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ANJOS E DEMÔNIOS PARTE 3

Olá, meu irmão e irmã. No último “Servindo à Verdade” falei sobre a


natureza dos anjos e sua missão, falei que a Escritura nomeia somente
três desses seres, também comentei acerca da festa litúrgica que a Igreja
dedica a eles (aos arcanjos e também aos anjos da guarda), falei
brevemente que a missão dos anjos esta em colaborar para nossa
salvação.

Também lembrei que há aqueles anjos que se empenham em nossa


perdição e é sobre esses que conversaremos. Como sempre nosso ponto
de partida, bem como nosso eixo norteador será a Doutrina da Igreja
centrada de modo privilegiado no Catecismo, visto termos nele uma bela
síntese da Sagrada Tradição, da Sagrada Escritura e do Sagrado
Magistério. Ao mesmo tempo e na medida do possível vou apresentando
o pensamento de alguns autores respeitados que podem nos ajudar o
entendimento. Desejei fazer essa observação por causa da natureza do
assunto. Ou seja, há muita superstição e também muito ceticismo
rondando o tema e por isso, torna-se mais urgente ainda nos deixarmos
guiar pela sabedoria da Mãe Igreja.

Espero que você já tenha notado que não tenho pretensões de


originalidade, basta-me a fidelidade. Ou como diria um amigo querido
(Reisemberg Rosa), basta-me ser “homem seta” de modo apontar para a
Verdade presente plenamente na Igreja. Se, por acaso eu cometer algum
deslize submeto-me inteiramente à correção da autoridade competente,
no caso, o sr. Arcebispo. Vamos ao tema.

A Igreja crê, é dogma de fé a existência de Satanás. Ou seja, segundo


o ensinamento da Igreja Satanás é uma pessoa que livremente escolheu
contra Deus. Nesse sentido, para a Igreja, o mal não é algo abstrato, uma
força etérea. Ensina a Igreja: “Satanás ou o Diabo, bem como os demais
demônios são anjos decaídos por terem recusado livremente a servir a
Deus a seus desígnios. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam
associar o homem à sua revolta contra Deus” (CIC, 414). Segundo esse
ensinamento a o Diabo foi criado bom, mas ele decidiu ir contra o Sumo
Bem que é Deus e ao tomar essa decisão ela tornou-se definitiva,
irrevogável de modo que, o Diabo jamais se converterá.

Ele não pode equiparar-se a Deus então procura perverter aquela


criatura que foi feita imagem a semelhança de Deus: o homem. Explicando
de outro modo: o Diabo e seus demônios não podem atingir a Deus, então
procuram atingir o homem. Foi ele quem motivou a desobediência
humana fazendo com que o pecado entrasse no mundo. O Diabo se
revoltou contra Deus e quer fazer com que o homem também se revolte
contra Deus: “Por trás da desobediência de nossos primeiros pais há uma
voz sedutora que se opõe a Deus e que, por inveja, os faz cair na morte. A
Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo destronado
chamado Satanás ou Diabo. A Igreja ensina que ele tinha sido
anteriormente um anjo bom, criado por Deus... – Com efeito, o Diabo e
outros demônios foram por Deus criados bons em (sua) natureza, mas se
tornaram maus por sua própria iniciativa” (CIC, 391).

É correto dizer, portanto, que o pecado original cometido pelo


homem tem sua origem no pedado original do Diabo e de seus demônios.
Para explicar isso costumo falar do pecado original originário e do pecado
original originado. O pecado original originário é a revolta de Satanás em
relação ao Senhor. O pecado original originado é a desobediência do
homem em relação ao Senhor. O pecado original originado (o pecado do
homem), foi motivado pelo pecado original originário (aquele cometido
pelo Diabo e os seus). Queria, no entanto, ressaltar que essa explicação
(sobre esses dois pecados), é minha e é um recurso meramente didático
que pretende tão somente tornar esse assunto mais claro. Não é
fundamental você aceitar ou se ater a esses conceitos, pois, até onde eu
sei a Igreja não usa essa definição.

Mas objetivamente falando, qual teria sido o pecado original


originário? Que tipo de pecado foi esse? Como vimos anteriormente (cf.
CIC, 391), foi um pecado de inveja. A inveja consiste no desejo em querer
o que pertence ao outro, e ao mesmo tempo, privar o outro do que tem.
Inveja é, em outras palavras, ficar infeliz com o bem e a felicidade do
outro. Nesse sentido a pessoa invejosa é parasita da felicidade do outro. É
verdade, o invejoso é um parasita espiritual, pois, a única coisa que alivia
momentaneamente sua infelicidade é sugar a infelicidade do outro. Mas o
diabo sabe que Deus não esta sujeito a esse engenho, logo, Satanás é
infeliz por excelência.

Ele (o Diabo), por inveja, não se contentou em ser criatura, quis se


igualar a Deus. Depois teve inveja da condição na qual o homem foi
criado, isto é, condição de plena amizade com Deus. Diz o CIC (392),
acerca do pecado desses anjos pervertidos: “A Escritura fala do pecado
desses anjos. Essa ‘queda’ consiste na opção livre desses espíritos criados,
que rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e seu Reino. Temos um
reflexo desta rebelião nas palavras do Tentador ditas a nossos primeiros
pais: ‘E vós sereis como deuses’ (Gn 3,5). O Diabo é ‘pecador desde o
princípio’ (1Jo 3,8), ‘pai da mentira’ (Jo 8,44)”. O Diabo, á perdido e
pervertido por causa de sua inveja procura perder e perverte o homem
semeando a inveja em seu coração. É como se Satanás dissesse: “vocês
não precisam obedecer a Deus, Ele é um velhaco que lhes impõe certas
normas, elas não dever ser seguidas. Vocês devem se libertar. Se vocês se
libertarem das normas de Deus se tornaram deuses. O que é bem e o que
é mal não precisa ser estabelecido por Deus. Vocês mesmos poder
estabelecer, segundo, seus sentimento e pensamentos o que é bem e o
que é mal” E acatando a tentação do Diabo, buscamos ser iguais a Deus
mas no final das contas nos tornamos parecidos com Satanás.

Por enquanto ficamos por aqui. No próximo “Servindo à Verdade”


vamos refletir sobre a atividade do Diabo, sobre possessão...

Sigamos em frente buscando pensar com a Igreja no serviço da


Verdade. Fique com Nossa Senhora e São José.

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