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8,5
ALTA FLORESTA/2012
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO
ALTA FLORESTA/2012
Dedico a Deus, que me deu força em mais
uma batalha.
AGRADECIMENTO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
CONCLUSÃO............................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................31
INTRODUÇÃO
Assim, para abrir os caminhos que dão acesso ao mundo da literatura e tudo
que ela pode proporcionar, a literatura infantil, é a chave mágica, pois apresenta um
caráter lúdico, mágico, é o caminho natural.
Antes, a criança era ignorada pela sociedade dos adultos, não havendo
nenhuma atenção ou cuidados específicos para com ela, era visto como um adulto
em miniatura, podendo desta maneira participar das atividades apropriadas aos
adultos; eram elas: esportivas ou intelectuais, não existia leitura destinada somente
a criança, já que, esta perante a sociedade não tinha características próprias da
infância, a educação atribuída a criança era a mesma oferecida ao adulto. A única
educação diferenciada, era a educação dos filhos da nobreza e os filhos da classe
desprivilegiada, os pequenos nobres deliciavam-se na leitura em grande clássicos; já
os filhos dos pobres, a esses lhe restavam ouvir histórias de cavalaria, heróis
desconhecidos, lendas ou contos, que eram contadas e recontadas oralmente pelo
povo, essas histórias tinham como características uma linguagem simples formando
assim as primeiras literaturas de Cordel.
Por outro lado, aprende-se também que a partir da leitura da palavra pode-
se ampliar e aprofundar a leitura de mundo. É essa dialética entre palavra e mundo
que se deve preocupar enquanto educadores. Dentro dessa perspectiva, segundo
FLORES (1988), a leitura assume um papel relevante à medida que pode se tomar
a principal intermediária entre o leitor e o mundo.
Todo texto possui uma intenção e através dele o autor “busca atingir
determinados objetivos, sendo esse o instrumento mediante o qual atua sobre a
realidade, criando e modificando situações”. (FLORES, 1988, p. 5)
Ao dizer a sua palavra o escritor escolhe a forma que julga mais adequada
para dizer o que quer e atingir o seu leitor de maneira mais eficaz. "O tipo de
interação estabelecida se traduz na seleção de um registro, com marcas típicas em
todos os níveis estruturais de análise fonética, sintática, semântica e pragmática"
(FLORES,1988, p. 6). Consequentemente, a partir da determinação do seu autor
tem-se diferentes tipos de textos, com diferentes intenções, e que precisam ser
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conhecidos a fim de que fique mais clara a relação leitor, texto e mundo de que se
fala. Assim, a partir do desvelamento das intenções escondidas (ou manifestas) nas
diferentes formas de texto, estará proporcionando ao leitor um instrumento valioso
para ampliar e aprofundar a sua leitura de mundo por meio da leitura da palavra.
interesse se modifica. O que se deve exigir na literatura infantil é que ela seja de fato
literatura. Por ser infantil, não significa que deva ser uma produção menor, de
qualidade inferior.
[...] os critérios que permitem o discernimento entre o bom e o mal texto
para crianças não destoam daqueles que distinguem a qualidade de
qualquer outra modalidade de criação literária. Seu aspecto inovador
merece destaque, na medida em que é o ponto de partida para a revelação
de uma visão original da realidade, atraindo seu beneficiário para o mundo
com o qual convivia diariamente, mas que desconhecia. Neste sentido, o
índice de renovação de uma obra ficcional esta na ração direta de sua
oferta de conhecimento de uma circunstância da qual de algum modo o
leitor faz parte (FRANTZ, 2001, p. 58).
A função do educador não é apenas a de ensinar a ler, mas a de dar
condições para o aluno realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus
interesses, fantasias e dúvidas. O professor estimula seu aluno através de diversos
recursos ou técnicas.
As rimas são outros recursos da poesia, são muito gostosas de ler e ouvir
quando bem escolhidas. Não podem ser regras postas sem nenhum critério, pois há
regra dentro da poesia que as definem, podendo ser rimando, a primeira e a
segunda linha, intercaladas, dependendo do tipo de versificação em cada poeta
escolher para utilizar em cada poema que faz.
O fato de a rima ser simpática e lúdica não significa que seja obrigatória e
que não existem versos livres. É buscar o fácil, o rápido, o que resulta numa
grande bobagem, sem significado algum. E isso não é trabalhar com as
palavras, não é rabiscar mil vezes até conseguir, a surpresa nas rimas, o
efeito mágico é belo (ABRAMOVICH, 1989, p. 47).
O ritmo, segundo ABRAMOVICH (1989), é outra marca da poesia, é o que
possibilita o acompanhamento musical ao que é lido ou ouvido. Um soneto ou uma
trova podem ser tão válidos e belos quanto um poema concreto. O que vale é a boa
escolha para serem lidos. Há também as poesias narrativas, contadas sob a forma
de versos. Há uma variedade de poesias para adultos, onde se encontram muitos
escritos bonitos e estimulantes que as crianças gostariam de ouvir.
Se o professor for ler um poema para a classe ele deve conhecê-lo bem, que
o tenha lido várias vezes antes, que o tenha sentido, percebido, saboreado, para
que passe a emoção verdadeira, o ritmo, que faça pausas para que cada criança
possa descobrir cada estrofe, cada mudança.
carregada de emoção e carinho: Boi, boi, boi, boi da cara preta. E a cantiga de ninar
embala, acalma e em contato com a mãe o bebê adormece tranqüilo.
O tempo vai passando e então surge o Dedo minguinho, seu vizinho, pai de
todos, fura bolo, mata piolho. E o piolhinho vai por aqui, por aqui, e
enquanto se brinca com a linguagem as mãos da mãe vão fazendo
coceguinha e provocando o riso gostoso. "Cadê o toucinho daqui? O gato
comeu" E assim, as parlendas, as mnemônias passam também a integrar o
nosso cotidiano. (COELHO, 1987, p. 52).
E como é gostoso perceber o ritmo, a melodia, a rima, as imagens singelas
do pequeno poema. E que vitória, que emoção quando se consegue memorizar o
"versinho", como se diz popularmente, e arrancar os aplausos orgulhosos dos
familiares.
outros textos que continuarão alimentando nossa fantasia, mexendo com nossas
emoções e nos mostrando o mundo, a vida de uma forma lúdica, mágica e
emocionada.
Este riquíssimo material está ao alcance de todos nós e acredita-se que eles
têm uma importante contribuição a dar no processo ensino aprendizagem na
educação infantil e nas séries iniciais, principalmente.
Ao considerar o leitor infantil, principal objeto neste estudo, vê-se então que
aqui a literatura desempenha um papel fundamental, decisivo e intransferível. Consi-
derando que é por meio da fantasia, da imaginação, da emoção e do ludismo que a
criança apreende a sua realidade, atribuindo-lhe um significado, vê-se que o mundo
da arte é o que mais se aproxima do universo infantil, à medida que ambos falam a
mesma linguagem simbólica e criativa. O mundo para ambos é do tamanho da
fantasia e alcança até onde vai a imaginação criadora da criança e do artista.
respostas podem ser ainda mais controvertidas. Existe uma literatura estritamente
infantil? Acreditam alguns até mesmo que haja uma oposição quase que natural e
inconciliável no binômio literário infantil. Na verdade o que se observa é que quanto
maior for o valor literário de um texto, menores serão as delimitações de faixa etária.
Um bom livro dito para crianças pode ser lido com o mesmo gosto e proveito
também por adultos. “Veja-se como exemplo: Lygia Bojunga Nunes (A Bolsa
Amarela), Bartolomeu Campos Queirós (Onde Tem Bruxa um Fada), Ziraldo (A Bela
Borboleta) e Ruth Rocha (O Que os Olhos Não Vêem), dentre muitos outros”
(CUNHA, 1985, p. 23).
O que há, portanto, é apenas literatura, isto é, arte literária. Isso leva a
concluir que literatura infantil é toda a literatura que pode ser lida também pela
criança
Na realidade, toda obra literária para crianças pode ser lida (e reconhecida
como obra de arte, embora eventualmente não agrade, como ocorre com
qualquer obra) pelo adulto: ela é também para crianças. A literatura para
adultos, ao contrário, só serve a eles. É, portanto, menos abrangente do
que a infantil (CUNHA, 1985, p. 24).
Acontece, todavia, que com a autodenominação de literatura para crianças,
muitos livros sem nenhum valor literário têm sido publicados.
Outros textos menos pretensiosos pecam pelo lugar comum, pelo linguajar
infantilóide, pelo simplismo, numa total demonstração de descrédito na capacidade
da criança. Na maioria das vezes esses textos, convencidos de que a criança é um
ser deficiente e que precisa ser introduzido nos valores do mundo adulto, carregam
suas páginas de moralismo, pretendendo indicar à criança a maneira mais correta de
ser. Nesse caso, o que se mostra à criança é um universo fechado, de valores
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Explicar para uma criança por que um conto de fadas é tão cativante para
ela. As interpretações adultas, por mais corretas, roubam da criança a oportunidade
de sentir que ela, por sua conta própria, enfrentou com êxito uma situação difícil. As
histórias falam de descobertas da própria identidade, o que é fundamental para o
crescimento. Falam também de abandonos, de esquecimentos, de quem um dia foi
marcante, mas que por várias razões (até mesmo a morte), já não toca ou comove.
Falam de tristezas, de revelações, sexualidade; falam-nos da vida e da morte, de
ciclos que se iniciam e que se fecham nos falam da dificuldade de ser criança ou
jovem, de como é preciso provar a capacidade a cada instante, de como é preciso
se firmar como pessoa; falam de fantasia, do poder de sonhar, desejar, do quere o
próximo. (ABRAMOVICH, 1989).
A criança tem seu jeito próprio de ler e contar histórias, pois a leitura
compreende muito mais do que decodificar letras e sílabas, implicando em um
conjunto de ações como a interpretação de desenhos e figuras.
“A criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio
da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada uma
das palavras. Ouvir um texto já é uma forma de leitura.” (BRASIL, 1998, p. 141).
Para as crianças que ainda não sabem ler (pré-alfabetização) e para os que
estão aprendendo a ler (alfabetização) é importante que se tenha contato com tal
tesouro, pois, apresentando o livro desde cedo ao indivíduo, estará lhe fazendo um
bem e propondo-lhe uma fonte inesgotável de prazer, diversão e informação.
Pensando nas crianças é que foram criadas as Bibliotecas Infantis, hoje, são
várias espalhadas por todo país. A primeira, segundo SANDRONI e MACHADO
(1987), foi fundada em 1935 e recebeu o nome de Biblioteca Monteiro Lobato e,
tinha por objetivo, acolher crianças que não tinham condições de comprar livros e
possuíam grande potencial a ser desenvolvido, ou seja, foi criado com perspectiva
social. Em 1978, segundo SANDRONI e MACHADO (1987), foi criado o Fundo
Nacional do Livro Infantil e Juvenil, preocupado com a questão do hábito de leitura
em crianças e adolescentes. Se antes a preocupação era filantrópica, agora passava
a ser pedagógica. Com esta mesma preocupação, foi criado o Centro de Estudos de
Literatura Infanto-Juvenil, com apoio de técnicos e estudiosos da área. Nesta época,
formou-se um novo pensamento acerca do livro e da literatura: a assimilação da
linguagem ligada à universalidade e um saber que tradicionalmente esteve excluído
da questão do hábito de leitura, ganhando assim, uma conotação universitária.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: teoria e prática. São Paulo:
Ática, 1985.
FLORES, Maria José. Literatura Infantil: voz de criança. São Paulo: Ática, 1988.
FRANTZ, Maria Helena. O ensino da literatura nas séries iniciais. Ijui: Unijui,
2001.
ROCHA, José Carlos. Políticas editoriais e hábito de leitura. São Paulo: Com
Arte, 1987.
STEFANI, Rosaly. Leitura: que espaço è esse?: uma conversa com educadores.
São Paulo: Paulus, 1997.