O documento discute a arte de Etienne Decroux e sua ênfase na improvisação performativa e no movimento consciente do corpo do ator. Decroux acreditava que o teatro deveria se concentrar na ação corporal simbólica do ator ao invés de efeitos utilitários ou narrativas lineares. Ele propunha que os atores "dilatassem" suas ações através do jogo e da disponibilidade do corpo para criar no momento. A professora conclui que a improvisação performativa de Decroux oferece uma proposta val
O documento discute a arte de Etienne Decroux e sua ênfase na improvisação performativa e no movimento consciente do corpo do ator. Decroux acreditava que o teatro deveria se concentrar na ação corporal simbólica do ator ao invés de efeitos utilitários ou narrativas lineares. Ele propunha que os atores "dilatassem" suas ações através do jogo e da disponibilidade do corpo para criar no momento. A professora conclui que a improvisação performativa de Decroux oferece uma proposta val
O documento discute a arte de Etienne Decroux e sua ênfase na improvisação performativa e no movimento consciente do corpo do ator. Decroux acreditava que o teatro deveria se concentrar na ação corporal simbólica do ator ao invés de efeitos utilitários ou narrativas lineares. Ele propunha que os atores "dilatassem" suas ações através do jogo e da disponibilidade do corpo para criar no momento. A professora conclui que a improvisação performativa de Decroux oferece uma proposta val
Alessandro ao professor Carloman Bonfim para obtenção de crédito na disciplina Laboratório I
Resenha do texto: Improvisação performativa e a arte de Etienne Decroux da professora
Dra. em Artes cênicas Maria Beatriz Mendonça
O artigo “Improvisação performativo e a arte de Etienne Decroux” da professora Dra.
em Artes cênicas Maria Beatriz Mendonça é um convite a que se entenda a arte cênica de Decoux como meio de concretizar o jogo de ações extemporâneas que são o lugar do ato teatral. Etiene Ducroux tomou o teatro como arte do corpo vigilante e disponível. A presença do corpo do ator em cena exige o movimento consciente e assertivo, já que a mimese corporal não se advinha ou se pressente como intuição e muito menos prescinde de um texto ou uma narrativa para acontecer. Nas palavras de Ducroux: “se a peça carece do encanto de uma história onde pode estar seu encanto? (DECROUX, 1994: 144) A professora também destaca a máscara neutra que Decroux incorpora da aprendizagem com o diretor Jacques Corpeau e permite o abandono do ser-rosto do ator, a sua indefinição como personagem. Nesse processo, o ator percebe o seu corpo e todos os seus gestos como novidade, o movimento convencional cede ao movimento expressivo e honesto, criando-se a possibilidade de que o ator se expresse apenas corporalmente, sem os artifícios da face. Somos também introduzidos ao conceito de maneira (maniere), tomada como importante noção artística da teatralidade de Decroux. A palavra maneira define um certo modo de agir, um método de deslocamento do corpo num esforço de presença e pensamento o que resulta no artificialismo libertado do efeito utilitário e cotidiano. “A maneira de fazer vale mais que fazer” (DECROUX, 1994: 149) O movimento proposto por Etienne Ducroux transcende a ideia de execução teatral como organização de signos lineares e legíveis. Pela improvisação performativa, o ator se liberta, o corpo no espaço é seu gesto criador fundamental; livre de clichês, o ator persegue o corpo poético e simbólico. A ação performativa em Decroux retira o olhar para o sentido do movimento e do seu discurso no espaço e converte a atenção para o movimento em si, para a sua presença artística: o jogo ilusório do teatro perde espaço para a ação simbólica que se executa no corpo presente do ator. Mas o que é um corpo presente? A professora Bya Braga recorre a Jean-Pierre Ryngaert para tentar definir esta “qualidade misteriosa” que não se confunde com vontade ostensiva de aparecer, mas a disponibilidade e a imersão do corpo no ato criador, pronto a agir diante das sempre novas ações propostas na cena. Um corpo presente é de algum modo um corpo concentrado. Outro importante conceito do vocabulário Ducrouxniano é a noção de ator dilatado. A maneira de agir e pensar proposta por Ducreox envolve a existência total do ator, seu ato concreto, sua percepção sensorial e solicita a dilatação de suas ações para além do modo ou estado de ação natural. O ato performativo resulta assim da energia investida no ato improvisado. Em todo esse investimento há um risco, entretanto o improviso é assumir o risco do instante onde a criação é possível. A professora recorre a uma sensível definição de teatro oferecida por Corinne Soum, aprendiz do mestre Doucroux, para quem “o teatro será digno deste nome apenas quando o que age recusar obedecer ao que escreve”. (SOUM, 2009: 22) Como conclusão, a professora relembra que a improvisação performativa de Decroux é uma proposta de ser/estar/fazer para os artistas. O corpo que se dispõe “pronto para o jogo” executa a repetição dos gestos até que na repetição seu corpo encontre o diferente, o desacostumado e a sua própria utopia.