Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Texto I:
Com base na leitura da charge e de acordo com seus conhecimentos literários, podemos aproximá-la à estética:
a) Romântica, pois dialoga com uma visão de mundo idealizada, tendo a natureza como cenário para
esse fim.
b) Árcade, pois dialoga com uma de suas tendências, o fugere urbem, tendo a natureza como seu "pano
de fundo".
c) Realista, pois dialoga com o cientificismo do século XIX, em que a natureza deveria ser duramente
observada e analisada.
02
No início do século XX, foram criadas as primeiras emissoras de rádio e as linhas de transporte público no Brasil,
sendo que o contraste entre esse mundo moderno e o mundo natural foi tema de muitos trabalhos artísticos.
d) Um interesse pela linguagem internacional, repudiando o que pudesse ser considerado nacionalista ou
regional;
03
Em 1961, o poeta António Gedeão publica o livro Máquina de Fogo. Um dos poemas é “Lágrima de Preta”.
Musicado por José Niza, foi gravado por Adriano Correia de Oliveira, em 1970, e incluído no seu álbum
“Cantaremos”. A canção foi censurada pelo governo português.
Lágrima de preta
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é
costume:
a) inadequado quanto à análise social, ao refutar que haja racismo e preconceito na sociedade, e
incorreto no aspecto científico, ao descrever as propriedades químicas de uma lágrima.
d) pertinente quanto à análise social, ao registrar o preconceito e o racismo na sociedade, mas incorreto
no aspecto científico, ao descrever as propriedades químicas de uma lágrima.
04
Identifique a única alternativa em que a relação escola literária – características - autor está
incorreta:
a) Realismo - luta por causas sociais e critica os valores burgueses – Raul Pompéia.
b) Parnasianismo – o importante é a arte pela arte, versos perfeitos, rimas ricas – Olavo Bilac.
c) Simbolismo - fala de espiritualidade com muitas metáforas, em poemas que parecem descrições de
sonho - Cruz e Sousa.
e) Arcadismo - valoriza a razão, a linguagem simples e usa temas ligados ao campo – Gregório de Matos
Guerra.
Considere o trecho da Obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que se segue:
Virgília? Mas era a mesma senhora, que alguns anos depois...? (...) Não digo que já lhe coubesse a primazia da
beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é um romance, em que o autor sobredoura a realidade e
fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou
espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o
indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara,
faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção – devoção, ou
talvez medo; creio que medo. (ASSIS, Machado, 1994, p. 55)
Com base na leitura do trecho, considerando a referida obra e o conhecimento sobre as escolas literárias,
podemos afirmar que há uma crítica explícita à seguinte estética:
a) Barroco
b) Modernismo
c) Romantismo
d) Simbolismo
06
Essas coisas
“Você não está mais na idade
de sofrer por essas coisas.”
07
a) A afirmação “é próprio do nosso pequeno povo fazer uma extravagante amálgama de religiões e
crenças de toda a sorte, e socorrer-se desta ou daquela, conforme os transes e momentâneas agruras
de sua existência” (capítulo I) explica a frequência de Clara a igrejas e templos de diferentes religiões.
b) A frase “A gente pobre é difícil de se suportar mutuamente; por qualquer ninharia, encontrando ponto
de honra, brigando, especialmente as mulheres” (capítulo VII) alude às provocações que Clara
desferia contra suas vizinhas.
c) A ponderação “Cada um de nós, por mais humilde que seja, tem que meditar, durante a sua vida,
sobre o angustioso mistério da Morte, para poder responder cabalmente, se o tivermos que o fazer,
sobre o emprego que demos a nossa existência” (capítulo VIII) refere-se à cena da morte de Clara.
d) O comentário “O seu ideal na vida não era adquirir uma personalidade, não era ser ela, mesmo ao
lado do pai ou do futuro marido. Era constituir função do pai, enquanto solteira, e do marido, quando
casada. Não imaginava as catástrofes imprevistas da vida” (capítulo VIII) prenuncia as dificuldades
que Clara enfrentou no seu casamento com Cassi.
e) A análise “A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela devia ter aprendido da
boca dos seus pais que a sua honestidade de moça e de mulher tinha todos por inimigos, mas isto ao
vivo, com exemplos, claramente...” (capítulo X) denuncia a frágil educação recebida por Clara como
responsável pelo seu destino.
08
Quando este(a) autor(a) publicou seu primeiro livro, duas vertentes assinalavam o panorama da ficção
brasileira: o regionalismo e a reação espiritualista. Sua obra vai representar uma síntese feliz das duas vertentes.
Como regionalista, volta-se para os interiores do país, pondo em cena personagens plebeias e “típicas”. Leva a
sério a função da literatura como documento, ao ponto de reproduzir a linguagem característica daquelas
paragens. Porém, como os autores da reação espiritualista, descortina largo sopro metafísico, costeando o
sobrenatural, em demanda da transcendência. No que superou a ambas, distanciando-se, foi no apuro formal, no
caráter experimentalista da linguagem, na erudição poliglótica, no trato com a literatura universal de seu tempo,
de que nenhuma das vertentes dispunha, ou a que não atribuíam importância. E no fato de escrever prosa como
quem escreve poesia – ou seja, palavra por palavra, ou até fonema por fonema.
(Walnice Nogueira Galvão. “Introdução”, 2000. Adaptado.)
Esse comentário refere-se a
a) Guimarães Rosa.
b) Clarice Lispector.
c) Euclides da Cunha.
d) Machado de Assis.
e) Graciliano Ramos.
09
( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida.
( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira.
( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe.
( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o
corpo.
( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F–F–V–V–V
b) F–V–F–F–V
c) V–F–V–V–F
d) V–V–F–F–V
e) V–V–F–F–F
10
Leia o trecho a seguir, retirado da obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, e
compare-o com o quadro Os retirantes
, de Candido Portinari.
– Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só a morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina
a) Severino serve de metonímia para retirantes, tema que é referido tanto no poema quanto
no título do quadro.
b) O tom sombrio do quadro revela o tema da morte a partir de elementos como o aspecto
físico dos personagens, a aridez em volta e os pássaros negros que os acompanham.
c) O tratamento social conferido aos temas da seca, da fome e da morte é recorrente em
romances, poemas, quadros e filmes brasileiros a partir do anos 30.
d) No poema, há a oposição constante entre vida e morte, o que vai de encontro à temática
abordada no quadro, já que, na representação da família, as crianças mostram que a
vida é mais forte do que a morte.
e) A vida severina aparece como um contraponto à morte, embora não seja
necessariamente mais positiva do que ela.
11
( ) A crônica constrói-se por meio da crítica bemhumorada do autor à corrupção generalizada da classe política.
( ) O autor explora, nesse texto, a linguagem típica da notícia de jornal para apresentar a realidade brasileira de
forma caricaturesca.
( ) A profissão de Suzette na crônica é apresentada de modo direto, sem eufemismos.
( ) FHC, Lula e Palocci são personagens reais a partir dos quais a fé da Velhinha na política se consolida.
( ) Luís Fernando Veríssimo é um autor que, em seus textos, explora outros gêneros textuais, como a notícia, o
conto, o diálogo, a poesia.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V–V–F–F–V
b) V–F–V–F–F
c) V–V–V–V–F
d) F–V–F–V–V
e) F–F–V–F–V
12
Só NÃO se encontra, entre os aspectos que contribuem para o efeito poético do texto,
13
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) II e III, somente.
d) I e III, somente.
e) I, II e III.
14
Leia atentamente o trecho do conto Felicidade Clandestina de Clarice Lispector, e assinale a alternativa
CORRETA.
“Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois
abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão
com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais
falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para
mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e puder em mim. Eu era uma
rainha delicada. ”
a) O conto critica a falta de leitura dos adolescentes nas escolas brasileiras, tendo como principal razão a
preguiça, o que evidencia nosso atraso cultural.
b) Uma das marcas da escritora é sua capacidade de descrição de paisagens externas, que retratam da
seca no Nordeste aos problemas sociais das grandes metrópoles.
d) Prosadora da chamada primeira geração modernista, observa-se pelo texto da autora que esta opta
por radicalizar no uso da oralidade, rompendo com a tradição realista, utilizando-se do chamado fluxo
de consciência.
e) O trecho analisado nos mostra características marcantes da escrita da autora, que com base em
reflexões existenciais e da subjetividade, nos revela a intimidade dos seus personagens.
15
Leia atentamente o trecho do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, em que o seu narrador Paulo Honório
reflete sobre o casamento, e assinale a alternativa CORRETA.
“Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo-de-saia a provocasse.
Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de
governar.
A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia conhecido também a Germana e outras dessa
laia. Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado para nenhuma: o que sentia era desejo de preparar
um herdeiro para as terras de S. Bernardo.”
a) O romance, marco da terceira geração modernista, apresenta seu narrador como um homem
ganancioso e utilitarista, entretanto este traço de egoísmo desaparece quando o personagem
encontra o amor na figura de Madalena.
b) Paulo Honório expressa seu olhar utilitarista acerca do mundo, das pessoas e das relações sociais. Um
dos grandes traços deste personagem é sua incapacidade de se relacionar com outras pessoas de
forma sensível e amorosa, buscando sempre vantagens financeiras em suas ações.
d) Pelo texto apresentado, podemos observar que o rebuscamento da linguagem e o uso excessivo de
metáforas evidenciam as principais características do Modernismo da segunda geração, que buscou
antes de tudo tratar de assuntos ligados aos sentimentos humanos, porém desligados de um viés
social.
e) Ao pensar em um herdeiro para o seu mundo, nota-se que Paulo Honório, que inicia o romance como
um personagem egoísta, ao envelhecer, torna-se uma pessoa mais sensata e aberta ao próximo. O
fato de desejar um filho demonstra a sua crença em um mundo menos dolorido.
16
Leia atentamente os poemas retirados da obra Muitas Vozes, de Ferreira Gullar, e em seguida assinale a alternativa CORRETA.
Texto 1
REDUNDÂNCIAS
Ter medo da morte
é coisa dos vivos
o morto está livre
de tudo o que é vida
O tempo fora
de mim
é relativo
mas não o tempo vivo:
esse é eterno
porque afetivo
— dura eternamente
enquanto vivo
I. Os dois textos abordam temáticas centrais da obra “Muitas Vozes”, que são a finitude da vida e as constantes
reflexões existenciais sobre o viver e o estar no mundo.
II. O texto 1 claramente trata da temática da morte, enquanto o texto 2 se opõe ao primeiro, introduzindo a
figura religiosa da eternidade, a felicidade e o sentido da experiência humana.
III. O texto 1 reflete o interesse do eu lírico nas questões do pós-morte, evidenciando que o mistério da morte é
maior que o entendimento humano e só podemos percebê-la a partir da fé religiosa.
IV. No texto 2, o eu lírico, com base na ironia, reflete sobre a ideia de eternidade, a qual nos apresenta na
primeira estrofe como sendo a “duração finita da minha precariedade”.
V. No texto 1, temos a ideia de que a morte só interessa aos vivos, só amedronta os vivos, pois os mortos já
estão livres dela.
17
a) José Lins do Rego, que se mantém atento aos detalhes das paisagens sulinas e das
personagens dos imigrantes.
b) Clarice Lispector, em cuja prosa de feição épica e naturalista há passagens de grandioso
realismo.
c) Graciliano Ramos, cuja linguagem retrata com economia e secura paisagens e
personagens nordestinas.
d) José de Alencar, que empenha todo o seu realismo ao documentar os usos e costumes
dos nativos.
e) Mário de Andrade, cujo intento modernista está em emprestar um colorido ingênuo a
cenas bucólicas.
As informações contidas no texto, consideradas no contexto de São Bernardo, indicam como importante
coordenada histórico-social dessa obra o processo de
b) decadência cultural do País, determinado pela marginalização das elites católicas tradicionais.
19
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
20
Dado que a narrativa presente no texto de São Bernardo é de tipo realista (no sentido de que tem como ponto
de partida a figuração e a análise de realidades observáveis, da esfera do real), a modalidade narrativa que a ela
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13: 14:
15: 16: 17: 18: 19: 20: