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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA
CAMPUS DE PARAUAPEBAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL
PARAUAPEBAS
2018
2
.
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do
Curso de Graduação em Engenharia Florestal do Campus de
Parauapebas da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA
como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Florestal.
PARAUAPEBAS
2018
3
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Prof. Dr. Vicente Filho Alves Silva
Área: Engenharia Florestal-Mecanização
Orientador
Campus de Parauapebas – UFRA
_________________________________________________
Prof. MSc. Carlos Alberto de S. Nogueira
Área: Engenharia Florestal
Campus de Parauapebas - UFRA
(Membro)
________________________________________________________
Prof. Dr. José Nilton da Silva
Área: Engenharia Agronômica
Campus de Parauapebas – UFRA
(Membro)
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela capacitação, amor e sustentação, reconheço que sua mão poderosa, estar
presente em todos os detalhes da minha vida.
Aos meus pais Verto Meireles e Edneide Pinheiro, pelo carinho, apoio e cuidado durante
toda as etapas da minha vida.
A minha irmã Elisanjela Pinheiro pelo ombro amigo e esforço sem medidas para me
ajudar nessa jornada.
As minhas sobrinhas por serem minhas inspirações para vencer
A minha filha Isadora Pinheiro por se tornar o motivo e razão para ter forças para
conclusão do curso.
A minha vó Nair Barbosa pelo carinho mesmo que distante.
Ou seja, esse diploma dedico á vocês.
A Universidade Federal Rural da Amazônia, por tornar possível a realização deste curso.
O prof. Vicente Filho Alves Silva pela dedicação, orientação, incentivo, confiança e
participação.
Ao grupo “só sucesso” Vivia Menezes, Emanuelle Josefine, Eucivane Morais, Luciana
Gomes, Eliane Sousa, Danielle Fernandes e Mateus Portela vocês foram peças fundamentais
nessa formação e serão lembrados sempre.
Ao meu segundo gerente geral Leonardo Marques que assegurou a finalização de um
sonho e ao meu amigo supervisor Adilson Lopes.
A toda equipe da gerencia GATAN, por ter me proporcionado um aprendizado continuo
que levarei por toda minha profissional.
A minha prima irmã Tathyelle Pinheiro pelo cuidado de sempre me deixar linda.
A minha amiga profissional e da vida Sheila Faria.
À todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram na realização deste curso,
e que consideram parentes e amigos, meu sincero agradecimento.
À banca examinadora.
Muito Obrigada!
6
Carlos Duarte.
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RESUMO
ABSTRACT
This work deals with an operational plan for plant suppression of the Carajás Mining Complex
- Parauapebas / PA. Thus, an Iron Mine Plant Suppression Program carried out in the interior
of the Carajás National Forest is carried out with the purpose of minimizing the impacts related
to the activity. This program is based on the techniques used in low impact forest management
and is focused on worker safety, use of woody material (wood, firewood and forest residues)
and minimal impact on fauna. Although it is more complex for forest areas, it is also applied in
the savanna areas, with due differences regarding the size of the suppressed plants. The
objective of this work is to establish the necessary safety and environmental tools and guidelines
for entering the territory, plant suppression, rehabilitation of areas and closure (temporary or
definitive) of mineral exploration activities developed by Exploration and Mineral Projects. As
a result of the plant suppression program being carried out within a Conservation Unit, the
Carajás National Forest, all the activities developed in this program, are based on the premises
set forth in the NORMATIVE INSTRUCTION no. 09 of April 28, 2010 of the Chico Mendes
Institute (ICMBio), as well as the procedures established in NORMATIVE INSTRUCTION
No. 152 of January 17, 2007 of the Brazilian Institute of Environment and Renewable Natural
Resources (IBAMA), which establish the legal procedures necessary to obtain permits for the
purposes of research and mineral mining within National Forests, as well as establishing rules
for the management of forest resources from deforestation areas, as well as the obligation to
rescue epiphytes and plants of conservation interest. For the accomplishment of this study the
bibliographical research was carried out to deepen on the subject and to extend the knowledge,
as well as the field research in the Mining Complex of Carajás in Parauapebas / PA. Therefore,
as main results it was observed that the practice of a series of measures adopted in the planning
and execution of the suppression plant activity leads to reduction of damages in all the phases
of exploration, thus guaranteeing, less impact to the environment and generating positively
increase in operating production.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Desenho esquemático da delimitação da área do ASV com o trator .................... 21
Figura 02: Entrada principal................................................................................................ 22
Figura 03: Equipamentos de proteção coletiva .................................................................... 24
Figura 04: Poda de limpeza e manutenção em três cortes, em ramos com dimen superior a
(cinco) 5 cm ......................................................................................................................... 25
Figura 05: Foice, motopoda e motosserra (esquerda para a direita) ...................................... 26
Figura 06: Distribuição das equipes de motosserristas em campo ........................................ 27
Figura 07: Equipamentos utilizados na supressão vegetal mecanizada................................. 28
Figura 08: Motos serristas em raio de ação da concha da escavadeira .................................. 28
Figura 09: Escavadeira aguardando inicio do primeiro corte com motosserra ...................... 29
Figura 10: Operador fora do raio de ação da escavadeira ..................................................... 29
Figura 11: Operador fora do raio de ação da escavadeira ..................................................... 29
Figura 12: Operador de motosserra fora do raio da ação da escavadeira .............................. 30
Figura 13: Traçamento e desgalhamento ............................................................................. 31
Figura 14: Locais de medição do romaneio e cubagem........................................................ 33
Figura 15: Esquema de empilhamento de toras e identificação ............................................ 34
Figura 16: Formação das pilhas de madeira ......................................................................... 35
Figura 17: Forma de um cubo, onde o cálculo do volume é realizado por meio da multiplicação
da área da base (a*b) pelo comprimento das toras (c)-(v=a*b*c) .......................................... 36
Figura 18: Forma de um paralelepípedo retangular, onde o cálculo do volume é realizado por
meio da multiplicação da área da base (a*b) pelo comprimento das toras (c)-(v=a*b*c) ....... 36
Figura 19: Exemplo de enleiramento de material lenhoso ................................................... 37
Figura 20: Armazenamento do top soil................................................................................ 39
Figura 21: Maquinário espalhando o top soil....................................................................... 40
Figura 22: Mapa floresta de Carajás .................................................................................... 43
Figura 23: Gráfico de acidentes atividade: supressão vegetal .............................................. 53
Figura 24: Gráfico de primeiros socorros ............................................................................ 53
Figura 25: Partes atingidas .................................................................................................. 53
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Exemplo de planilha de campo destinado ao registro dos indivíduos vegetais
suprimidos ........................................................................................................................... 34
Tabela 02: Severidade x Critérios........................................................................................ 45
Tabela 03: Frequência ......................................................................................................... 46
Tabela 04: Abrangência dos impactos ................................................................................. 46
Tabela 05: Aspectos ambientais significativos x Medidas de controle ................................. 47
Tabela 06: Riscos de saúde e segurança x Medidas de controle ........................................... 49
Tabela 07: Matriz de importância para classificação do aspecto ambiental .......................... 51
Tabela 08: Levantamento de aspectos e impactos ambientais – laia: supressão vegetal ........ 52
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13
2 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 15
2.1 Objetivos específicos .................................................................................................... 15
3 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 16
3.1 Etapas operacionais do plano de supressão vegetal .................................................... 17
3.1.1 Fase pré-exploratória ................................................................................................... 17
3.1.2 Diretrizes básicas para a supressão da vegetação ......................................................... 18
3.1.3 Orientações para entrada no território ......................................................................... 18
3.1.4 Programa de salvamento antecipado de fauna e flora ................................................... 19
3.1.5 Delimitação do polígono ............................................................................................. 21
3.1.6 Delimitação dos blocos................................................................................................ 21
3.1.7 Estrada principal ......................................................................................................... 22
3.1.8 Pátios de armazenagem temporário.............................................................................. 22
3.1.9 Planejamento e construção de infraestrutura ................................................................ 23
3.1.10 Recursos necessários ................................................................................................. 24
3.2 Fase exploratória .......................................................................................................... 25
3.2.1 Técnicas e métodos de realização de podas.................................................................. 25
3.2.1.1 Poda de limpeza e manutenção ................................................................................. 25
3.3 Limpeza e sub-bosque (broque) ................................................................................... 26
3.4 Distribuição das equipes de corte ................................................................................ 26
3.5 Aplicação das técnicas de corte mecanizada ............................................................... 27
3.5.1 Informações importantes para utilização dos equipamentos ......................................... 28
3.6 Traçamento e desgalhamento ...................................................................................... 30
3.6 Enleiramento ................................................................................................................ 30
3.8 Destoca .......................................................................................................................... 31
3.9 Arraste .......................................................................................................................... 31
3.10 Romaneio .................................................................................................................... 31
3.10.1 Levantamento expedito da madeira ............................................................................ 34
3.11 Empilhamento ............................................................................................................ 35
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVO GERAL
3 REVISÃO DE LITERATURA
Todas as operações florestais descritas nesta fase deverão ser executadas no campo na
mesma sequência em que se encontram apresentadas neste plano. Estas atividades deverão ser
previamente planejadas de forma que venha facilitar a execução do desmate. Ás atividades que
antecedem a exploração, também são conhecidas como atividades pré-exploratórias.
A supressão de vegetação necessária, para abertura de acessos, praças de sondagem,
trincheiras, poços, implantação de alojamentos, acampamentos e outras instalações de apoio,
manutenções e intervenções em áreas arborizadas, deve ser feita segundo as recomendações a
seguir:
A supressão de vegetação deverá ser sempre planejada e restrita às áreas onde será
realizada a intervenção;
Deve se evitar a exposição do solo por período prolongando, assim a supressão da
vegetação deve seguir o cronograma das atividades;
Árvores de grande porte ou de interesse paisagístico devem ser preservadas sempre que
possível;
A supressão de árvores com uso de correntes ou lâminas de tratores é proibida;
A supressão de árvores deverá ser realizada com motosserras devidamente licenciadas
e registradas;
As licenças ambientais pertinentes devem ser providenciadas.
Anteriormente ao processo de supressão, deverão ser definidas as responsabilidades
perante eventuais erros nos limites das áreas, pontos de ataque, sentido de avanço e todas as
instruções de segurança pertinentes às operações. No local deve-se fazer presente sempre uma
cópia da autorização de supressão vegetal bem como a documentação regularizada dos
motosserras em uso.
Anteriormente à derrubada da vegetação arbórea, os cipós entrelaçados nas árvores
deverão ser cortados com o auxílio de foices e facões, sendo primordial a completa erradicação
dos mesmos, no intuito de se evitar acidentes de trabalho como por exemplo o rebote de toras.
O trabalho consiste resumidamente no corte de toda a vegetação de menor porte, até 1 metro
acima do solo e em todos os pontos de ligação dos indivíduos com o solo.
18
Dentro das áreas de pesquisa mineral e no seu entorno imediato deve levantar a
existência de áreas sensíveis e/ou com restrições de uso, comunidades tradicionais/terras
indígenas, patrimônio cultural/arqueológico, restrições naturais (furacão, atividade sísmica),
conflitos sociais, grupos organizados;
Preencher/revisar o check list socioambiental para entrada no território (Anexo
01) e mantê-lo arquivado junto aos documentos do projeto;
Indicar as ações e recomendações para a entrada no território e execução dos
trabalhos de pesquisa e registrá-los no item ‘Plano de Ação’ do check list para a entrada.
As plantas serão retiradas com auxílio de ferramentas como sacho, enchada, foice, facão,
chibanca, picareta, pá, entre outras. Com o intuito de aumentar o índice de sobrevivência, as
plantas resgatadas serão retiradas com a maior quantidade possível de raízes e torrões. As
espécies mais sensíveis ao resgate devem ser coletadas preferencialmente nos dias de chuva.
O material resgatado deverá ser destinado imediatamente ao viveiro de mudas da Mina
Onça Puma, porém, é importante salientar que plantas herbáceas, como samambaias, cactáceas,
bromélias e orquídeas; poderão ser reintroduzidas diretamente em remanescentes florestais
próximos, levando em consideração que estes ambientes sejam semelhantes àqueles onde foi
realizado o resgate. Não foi registrado ocorrência de epífitas na caracterização da vegetação.
As espécies encontradas durante a supressão da vegetação serão registradas e
apresentadas no relatório anual de atendimento as condicionantes.
O "broque" é um trabalho feito em toda a área a ser suprimida, apenas com mão-de-obra
braçal, e as ferramentas necessárias são facões e foices. Atenção especial deve ser dada ao corte
dos cipós, pois os mesmos dificultam as operações de derrubada de grandes árvores e aumentam
os riscos de acidentes durante a supressão. A presença de cipós, interligando as copas, dificulta
o direcionamento de queda da árvore a ser extraída. Assim, a possibilidade dessa árvore cair
aleatoriamente, arrastando consigo outras aumentam o risco de acidentes para a equipe de
supressão.
Antes do início dos cortes, nas respectivas áreas, será feito uma vistoria na vegetação a
ser suprimida em busca de animais silvestres que eventualmente estejam na mesma. Durante os
cortes, serão protegidos os animais que estejam fugindo das referidas áreas. Estes animais serão
conduzidos (translocados) para áreas florestais adjacentes. Os filhotes capturados serão
enviados a um centro de triagem para o tratamento adequado e sua recuperação, e
posteriormente soltos em ambientes florestais apropriados.
A princípio não serão feitas capturas em caso de aparecimento de fauna adulta, mas sim,
acompanhamento e proteção dos espécimes para evitar perdas. A captura, para posterior soltura
só será efetivada em último caso quando for confirmada a impossibilidade de determinado
animal se locomover ou se dispersar por seus próprios meios, conforme preconizado no plano
de resgate da fauna.
Será rigorosamente proibida a caça de qualquer animal silvestre no Projeto. As frentes
de corte florestal terão apenas uma direção de avanço, permitindo a fuga natural de espécimes
da fauna. Será organizado um acompanhamento técnico para o eventual resgate de fauna
fugitiva durante as operações de corte, conforme descrito no plano de resgate da fauna.
21
entre os blocos deve ser marcado pela equipe de topografia e sinalizado com fitas plásticas, de
modo que possam ser facilmente visualizadas no campo.
Os pátios deverão ser construídos em locais planos, de forma que venha facilitar o
empilhamento e carregamento das toras. Antes da construção é necessário fazer a sinalização
de seus limites com fitas de plástico. A equipe ideal para a construção dos pátios é formada por
01 operador de trator, 01 ajudante e 01 operador de motosserra para cortar as árvores mais
grossas. Durante a sua construção, não deverá haver equipes de desmatamento em atividade nas
proximidades da área.
Para esta atividade podem ser necessários alguns recursos, que são disponibilizados pela
empresa para os empregados em local adequado, de acordo com as condições físicas e
climáticas do local de execução da atividade; a segurança dos profissionais é garantida por meio
da utilização de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) de qualidade, em bom estado de
conservação e dentro das normas técnicas, quais sejam:
- Rádio de comunicação bidirecional (rádio fixo);
- Lanterna;
- Capa de chuva;
- Colete refletivo (uso obrigatório);
- Repelente de insetos;
- Cones;
- EPI’S Uso Obrigatório; capacete com jugular, óculos, Luva e bota com biqueira de
composite, sinto de segurança, perneira.
- EPI’S de uso de acordo com o local de execução da atividade e os riscos mapeados
nas mesmas; Mascara semi facial - PFF2, protetor solar, bota de segurança cano longo (bota
Mateiro) e protetor auriculares. Assim, na figura 03 podemos ver os equipamentos de proteção
coletiva utilizada na área.
Figura 04: Poda de limpeza e manutenção em três cortes, em ramos com dimen superiores a 5cm.
Fonte: Arquivo Vale, 2018.
de cada equipe de forma sistemática, ou seja, uma equipe não poderá estar ao lado da outra.
Trata-se de mais uma medida de segurança para os trabalhadores. Assim, na figura 06 veremos
a distribuição das equipes de motosserristas em campo.
2 ha
5 ha
2 ha
5 ha
Esta atividade tem por objetivo livrar o fuste da porção do sistema radicular
eventualmente remanescente, e da copa. Assim que os indivíduos vegetais forem sendo
derrubados, deve ser realizado o traçamento dos mesmos, ou seja, retirada dos galhos e copas
por meio da utilização de motosserras. Uma vez efetuada tal operação, realiza-se a atividade de
traçamento dos indivíduos vegetais suprimidos, que consiste no corte dos troncos em seções
menores para facilitar o arraste das toras para os locais de disposição adequada.
O traçamento é feito de acordo com o uso da tora. Para toras retilíneas que se observa a
possiblidade de aproveitamento da madeira como mourões, postes ou para fabricação de tábuas,
estes deverão ser seccionados de modo a aproveitar todo tronco. No entanto, de maneira geral,
recomenda-se que as toras sejam cortadas em seções nunca inferiores a 1 metro de
comprimento.
O traçamento deverá ser executado de acordo com o aproveitamento da tora na indústria.
Por exemplo, se a tora for usada na serraria deve ser traçada a cada quatro metros. Se for usada
para a laminação, dever ser traçada a partir de 5 m, conforme figura 13 que mostra o traçamento
e desgalhamento.
31
Traçamento
Desgalhamento
3.7 Enleiramento
3.8 Destoca
Portanto, somente quando for possível e necessário, os tocos remanescentes deverão ser
retirados das áreas com auxílio de tratores para, posteriormente, serem picados com motosserra
e transportados até o local adequado de acondicionamento do material lenhoso.
3.9 Arraste
É a condução da tora da floresta até o pátio de estocagem. Esta atividade pode ser
realizada com skidders (tratores florestais) ou com trator de esteira (D6), desde que tenham
acessórios apropriados para acoplar a tora ao trator. A distância máxima para o arraste das toras
é de 250 metros do pátio. Nesta atividade deverão ser arrastadas todas as toras com DAP igual
ou maior que 30 cm.
3.10 Romaneio
Consiste nos serviços de identificação, marcação e medição das toras, com a finalidade
de se obter uma relação qualitativa e quantitativa das toras que foram obtidas na supressão de
determinada área, assim como os respectivos volumes (por espécie e total). Para o contexto
deste empreendimento, este serviço também atenderá uma exigência da legislação correlata
(Instrução Normativa Nº 152/07 do IBAMA e Instrução Normativa Nº 09/09 do ICMBio). Por
medida de segurança, está atividade deve ser realizado antes da tora ser empilhada, ainda no
chão ou quando elevada, a baixa altura, pelo skidder ou trator.
A equipe recomendável deverá ser composta por 01 técnico de nível médio, um
identificador (prático) e 01 ajudante. A ficha usada no romaneio deve ser a mesma que está no
ANEXO II da INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 152 do IBAMA. Deverão ser romaneadas todas
as toras com DAP igual ou maior que 30 cm. Durante o romaneio deverá estar presente um
identificador botânico de toras que vai classificar e identificar as espécies comerciais e não
comerciais que deverão ser empilhadas separadamente.
Para a medição do comprimento das toras, deverá ser utilizada fita métrica, que será
esticada tendo como ponto zero uma das extremidades da tora (topo ou base), considerando
33
toda sua extensão, inclusive nos casos em que a tora apresente sapopemas, conforme figura 14,
no qual veremos os locais de medição do romaneio e cubagem.
L = comp rimen to
A1 A2
Optou-se por utilizar o método de Smalian (Geométrico) para se calcular o volume das
toras, tendo como base a seguinte fórmula:
V = (A1 + A2)/2 * L
TABELA 1 – Exemplo de planilha de campo destinada ao registro dos indivíduos vegetais suprimidos
Número da CAP Altura APP
Tronco Nome
árvore (cm) (m) Sim Não
1 1 Jacaré 25 5,5 x
2 1 Embaúba 26,4 6 x
3 1 Sombreiro 27,3 6 x
4 1 Pinus 30,2 4,5 x
4 2 Pinus 33 6 x
4 3 Pinus 54,1 7 x
5 1 Eucalipto 23 8,5 x
5 2 Eucalipto 28,9 8,5 x
6 1 Ipê-amarelo 60 10 x
7 1 Embaúba 45,4 8 x
8 1 Leucena 28,5 7 x
9 1 Leucena 26,7 6,5 x
9 2 Leucena 29,3 6,5 x
9 3 Leucena 39,1 7,5 x
9 4 Leucena 36,6 7 x
10 1 Acácia 58,2 11 x
10 2 Acácia 67,3 11,5 x
11 1 Faveira 39,9 7 x
12 1 Timbaúva 27,7 6 x
12 2 Timbaúva 26,8 6,5 x
13 1 Flamboyant 99,1 11 x
35
3.11 Empilhamento
As toras deverão ser empilhadas por categoria (comerciais e não comerciais) e por
espécie nas laterais do pátio, sendo que uma das laterais deverá ficar sempre livre, de modo a
facilitar a realização do carregamento. As pilhas não deverão ultrapassar os limites do pátio. Na
seqüência são apresentadas orientações gerais para os serviços de empilhamento das toras:
1. O empilhamento dever ser feito com uma carregadeira, equipada com garfo e
ou garfo e mandíbula.
2. A base da pilha deverá ser formada pelas toras de maior diâmetro, as quais
deverão ter um comprimento máximo de 7 metros. O operador nunca deve tentar empilhar (em
elevação) as toras muito grossas, e sim deixá-las sempre junto ao solo.
3. As pilhas não poderão ultrapassar a altura máxima de 3 metros. Assim, a
carregadeira trabalhará com estabilidade e segurança.
4. O espaço entre as pilhas deverá ter largura entre 1,5 e 2,0 metros, de forma a
permitir o tráfego de pessoas, em virtude de uma eventual conferência do romaneio, ou para
avaliação das condições físicas das toras.
5. O romaneio deverá ser efetuado antes da formação das pilhas.
Não deve ser permitido que os trabalhadores subam nas pilhas, ou se posicionem na
frente das mesmas, pois estas poderão ceder, ocorrendo um deslizamento e causando acidentes.
Na figura 16 podemos verificar a formação das pilhas de madeira.
O espaço entre as pilhas deverá ter largura entre 1,5 e 2,0 metros, de forma a permitir o
tráfego de pessoas para uma eventual conferência do romaneio, atividade de fiscalização ou
para avaliação das condições físicas das toras. Como é exigido o cálculo das volumetrias dos
materiais lenhosos, as pilhas de toras deverão apresentar formas geométricas definidas, tais
como um cubo, conforme figura 16 ou um paralelepípedo retângulo, conforme figura 17 e 18
de modo que o volume de pilha seja facilmente calculado. O volume mensurado da madeira
empilhada é dado em estério.
Figura 17: Forma de um cubo, onde o cálculo do volume é realizado por meio da multiplicação da área da base
(a * b) pelo comprimento das toras(c) - (V = a * b * c).
Fonte: Scribd, 2010.
Figura 18: Forma de um paralelepípedo retângulo, onde o cálculo do volume é realizado por meio da multiplicação
da área da base (a * b) pelo comprimento das toras(c) - (V = a * b * c).
Fonte: Scribd, 2010.
Todas as árvores com diâmetro (DAP) entre 10 a 29,9 cm poderão ser traçadas em
pedaços de 80 cm a 1m de comprimento. Este procedimento poderá ser também aplicado nas
galhadas, principalmente das árvores de grande porte. Após o traçamento, os toretes deverão
ser empilhados (enleirados), de modo a facilitar as futuras medições, assim como propiciar
melhor organização e segurança do pátio. As toras deverão ser empilhadas por espécie e classe
de diâmetro e de forma que uma lateral fique sempre livre para a realização do carregamento.
As dimensões indicadas estão relacionadas como potencial de utilização deste material
em fornos de produção de carvão ou fornos de olarias, comuns na região. Todavia, caso a opção
de destinação do material lenhoso seja para outra aplicação, as dimensões poderão ser
redefinidas. A lenha, estando nestas dimensões, também poderá ser facilmente consumida por
um picador industrial, gerando fragmentos aptos para a produção de composto orgânico
(condicionador de solo), queima como fonte de energia e outros. Na figura 19 podemos verificar
o exemplo de enleiramento de material lenhoso.
3.13 Transporte
As operações de transporte de toras dos pátios de estocagem para o pátio central deverão
ser executadas com caminhões adequados para tal fim, de modo a garantir as condições de
segurança, a conservação do veículo e também a qualidade da matéria prima (madeira)
transportada. As madeiras mais frágeis (“brancas”) deverão ser destinadas, ou consumidas
38
É definida como solo orgânico à camada superficial do solo onde se concentram valores
mais altos de matéria orgânica, fauna do solo e nutrientes minerais, podendo chegar até 30
centímetros de espessura, mas nos primeiros 6 centímetros estão concentrados 90 % do banco
de sementes, sendo esta a camada mais importante para ser aproveitada na recuperação de áreas
degradadas.
O ideal é realizar primeiro a limpeza dos restos vegetais, para depois promover a
remoção do “top soil”, caso contrário teremos a união de 02 tipos de materiais, sendo que existe
considerável diferença entre os dois. Cabe salientar que são operações diferentes.
O armazenamento deste material é de fundamental importância no reaproveitamento
posterior, como adubo orgânico, por se tratar de um substrato revitalizante rico em micro e
macrofauna edafológicamente importante. Na figura 20 podemos verificar como é o
armazenamento de top soil.
39
Para garantir um bom arejamento, bem como o equilíbrio químico no interior das leiras
de armazenamento de top soil. Assim, quando da reutilização deste material em locais a serem
recuperados, o mesmo terá sofrido reações internas de enriquecimento e disponibilização de
nutrientes.
O material orgânico (top soil) estocado devera ser distribuído em uma camada de mais
ou menos 10 cm em toda a área a ser recuperada. Após a cobertura com o top soil, ainda é
necessária uma aplicação de uma camada de restos vegetais sobre esta cobertura. Para garantir
um bom arejamento, bem como o equilíbrio químico no interior das áreas há recuperar, estas
não podem ser compactadas e poderão receber a aplicação de calcário dolomítico sobre toda a
superfície (200g/m²). Na figura 21 podemos verificar o maquinário espalhando o top soil.
40
A retirada da madeira deverá ser feita, durante a etapa de supressão vegetal, seguindo-
se procedimentos que potencializem seus usos.
Após o corte seletivo da madeira nobre, esta será seccionada, separando-a da galhada,
de forma a facilitar a estocagem. As toras depositadas deverão estar totalmente limpas e
devidamente dispostas, permanecendo estocada a margem dos acessos até o destino final da
madeira. Todas as madeiras comercializáveis serão identificadas individualmente, podendo ser
estocadas em lotes com características comuns.
Ressalta-se que as espécies vegetais com aproveitamento comercial apresentam
diferentes usos, podendo ser, portanto, classificadas em duas categorias:
- Espécies comercializáveis;
41
3.17 Desmobilização
4 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no ano de 2017 com acompanhamento na prática das atividades
de supressão, sendo a coleta de dados realizada por meio do sistema SAP (Sistemas, Aplicativos
44
e Produtos). Além dos dados do referido ano, foram utilizados os dados de anos anteriores (2015
e 2016) como comparativo para verificação de evolução das áreas de meio ambiente e segurança
no trabalho.
4.3.1.2 Severidade
Existem pequenas
Há alterações ou
probabilidade Incômodo redução
Que causa
MÉDIA de redução da
médio impacto Perturbação Supressão de
(3) disponibilidade
ambiental Danos materiais espécies não
dos recursos no
médio prazo. protegidas por lei e
pouco abundantes
Há Existem alterações
probabilidade Notificação ou redução
Que causa alto significativas
ALTA de redução da Multa
impacto
(5) disponibilidade Exposição na Supressão de
ambiental
dos recursos no Mídia espécies protegidas
curto prazo. por lei ou raras
4.3.1.3 Frequência
TABELA 3 – Frequência
FREQUÊNCIA DESCRIÇÃO
BAIXA
O aspecto ocorre no máximo uma vez por mês.
(1)
MÉDIA
O aspecto não ocorre diariamente, porém ocorre mais de uma vez ao mês.
(3)
ALTA
O aspecto ocorre diariamente.
(5)
Sn: I = F x S x A, onde:
Sn: Situação Normal
I: Importância
F: Frequência
S: Severidade
A: Abrangência
Aspectos Ambientais Não Significativos: são todos aqueles cuja importância seja
menor ou igual a 5 (cinco). Para tais aspectos, não se requer a implantação e manutenção de
controles operacionais. Na tabela 5 podemos verificar os aspectos ambientais significativos e
as medidas de controle
Aspectos Ambientais Significativos: são todos aqueles cuja importância seja maior
que 5 (cinco). Para estes é requerida a implantação e manutenção de controles operacionais,
devendo priorizar a implantação e manutenção de controles operacionais para aspectos
significativos com importância maior que 15 (quinze).
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
FREQUENCIA
BAIXA (1) MÉDIA (3) ALTA (5)
SEVER ABRANGÊNCIA ABRANGÊNCIA ABRANGÊNCIA
IDADE BAIXA MÉDI ALT BAIXA MÉDI ALT BAIXA MÉDI ALTA
(1) A A (1) A A (1) A (5)
(3) (5) (3) (5) (3)
BAIXA
1 3 5 3 9 15 5 15 25
(1)
MÉDIA
3 9 15 9 27 45 15 45 75
(3)
ALTA
5 15 25 15 45 75 25 75 125
(5)
SIGNIFICÂNCIA
ASPECTO IMPACTO CONTROLE AMBIENTAL
F S A I Resultado
Alteração da
Emissão de material particulado ALTA 5 BAIXA 1 BAIXA 1 5 NÃO
Qualidade do Ar
Alteração da
Geração Resíduo Sólido – Madeira ALTA 5 BAIXA 1 BAIXA 1 5 NÃO
Qualidade do Solo
Alteração da
Qualidade do Solo
Redução de Habitat
Geração Resíduo Sólido - Estéril,
Assoreamento de ALTA 5 BAIXA 1 BAIXA 1 5 NÃO
Rejeitos e Sedimentos da Mineração
Corpos Hídricos
Alteração ou Redução
da biodiversidade
53
A figura 23 apresenta dados estatístico referente aos três últimos anos da categoria de
acidentes CAF (com afastamento), SAF (sem afastamento), onde se observa uma tendência de
se manter sob controle os CAF e SAF. A figura 24 representa os primeiros socorros e trajeto,
quando se observa uma redução de tais ocorrências ao decorrer dos 3 últimos anos e a figura
25 com detalhes das principais partes atingidas na atividade de supressão vegetal no complexo
de Carajás, onde o membro em destaque é o braço como parte mais atingida nas ocorrências.
Fácil propagação;
Fácil implantação;
Pouca exigência quanto a condições do solo;
Fácil integração na paisagem;
Inocuidade às condições biológicas da região;
Fator de produção de alimento para a fauna.
57
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, P.H.C.; VERÍSSIMO, J.A.O.; BARRETO, P.G.; VIDAL, E.J. Floresta para
Sempre: um Manual para Produção de Madeira na Amazônia. Belém: Imazon, 1998. pp 130.
ARAÚJO, V.M. Práticas Recomendadas para a Gestão Mais Sustentável de Canteiro de Obras.
2008. Pp 203. Escola Politécnica Universidade de São Paulo 2008.
HOLMES, T.P.; BLATE, G.M.; ZWEEDE, J.C.; PEREIRA, R; BARRETO, P.; BOLTZ, F.
Custos e Benefícios Financeiros da Exploração Florestal de Impacto Reduzido em Comparação
à Exploração Florestal Convencional na Amazônia Oriental. FFT. 2006. 68p.
ROLIM, S.G.; COUTO, H.T.Z.; JSEUS, R.M.; FRANÇA, J.T. Modelos volumétricos para a
Floresta Nacional do Tapirapé-Aquirí, Serra dos Carajás (PA). Acta Amazônica, 36(1):107-
114, 2006.
SILVA, J.P. S. Impactos ambientais causados por mineração. Revista Espaço da Sophia, nº 08,
novembro/2007.
VIDAL, E.; GERWING, J.; BARRETO, P.; AMARAL, P.; JOHNS, J. Redução de
Desperdícios na Produção de Madeira na Amazônia. Série Amazônia N° 05 - Belém: Imazon,
1997.20 p.