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São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011

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CULTURA

Um emirado para Emir


A Casa de Rui Barbosa em busca de transcendência

RESUMO
Prestes a ser nomeado presidente da Fundação Casa de Rui
Barbosa, no Rio de Janeiro, o sociólogo Emir Sader causa
polêmica ao anunciar sua intenção de fazer da instituição,
tradicionalmente dedicada à preservação de acervos literários e
pesquisas históricas, um centro de discussões sobre as
realizações do governo Lula.

Rafael Campos da Rocha

MARCELO BORTOLOTI
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MARCELO BORTOLOTI
PAULO WERNECK

UM ESPECTRO RONDA o Ministério da Cultura: o espectro


do comunismo.
Não bastasse a polêmica relativa à visão governamental sobre
direitos autorais, desde o início do mês a ministra Ana de
Hollanda enfrenta a reação de intelectuais contra as políticas que
o sociólogo Emir Sader, 67, pretende implementar quando for
nomeado para um dos principais órgãos da pasta, a Fundação
Casa de Rui Barbosa -o que está na iminência de acontecer. Ao
lado do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB), a
instituição carioca é referência em diferentes linhas de pesquisa,
entre elas os estudos relativos ao modernismo literário e à história
da cultura brasileira.
"Precisamos retomar as grandes discussões sobre o país, que
sumiram diante da especialização da vida intelectual", anunciou
Sader ao jornal "O Globo", em sua primeira manifestação como
dirigente da instituição, embora ainda não tivesse nem sequer sido
nomeado. "Onde houver um foguinho a gente vai jogar álcool
para ter reflexão." Conforme disse em entrevista à Folha, na
última quarta-feira, em seu apartamento no Leblon, o que se
produz na casa "não é potencializado, não tem temas de muita
transcendência".
Foi inevitável: as declarações de Emir Sader soaram como uma
espécie de "bullying" de uma instituição de ponta, até então tida
como sólida, produtiva e modelar.

BOATOS As ideias de Sader para a Casa de Rui Barbosa


transformaram a instituição numa "central de boatos", segundo
disse à Folha um pesquisador da casa que não quis ser
identificado.
Causaram também apreensão na intelectualidade "de fora" da
casa, que viu em seus propósitos desconhecimento das atividades
lá realizadas, além de sinais de aparelhamento petista e da
intenção de implantar um programa próprio, alheio à produção
atual e à vocação da fundação: preservar, estudar e divulgar
acervos de grandes intelectuais brasileiros.
Boa parte dos recentes livros de textos inéditos, biografias,
volumes de correspondência e edições críticas de autores como
Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira e Carlos
Drummond de Andrade tem origem em pesquisas lá realizadas.

POLÊMICA A última polêmica envolvendo Rui Barbosa


remonta a 2004, em torno da grafia de seu nome. Enquanto a
reforma de 1943 e a própria Casa preconizam a grafia "Rui", com
i, os herdeiros da Águia de Haia pleiteiam "Ruy", com "y". Desta
vez, porém, a coisa parece ser mais séria.
Emir Sader anunciou à Folha que pretende transformar a

instituição num centro de debates sobre "o Brasil para Todos". O


uso do slogan do governo Lula não é casual. A seu ver, a
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uso do slogan do governo Lula não é casual. A seu ver, a
redução na desigualdade que teria ocorrido nos oito anos de
governo petista não encontrou sua interpretação.
Sader não esconde a intenção de construir em sua gestão o
aparato teórico para as realizações do governo. "Quem mais
incentiva isso é a Dilma", diz, citando de cabeça uma entrevista
dela, publicada em livro organizado por Sader: "Vocês têm que
teorizar esse troço, nós estamos fazendo. Nós não temos tempo
de pensar os limites, as contradições, os potenciais". Mas isso
não caberia, por exemplo, à Fundação Perseu Abramo, do PT?
Sader afirma não querer fazer uma discussão "partidária", mas
"pública", por isso a necessidade de enraizá-la num órgão
governamental.
E a recente tese de André Singer, exposta em artigos na revista
"Novos Estudos Cebrap" e na Ilustríssima, sobre as raízes do
lulismo, não seria uma "decifração do enigma" Lula, que Sader
pretende fazer? Para ele, trata-se de um "ovo de Colombo": "Vai
ter trilhões de livros jornalísticos, né? As interpretações do
Andrezinho Singer são bem importantes porque são óbvias, né?
Chega um limite e ele não avança mais. O lulismo etc. e tal. É
descritivo, descreve um fenômeno real, mas não faz a anatomia
daquilo."

MINISTRO "O Emir queria ser ministro", disse à Folha uma


fonte que pediu para não ter seu nome revelado. De fato, foi
grande o seu empenho na campanha de Dilma Rousseff, tendo
organizado um encontro da candidata com 300 intelectuais e
artistas, entre os quais Chico Buarque. Também organizou um
livro sobre o governo Lula, com o assessor para assuntos
internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio
Garcia, e debates sobre o mesmo tema.
A presença magnética de Chico Buarque no evento, vista como
determinante para a adesão dos intelectuais a Dilma, ironicamente
teria bloqueado as pretensões de Sader, que viu a irmã do
compositor e romancista sendo alçada à cabeça da pasta. A
Casa de Rui Barbosa seria, então, um "prêmio de consolação"
para ele.
Seus planos, no entanto, são ambiciosos: ele pretende fazer da
casa uma ponta de lança para a implantação das políticas do
ministério. Além disso, tem a intenção de corrigir, a partir da
Fundação Casa de Rui Barbosa, um mal que acredita estar
disseminado na universidade brasileira: a "especialização". A casa,
disse ele, faz "tudo muito especializado, muito interessante, mas
meio de costas para a realidade".
"O que um espaço cultural público pode fazer para superar esse
deficit de interpretação?", pergunta-se. A saída seria "renovar
temáticas" e trazer "de volta" as "grandes questões", criando "um
espaço de debate público sobre temas candentes do Brasil".
TRANSCENDÊNCIA Entre os intelectuais, ficou a sensação
de que Sader não reconhece o caráter público dos estudos
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1.3.11 de que Sader não Folha de S.Pauloo- caráter
reconhece Um emirado parados
público E… estudos
literários, jurídicos e de história da cultura não alinhados ao
marxismo. Não teriam também o que ele chama de
"transcendência", sem discutir "temas contemporâneos" -cujo
foco, no caso, é o "Brasil de Lula".
Sem querer reagir publicamente a um presidente que ainda não foi
nem sequer nomeado, restou à equipe da "Casa Rui", como é
conhecida, o proverbial bom humor carioca. O burburinho dos
corredores passou a especular sobre a conveniência de entoar a
"Internacional" pela manhã; se o jardim onde Rui Barbosa
eventualmente fazia a sesta seria transformado num canavial -ou
se, no pior cenário, todos seriam enviados a Cuba para cortar
cana.
Fora da casa, as reações não demoraram a chegar -e sem o
recurso do "off the record", em que as fontes dão informações a
jornalistas com a condição de não serem identificadas no texto.
Em entrevista à Folha, a pesquisadora do IEB Telê Ancona
Lopez afirmou: "É preciso entender como as coisas são antes de
sair propondo soluções demagógicas. O acervo da casa suscita e
pode suscitar debates contemporâneos sem precisar recorrer a
palavras de ordem", diz.
O crítico literário Luiz Costa Lima qualifica o pensamento de
Sader como "marxismo parnasiano". "Não é possível ter uma
análise da sociedade sem levar em conta todos os seus aspectos",
diz ele. "E esta linha de pensamento tende a achar que a análise
cultural é uma besteira, que o mais importante é a questão
econômica."
O historiador José Murilo de Carvalho, que escreveu o clássico
sobre a primeira república "Os Bestializados - O Rio de Janeiro e
a República que não Foi" (1987) enquanto pesquisava na casa,
afirmou à Folha: "Transformar uma casa que pertenceu a um
ícone do liberalismo que foi Rui Barbosa num espaço justamente
para seus inimigos ideológicos seria uma grande traição", diz.
Para outro historiador, Ronaldo Vainfas, que lá trabalhou na
década de 1980, "discutir assuntos de esquerda não tem a ver
com a história da casa. Quando qualquer instituição fica muito
politizada, a pesquisa sai perdendo". Segundo ele, os "grandes
temas" mencionados por Sader não passam de grandes bandeiras
ideológicas.
No âmbito jurídico, Aurélio Wander Bastos, professor na
Universidade Candido Mendes, frisou em carta a "O Globo" que
os estudos sobre jurisprudência realizados na casa "muito
contribuíram para o moderno conceito de súmula vinculante",
quando uma decisão do Supremo passa a valer automaticamente
em casos semelhantes julgados em instâncias inferiores.

MARXISTAS X TROPICALISTAS A briga de certa forma


reedita uma velha disputa travada na esquerda brasileira. De um
lado, estão os marxistas, que veriam na atividade cultural um
instrumento de conscientização política, descendentes dos
Centros Populares de Cultura (CPCs) da UNE dos anos 60. De
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Centros Populares de Cultura (CPCs) da UNE dos anos 60. De
outro, intelectuais com formação na esquerda "tradicional", porém
filtrada por experiências culturais pós-modernas, como o
tropicalismo, Maio de 68, o cinema novo e a poesia marginal -
todas elas fundamentais para entender o Brasil nas últimas
décadas, sobretudo as articulações entre cultura erudita e cultura
popular.
Ao absorver manifestações que vão da literatura de cordel à
caricatura e o humorismo, da crônica jornalística à
correspondência privada, esses intelectuais deram dimensão
política a temas que até então ficavam restritos a uma esfera
puramente "cultural", e desviaram a produção intelectual do
monopólio dos "grandes temas" do marxismo, aos quais Emir
Sader quer voltar.
Boa parte dos pesquisadores da Casa Rui tem esse perfil,
inclusive o atual presidente, José Almino, que é poeta, letrista de
canções populares e amigo de Caetano Veloso. O compositor
comprou a briga e criticou Sader em sua coluna no jornal "O
Globo": "Ruim mesmo foi a entrevista de Emir Sader que li sobre
sua entrada na Casa de Rui Barbosa".
Caetano disse ter a sensação de "empobrecimento de visão" ao
ler os nomes que Sader pretendia levar para as discussões na
Casa Rui, "figuras marcadas da esquerda oficial", como Slavoj
Zizek, Eduardo Galeano e Marilena Chaui. "Gosto de Marilena",
escreveu Caetano, "mas não de sua cantilena contra a mídia para
absolver mensaleiros. Refrão que Sader repete na entrevista. Tou
fora."
"O Caetano ziguezagueia, fala qualquer coisa", rebateu Emir. "O
Gil foi ministro, tem que ter mais coerência, tem que fazer política.
Quem diria que aquele nego baiano tem muito mais articulação do
que o Caetano?"
Por que Caetano teria entrado na briga? Por temor de perder
influência? "Caetano nunca teve influência. Ele fala, causa um
certo frisson na praia, 'Ah, o Caetano falou'. Isso faz parte desse
pequeno universo que a imprensa forma, mas não me afeta." E
crava: "O Caetano é um cara conservador, tradicional, e o Gil é
um cara inovador, com o qual eu me identifico".

INTRANSCENDÊNCIA Na entrevista à Folha, as tentativas


de contemporizar não esconderam as críticas, ainda que sub-
reptícias, feitas às atividades da casa.
O que Emir Sader destaca na produção da Casa Rui? "Eu vou
fazer injustiças... A [historiadora] Isabel Lustosa faz um trabalho
legal, a [crítica literária] Flora Süssekind... Mas aí é dizer mais ou
menos o óbvio, né. A Lia Calabre, na parte de políticas
culturais... Eu não conheço direito, não conheço por ignorância
minha, mas não conheço por intranscendência da Casa. Você
olha aquilo lá e não sabe em que momento do país aquilo foi
produzido. Eu também não me informei muito. As coisas da casa
não chegaram a mim. E lá de dentro não saiu essa transcendência,
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de colocar temas importantes".
Na prática, não parece haver tanta margem para alterar os rumos
da instituição, cujos pesquisadores têm estabilidade e cujas
verbas, como é a regra nas instituições culturais brasileiras, são
escassas. O ministério passará pelo recém-anunciado corte de
gastos federais: conforme diz Emir Sader, "tem o corte, o
orçamento é menor, e tem dívidas. Desde março não se repassou
nada aos Pontos de Cultura. Teve uma manifestação em Brasília.
Está estourando na mão da [ministra] Ana [de Hollanda] porque
ela fica quieta, é meio autista."
A estratégia será batalhar para abrir concursos públicos -o último
foi em 2002, no governo FHC- e aumentar a quantidade de
bolsas de pesquisa, além de contar com a progressiva
aposentadoria dos atuais pesquisadores. E promover seminários.

SEMINÁRIOS Entre as discussões que Sader pretende


organizar, está um debate sobre propriedade intelectual -questão
particularmente espinhosa numa instituição que lida com a
propriedade intelectual em sua materialidade (cartas, diários,
documentos pessoais, rascunhos). Para pesquisar e publicar o
material da Casa Rui, é preciso, nos termos da lei, autorização
dos detentores de direitos autorais -agentes literários e herdeiros
volta e meia idiossincráticos ou exigentes.
Debates sobre questões de gênero e direitos humanos também
estão na pauta: "Vamos voltar a discutir a questão da comissão
da verdade, vamos trazer experiências argentinas, uruguaias,
chilenas". E os direitos humanos em Cuba? "Pela demanda da
[secretária] Maria do Rosário, é experiência de comissão da
verdade, se avançaram, se não avançaram. Experiências similares:
Uruguai, Argentina, Chile, basicamente."
E um dissidente cubano, teria lugar na discussão sobre direitos
humanos? "É diferente, a polarização cubana. É tão 'Guerra Fria'
ainda, contra e a favor, que quem sai vai de tal maneira para a
direita... se é que não acaba em Miami". Sader ficou conhecido
por ter justificado o fuzilamento de dissidentes cubanos em nome
da soberania do país, em 2003.

TESOUROS Nos arquivos da Casa Rui repousam tesouros:


potenciais livros de correspondência, documentos pessoais que
fariam a alegria de pesquisadores, editores e leitores. Criada a
partir de um museu-biblioteca fundado em 1928 pelo presidente
Washington Luís para preservar, estudar e divulgar o legado do
intelectual baiano, a Casa Rui tornou-se, nos últimos 30 anos,
uma instituição de ponta na área dos estudos literários, da
Primeira República e de história da cultura, além da vocação
natural para estudar o direito e a copiosa produção de Rui
Barbosa entre 1849 e 1923.
A instituição funciona na rua São Clemente, uma das mais bonitas
do Rio, que começa na praia de Botafogo e termina aos pés do
Corcovado, que se deixa ver cenograficamente ao fim da rua,
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Corcovado, queFolha de S.Paulo - Um emirado para E…
se deixa ver cenograficamente ao fim da rua,
entre nuvens. Rui Barbosa comprou a casa em 1893 e lá morou
de 1895 até morrer, em 1923. Além dos livros e da papelada, lá
estão guardados os bens da família -por exemplo, os veículos que
pertenceram a Rui (honrando o estilo do patrono, são chamados
de "viaturas" nas publicações da casa).
É vasta a lista de trabalhos relevantes lá realizados. Para citar
apenas alguns exemplos, foi ali que Antonio Houaiss escreveu um
monumento sobre edição de livros no país: "Elementos de
Bibliologia" (1967). Também foram realizados trabalhos
relevantes na área de filologia, como o "Vocabulário do
Português Medieval", de Antônio Geraldo da Cunha, e o
levantamento de manuscritos de autores como Álvares de
Azevedo, José de Alencar e Cruz e Souza.
Mais recentemente, foi feito o preparo de uma edição crítica dos
primeiros livros de poesia de Carlos Drummond de Andrade, por
Júlio Castañon Guimarães, que também assina o estabelecimento
de texto do volume de "Crônicas Inéditas" de Manuel Bandeira
(Cosac Naify). A produção de Drummond para os jornais ainda
inédita em livro foi levantada pela pesquisadora Isabel Travancas.

ACERVOS No Arquivo-Museu de Literatura, com acesso


restrito a pesquisadores autorizados, há 123 acervos de
intelectuais centrais no modernismo brasileiro, entre os quais
Drummond, João Cabral, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes,
Clarice Lispector, Pedro Nava -e por aí vai. Esse material é
organizado, anotado e estudado por uma equipe de
pesquisadores que goza de uma autonomia inexistente nas
universidades, cada vez mais burocratizadas. Os pesquisadores
não são obrigados a dar aulas e têm liberdade de escolha para
encaminhar seus estudos. As equipes de pesquisa prestam contas
em relatórios anuais que detalham sua produção.
É significativo que a especialidade da Casa -a conservação e a
pesquisa de acervos- tenha se dado justamente sob a égide de
Rui Barbosa, o homem que mandou queimar os arquivos dos
senhores de escravos que reivindicavam indenização do Estado
após a Abolição. A queima, cujo objetivo seria inviabilizar
qualquer tipo de pleito financeiro por parte dos senhores de
escravos, prejudicou gravemente o atual conhecimento do
mercado negreiro no Brasil da Abolição.
O caso foi estudado por um pesquisador da Casa, Eduardo Silva,
no livro "Rui Barbosa e a Queima dos Arquivos", publicado pela
Casa Rui em 1988 e vendido no site da fundação por R$ 10.
Entre as pesquisas que Eduardo Silva realizou na casa, está um
trabalho que revelou a existência de um quilombo fundado no
Leblon, analisado no livro "As Camélias do Leblon" (Companhia
das Letras).

SEMENTE Em 1973, Drummond publicou em sua coluna no


"Jornal do Brasil" o texto "Em São Clemente, 134".
"Poucas pessoas souberam (ou perceberam)", escreveu o poeta,
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"Poucas pessoas souberam (ou perceberam)", escreveu o poeta,
"que alguma coisa de novo aconteceu numa velha mansão da rua
São Clemente, ao findar o ano, em honra e benefício das letras.
Sem alarde, inaugurou-se na Casa de Rui Barbosa o Arquivo-
Museu de Literatura, possível semente de outros".
Mais adiante, ele pede ao escritor João Condé que envie ao
Arquivo-Museu "algumas das inúmeras riquezas dos seus
'Arquivos Implacáveis', que nem por isso ficarão menos
implacáveis e mais pobres, tá bom?". E arremata: "Colecionador
ou não colecionador, que tenha em casa um retrato, uma carta,
um poema, um documento de escritor brasileiro digno do nome
de escritor, e pode com ele 'enulentar' [sic] o arquivo-museu
menino, dirigido pelo espírito público de Plínio Doyle na Casa de
Rui Barbosa: faça um 'beau geste' [gesto nobre], mande isso para
São Clemente, 134, e terá oferecido a si mesmo o prêmio de uma
satisfação generosa".

"As interpretações do Andrezinho Singer são bem


importantes porque são óbvias, né? Chega um limite e ele
não avança mais. O lulismo etc. e tal. É descritivo, mas não
faz a anatomia daquilo"

"O Caetano fala qualquer coisa. O Gil foi ministro, tem que
ter mais coerência, tem que fazer política. Quem diria que
aquele nego baiano tem muito mais articulação do que o
Caetano?"

"Tem o corte, o orçamento é menor, e tem dívidas. Teve


manifestação em Brasília. Está estourando na mão da
[ministra] Ana [de Hollanda] porque ela fica quieta, é meio
autista"

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