitação para aquisição de bens, serviços, inclusive


de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de
saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus de que
trata esta Lei. (Redação dada pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

§ 1º A dispensa de licitação a que se refere o caput deste artigo é


temporária e aplica-se apenas enquanto perdurar a emergência de saúde
pública de importância internacional decorrente do coronavírus.
(...)
§ 4º Na hipótese de dispensa de licitação de que trata o caput, quando se
tratar de compra ou contratação por mais de um órgão ou entidade, o
sistema de registro de preços, de que trata o inciso II do caput do art. 15 da Lei
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderá ser utilizado. (Incluído pela
Medida Provisória nº 951, de 2020)
(...)
Art. 4º-A A aquisição de bens e a contratação de serviços a que se refere o
caput do art. 4º não se restringe a equipamentos novos, desde que o
fornecedor se responsabilize pelas plenas condições de uso e funcionamento do
bem adquirido. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
Art. 4º-B Nas dispensas de licitação decorrentes do disposto nesta Lei,
presumem-se atendidas as condições de:(Incluído pela Medida Provisória nº
926, de 2020)
I - ocorrência de situação de emergência; (Incluído pela Medida Provisória nº
926, de 2020)
II - necessidade de pronto atendimento da situação de emergência;
(Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
III - existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; e (Incluído pela
Medida Provisória nº 926, de 2020)
IV - limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da
situação de emergência. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de
2020)
Art. 4º-C Para as contratações de bens, serviços e insumos necessários ao
enfrentamento da emergência de que trata esta Lei, não será exigida a
elaboração de estudos preliminares quando se tratar de bens e serviços
comuns. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
Art. 4º-D O Gerenciamento de Riscos da contratação somente será exigível
durante a gestão do contrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de
2020)
Art. 4º-E Nas contratações para aquisição de bens, serviços e insumos
necessários ao enfrentamento da emergência que trata esta Lei, será admitida a
apresentação de termo de referência simplificado ou de projeto básico
simplificado. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
(...)
Art. 4º-H Os contratos regidos por esta Lei terão prazo de duração de até
seis meses e poderão ser prorrogados por períodos sucessivos, enquanto
perdurar a necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência
de saúde pública. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
Art. 4º-I Para os contratos decorrentes dos procedimentos previstos nesta Lei,
a administração pública poderá prever que os contratados fiquem obrigados a
aceitar, nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões ao objeto

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contratado, em até cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato.


(Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) (destaques nossos)

Por sua vez, o art. 24, IV, da Lei n° 8.666/1993 2 autoriza a contratação com
dispensa de prévia realização de licitação, nos casos de emergência, sendo que os
requisitos estabelecidos no dispositivo legal foram explicitados no Enunciado n° 20-PGE,
que assim dispõe:

Enunciado n.º 20-PGE:


“1. A emergência, a ensejar dispensa de licitação, é um conceito jurídico
indeterminado a ser valorado pelo administrador diante das
especificidades do caso concreto, observados, em especial, os princípios da
razoabilidade, moralidade e eficiência.
2. (...)
3. A contratação direta (art. 24, inciso IV, da Lei n.° 8.666/93) deve ser
efetivada somente para a aquisição de bens e serviços estritamente
necessários ao saneamento da situação emergencial, cabendo à autoridade
administrativa iniciar imediatamente o procedimento licitatório, adotando
as providências necessárias à regularização da contratação.
4. O prazo do contrato emergencial deve ser dimensionado considerando
apenas o tempo necessário para sanar a situação de urgência, limitado este
a 180 (cento e oitenta) dias.
5. Se a situação emergencial persistir ao final do contrato e ante a vedação
da prorrogação, a solução é a formalização de nova contratação com base no
art. 24, inciso IV, da Lei n.° 8.666/93, desde que, justificadamente, não seja
possível realizar uma licitação durante o período ou adotar as providências
necessárias à regularização da contratação”.
(grifos postos)

Ainda no âmbito normativo, mais especificamente estadual, tendo em vista as


medidas para o enfrentamento da crise, temos, por enquanto, duas normativas que se
destacam:
Decreto nº 46.966, de 11 de março de 2020
(...)

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Art. 24 – É dispensável a licitação:
(...)
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam
ser concluídos no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos.

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Art. 4º - Na contratação de bens ou serviços para tratamento, prevenção,


isolamento ou quarentena, em caso de dispensa de licitação, a Secretaria de
Estado de Saúde deverá observar as hipóteses previstas nos artigos 24 e 25 da
Lei nº 8.666/1993, bem como, deverá instruir o processo com a devida
justificativa e parecer do órgão de assessoria jurídica, na forma do artigo 38 da
Lei nº 8.666/1993, e comprovar a vantajosidade econômica em relação a atas
de registros de preços gerenciadas pelo Órgão Central de Logística do Estado.
(nova redação dada pelo Dec. nº 47.051, de 29 de abril de 2020) (grifos nosso)

Decreto nº 46.991 de 24 de março de 2020

Art. 1º - Este Decreto dispõe sobre regras de dispensa de licitação para


contratação de bens, serviços, inclusive de engenharia, e obras, destinados ao
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus de que trata a Lei Federal nº 13.979, de 6 de
fevereiro de 2020.
(...)
§2º - A estimativa de preços de que trata o art. 4º-E, §1º, inciso VI, da Lei
Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, deverá ser obtida, sempre que
possível, mediante 3 (três) fontes de referência.

Art. 2º - Nas dispensas de licitação decorrentes do disposto neste Decreto, além


das presunções estabelecidas no art. 4º-B e 4º-E da Lei Federal nº 13.979, de 6
de fevereiro de 2020, presumir-se-á justificado o quantitativo descrito no
Termo de Referência.

Decreto nº 47.051, de 29.04.2020

Art. 1º - Este Decreto dispõe sobre regras de licitação e dispensa de


licitação para contratação de bens, serviços, inclusive de engenharia,
destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de
importância internacional decorrente do Coronavírus, de que trata a Lei
Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020.

Parágrafo Único - É inaplicável às contratações de que trata o caput as regras


previstas no Decreto nº 46.642, de 17 de abril de 2019.

Art. 2º - As licitações de bens e serviços de que trata o art. 1º serão


realizadas pelo Órgão Central de Logística do Estado do Rio de Janeiro,
mediante Sistema de Registro de Preços, devendo os órgãos interessados
apresentarem suas demandas e especificações técnicas para subsidiar a
elaboração de Termo de Referência ou Projeto Básico simplificados para
serem partícipes.
Parágrafo Único - O órgão gerenciador da compra estabelecerá o prazo de 3
dias úteis, contados da data de divulgação da intenção de registro de preço,
para que outros órgãos e entidades manifestem interesse em participar do
sistema de registro de preços, observando a obrigatoriedade prevista no caput
deste artigo.

Art. 3º - Os órgãos do Poder Executivo Estadual deverão, antes de iniciar


procedimentos licitatórios ou de dispensa de licitação de que trata o art. 1º,

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consultar o Órgão Central de Logística sobre a existência de ata de registro


de preços para o objeto desejado, devendo,
em caso positivo, solicitar sua adesão.

§1º - Os órgãos do Poder Executivo Estadual poderão realizar


contratações diretas, mediante dispensa de licitação, desde que se
comprove maior economicidade, por item de contratação, frente à ata de
registro de preços disponibilizada pelo Órgão Central de Logística do Estado.

§2º - A comprovação de que trata o §1º deverá ser feita via Sistema Integrado
de Gestão de Aquisições - SIGA.

Art. 4º - No caso de inexistência de ata de registro de preços para o objeto a ser


contratado, fica autorizada a realização de contratação direta pelos órgãos do
Poder Executivo Estadual.

§1º - Nas contratações diretas de que trata este Decreto, ficam obrigados os
órgãos licitantes a publicar nos meios oficiais do Estado o aviso de dispensa de
licitação, com definição de data e local para apresentação de propostas de
preços.
§2º - Nos processos relativos às contratações diretas de que trata este
Decreto deverão ser incluídos checklist elaborado pela Procuradoria-Geral
do Estado, disponível no link:
https://pge.rj.gov.br/comum/code/MostrarArquivo. php? C= MTAxOTI% 2C.
(...)
Art. 7º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação e terá seu
prazo de vigência limitado ao disposto nos §§ 2º e 3º, do artigo 1º, bem como
do artigo 8º, ambos da Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020.
(destacado)

São esses os fundamentos legais que normatizam a presente contratação


emergência de combate ao Coronavirus, sendo o objeto analisado no próximo tópico.

II.2 – DA SITUAÇÃO EMERGENCIAL A SER REVOLVIDA E DO OBJETO A SER ADQUIRIDO

O objeto do processo remetido a essa AsseJur é um bem comum a ser adquirido


mediante contratação direta, para fins de combate à pandemia de COVID19,
havendo a subsunção ao artigo 1º do diploma normativo acima, que preconiza a
remessa das demandas ao Órgão Central de Logística do Estado, para, inicialmente, se
verificar se a demanda poderá ser atendida por contratação via ata em aberto, e, só então

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não havendo, é que se procederá a licitação pelo próprio Órgão demandante, nos
termos do art. 2º do sobredito decreto.

Há, não obstante, conforme as disposições colacionadas, possibilidade de


realização da contratação direta pelo Órgão, mesmo havendo a Ata, desde que seja
demonstrado que o valor conseguido é menor que o daquela.

O artigo 3º, no seu parágrafo segundo dispõe que “§2º - A comprovação de que
trata o §1º deverá ser feita via Sistema Integrado de Gestão de Aquisições - SIGA.”.
Quanto à consulta SIGA, às fls. 49/52, a Requisição de Item PAM 0018/2020, é etapa de
Pesquisa de Mercado, sem informações sobre Ata em andamento. Pelo exposto, deve ser
verificado no citado sistema se há Ata em aberto, para fins de atendimento ao decreto, e,
nos casos já previstos, possível apreciação definitiva por essa AsseJur.

Dessa forma, é necessário que o setor responsável pela instrução dos autos se
pronuncie expressamente se há ou não Ata vigente no Órgão Central de logística
sobre o objeto a ser contratado, antes de realizar a contratação em curso com a
emprese que apresentou a proposta julgada melhor pela Administração.

Continuando a análise, cumpre-nos trazer à baila o entendimento do i. Procurador


do Estado, Dr. Flávio Amaral Garcia, acerca dos requisitos para a contratação
emergencial, no Parecer n° 78/18-FAG-PG-2, cujo teor transcrevemos a seguir:

“A partir das referidas normas, é possível depreender que uma contratação


emergencial deve atender aos seguintes requisitos:
a-) a razão da impossibilidade de realizar a licitação;
b-) a demonstração do risco ou prejuízo para o interesse público no caso
de não ser efetivada a contratação e a descrição da situação emergencial;
c-) a limitação no objeto da contratação emergencial;
d-) a justificativa do preço;
e-) a razão da escolha do fornecedor;
f-) o parecer jurídico que examina os aspectos de legalidade da
contratação direta;
g-) os documentos de habilitação da sociedade empresária a ser
contratada.
Cabe examinar, sinteticamente, cada um dos referidos requisitos.

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A razão da impossibilidade de promover a licitação é de fundamental


importância na instrução de qualquer processo de contratação direta. É
indispensável a explicitação dos motivos que impediram a promoção do regular
procedimento licitatório e porque o interesse público será melhor atendido por
meio de uma contratação direta.
Será, ainda, forçoso, demonstrar qual será o efetivo prejuízo ao interesse
público caso se aguarde a realização da licitação, explicitando os danos que
poderão ser ocasionados a segurança das pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens públicos ou particulares, conforme previsto no
próprio artigo 24, IV, da Lei n° 8.666/93.
A situação emergencial deverá estar adequadamente descrita, o que
implica, em certa medida, na conjunção dos dois requisitos anteriormente
mencionados e encontra previsão expressa no artigo 26, parágrafo único, I, da
Lei n° 8.666/93.
Entretanto, a situação emergencial não pode ser pretexto para contratar
mais do que for estritamente necessário. O artigo 24, IV, da Lei n° 8.666/93
é claro ao estabelecer uma limitação ao objeto, no sentido de que somente
poderão ser contratados os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa.
A justificativa do preço é, igualmente, necessária para fins de atendimento ao
princípio da economicidade. Não obstante não seja essa a finalidade primordial
(diante da possibilidade de aviltamento de outros valores de maior hierarquia
axiológica), a busca pelo menor preço se faz indispensável com uma
cotação informal ao universo de potenciais fornecedores.
A razão da escolha do fornecedor impõe-se para evitar valorações subjetivas
do administrador ou escolhas voluntaristas que vulnerem o princípio da
impessoalidade. Não raro essa escolha acaba sendo orientada pelo menor preço
entre aqueles que foram objeto da cotação, ainda que isso não seja um
imperativo absoluto.
Conquanto não esteja expressamente previsto na lei, é razoável que se
considere como um requisito legal o prévio exame de legalidade pela
Assessoria Jurídica. Não é porque a contratação se perfaz sem licitação que o
controle de legalidade não deve ser exercido. O mesmo ocorre com a
documentação de habilitação, que deve ser exigida como forma de verificar
se aquele potencial fornecedor se apresenta em condições de contratar com o
Poder Público.” (grifos postos)

Sendo assim, passamos a analisar o preenchimento dos requisitos estabelecidos no


art. 24, IV, da Lei n° 8.666/1993, dispostos no Enunciado n° 20-PGE e os relacionados
no Parecer n° 78/18-FAG-PG-2, a fim de verificarmos a possibilidade da contratação
emergencial em apreço.

Com efeito, para que a contratação com base no referido artigo seja autorizada,
deve o Administrador se deparar com uma situação emergencial, em que a realização do

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procedimento licitatório, com o cumprimento de todas as suas etapas e prazos, possa


acarretar graves e irreparáveis prejuízos ao interesse público.

No caso sob análise, temos os fundamentos apontados na Motivação, item 2 do


Termo de Referência, fls. 19 a 22, que, em síntese, descortina as seguintes necessidades:

2.3. No que ser refere às medidas restritivas, o Decreto nº 46.980 de


19/03/2020, em seu artigo 4º ipsi literis determina
(...)
Art. 4º (...) DETERMINO A SUSPENSÃO, pelo prazo de 15 (quinze) dias
das seguintes atividades:
(...)
XV – frequentar praias, lagoas, rios e piscinas
(...)
§3º As forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro deverão atuar para
manter o cumprimento das disposições do presente Decreto (...)
(...)
2.4. Sendo esta Secretaria de Estado de Polícia Militar integrante das forças de
segurança estaduais e tendo recebido a incumbência de atuar para manter o
cumprimento das disposições legais previstas no Decreto nº 46.980/2020,
impende esclarecer que deverá dispor de ferramentas necessárias a fim de
intensificar o policiamento das praias, lagoas, rios e piscinas públicas,
visando orientar turistas e usuários dessas áreas públicas a não
frequentarem esses logradouros. Dadas as suas características e extensão, o
policiamento desses locais atualmente tem sido feito com o uso de
quadriciclos e a quantidade existente hoje não é suficiente para atender a
demanda de atuação em todo o território estadual.
(...)
2.9. A última aquisição realizada pela PMERJ, de veículos dessa natureza,
ocorreu no ano de 2009, ou seja, há mais de onze anos. (...) (destacado)

As razões dispostas buscam fundamento no Decreto nº 46.980/2020, que tratou


das medidas que foram tomadas para, inicialmente, fazer enfrentamento da crise do
coronavírus, sendo que o citado diploma foi substituído pelo Decreto nº 47.006/2020,
que, por sua vez, foi revogado pelo Decreto nº 47.027/2020, e, por fim, esse foi revogado
pelo Decreto nº 47.052/2020, que manteve as vedações de acesso às praias, lagoas, etc.,
bem como a obrigação das forças de segurança atuarem, dispondo da seguinte forma:

Art. 4º - De forma excepcional, com o único objetivo de resguardar o interesse


da coletividade na prevenção do contágio e no combate da propagação do
Coronavírus (COVID-19), diante de mortes já confirmadas e o aumento de

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pessoas contaminadas, DETERMINO A SUSPENSÃO, até o dia 11 de maio


de 2020, das seguintes atividades:
(...)
XV - frequência, pela população, de praias, lagoas, rios e piscinas
públicas; e
(...)
§4º - As forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro deverão atuar para
manter o cumprimento das disposições do presente Decreto (...) (grifos
acrecidos)

Assim, resta observada a situação emergencial disposta nas premissas


relatadas no Parecer 78/18FAG PG2, que no tocante a caracterização e relação entre a
emergência e a solução, apontou que:

1. “a-) a razão da impossibilidade de realizar a licitação;” tendo em vista o


tempo de um processo ordinário pela Administração poderia comprometer mais ainda a
saúde pública;

2. “b-) a demonstração do risco ou prejuízo para o interesse público no caso de


não ser efetivada a contratação”, aspectos que já são observados pela edição do Decreto
nº 47.052/2020; e

3. “a descrição da situação emergencial”, que já possui a sua presunção disposta


na Lei nº 13.979/2020, quando dispõe “Art. 4º-B Nas dispensas de licitação decorrentes
do disposto nesta Lei, presumem-se atendidas as condições de: I - ocorrência de
situação de emergência; II - necessidade de pronto atendimento da situação de
emergência;”. (destacado)

Já quanto ao objeto e sua relação para atenuação da emergência, pela redação do


Decreto e pelas afirmações dispostas no Termo de Referência, entende-se que a
aquisição visa prover logisticamente a PMERJ para a atuação no combate ao
coronavírus, por meio da atuação nos locais “praias, lagoas, rios e piscinas públicas”,

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utilizando-se dos veículos especiais quadriciclos objeto da contratação emergencial,


estabelecendo, assim, a relação de meio-fim, nos termos da Lei nº 5.427/093.

II.3 - QUANTO AOS LIMITES DE AQUISIÇÃO IMPOSTOS PARA A ADMINISTRAÇÃO,


VISANDO O ESTRITO QUANTITATIVO NECESSÁRIO AO COMBATE DO CORONAVÍRUS

Conforme já disposto, a Lei nº 13.797/2020 é voltada para o combate à pandemia


que assola o mundo, sendo assim, não podem seus dispositivos servir a propósitos
diversos, principalmente os institutos excepcionais de contratação direta que ela regula,
pois esses devem se limitar ao estritamente necessário, sem se tornar oportunidade de
aquisições que não seriam possíveis em condições normais. Em retrospectiva, citemos os
artigos 4º - B e 4º H, que assim limitam
Art. 4º B (...)
IV - limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da
situação de emergência. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de
2020)
(...)
Art. 4º-H Os contratos regidos por esta Lei terão prazo de duração de até seis
meses e poderão ser prorrogados por períodos sucessivos, enquanto perdurar a
necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência de saúde
pública. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) (destacado)

3
Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, participação, proteção
da confiança legítima e interesse público.
§1º Nos processos administrativos serão observadas, entre outras, as seguintes normas:
I - atuação conforme a lei e o direito;
II - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades;
III - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes, salvo
autorização em Lei;
(...)
VI - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
(...)
VIII - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; (destacado)

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Da mesma forma, temos o prazo limite de 180 (cento e oitenta) dias


estabelecido no art. 24, IV, da Lei n° 8.666/1993 e no item 4 do Enunciado n° 20-PGE,
conforme se infere dos documentos acostados aos autos, em especial do TR (fls. 20/21).

Observa-se, pela leitura do Estudo Técnico Preliminar que a demanda que a


PMERJ possui para a atuação de rotina seria de 58 (cinquenta e oito) quadriciclos (fl. 10).
Tendo, ainda, o setor técnico reafirmado que a demanda não estaria superdimensionada,
conforme detalhada fundamentação técnica (fl. 40), já que a Polícia Militar não teria
quadriciclos disponíveis em estoque4, tendo, somente, alguns restantes da pretérita
aquisição em 2009 (fl.10).

No entanto, houve redução do quantitativo por parte do Sr. Subsecretário de


Gestão Administrativa (fl. 18), bem como aprovação do Termo de Referência (fl. 42),
restando decidido que somente serão adquiridos 10 (dez) quadriciclos, para que haja
mínima atuação da PMERJ para fins de combate a pandemia, e não aquisição para
atuação nas atividades rotineiras.

Ainda esquadrinhando o processo para fins de verificação de que poderia a


Administração ter conseguido atuar nos termos do diploma normativo apresentado (e
posteriormente atualizado sem que as aquisições fossem feitas, citemos o que consta no
instrumento técnico do Setor de Transporte (fl. 09):

2 – ALTERNATIVA /SOLUÇÃO
2.1 Diante do problema acima, [pandemia de coronavirus e falta de
quadriciclos para atuação nas praias, lagoas, piscinas, rios] têm-se como
alternativa a abertura de procedimento licitatório, cujo objetivo seja a aquisição
4
Tribunal de Contas da União - Acórdão:Acórdão 3353/2008-Segunda Câmara
9.2. remeter cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta,
ao SENAR - Administração Regional do DF, esclarecendo que a entidade deve:[...]
9.2.1. adotar as providências necessárias à observância do princípio do equilíbrio orçamentário, em atenção
ao disposto no art. 48 da Lei 4.320/1964, de modo a manter, durante o exercício, o equilíbrio entre a receita
arrecadada e a despesa realizada, com o objetivo de reduzir ao mínimo os eventuais déficits orçamentários;
9.2.2. observar o princípio contábil da competência, contabilizando em conta de estoques as
aquisições de materiais de consumo, de modo a registrá-las em contas de despesas à medida que os
aludidos materiais são utilizados ou consumidos; (grifamos)

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de quadriciclos, preferencialmente empreendido com fulcro em garantir a


continuidade da atividade Policial Militar específica. Não há no mercado
locação para esse tipo de finalidade envolvendo o quadriciclo. (grifado)

A alternativa que poderia ser utilizada para o atendimento da demanda seria, em


tese, a locação, que seria pelo período de seis meses, podendo ser prorrogado até que a
emergência fosse atendida. Podendo, inclusive, como mesmo prevê a Lei nº 13.979/2020,
em seu artigo 4º H “ser prorrogados por períodos sucessivos, enquanto perdurar a
necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência de saúde pública.”.

No entanto, não foi possível a locação destes, consoante o apontado pelo setor
técnico, esse o mais hábil para tratar do tema, para fins de verificar as possibilidades e
trazê-las ao gestor, para fins da Autoridade Administrativa fundamentar sua decisão, nos
termo da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que, com sua nova redação
trazida pela Lei nº 13.655/18, dispõe:

Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá


com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento)

Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da


medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (destaques
nossos)

Ainda, não menos relevante, cita-se o pronunciamento da sobredita Autoridade,


pelo Despacho preambular do processo em análise, nos trazendo a seguinte informação
(fl. 05):
Encontra-se em tramitação o Processo E-35/181/14/2019 que tem como objeto
a aquisição de 58 (cinquenta e oito) quadriciclos para atender o policiamento
de praias de toda a extensão do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma
pretensa aquisição que segue fluxo regular previsto na legislação que trata
dos procedimentos licitatórios. (grifos acrescidos)

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Nesse diapasão de necessidade de aguardar o necessário processo licitatório,


citemos o julgado abaixo - que demonstra não prestar os processos emergências como
“aceleradores de contratação” - que foi trazido pelo Boletim de Jurisprudência e
Legislação Ano 1, N. 1 Jan./Mar. 2020, que trouxe o seguinte julgado

Processo TCE-RJ nº 228.805-1/17


Relatora: Conselheira-Substituta Andrea Siqueira Martins
Sessão Presencial: 12/02/2020
LICITAÇÃO. DISPENSA POR EMERGÊNCIA. IMPREVISIBILIDADE.
RISCO AO PATRIMÔNIO E À SEGURANÇA DE PESSOAS. ESCOLHA
DO FORNECEDOR. PREÇOS DE MERCADO.
Em contratações diretas fundamentadas em situação emergencial, é
responsabilidade do ordenador de despesas a demonstração da
impossibilidade de aguardar o tempo necessário à realização do certame
licitatório, havendo ainda o dever legal de justificar a escolha do fornecedor e
a compatibilidade com os preços de mercado. (destacado)

Do exposto, percebe-se que Administração faz a aquisição em curso para o


combate ao coronavírus, e não pretende se utilizar do expediente excepcional
demandas ordinárias da PMERJ, que serão atendidas pelo citado processo que segue o
rito ordinário.

Sob esse aspecto das decisões que levam ao Administrador a escolhas complexas,
temos a redação dada pela Lei nº 13.655/18, que trouxe alterações na Lei de Introdução à
Normas de Direito Brasileiro, que traz um norte decisório para a Administração Pública,
da seguinte forma: “Art. 20.  Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se
decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão.” (negritado) No caso em tela, a não aquisição dos
quadriciclos tem como consequência prática a queda de eficiência da atuação da Polícia
Militar em locais que são pontos de concentração de pessoas, fator de difusão da
pandemia, no esteio da elencada legislação sobre a pandemia..

Por derradeiro, tendo em vista que o setor técnico assevera que não haveria no
mercado a alternativa de locação dos citados veículos especiais, bem como o

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quantitativo estipulado pela Autoridade administrativa é bem inferior o apontado


para as atividades ordinárias, entende-se que não há desvio de finalidade desse
instituto de contratação direta para combate ao coronavírus, trazido pela Lei nº
13.979/2020.

II.4 – QUANTO AOS VALORES ENCONTRADOS PARA A AQUISIÇÃO DOS QUADRICICLOS E


À EMPRESA VENCEDORA

Ademais, deve ser observado o art. 26, parágrafo único, incisos II a III, da Lei n°
8.666/19935, vez que a urgência alegada não exime o Administrador de realizar a
contratação que melhor atenda ao interesse público, não só quanto à escolha do
contratado, mas quanto ao valor a ser pago na aquisição pretendida , que deve ser
obtido por meio de pesquisa de mercado, cabendo observar o que determina o verbete
sumular n° 02 do Egrégio Tribunal de Contas do Estado:

As pesquisas de mercado realizadas previamente às contratações no


âmbito da Administração Pública não devem se limitar a cotações obtidas
junto a potenciais fornecedores, devendo obedecer aos critérios de amplitude
e diversificação, de maneira a possibilitar o acesso a fontes de pesquisa
variadas e a obtenção das melhores condições de preço, respeitadas as
limitações decorrentes da especificidade do objeto contratual. (grifado)

Ainda, como a presente contratação é na forma excepcional, rege-se pela Lei nº


13.979/2020 e pelo Decreto nº 46.991/2020. A primeira determina, quando aos preços de
referência, que:
Art. 4º E – (...)
(...)

5
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações
de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do
parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,
para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia
dos atos.
Parágrafo único.  O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço. (negritado)

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VI - estimativas dos preços obtidos por meio de, no mínimo, um dos


seguintes parâmetros:            (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de
2020)
a) Portal de Compras do Governo Federal;            (Incluído pela Medida
Provisória nº 926, de 2020)
b) pesquisa publicada em mídia especializada;             (Incluído pela Medida
Provisória nº 926, de 2020)
c) sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo;            (Incluído pela
Medida Provisória nº 926, de 2020)
d) contratações similares de outros entes públicos; ou         (Incluído pela
Medida Provisória nº 926, de 2020)
e) pesquisa realizada com os potenciais fornecedores; e (destacado)

Já o diploma do Chefe do Executivo estadual impõe a seguinte providência:

Decreto nº 46.991 de 24 de março de 2020

§2º - A estimativa de preços de que trata o art. 4º-E, §1º, inciso VI, da Lei
Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, deverá ser obtida, sempre que
possível, mediante 3 (três) fontes de referência. (negritado)

Dito isso, verifica-se que foi realizada pesquisa de mercado (fls. 45/101; 119;
121/124) constando como fonte de pesquisas: sítios eletrônicos, Atas de contratações com
órgãos da Administração Pública, e envio de email para fabricantes, conforme relato às
fls. 121/124.

Ao longo da Pesquisa de Mercado, podem ser observadas propostas que se


apresentaram como valores mais baixos, no entanto, apresentavam o objeto de forma

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comprovadamente6 diferente do previsto no TR7, ou propunham que a Administração


efetuasse o pagamento de forma contrária, ou não prevista na legislação.

Repisando, a contratação direta é uma alternativa excepcional para o atendimento


de demanda que não se pôde resolver de forma convencional, no entanto, deve a
Administração buscar realizar a contratação pelos valores de mercado8.

Ao final das propostas regulares, chegou-se ao valor de R$ 320.000,00 (trezentos


e vinte mil reais) para a aquisição de 10 (dez) unidades do quadricíclo marca CFORCE,
modelo 450 L, a ser fornecido pela empresa9 Maschietto Comércio de Produtos OFF

6
Lei Nacional nº 8.666/93
Art. 4o (...)
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja
ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. (grifos nossos)

Lei Estadual nº 5.424/09


Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, participação, proteção
da confiança legítima e interesse público. (destaques)
7
Tribunal de Contas da União
Abstenha-se de aceitar propostas de bens com características diferentes das especificadas em edital,
em respeito ao princípio de vinculação ao instrumento convocatório, consoante o art. 3º da Lei nº
8.666/1993. Acórdão 932/2008 Plenário (grifos)
8
Tribunal da Contas da União
Acórdão 2.019/2010 Plenário
9.2 (...) quando da realização de dispensa de licitação nos termos do art. 24, inciso IV, da Lei nº 8666/1993,
além da caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, deve-se trazer
elementos aos autos do processo que demonstrem a compatibilidade dos preços contratados com aqueles
vigentes no mercado ou com os fixados por órgão oficial competente, ou, ainda, com os que constam em
sistemas de registro de preços, bem como que foi consultado o maior número possível de fornecedores
ou executantes, em atenção aos incisos II e III do parágrafo único do art. 26 dessa lei; (grifamos)
9
Tribunal de Contas da União
Zele para que os processos de dispensa de licitação, motivados por situação emergencial (art. 24, IV, da Lei
nº 8.666/1993), sejam necessariamente justificados, (...)
• razão da escolha do fornecedor ou executante; e
• justificativa do preço, conforme disposto nos arts. 37, caput, da Constituição Federal e 26, caput,
parágrafo único, incisos I, II e III, da Lei nº 8.666/1993.
Acórdão 2387/2007 Plenário (grifamos)

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Road - EIRELLI, CNPJ 12.507.420/0006.52, localizada no município de Nova Friburgo


(fl. 100). E sua aprovação pelo Ordenador de Despesas às fls. 135/136.

Não há óbice nesse aspecto.

II.5 - DAS CERTIDÕES DE HABILITAÇÃO

Por estrita vinculação legal, compete ao setor técnico atentar quanto à


autenticidade e validade da documentação apresentada, consoante o disposto no
Enunciado n° 18-PGE10, pois embora o bem que se pretende adquirir seja bem comum 11,
são necessárias, independentemente do vulto ou da complexidade do objeto contratual,
documentos que, a rigor, comprovam a regularidade do forncedor / prestador12, para fins
de contratação (seja por licitação, dispensa ou inexigibilidade).

Como já descrito o entendimento da d. PGE-RJ, por meio do Parecer n° 78/18-


FAG-PG-2, apontava a necessidade de apresentação das certidões de habilitação nas

10
Enunciado n.º 18-PGE: Além dos requisitos previstos no art. 26, parágrafo único da Lei n.º 8666/93,
nas situações de contratação direta é indispensável: a) a manifestação das Assessorias Jurídicas não exigível
nas hipóteses do art. 24, incisos I e II ; e b) o atendimento dos requisitos de habilitação pelas empresas
contratadas.
11
Lei Nacional nº 10.520/2002
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, (...)
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio
de especificações usuais no mercado. (destaques)
12
Tribunal de Contas da União
No certame licitatório, os documentos que podem ser exigidos quanto à habilitação jurídica, qualificação
técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e prova de cumprimento do disposto no
inciso XXX III do art. 7º da Constituição Federal estão adstritos àqueles previstos nos artigos 27 a 31 da
Lei nº 8.666/1993.
Acórdão 2056/2008 Plenário (Sumário) (grifamos)

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contratações diretas13. Assim, em princípio, seria imprescindível a exigência dos


seguintes documentos:

a. habilitação jurídica;
b. regularidade perante o INSS, FGTS, CNDT;
c. declaração de que cumpre o disposto no art. 7º, inc. XXXIII, da CF/88; e
d. regularidade perante as Fazendas.

No entanto, como a contratação em tela é medida excepcional, regulada por lei


específica, há possibilidade de não apresentação de determinadas certidões,
conforme preceitua o art. 4º
Art. 4º-F Na hipótese de haver restrição de fornecedores ou prestadores de
serviço, a autoridade competente, excepcionalmente e mediante justificativa,
poderá dispensar a apresentação de documentação relativa à regularidade
fiscal e trabalhista ou, ainda, o cumprimento de um ou mais requisitos de
habilitação, ressalvados a exigência de apresentação de prova de regularidade
relativa à Seguridade Social e o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do
caput do art. 7º da Constituição. (Incluído pela Medida Provisória nº 926,
de 2020)

No processo em tela não foi observada a escassez de fornecedores, o que torna


inaplicável dispositivo acima, restando necessária a juntada da documentação prevista no
art. 27, da Lei nº 8.666/9314, bem como as disposições do Decreto Estadual nº 33.925 de

13
(...) Não é porque a contratação se perfaz sem licitação que o controle de legalidade não deve ser
exercido. O mesmo ocorre com a documentação de habilitação, que deve ser exigida como forma de
verificar se aquele potencial fornecedor se apresenta em condições de contratar com o Poder Público.”
(grifos postos)
14
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação
relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011)
(Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.

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Data: 23/03/2020 Fls.
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18.09.2003, que estabelece critérios específicos para licitações realizadas por órgãos da
Adm. Pública do Estado do Rio de Janeiro15..

Da empresa que apresentou a proposta mais vantajosa para a Administração


constam as seguintes certidões:
1. fl. 105 – Alvará de funcionamento;
2. fl. 106 – Cadastro do CNPJ, constando a atividade de “Comércio por atacado
de motocicletas e motonetas”;
3. fl. 107 – Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral, emitido pela
Secretaria de Estado de Fazenda;
4. fl. 108 – Documento de identificação (CNH) da representante da empresa;
5. fls. 110 a 116 – Registro na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, com
a alteração da denominação social da Empresa EIRELI;
6. fl. 130 – CNPJ – Situação Cadastral, atualizado.

Não foram juntados aos autos:

a) quanto à qualificação técnica – documentação comprovando contratação com


órgãos da Administração Pública ou fornecimento do bem objeto dessa
contratação direta.

Essa exigência é disposta no Termo de Referência, às fls. 26/27, tendo a


Administração assim se pronunciado:

10 – QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

15
Art. 1º Nas contratações diretas e nas licitações realizadas por órgãos e entidades da Administração
Pública Estadual direta e indireta, deverão contar dos respectivos editais a obrigatoriedade para empresa
com cem ou mais empregados demonstrar o preenchimento de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento)
de seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitados ou com pessoa portadores de
deficiência, na seguinte proporção:

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10.1. A empresa contratada deverá apresentar documento demonstrativo de


capacidade técnica, como, por exemplo, atestado (s) de capacidade técnica
para que possa comprovar o desempenho de atividade pertinente e compatível
em características, prazos e/ou quantidades como o objeto a ser adquirido.
(destaques nosso)

Essa exigência é uma garantia de que a empresa possui condições de cumprir a


avença com o Estado, devendo ser exigida nos limites da prestação do serviço ou
fornecimento do objeto16.

Esquadrinhando com mais detalhes o processo, constam atas de certames com o


poder público fls. 57 a 63 (Ministério da Agricultura, em 13.12.2019; e Ministério do
Meio Ambiente, em 29.01.2020), sendo que a empresa vencedora nos dois procedimentos
licitatórios foi a empresa FUNXSPORT COMÉRCIO EIRELI, representada por Tânia
Tonin Maschietto. O CNPJ (Ministério da Fazenda – MF) da empresa é de nº
17.657.970/0001-57, sendo o de inscrição estadual (SP) de nº 535.323.413.115. Em
consulta por esse parecerista ao endereço eletrônico da Receita Federal, a citada empresa
está ativa17, com os seguintes dados:
NÚMERO DE INSCRIÇÃO
17.657.970/0001-67 - MATRIZ
TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA)
FUNXSPORT COMERCIO EIRELI
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL
45.41-2-03 - Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas
LOGRADOURO
ROD CORNELIO PIRES (SP - 127)
ENDEREÇO ELETRÔNICO
VENDAS@FUNMOTORS.COM.BR
ATIVA

16
Estabeleça, por ocasião da avaliação da qualificação técnico-operacional das empresas licitantes,
percentuais mínimos acima de 50% dos quantitativos dos itens de maior relevância da obra ou serviço,
salvo em casos excepcionais, cujas justificativas deverão estar tecnicamente explicitadas no processo
administrativo anterior ao lançamento do respectivo edital, ou no próprio edital e seus anexos, em
observância ao inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal. inciso I do § 1º do art. 3º e inciso II do art. 30
da Lei nº 8.666/1993. TCU – Plenário 1636/2007 (destaques)
17
http://servicos.receita.fazenda.gov.br/Servicos/cnpjreva/Cnpjreva_Comprovante.asp. Emitido no dia
05/05/2020 às 18:44:03 (data e hora de Brasília).

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A empresa com a melhor proposta para a Administração no presente processo de


aquisição de qudriciclos foi a Maschietto Comércio de Produtos Off Road EIRELI, que,
nos termos do Instrumento de Alteração de Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada – EIRELI, constante às fls. 112/113, era denominada de Maschietto Comércio
de Produtos Eletrônicos – EIRELI, até a data dessa alteração, que se deu em 23.05.2019.
Dispõem, no citado Instrumento de Alteração, que as filiais adotarão o mesmo nome da
sede.

Do exposto, não pode ser entendido que as atas juntadas ao processo tenham sido
vencidas por empresas filiais, que reforça a teoria de que não constam nos autos
comprovação de que a empresa atende aos requisitos de habilitação dispostos no Termo
de Referência.

Sabe-se que a presente contratação é em regime de urgência, e que a demora no


processo aumenta o risco de mortes, no entanto, foi elaborado um Termo de Referência
foi enviado às demais possíveis contratantes com a Administração, exigindo pré-
requisitos para a participação do certame, assim, fica a Administração vinculada ao que
exigiu de todos, não podendo, assim, contratar por critérios diferentes ao que se
vinculou18.

b) quanto à regularidade fiscal e trabalhista –

I – quanto à regularidade fiscal – à fl. 107 e 130 - consta o Cadastro do CNPJ, em


situação regular;

18
Lei nº 8.666/93
(...)
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (negritado)

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II - não foram encontradas certidões de regularidade para com a Fazenda Federal,


Estadual e Municipal;
III - não foi encontrada a Certidão de prova de regularidade relativa à Seguridade
Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
VI – quanto à regularidade trabalhista - não foi encontrada nos autos a Certidão
Positiva de Débitos Trabalhistas com Efeitos de Negativa,

c) quanto ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição


Federal19 - não temos essa Declaração de conformidade.

Obs: Recomenda-se, que, para melhor instrução da presente contratação,


verificado no endereço eletrônico do Tribunal de Contas da União a Certidão
Consolidada de Pessoa Jurídica20 para fins de verificação da situação da regularidade de
empresa a ser contratada.

Do exposto, relevando-se as características especiais de um EIRELI 21, a


situação emergencial, as exceções para não exigência de certidões contidas na Lei nº

19
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
(...)
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
20
https://certidoes-apf.apps.tcu.gov.br/
21
Tem personalidade jurídica própria (art. 44, VI, do CC), distinta do seu titular.
2. É constituída por 1 (uma) única pessoa, titular da totalidade do capital social, devidamente
integralizado (art. 980-A, caput, CC).
3. A EIRELI pode ter natureza simples (registro no Registro Civil das Pessoas Jurídicas- RCPJ) ou
natureza empresária (registro na Junta Comercial).
4. Tecnicamente, é empresa; não é sociedade, nos termos do Enunciado 469 do Conselho da Justiça
Federal, EIRELI “…não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado”.
5. Tecnicamente, na EIRELI há a figura do titular da empresa; não do sócio.
6. Nos termos do Enunciado nº 468 do Conselho da Justiça Federal c/c Instrução Normativa nº 117,
do DNRC- Departamento Nacional de Registro do Comércio, o titular da EIRELI só pode ser pessoa
natural.

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13.979/2020, e as exigências do Termo de Referência, devem as certidões de


regularidade serem juntadas aos autos.

II.6 – DA ANÁLISE DA MINUTA DE CONTRATO

No que tange ao instrumento contratual, importante ressaltar que o Sistema


Jurídico do Estado do Rio de Janeiro possui como Órgão Central a Procuradoria-Geral do
Estado, a quem incumbe oficiar no controle interno da legalidade dos atos da
Administração Pública, inclusive por meio de supervisão dos órgãos locais e setoriais, de
acordo com o art. 2º do Decreto Estadual nº 40.500, de 1º de janeiro de 2007.

Dentre as competências desse Órgão está a de “elaborar Minutas padronizadas


de editais de licitação e de contratos, convênios, ajustes e acordos, inclusive os de
natureza trabalhista” (art. 3º, inc. III, do supracitado Decreto).

Analisando a minuta acostada às fls. 141/153, verifica-se que a mesma não foi
elaborada com base na minuta padrão de compras da d. PGE, especificamente
voltada ao combate ao COVID-19, fazendo-se necessários alguns ajustes:

a) À fl. 141, quando da qualificação das partes e dos fundamentos legais que
norteiam a presente contratação, deve-se inserir o “Decreto Estadual nº
46.991/2020, de 24 de março de 2020”, bem como o “Decreto Estadual nº
47.051, de 29 de abril de 2020”;
b) À fl. 143, quando trata no item “g)” das obrigações da Contratada, há a expressão
“neste Termo de Referência”, devendo ser retificada, pois é uma minuta de
contrato o instrumento presente;
c) À fl. 143, na “CLÁUSULA SEXTA”, deve-se preencher o valor, tendo em vista
que na posição em que se está a minuta no processo já se conhece o valor da
contratação;

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d) À fl. 145, na “CLÁUSULA NONA”, devem ser preenchidas as lacunas referentes


aos valores, pela mesma razão disposta na letra “c” acima;
e) À fl. 147, temos o dispositivo contratual que trata da “ALTERAÇÃO DO
CONTRATO”, observando-se a minuta padrão disponibilizada pela d.
Procuradoria Geral do Estado – RJ, ela dá ao gestor a possibilidade de reduzir ou
acrescer ao contrato a até 50% (cinqüenta por cento) do valor inicial do contrato,
conforme previsão do Art. 4º-I, da Lei nº 13.979/2020 22. Assim, se a Autoridade
Administrativa da PMERJ entender que essa faculdade pode corroborar para o
combate a pandemia em curso, pode seguir a orientação abaixo disposta na minuta
da PGE-RJ:
Nota Explicativa: Se, diante do caso concreto, o gestor decidir pela aplicação
do previsto no art. 4º-I, da Lei no. 13.979/2020, deve-se incluir o seguinte
dispositivo:
PARÁGRAFO ÚNICO: A CONTRATADA fica obrigada a aceitar, nas
mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões ao objeto contratado,
em até cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato.
(parágrafo incluído pelo Of.PGE/PG15/CCAPSJ SEI Nº09) (destacado)

f) Às fls. 151/152, na Cláusula Décima Quinta, que trata da “CESSÃO OU


TRASFERÊNCIA”, temos redação diferente da minuta que a PGE-RJ elaborou
para a aquisição em curso. Com a ressalva de que a antiga “Cláusula Décima
Nona” passou a ser a “Cláusula Décima Oitava”, porque a “Décima Oitava”
original foi excluída pela Resolução PGE n.º 4.202, de 17.04.2018, deve o caput
da citada cláusula ficar assim:

O presente contrato não poderá ser objeto de cessão ou transferência no todo


ou em parte, a não ser com prévio e expresso consentimento
do CONTRATANTE e sempre mediante instrumento próprio, devidamente
motivado, a ser publicado na forma prevista no caput da Cláusula Décima
Oitava. (acrescidos os destaques)

22
Art. 4º-I  Para os contratos decorrentes dos procedimentos previstos nesta Lei, a administração
pública poderá prever que os contratados fiquem obrigados a aceitar, nas mesmas condições contratuais,
acréscimos ou supressões ao objeto contratado, em até cinquenta por cento do valor inicial atualizado
do contrato.           (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) (destaques)

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g) Às fls. 152, quando Cláusula Décima Oitava dispõe “Da Publicação e do Controle
do Contrato”, como já relatado que a presente minuta não é a disponibilizada para
a forma excepcional de contratação, há que se observar as especificidades e maior
publicidades das contratações ocorridas para o combate ao coronavírus. Assim,
deve a redação da cláusula ser a abaixo:

Após a assinatura do contrato os seus dados serão imediatamente


disponibilizados em sítio oficial específico na rede mundial de
computadores (internet), contendo, no que couber, além das informações
previstas no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o
nome da CONTRATADA, o número de sua inscrição na Receita Federal do
Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou
aquisição, devendo ser encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado, para
conhecimento, cópia autenticada do contrato, na forma e no prazo determinado
por este. (destaques da AsseJur).

Todas as observações acima são imprescindíveis para o prosseguimento do feito.

II.7 - DA DISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA

A Administração só poderá realizar compromisso de contratação quando dispuser


de orçamento para tanto23. Por fim, reitera-se que é vedada a realização de despesa sem

23
Lei nº 8.666/93
(...)
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto
neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
(...)
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
(...)
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes
de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma;
(...)
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos
recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe
tiver dado causa.
(...)
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de
seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente; (grifamos)

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prévio empenho ou acima do limite dos créditos orçamentários concedidos, nos termos
dos arts. 59 e 60 da Lei Federal n.º 4.320/64, bem como pela previsão do art. 87 da Lei
Estadual n.º 287/79.

Nesse trilho hermenêutico, verifica-se que a respectiva declaração de que há


disponibilidade orçamentária foi juntada à fl. 138 constando Programa de Trabalho
(PT) 06.181.0478.2828, Fonte de Recurso (FR) 100 e Natureza de Despesa (ND)
4.4.90.52.29 (Veículos de Tração Mecânica).

II.8 – DA AUTORIZAÇÃO DE ORDENADOR DE DESPESA PREVISTO NO ROL DO ART. 82


DA LEI N° 287/79

Por fim, mas não menos importante, é necessária a verificação da autorização do


Ordenador de despesas, para fins de atendimento do art. 38, caput, da Lei Geral de

Licitações e Contratos24, bem como nas disposições do seu art. 7º,


Essa autorização do Ordenador de Despesas não consta à fl. 120.

III - CONCLUSÃO

Diante do exposto, sem adentrar em questões de ordem técnica, econômica e


financeira, pois se desviam da competência desta Assessoria Jurídica, entendo, s.m.j,
haver óbices jurídicos à aquisição emergencial, com supedâneo na Lei Nacional nº
13.979, de 06 de fevereiro de 2020, no art. 24, inciso IV, da Lei nº. 8.666/1993, ainda,
obedecendo às prescrições normativas estaduais trazidas pelos Decretos nº 46.966/2020,
nº 46.991/2020, e nº 47.05125, de 10 (dez) quadricíclos, para ações de combate à

24
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de
seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
25
Esses dois últimos voltados especificamente para as contratações diretas.

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epidemia de Coronavírus, ao fornecer meio logísticos para a Polícia Militar “intensificar


o policiamento das praias, lagoas, rios e piscinas públicas, visando orientar turistas e
usuários dessas áreas públicas a não frequentarem esses logradouros, desde que
atendidas as recomendações acima traçadas, sendo elas:

1 - Que o setor responsável pela instrução dos autos se pronuncie expressamente


se há ou não Ata vigente no Órgão Central de logística sobre o objeto a ser contratado,
antes de realizar a contratação em curso;
2 - Que sejam juntadas as certidões que a Administração exigiu no Termo de
Referência e as demais previstas pela legislação;
3 - Que seja aposta a assinatura do Ordenador de Despesas à fl. 120;
4 - Que sejam realizas as correções na minuta de Contrato;
5 - Que seja, ao final do processo, juntado o "Check-list" da PGE-RJ, que foi
elaborado para auxiliar na instrução dos processos que tratem das aquisições voltadas ao
combate a pandemia de COVID-19, nos termos de Lei nº 13.979/2020

É o que me parece. À superior apreciação.

Em 06 de maio de 2020.

Carlos Martins da Veiga – Cap PM


Id 594347

VISTO

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APROVO a Promoção nº /2020 – CMV, da lavra da Cap PM Carlos Martins


da Veiga, que, sem adentrar em questões de ordem técnica e econômico-financeira, pois
se desviam da competência desta Assessoria Jurídica, entendeu haver óbices jurídicos à
aquisição emergencial, com supedâneo na Lei Nacional nº 13.979, de 06 de fevereiro de
2020, no art. 24, inciso IV, da Lei nº. 8.666/1993, ainda, obedecendo às prescrições
normativas estaduais trazidas pelos Decretos nº 46.966/2020, nº 46.991/2020, e nº
47.05126, de 10 (dez) quadricíclos, para ações de combate à epidemia de Coronavírus, ao
fornecer meio logísticos para a Polícia Militar “intensificar o policiamento das praias,
lagoas, rios e piscinas públicas, visando orientar turistas e usuários dessas áreas
públicas a não frequentarem esses logradouros”.

Ao final de toda a instrução processual, chegou-se ao valor de R$ 320.000,00


(trezentos e vinte mil reais) para a aquisição de 10 (dez) unidades do quadricíclo marca
CFORCE, modelo 450 L, a ser fornecido pela empresa Maschietto Comércio de Produtos
OFF Road - EIRELLI, CNPJ 12.507.420/0006.52, cuja sede é localizada na cidade de
Piracicaba, e cuja filial fluminense é localizada no município de Nova Friburgo.

Foram apontados pelo Oficial os seguintes óbices:

1 - Que o setor responsável pela instrução dos autos se pronuncie expressamente


se há ou não Ata vigente no Órgão Central de logística sobre o objeto a ser contratado,
antes de realizar a contratação em curso;
2 - Que sejam juntadas as certidões que a Administração exigiu no Termo de
Referência e as demais previstas pela legislação;
3 - Que seja aposta a assinatura do Ordenador de Despesas à fl. 120;
4 - Que sejam realizas as correções na minuta de Contrato;

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Esses dois últimos voltados especificamente para as contratações diretas.

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5 - Que seja, ao final do processo, juntado o "Check-list" da PGE-RJ, que foi


elaborado para auxiliar na instrução dos processos que tratem das aquisições voltadas ao
combate a pandemia de COVID-19, nos termos de Lei nº 13.979/2020.

Faço registrar algumas observações adicionais.

A limitação desta Assessoria às questões jurídicas da pretendida contratação, sem


adentrar no mérito da conveniência e oportunidade dos atos praticados, possui uma dupla
peculiaridade no presente caso. Em um primeiro plano, há a própria situação de
emergência tratada pela Lei Federal nº 13.979/2020, a qual tem desencadeado, como é
notório, uma série de ações do poder público. Em um segundo plano, há a finalidade
pretendida pela aquisição dos produtos, os quais se inserem, como também é notório, no
rol de atividades levadas a cabo pela Polícia Militar, independentemente da situação
emergencial.

Constam, dos autos, diversas manifestações relevantes a esse respeito, as quais


merecem ser apontadas.

Às fls. 31, a complementação do Estudo Técnico Preliminar dá conta de que os


quadriciclos são “imprescindíveis” para o “policiamento ostensivo”, no âmbito do qual o
patrulhamento a ser exercido, principalmente nas praias, deve ser caracterizado pela
“mobilidade e velocidade”. A congruência desta informação se confirma pela
circunstância de que tais quadriciclos já compõem a frota da Corporação e que,
incidentalmente, já são objeto de um procedimento licitatório apto a suprir, em certa
quantidade e em dada perspectiva temporal, a necessidade não emergencial.

A Seção II.3 da Promoção supra aborda, com rigor, como os respectivos


quantitativos, de cada procedimento, demonstram a correção da via direta apenas para a

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demanda emergencial, deixando para a via ordinária o escopo de suprir a maior parte da
demanda da Corporação.

Quanto à análise das propostas, em si, consta às fls. 95, proposta da “Motorcar
Motocarioca LTDA” que, em tese, poderia configurar o preço mais competitivo, uma vez
que, para aquisições superiores a três unidades – e aqui se trata da aquisição de 10
unidades –, o preço baixaria a R$ 29.990. Ocorre que, conforme fls. 123, tal proposta for
desconsidera, por se referir a produto destinado a uma só pessoa, o que “diverge do
solicitado no Termo de Referência”.

Às fls. 10, de fato se lê do TR que o número de passageiros a serem suportados é


de 2. A matéria é inquestionavelmente técnica, e não jurídica, sendo de todo plausível que
o patrulhamento ostensivo deva ser feito por mais de um policial, de modo que o
quadriciclo não fique desguarnecido e ao léu, caso se faça necessária a abordagem
pessoal do agente público aos transeuntes. Considero prudente, no entanto, a bem da
máxima transparência e lisura, que o ponto seja esclarecido pelo setor técnico, inclusive
porque, a este Procurador, não restou evidente que o produto identificado às fls. 95 como
TRX 4x4 de fato comporte apenas uma pessoa.

Observo, ademais, que, às fls. 133, foi registrado pela Diretoria de Licitações e
Projetos que a empresa vencedora, Machietto Comercio de Produtos OFF Road não
constava do sistema de consultas da CGE. Noto que as respectivas pesquisas foram feitas
em 16.04.2020 e, tendo diligenciado na presente data e constatado que existem dados,
naquele sistema, tanto em relação ao CNPJ da empresa, como quanto ao nome da
principal sócia, sugiro que seja feita nova pesquisa e análise, em acréscimo às já
detalhadas exigências da Seção II.5 da Promoção supra.

Entendo que o presente feito poderá prosseguir, desde que atendidas as


recomendações acima traçadas.

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SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL

Processo nº E-35/192/167/2020
Data: 23/03/2020 Fls.
Rubrica:

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado Polícia Militar - SEPM
Assessoria Jurídica

Atendidas as recomendações, não se faz necessário o retorno dos autos a esta d.


ASSEJUR.

À d. Diretoria de Licitações e Projetos, em prosseguimento.

Em 06 de maio de 2020.

BRUNO FERNANDES DIAS


PROCURADOR DO ESTADO
ASSESSOR JURÍDICO

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